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quarta-feira, 12 de junho de 2024

Ilva Niño nunca teve o destaque que merecia

 O Brasil perdeu nesta quarta-feira (12/06) uma das atrizes mais longevas da teledramaturgia. Ilva Niño estava internada desde o dia 13 de maio, quando passou por uma cirurgia cardíaca, e partiu por conta de complicações da operação, quase um mês depois, aos 89 anos. 


Nascida em Floresta, Pernambuco, a veterana completaria 90 anos no dia 15 de novembro. Se mudou para o Rio de Janeiro logo após o início do regime militar de 1964  e foi levada para a televisão pelo autor Dias Gomes, que a escalou para "Verão Vermelho", em 1970, e "Bandeira 2" em 1971. Isso porque tinha trabalhado com o escritor nas peças "O Berço do Herói" e "O Pagador de Promessas". A parceria seguiu firme e forte na Globo. Desde então, nunca mais saiu da emissora e emendou uma novela atrás da outra. 

Foram oito décadas de carreira, sobretudo na televisão e no teatro, onde brilhou majoritariamente na pele de empregadas domésticas. A atriz nunca conseguiu fugir do estereótipo, mas não se incomodou.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Não existia papel secundário para Jandira Martini

 O mundo das artes cênicas sofreu mais uma grande perda. Jandira Martini faleceu nesta segunda-feira (29/01), aos 78 anos, após uma batalha de cinco anos contra um câncer de pulmão. A atriz, diretora e produtora teatral era uma das profissionais mais admiradas no meio e interpretou vários personagens marcantes ao longo de sua vida. 


A carreira de Jandira começou no teatro no final dos anos 1960 com a peça "Joana D`Arc entre as Chamas". Nos palcos, a trajetória somou mais de 20 peças, entre elas "Sua Excelência o Candidato", "Porca Miséria" e "Operação Abafa". A atriz começou na televisão em 1983 na novela "Braço de Ferro", produzida pela Band. Migrou para a Globo em 1986, onde atuou em "Roda de Fogo". No ano seguinte, ganhou seu primeiro papel de destaque, a ricaça Theodora Abdalla, do sucesso "Sassaricando".  

Em 1990, Jandira foi para a TV Manchete, onde atuou como colaboradora de "Ana Raio e Zé Trovão", novela escrita por Marcus Caruso, um de seus melhores amigos e fiel parceiro, e Rita Buzzar. A atriz também fez uma breve participação na trama como Vitória Imperial.

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Léa Garcia abriu muitas portas para artistas negros na dramaturgia nacional

 A atriz Léa Garcia faleceu nesta terça-feira, aos 90 anos, vítima de um infarto. Ela iria receber o Troféu Oscarito na noite do mesmo dia de seu falecimento no Festival de Cinema de Gramado, a mais tradicional honraria do festival. A veterana seria homenageada ao lado da igualmente grandiosa Laura Cardoso e Léa já era uma figura corriqueira em Gramado, pois ganhou quatro Kikitos com "Filhas do Vento", "Hoje tem Ragu" e "Acalanto". 


O falecimento da atriz foi um choque porque estava tudo bem até ontem e a sua alegria em ser homenageada era visível nas fotos divulgadas em sua rede social ao lado dos amigos. Em virtude de sua morte, a Globo antecipou a exibição de um especial que ainda nem foi lançado pela emissora, chamado "Tributo", que presta reverência a atores veteranos que fazem história no país. O especial foi lindo, exibido logo após o reality "No Limite", e expôs a importância que Léa teve para as artes cênicas e a referência que deixou para inúmeros atores negros que sonhavam com um lugar ainda muito distante na época em que a intérprete começou a atuar. Depoimentos de nomes como Sheron Menezes, Taís Araújo, Antônio Pitanga, Camila Pitanga, Elisa Lucinda, Emiliano Queiroz, Conceição Evaristo, Tonico Pereira e Neusa Borges emocionaram. 

