"Big Brother Brasil 15" não foi o 'melhor BBB de todos os tempos'

As chamadas da décima quinta edição do reality mais popular do país prometia o 'melhor BBB de todos os tempos'. E a seleção dos participantes animou bastante justamente por ter fugido dos esteriótipos de todo ano. Claro que tinham os sarados e as belas, como ocorre sempre, mas desta vez havia um time bem mais heterogêneo. Entretanto, o "Big Brother Brasil" chegou ao fim com uma final que beirou o mais do mesmo e a temporada de 2015 deixou a desejar.

Logo nas primeiras semanas, a casa se dividiu em dois grupos e a rivalidade entre os participantes movimentou bem o jogo, que ficou bastante interessante. Vale destacar que esta situação ocorreu de forma espontânea, ou seja, não foi necessário a produção interferir com provas para provocar brigas ou algo do tipo. As inimizades e alianças surgiram rapidamente e deixaram a competição tensa, proporcionando bons momentos no reality.

Mas a direção de Rodrigo Dourado decepcionou. O diretor e sua equipe não conduziram bem o programa, que muitas vezes ficou tedioso ----- tanto que perto das semanas finais, Boninho voltou para assumir o comando. As alterações feitas não funcionaram, como por exemplo, colocar a tradicional festa dos sábados às sextas.
Uma troca que em nada interferiu na dinâmica da atração e apenas prejudicou o público que assiste 24 horas. O sábado virou um dia morto, principalmente para o telespectador que assina o Pay Per View, e a sexta deixou de ser o Dia do Big Fone.

Aliás, o temido telefone mal tocou nesta edição. Foram apenas duas vezes. Uma colocando quem atendeu no paredão (no caso Luan) e a outra para obrigar a pessoa a colocar outro participante no grupo Tá com Nada (uma bobagem). E a ausência de um dos principais protagonistas do BBB foi um dos maiores erros. Além de exterminar um ótimo foco de tensão e competitividade, ainda prejudicou o andamento do jogo, já que um paredão triplo impediria a final antecipada formada pelos favoritos Mariza e Cézar, que aniquilou a reta final.

A décima quinta edição foi classificada como a da 'volta às origens' e exemplificaria esta característica nas provas, pois reproduziriam as mais emblemáticas das edições passadas. Mas não foi o que foi visto. Muitas provas foram repetidas mesmo, entretanto, poucas escolhidas podem ser classificadas como marcantes. E ao voltar aos 'velhos tempos', a produção pecou quando eliminou o Jogo da Discórdia das segundas-feiras. Querendo ou não, era um bom foco de conflitos que movimentava o programa.

Pelo menos, como já foi mencionado, acertaram na seleção dos participantes, bem mais variados. É de se lamentar, apenas, que o público não tenha valorizado a atitude, uma vez que preferiu eliminar Mariza e Adrilles (a melhor dupla desta edição) ao invés de Cézar, um participante que copiou o estilo caubói puro e de coração bom, conseguindo conquistar parte dos telespectadores com este enredo nada criativo. Amanda, outra finalista, fez a linha 'mulher rejeitada e sofrida' (outro tipo já visto em várias edições), conseguindo também conquistar fãs.

Angélica, Tamires (que, infelizmente, desistiu do programa depois de uma noite de bebedeira nada agradável), Marco, Fran e Talita foram outros perfis que tiraram a atração do lugar-comum, enquanto Fernando, Aline, Douglas, Luan e Rafael ficaram no time das figuras já vistas em outros anos. E foi possível constatar as personalidades e características que fugiram da mesmice e as que mantiveram o padrão nos clipes apresentados na final ----- que contou com um show de Paula Fernandes, Michel Teló e Daniel, já deixando claro o favoritismo do caipira que ama música sertaneja.

A audiência desta edição, aliás, foi maior que a do ano passado, mostrando que o reality ainda tem fôlego para mais temporadas ----- até porque o faturamento comercial segue bastante vantajoso para a emissora. E no último programa, exibido nesta terça (07/04), Cézar Lima foi consagrado campeão com 65%, comprovando que a única pessoa que poderia vencê-lo era mesmo a Mariza, uma das gratas surpresas desta seleção de participantes.

O "Big Brother Brasil" 15 pode ser considerado melhor que o de 2014, que foi uma imensa decepção; entretanto, passou longe de ser classificado como o 'melhor BBB de todos os tempos'. O time mais variado foi válido, porém, algumas mudanças no desenvolvimento do programa deixaram a desejar e a sensação de que a edição poderia ter rendido muito mais foi claramente sentida. Resta torcer para que o próximo seja melhor. Afinal, ano que vem tem mais.