terça-feira, 30 de novembro de 2021

Repleta de bons ganchos, "Um Lugar ao Sol" merece mais prestígio da Globo e do telespectador

 A estreia de Lícia Manzo no horário nobre, após as primorosas "A Vida da Gente" e "Sete Vidas", vem sendo o melhor dos presentes. "Um Lugar ao Sol" está no ar há menos de um mês, mas a autora já conseguiu apresentar sua história central com bastante habilidade e, aos poucos, os núcleos paralelos vão surgindo e, também, com vários conflitos bem construídos. Não há cena desnecessária. Tudo tem um sentido ou uma razão para estar ali. 


Impressiona como Lícia vem desenvolvendo seu roteiro sem enrolação ou pontas soltas. Todos os núcleos têm uma ligação e as peças acabam se encaixando mais cedo ou mais tarde. A autora está conseguindo contar sua história com dinamismo, apresentando capítulos repletos de acontecimentos e encerrados sempre com ganchos de tirar o fôlego. Como a produção terá apenas 107 capítulos, há uma maior facilidade para evitar a chamada barriga (período de enrolação). Mas, ao mesmo tempo, havia o risco de uma pressa que atrapalharia o entendimento e a densidade do enredo, o que não tem acontecido. 

A escritora está mostrando um novo lado até então desconhecido do público que acompanhou suas duas novelas anteriores. Isso porque as já citadas "A Vida da Gente" e "Sete Vidas" não eram folhetins de grandes viradas ou ganchos impactantes. Eram folhetins que retratavam o cotidiano de uma forma delicada e envolvente.

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Tatá Werneck consegue divertir convidados e público no "Lady Night"

 A sexta temporada do "Lady Night" estreou no dia 15 de novembro, já toda gravada. E o programa comandado por Tatá Werneck se mantém como um dos maiores acertos do Multishow. O prestígio da apresentadora é tanto que muitos entrevistados se convidam para a atração e fica visível como o nível dos convidados se eleva a cada ano. A primeira, a segunda, a terceira, a quarta e a quinta temporadas tiveram 25, 20, 25, 13 e 11 episódios, respectivamente. A atual tem 15 e já com previsão de reprise na Globo em 2022.

A escolha para o programa de estreia foi uma hilária conversa com Marcos Mion, recém-contratado da Globo. O novo apresentador do "Caldeirão" entrou em todas as brincadeiras da Tatá, que se deliciou com várias piadas em cima da Record, antigo local de trabalho do entrevistado. 

Todos os protocolos sanitários por conta da pandemia do novo coronavírus, vistos na temporada passada, foram mantidos. Nada de plateia ou contato físico da apresentadora com seus convidados. Tatá sempre teve muita interação com os entrevistados.

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Dolores e Nélio viraram os mocinhos de "Nos Tempos do Imperador"

 A atual novela das seis vem passando por muitos problemas. A trama escrita por Alessandro Marson e Thereza Falcão, dirigida por Vinícius Coimbra, sofreu rejeição do público e a audiência não tem sido satisfatória. A ausência de bons casais protagonistas é um dos erros de "Nos Tempos do Imperador". Mas a trama vem acertando em cheio na construção de um par secundário que vem crescendo a cada semana: Dolores e Nélio. 

O casal interpretado por Daphne Bozaski e João Pedro Zappa vem sendo muito bem construído. É justamente por isso que há um encantamento em torno do nascimento da relação, algo que nunca aconteceu com Pilar (Gabriela Medvedovski) e Samuel (Michel Gomes), além de Pedro (Selton Mello) e Luísa (Mariana Ximenes), que se apaixonaram subitamente e logo ficaram juntos. Há um cuidado na construção do vínculo entre os perfis mais menosprezados da trama. 

Aliás, é a humilhação constante que ambos sofrem a principal responsável pela aproximação dos personagens, que também se assemelham na personalidade: tímidos, introspectivos e um pouco atrapalhados. Eles são até parecidos fisicamente. Um telespectador que não acompanha a história pode achar que são irmãos.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Tudo sobre a coletiva online da segunda temporada de "Aruanas" na Globoplay

 A Globo promoveu na terça-feira, dia 23, a coletiva online sobre a segunda temporada de "Aruanas", que estreou exclusivamente na Globoplay, serviço de streaming da emissora, nesta quinta-feira, dia 25 de novembro. A entrevista contou com a presença dos criadores Estela Renner e Marcos Nisti, do diretor artístico André Felipe Binder e das atrizes Débora Falabella, Taís Araújo, Thainá Duarte, Camila Pitanga e Leandra Leal. Fui um dos convidados e conto um pouco sobre o bate-papo. 