A atriz possuía no currículo mais de 100 produções, incluindo cinema, teatro e televisão. Em 1957, foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina por sua atuação em "Orfeu Negro", filme que ganhou o Oscar em 1960 como melhor longa estrangeiro, representando a França.

sábado, 8 de julho de 2023

Atriz de talento, Neusa Maria Faro nunca teve o reconhecimento que merecia

 O mundo das artes perdeu o dramaturgo, ator e diretor José Celso no dia 6 de julho, um dos maiores ícones do teatro nacional, vítima de um incêndio em seu apartamento. O meio artístico perdeu um dia depois outra profissional que engrandecia qualquer cena que contava com sua presença: Neusa Maria Faro. A veterana faleceu no dia 7 de julho, aos 78 anos, em virtude de complicações de um trombose. 


Neusa resolveu ser atriz aos 19 anos. Inicialmente, dedicou-se apenas ao teatro, mas apareceu pela primeira vez em uma película ("Quase Tudo") em 1989. Somente em 1996 fez sua estreia na televisão, na novela "Irmã Catarina", exibida pela CNT. Foi para a Rede Record em 1997 e integrou o elenco de "Direito de Vencer". Ainda no mesmo ano, foi para o SBT e interpretou Valentina, do sucesso "Chiquititas". Até hoje o público que era criança na época e hoje já está com mais de trinta anos se lembra de sua participação. Ainda na emissora de Silvio Santos, viveu a Leda, de "Fascinação", em 1998. 

A primeira aparição da atriz na Rede Globo foi vivendo uma presidiária nada amigável em "Torre de Babel", novela de Silvio de Abreu. Em 2001, voltou para o SBT, onde participou de três novelas: "Amor e Ódio", "Pequena Travessa" e "Seus Olhos".

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Brilhante em "Vai na Fé", Sheron Menezzes merecia uma protagonista há tempos

 O capítulo desta quinta-feira (18/05) de "Vai na Fé" foi um dos melhores da novela das sete de sucesso de Rosane Svartman. E só não pode ser classificado como o melhor porque a história fica no ar até agosto, então muitos outros tão bons quanto ainda certamente virão. Mas o capítulo marcou uma das revelações mais esperadas do enredo: a identidade do pai biológico de Jenifer (Bella Campos). O impacto dramático da notícia colocou Sheron Menezzes diante de uma sucessão de cenas difíceis, todas defendidas com uma entrega visceral. 


A sequência em que a protagonista descobriu através de Ben (Samuel de Assis) que tinha sido abusada no passado por Theo (Emílio Dantas) foi a mais impactante e emocionante da produção até agora. Começou com a incredulidade da personagem, depois passou pelo horror do choque e finalizou com um choro dilacerante de desespero. Quase cinco minutos de intensa carga dramática. Todos os momentos interpretados brilhantemente por Sheron Menezzes. Deu para sentir a dor daquela mulher e foi impossível não ter se emocionado junto com ela. Vale também elogiar Samuel de Assis, um ótimo ator que tem honrado o protagonismo ao lado de sua parceira. 

Sol é uma mocinha que nunca teve medo dos obstáculos da vida e, mesmo diante de vários dramas que a assolam, procura manter a fé em sua religião e no amor pela família. No entanto, um trauma no passado se manteve presente em lembranças dolorosas: o término com o seu grande amor e uma relação sexual que virou a sombra de uma culpa devastadora.

sexta-feira, 14 de abril de 2023

Maior revelação do ano, Clara Moneke rouba a cena em "Vai na Fé"

 Rosane Svartman é uma lançadora de talentos. Em todas as suas produções há vários atores que estreiam com o pé direito e não tem sido diferente com "Vai na Fé". No caso da atual novela das sete, a maioria das gratas revelações só aparece em flashbacks, como Je Soares (Sol), Isacque Lopes (Ben) e Matheus Polis (Theo). Mas na fase atual quem tem roubado a cena atende pelo nome de Clara Moneke. 


A atriz interpreta uma das melhores personagens da trama. Kate é a filha única de Bruna (Carla Cristina Cardoso) e melhor amiga de Jenifer (Bella Campos). A garota sonha em ter uma vida de luxo, mas não estuda e nem trabalha. Chegou a ajudar a mãe a vender quentinhas e se aventurou como garçonete de uma cafeteria, mas não durou muito em nenhuma das ocupações. Tem um caso com o traficante Hugo (MC Cabelinho), mas se envolveu com Theo (Emílio Dantas) e chegou a morar em um apartamento bancado pelo vilão, que a tinha como amante. 

A personagem começou na história com poucas cenas, mas mesmo não aparecendo muito despertava a atenção do público nas redes sociais graças ao carisma da atriz e ao ótimo texto da autora e sua equipe de roteiristas. Kate é debochada e não leva desaforo para casa.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Caroline Dallarosa divertiu e se destacou como Arminda em "Além da Ilusão"

 A novela das seis, escrita por Alessandra Poggi e dirigida por Luiz Henrique Rios, está em seus momentos finais. E foram vários destaques em "Além da Ilusão", principalmente em seus ótimos núcleos paralelos. Um deles foi a carismática Arminda, vivida por Caroline Dallarosa. A personagem, melhor amiga da mocinha, Isadora (Larissa Manoela), não ficou restrita a uma mera ouvinte dos problemas da protagonista. Tinha uma divertida história para chamar de sua. 


Atrapalhada, atrevida e excessivamente otimista, Arminda é um tipo que raramente não funciona em um folhetim. Responsável pela maioria dos alívios cômicos da trama das seis, a personagem reúne características que conquistam o público com facilidade. E ganhou uma intérprete que tem um timing perfeito para a comicidade, já visto em sua estreia na televisão, em 2019, quando viveu a marrenta Anjinha, em "Malhação - Toda Forma de Amar", a última temporada do longevo seriado adolescente da Globo. 

A atriz usou a caricatura a seu favor. Afinal, era impossível fugir dos exageros com um perfil que tem um tom hiperbólico. Então, Caroline vestiu a camisa da personagem e não teve medo do ridículo. Funcionou. Deixou a menina crível. Embora seja uma típica patricinha de época, Arminda tem momentos de sensatez e até de sensibilidade.

sexta-feira, 1 de julho de 2022

Brilhante como Heloísa, Paloma Duarte rouba a cena em "Além da Ilusão"

 A novela das seis da Globo apresenta um elenco de peso. São vários nomes talentosos que compõem o time escalado pela autora Alessandra Poggi e pelo diretor Luiz Henrique Rios. Entre tantos bons destaques, há uma personagem que engrandeceu "Além da Ilusão" logo que surgiu em cena e segue até agora despertando uma boa atenção de quem assiste graças ao atrativo arco dramático e ao desempenho de sua intérprete: Paloma Duarte. 


Heloísa se mostrou um perfil interessante logo na primeira semana da novela. Isso porque Afonso (Lima Duarte em uma luxuosa participação especial) deu a neta, Clara, para adoção e nunca contou sobre o paradeiro da criança para a filha. Em seu leito de morte resolveu expor tudo o que sabia, mas faleceu pouco antes de falar. A cena foi forte e Paloma deu um show ao lado de seu avô da vida real. Helô sempre carregou essa dor, jamais perdoou o pai e até hoje nutre a esperança de encontrar a herdeira. 

Recentemente, o público ficou sabendo de outro ótimo 'plot' do roteiro: a filha de Heloísa é fruto de um abuso sofrido ainda em sua adolescência, quando Matias (Antônio Calloni), então casado com Violeta (Malu Galli), a seduziu.

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Marilu Bueno sabia transformar qualquer coadjuvante em sucesso

 Faleceu nesta quarta-feira, dia 22, Marilu Bueno, aos 82 anos. A veterana estava internada em estado grave no Hospital Miguel Couto, na Zona Sul do Rio de Janeiro, desde o fim de maio, quando fez uma cirurgia de abdômen. Por causa de complicações no pós-operatório, precisou ser levada para a UTI, onde acabou falecendo. Mais uma grande perda para a classe artística. 


A atriz trabalhou 50 anos na televisão e participou de várias novelas, séries e programas de sucesso. Maria Luisa David Bueno de Lima começou sua trajetória nas artes em 1960 no cinema, quando participou do filme "O Cupim". Estreou na televisão em 1972 na novela "O Bofe". A partir daquele momento iniciava sua trajetória vitoriosa. Conhecida pelas personagens cômicas, Marilu sabia como colocar qualquer coadjuvante em posição de destaque. Isso porque nunca ganhou protagonistas, mas aproveitou bem as oportunidades em perfis secundários que entraram para a história da teledramaturgia. 