André Felipe Binder falou sofre a dificuldade das gravações diante do novo coronavírus: "A pandemia foi um grande desafio. Eram poucos os figurantes. E quase um baile de máscaras. A gente só via as pessoas com o rosto tampado. Foi o primeiro projeto que quando terminei pensei 'ufa'. Porque temia pela nossa segurança. Mas a Globo nos ajudou muito com o suporte. Além da dificuldade de trabalhar com poucos figurantes, a gente teve que gravar uma cena em um estádio. Foi uma experiência nova. Graças a Deus conseguimos organizar. Há duas cenas definitivas muito importantes nessa temporada. Uma é neste estádio e a outra é o gatilho para conhecer a cidade de Arapós. Não dirigi a primeira temporada, mas de casa me apaixonei pela história. Muito importante ter como pano de fundo a poluição industrial e como são as várias camadas por trás disso. Além de colocar o dedo na ferida, fala sobre o protagonismo feminino. Foi um enorme desafio. Um desafio gratificante", contou o diretor. 

O autor Marcos Nisti contou um pouco sobre o tema da nova fase: "A gente acertou muito na primeira temporada falando de Amazônia e o assunto estava muito em alta. Apesar da gente achar que não melhoramos nada das políticas públicas sobre esse tema, vimos que 87% da população brasileira está preocupada com a Amazônia. Que isso sirva de impulso no voto para mudar isso. Agora na COP 26 (Conferências das Ações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021) foi falado de combustível fóssil e é isso mesmo que abordaremos na segunda temporada, declarou o autor sobre a temática da nova fase.

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

"Quanto Mais Vida, Melhor!" estreia com ótima apresentação dos protagonistas, boas referências e toque lúdico

 O que você faria se ganhasse uma segunda chance? Consertaria o erros do passado? Ou viveria como se não houvesse amanhã? A premissa de "Quanto Mais Vida, Melhor!", novela do estreante Mauro Wilson e dirigida por Allan Fiterman, tem um toque lúdico e ousado para um folhetim. A estreia, nesta segunda-feira (22/11), mostrou que a aposta do autor foi um acerto em um capítulo que apresentou os quatro protagonistas de forma competente e ainda expôs uma sincronicidade entre dramaturgia e trilha sonora pouco vista. 

O autor conseguiu apresentar os quatro protagonistas de forma dinâmica, onde ficou perceptível a característica mais marcante de cada um. O que um jogador de futebol desacreditado, uma empresária fashionista, um médico cirurgião bem-sucedido e uma dançarina de pole dance encrenqueira podem ter em comum? A estreia mostrou: a oportunidade de recomeçar. Ã‰ em uma encruzilhada que acontece o encontro de Neném (Vladimir Brichta), Paula (Giovanna Antonelli), Guilherme (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage). Os quatro passam por uma sucessão de aborrecimentos antes de se encontrarem em um aeroporto. 

O cirurgião Guilherme tem uma briga feia com a esposa Rosa (Bárbara Colen) e o filho Antônio (Matheus Abreu); a empresária Paula se vê cada vez mais encurralada pela rival, a ambiciosa Carmem (Júlia Lemmertz); o jogador Neném encara um momento difícil em sua carreira e precisa ajudar sua família financeiramente; já a dançarina Flávia escapa da prisão após uma tentativa frustrada de furto.

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

"Quanto Mais Vida, Melhor!": o que esperar da nova novela das sete?"

 A próxima novela das sete será totalmente inédita. A trama marca a estreia de Mauro Wilson como autor solo e teria o título de "A Morte Pode Esperar". Porém, como veio a pandemia do novo coronavírus, a direção da Globo achou o nome equivocado para o terrível momento que o mundo vive. Então mudaram para "Quanto Mais Vida, Melhor!". A história estrearia após a segunda parte de "Salve-se Quem Puder", mas optaram pela segurança de adiantar as gravações. Ou seja, assim como "Um Lugar ao Sol", nova das nove, entrará no ar quase finalizada. 