Uma das personagens mais lembradas é a empregada Olívia, de "Guerra dos Sexos", exibida em 1983. A coitada vivia no meio das brigas de seus patrões, vividos por Fernanda Montenegro e Paulo Autran. Vale lembrar que a intérprete interpretou a mesma personagem 29 anos depois, no remake da trama de Silvio de Abreu, exibido em 2012.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Françoise Forton era sinônimo de elegância e talento

 O Brasil perdeu Françoise Forton neste domingo, dia 16, após quatro meses de internação para o tratamento contra um câncer que começou na região da bacia e chegou aos pulmões. A grande atriz tinha 64 anos e partiu precocemente. Nascida no dia 8 de julho de 1957, era filha de pai francês e mãe brasileira. 

A intérprete enfrentava um câncer pela segunda vez. A primeira foi em 1989, época em que brilhava como Helena Trindade, em "Tieta". Françoise contou em algumas entrevistas que se dividia entre o consultório médico e o estúdio da televisão. Foi o trabalho que lhe deu força para encarar a doença. Seu amor pelo ofício era visível em cada participação na TV (foram mais de 40 produções, entre novelas e séries) ou em peças teatrais. 

Sua estreia foi ainda adolescente, em 1969, na novela "A Última Valsa", como Luna, exibida na Globo. Desde então, não parou mais e um de seus tipos mais marcantes foi a Tetê, de "Estúpido Cupido", em 1976, que retratava a sociedade brasileira na época.

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Manuela, de "A Vida da Gente", foi um divisor de águas na carreira de Marjorie Estiano

É inegável o quanto Marjorie Estiano cresceu na carreira. Virou uma das atrizes mais respeitadas e admiradas do país e a melhor da sua geração. Quando ganhou a Manuela, de "A Vida da Gente", em 2011, já tinha marcado presença em várias produções, incluindo até protagonista de novela das 21h. No entanto, a personagem brilhantemente construída por Lícia Manzo foi um divisor de águas na vida da atriz. 

Manu é uma das protagonistas da novela das seis que conta a história do amor entre duas irmãs. O folhetim é diferenciado por isso. Não é sobre um casal, um amor proibido ou algo do tipo. É a trajetória de irmãs que se amam incondicionalmente e acabam se magoando por conta de armadilhas do destino. E a personagem interpretada por Marjorie é a mais densa do enredo. Também a mais difícil de ser interpretada. Todas as camadas desenhadas com precisão pela autora não valeriam de nada nas mãos de uma atriz limitada. A chance do perfil ter uma forte rejeição do público não era baixa. Mas a força cênica de Marjorie, somada ao talento de Lícia, a transformou em um dos tipos mais amados e lembrados de "A Vida da Gente". 

A autora foi hábil na construção de Manuela. A personagem nasceu com uma deficiência na perna e sempre foi humilhada pela mãe. Enquanto era tratada feito um lixo, Ana (Fernanda Vasconcelos) recebia todos os mimos e privilégios. Algo que também acabou sendo sufocante, mas como a própria disse em uma cena, com um peso menor. Afinal, o excesso se apara. Já lidar com a falta é mais difícil. Manu tinha tudo para odiar Ana e ser a clássica irmã invejosa e amargurada, um clichê dramatúrgico. Mas nunca foi. Sempre teve um amor incomensurável por Ana e era sua cúmplice.

domingo, 16 de maio de 2021

Eva Wilma era uma das atrizes mais respeitadas e admiradas do país

 Em um ano já marcado por tantas partidas dolorosas, o Brasil perdeu mais uma figura amada e admirada por todos: Eva Wilma. A veterana faleceu neste sábado, aos 87 anos, às 22h08, no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, vítima de um câncer no ovário, diagnosticado recentemente. Disseminado, levou a uma insuficiência respiratória. A doença foi descoberta no dia 7 de maio. A morte da querida atriz veio menos de duas semanas depois do falecimento de Paulo Gustavo, vítima da covid-19. 


Eva Wilma Riefle Buckup nasceu em 14 de dezembro de 1933 na cidade de São Paulo. Iniciou a carreira artística aos 19 anos, no Ballet do IV Centenário de São Paulo, abandonando a dança pouco depois, quando recebeu convites para integrar o Teatro de Arena e o programa "Alô Doçura", da TV Tupi. O seriado ficou dez anos no ar e a atriz dividia espaço na atração com o saudoso John Herbert, com quem se casou em 1955. Eva e John se separaram em 1976. Juntos, tiveram dois filhos, Vivien e John Hernert Jr., conhecido profissionalmente como Johnnie Beat. 

Três anos após a separação, Eva se casou com o ator Carlos Zara, que morreu em 2002. Ironicamente, a atriz contracenou com o último grande amor de sua vida em 1973, na primeira versão de "Mulheres de Areia," onde interpretou magnificamente as gêmeas Ruth e Raquel.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Cláudia Netto foi uma boa surpresa de "Flor do Caribe"

"Flor do Caribe", reprisada atualmente pela Globo, não tem muitos personagens. É uma novela com poucos atores e isso ficou claro após a apresentação de todos os núcleos. Por causa do elenco enxuto, quase todos conseguem se destacar. Entretanto, em qualquer trama, independente do time ser grande ou pequeno, há alguns papéis que acabam brilhando mais do que outros. E entre os destaques da atual obra de Walther Negrão está a Guiomar, vivida pela ótima Cláudia Netto.


A personagem só entrou na história após algumas semanas da novela já iniciada, porém, assim que chegou, já mostrou que seria uma das figuras mais divertidas e interessantes de "Flor do Caribe". Sempre dotada de um humor fino e ácido, Guiomar tem Dionísio (Sérgio Mamberti) e Alberto (Igor Rickli) como principais alvos de sua artilharia de frases inspiradas. O sogro e o filho foram obrigados a aceitá-la na mansão e, desde então, 'sofrem' (merecidamente) com sua língua ferina. 

Entretanto, essa mulher não se resume somente ao deboche. A perua também faz questão de demonstrar o amor que sente por Alberto, mesmo sabendo que o filho é um poço de maldade e ressentimento. A atriz protagonizou cenas emocionantes e quase todas envolvendo o grande vilão da trama. A sequência mais

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Rosi Campos se destacou merecidamente em "Êta Mundo Bom!"

Uma das qualidades de Walcyr Carrasco é a valorização dos atores experientes. Eles são destacados em todas as suas novelas e o autor sempre faz questão de presenteá-los com bons papéis. Tanto que os casais de 'veteranos' costumam ter uma boa importância nas suas histórias, protagonizando cenas sensíveis e bem escritas. Baseado no histórico mencionado, a escalação de Rosi Campos para "Êta Mundo Bom!" foi uma ótima notícia. E, assim que o folhetim estreou, ficou perceptível que a intérprete seria valorizada como merecia.


A atriz ganhou a carismática Eponina ---- que havia sido escrita para a também talentosa Jandira Martini (que não pôde aceitar em virtude de compromissos com o teatro) ----, praticamente uma Cinderela que passou da idade de viver o primeiro amor e encontrar seu príncipe. Ingênua, atrapalhada e com um forte sotaque caipira, a personagem é uma das principais do ótimo núcleo da fazenda e um dos grandes destaques da novela. Considerada um estorvo na família, a irmã de Quinzinho (Arty Fontoura) não tem uma relação amistosa com a cunhada Cunegundes (Elizabeth Savalla), mas foi praticamente a mãe postiça de Candinho (Sérgio Guizé) e Mafalda (Camila Queiroz), tendo ainda um imenso carinho por Filó (Débora Nascimento) e Quincas (Miguel Rômulo).

A virginal senhora ainda é apaixonada pelas rádio-novelas e tem uma autoestima bastante elevada, pois sempre achava que os homens que iam à fazenda estavam interessados em seu decote e suas 'ancas'. Rosi Campos sempre foi uma ótima comediante e incorporou uma caipira pura brilhantemente, se adaptando ao texto do autor, com quem trabalhava pela primeira vez.