Dirigido por Allan Fiterman, o folhetim tem uma premissa criativa e ousada. O que um jogador de futebol desacreditado, uma empresária fashionista, um médico cirurgião bem-sucedido e uma dançarina de pole dance encrenqueira podem ter em comum? Independentemente da classe social, da faixa etária, do gênero e da crença, ninguém passa batido pela ideia de que pode ter apenas mais um ano de vida. O abalo, em maior ou menor grau, coloca os quatro no mesmo barco e impõe a eles os mesmos sentimentos: o medo de se afastar de quem se ama e de partir sem ter vivido ou reencontrado seu grande amor. 

É em uma encruzilhada que acontece o encontro de Neném (Vladimir Brichta), Paula (Giovanna Antonelli), Guilherme (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage), em "Quanto Mais Vida, Melhor!". Após um acidente aéreo, os quatro personagens veem a Morte (A Maia) de perto, e ela, em pessoa, lhes faz uma ressalva: um deles vai fazer sua passagem de forma definitiva em um ano.

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Mariana Santos roubou a cena em "Pega Pega"

 A reprise de "Pega Pega" não repetiu o sucesso de audiência da época em que foi exibida, em 2017. Aliás, o caso da novela da então estreando Cláudia Souto é atípico: teve excelentes índices, mas a repercussão foi baixa e não ficou marcada na memória do público. Todavia, a história teve alguns acertos e um deles foi a escalação de Mariana Santos. 

Era a estreia da atriz em novelas. Mariana ficou no humorístico "Zorra Total" entre 2006 e 2015, sendo que em 2012 migrou para o ótimo "Amor & Sexo", onde se destacou na bancada dos comentaristas, até o encerramento do programa comandado por Fernanda Lima, em 2018. Chegou a participar também do "Zorra" reformulado entre 2015 e 2017. Mas foi com a Maria Pia que despertou um olhar especial do público e da crítica para seu talento como atriz. 

A personagem começou inicialmente como uma típica vilã que queria separar os mocinhos. Todavia, os ditos 'mocinhos' fracassaram e viraram, na época, o maior equívoco da novela. Não demorou para o telespectador se mostrar bem mais interessado na trajetória da aparente antagonista.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Com a demissão de Camila Queiroz, como ficará o final de "Verdades Secretas 2" sem Angel?

 A Globo emitiu uma nota nesta quarta-feira (17/11) comunicando o desligamento de Camila Queiroz das gravações finais de "Verdades Secretas 2", primeira novela exclusiva da Globoplay, escrita por Walcyr Carrasco e dirigida por Amora Mautner, que vem alcançando uma grande audiência no serviço de streaming da emissora. A questão é que a demissão provoca um inevitável questionamento no grande público: como ficará o final da continuação de "Verdades Secretas" sem Angel? (o texto tem spoilers)


A nota da Globo assustou todos que trabalham com televisão porque nunca a emissora emitiu uma nota tão direta e sem qualquer cordialidade sobre o fim de um contrato: "A atriz Camila Queiroz não faz mais parte do elenco de "Verdades Secretas 2", novela em exibição na Globoplay. Impactado pelos rigorosos protocolos adotados durante a pandemia, o período de gravação da obra, previsto para terminar no último dia 10, teve que ser ampliado por sete dias. Para assinar a extensão de contrato necessária à gravação das cenas finais da novela, Camila Queiroz quis determinar o desfecho da personagem Angel e exigiu um compromisso formal de que faria parte de uma eventual terceira temporada da obra, além de outras demandas contratuais inaceitáveis". 

A nota ainda segue: "A Globo, então, decidiu concluir "Verdades Secretas 2" sem a participação da atriz. A novela seguirá sendo gravada e as cenas serão adaptadas para que seja mantida a essência da trama", finalizou a emissora. Já Camila Queiroz emitiu um breve comentário em seu Twitter: "Tentei ter razão, mas a saúde mental venceu. Depois volto aqui para conversar com vocês", declarou a intérprete. Mais tarde, emitiu uma nota onde não desmentiu que desgostou do final e ainda afirmou que a Globo quis puni-la pelo seu contrato anterior com a Netflix.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Clássico mexicano amado pelos brasileiros, "A Usurpadora" estreia na Globoplay