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Valentina Herszage foi uma grata surpresa de "Hebe"

O filme sobre uma parte da vida da rainha Hebe Camargo sofreu muitas críticas, mas a série produzida para a Globoplay (e agora exibida semanalmente pela Globo) teve uma aceitação bem maior e merece. As cenas extras, principalmente sobre a fase da apresentadora no início da carreira, ainda jovem, fizeram bastante diferença. E ainda destacou o talento de Valentina Herszage.


A atriz interpretou Hebe dos 15 aos 25 anos e essa fase da vida da apresentadora é exibida em uma narrativa não linear. A trajetória na juventude surge após alguns breves momentos da dama da televisão brasileira já com sua carreira consagrada. E isso ajuda a expor melhor as diferenças entre Valentin e Andrea. A única similaridade é o talento.

Enquanto Andrea não se parece em nada com Hebe e pegou vários tiques da comunicadora (como o piscar dos olhos e a fala um pouco arranhada, Valentina usou sua semelhança com a protagonista a seu favor. É fantástico o trabalho da caracterização da equipe.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Daisy Lúcidi: uma amante do rádio e das artes

A pandemia do novo coronavírus tem feito milhares de vítimas pelo mundo e Daisy Lúcidi foi uma delas. A atriz e radialista, de 90 anos, era do grupo  de risco e estava internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital São Lucas, em Copacabana, Rio de Janeiro, desde o dia 25 de abril. Perdeu a luta contra a doença na quinta-feira, dia 7.


A versátil profissional integrou o primeiro elenco de atores da Rádio Globo e fez sua estreia na televisão em 1960. Como radialista, comandou, durante 46 anos, o programa "Alô Daisy", na Rádio Nacional. Foi ainda vereadora e deputada estadual no Rio de Janeiro. Conseguiu mesclar bem todas as funções ao longo de sua vitoriosa carreira e sua vitalidade era invejável.

Daisy Lúcidi Mendes nasceu no dia 10 de agosto de 1929, no Rio. Seus pais, Clarice Lopez e Quinto Lúcidi, eram de origem portuguesa e italiana. Descobriu cedo o talento para a interpretação. Foi acompanhando seu pai nos ensaios de um curso de teatro amador que conquistou seu primeiro papel, aos seis anos de idade, na peça "Nuvem", de Coelho Neto, no teatro Dulcina, no Rio.

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Reprises reforçam o talento de Malu Galli

A pandemia do coronavírus vem provocando um caos mundial e o isolamento social virou regra imprescindível em tempos de tanto contágio. O primeiro choque no Brasil foi através da paralisação das gravações das novelas da Globo, principal emissora do país. Medida necessária. E assim que passou a exibir reprises de folhetins que fizeram sucesso houve uma previsível coincidência em torno da presença de vários atores. Muitos estão em mais de uma trama no ar. Malu Galli é um dos casos e merece uma menção especial.


O caso da atriz é até diferente. Afinal, estava no ar em "Amor de Mãe" e agora está em "Malhação - Viva a Diferença" e "Totalmente Demais". E nunca foi uma profissional valorizada como merece. Tanto pelo público quanto por vários veículos que cobrem televisão. Com várias peças e filmes no currículo, sua carreira televisiva começou através de pequenas participações em novelas e minisséries na Globo. Seu primeiro papel de certo destaque foi na primorosa série "Queridos Amigos", em 2008. Na trama de Maria Adelaide Amaral foi possível observar que Malu podia muito mais.

E, graças aos papéis densos nos dois folhetins brilhantes de Lícia Manzo, a atriz conseguiu mostrar seu talento dramático. A emocionalmente frágil Dora, de "A Vida da Gente" (2011), e a bem-sucedida Irene, de "Sete Vidas" (2015), foram defendidas com muita entrega.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Day Mesquita convence como protagonista de "Amor sem Igual"

"Amor sem Igual" era uma das raras novelas inéditas que sobraram no ar em virtude do interrompimento geral das gravações das produções de todas as emissoras por conta da pandemia do coronavírus. Como a Record costuma antecipar bastante a sua frente de cenas, o encerramento forçado demorou mais um pouco ---- o "último" capítulo foi hoje, dia 20. E o principal acerto do folhetim de Cristianne Fridman é a escalação de Day Mesquita como protagonista.


Poderosa é uma garota de programa que não leva desaforo para casa e está sempre vestida com roupas chamativas. No início na trama até usava uma peruca que deixava o conjunto mais exagerado. Seu péssimo humor é uma de suas características. Ou seja, é um perfil muito caricato. A atriz não tem como escapar dos excessos. Mas Day usa o tom acima a seu favor e consegue crescer em cena sempre que aparece. Tanto que o enredo, mesmo com vários acontecimentos nos núcleos paralelos ---- principalmente o de Donatela (Stephany Brito) ---, perde a força sem a sua presença.

A personagem também carrega todas as tintas de um típico dramalhão para atrair o interesse do telespectador. Foi rejeitada pelo poderoso pai na infância por ser fruto de uma relação fora do casamento e acabou abandonada pela mãe. Sofreu vários abusos de homens mais velhos até virar uma prostituta quando adulta.

quinta-feira, 26 de março de 2020

Alanis Guillen foi uma das melhores revelações de "Malhação - Toda Forma de Amar"

Não é fácil criar mocinhas que provoquem empatia no público e ainda ganhem torcida. No caso de "Malhação", seriado adolescente longevo da Globo, há outro agravante: lançar um novo talento com esse tipo de papel.  Ou seja, o autor precisa se preocupar com uma boa história, uma personagem bem construída e escolher (juntamente com a direção) uma intérprete desconhecida que convença em cena. É possível afirmar, portanto, que, apesar dos seus vários equívocos no conjunto da obra, Emanuel Jacobina conseguiu cumprir essa ingrata missão em "Malhação - Toda Forma de Amar".


Rita  é uma adolescente que teve sua filha tirada de seus braços pelo próprio pai e só soube da verdade durante a missa de sétimo dia do avô do bebê. Ao contrário do que acreditava, a menina não morreu no parto. A saga da personagem é lutar pela guarda da criança e enfrentar uma séria disputa judicial com a família que a adotou, no caso, Lígia (Paloma Duarte), Joaquim (Joaquim Lopes), Lara (Rosanne Mulholhand) e Filipe (Pedro Novaes), por quem ironicamente se apaixona e acaba correspondida. Um contexto que utilizou vários clichês da teledramaturgia e funcionou.

Alanis Guillen foi uma escolha bastante acertada para viver a determinada menina. No início da temporada, é preciso ressaltar, apresentou uma certa insegurança. Em algumas cenas mais pesadas, onde a emoção era muito exigida, acabou deixando a desejar. Compreensível. É sua estreia na televisão e quase sempre os jovens talentos do seriado começam irregulares.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Os 90 anos de Fernanda Montenegro

No dia 16 de outubro de 1929 nasceu Arlette Pinheiro da Silva, a mulher que seria conhecida nacional e internacionalmente como Fernanda Montenegro, uma das maiores atrizes brasileiras e a versatilidade em pessoa ---- afinal, também é locutora, radialista e até apresentadora. Como a veterana completou 90 anos nesta quarta-feira, a Globo iniciou uma leva de homenagens já na semana passada, através de um "Globo Repórter" especial sobre sua trajetória.


O jornalístico, obviamente, não conseguiu expor nem um terço da vida da intérprete ---- são mais de 70 anos de carreira em teatro, televisão e cinema ----, mas ainda assim prestou uma merecida reverência. Edney Silvestre acompanhou o trabalho da atriz na primeira fase de "A Dona do Pedaço", onde viveu a sanguinária Dulce, matriarca dos Ramirez, e conversou com o diretor Luciano Sabino sobre o profissionalismo de Fernanda. E palavras nem eram necessárias. Ficou perceptível nas imagens da atriz durante a forte cena em que Dulce matava três inimigos e incendiava a fazenda da família rival. Nem dublê foi necessário. Ela ficou diante do fogo sem problemas.

Os autores Silvio de Abreu e Walcyr Carrasco teceram vários elogios, assim como os colegas Edson Celulari e Renata Sorrah. O depoimento de Fernanda Torres sobre a força da mãe e a saga de uma mulher que sempre lutou pelo teatro brasileiro também foram alguns dos destaques.