Fruto da longeva parceria entre SBT e Televisa (principal cadeia mexicana de televisão), "A Usurpadora" foi exibida pela primeira vez no Brasil em 1999 e foi um fenômeno de audiência. A primeira reprise foi em 2000, menos de um ano depois da exibição original. O SBT passou a trama novamente em 2005, 2007, entre dezembro de 2012 e maio de 2013, e ainda em 2015. Seis exibições. Todas as vezes conquistando expressivos números no Ibope. Parecia, portanto, algo impossível ver a novela na Globo. Afinal, virou uma espécie de marca do canal de Silvio Santos. Mas a Globoplay adquiriu uma leva de folhetins mexicanos de sucesso, entre eles a trama protagonizada por Paulina e Paola Bracho, que entrou no serviço de streaming nesta segunda-feira. 


O enredo da gêmea rica e da gêmea pobre é um clássico da teledramaturgia e, ao menos neste caso, já ficou explícito que não se desgasta. Comparando a uma produção brasileira, pode-se constatar que a história mexicana fez o mesmo sucesso no SBT que as várias reprises do fenômeno "A Viagem" fizeram na Globo e no Canal Viva. Protagonizada por Gabriela Spanic, a história é sobre duas irmãs idênticas que têm suas vidas separadas assim que nascem. Mas, por ironia do destino, se cruzam anos depois e acabam trocando de papéis.

Paulina e Paola são gêmeas. A mãe das duas vive em uma situação de miséria e, em virtude disso, abandona uma delas, que é adotada por uma família rica. A que fica com ela precisa enfrentar várias dificuldades e se transforma em uma mulher tímida, íntegra e boa.

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Tudo sobre a coletiva online de "Quanto Mais Vida, Melhor!", a nova novela das sete

 A Globo promoveu duas coletivas online de "Quanto Mais Vida, Melhor!", a nova novela das sete que estreia no dia 22 de novembro. Uma na quarta-feira (10/11) com o autor Mauro Wilson, o diretor artístico Allan Fiterman, e os atores Marcos Caruso, Elizabeth Savalla, Mariana Nunes, Evelyn de Castro, Alessandro Brandão, Pedroca Monteiro e Bárbara Colen. No dia seguinte, na quinta-feira (11/11), a coletiva contou com a presença dos protagonistas: Mateus Solano, Valentina Herszage, Vladimir Brichta e Giovanna Antonelli, além do autor e o diretor novamente. Fui um dos convidados e conto um pouco sobre o bate-papo. 

Allan falou sobre a temática da novela, que muitos consideram pesada. "O primeiro nome da trama era "A Morte pode Esperar". Tinha até uma dose de ironia. Mas com a pandemia vimos que esse título não tinha mais sentido. Então optamos por esse da vida. E será tudo tratado de forma leve. O elenco também tem muita gente nova que trará um frescor para o horário. É uma novela muito musical. Uma vez por semana vocês vão ver uma música com a performance de um dos protagonistas cantando. E tem músicas inéditas compostas para a novela. Olha o spoiler", deixou escapar o diretor. Pedroca Monteiro contou sobre a identificação com seu personagem: "Não me identifico muito com o Prado. Ele é um brother hétero com uma autoestima inabalável e uma ética duvidosa. É um mulherengo que se acha muito inteligente, mas é completamente equivocado. Só que no meio do caminho ele encontra a Jandira (Micheli Machado) e cria uma paixão. Isso muda ele. Talvez neste momento eu me identifique mais com ele. Mas no todo sou bem menos hétero que ele e tenho uma autoestima bem menos elevada", debochou o ator provocando risos nos colegas. 

Bárbara Colen falou de sua personagem: "A Rose é uma mulher que tem muito tempo que abandonou a profissão. Ex-modelo profissional. Interrompe a carreira a pedido do marido, Guilherme (Mateus Solano), um respeitado médico. E resolve se dedicar a alguma coisa, ser útil. E quando ela entra em contato com o projeto da Joana fica muito encantada".

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

"Um Lugar ao Sol" vem apresentando um início ágil e promissor

 "O que todo mundo quer na vida é uma oportunidade. Uma chance. Mas e se para ter um lugar ao sol você tivesse que encarar suas sombras? Você deixaria de ser quem é para chegar aonde quer?" A mensagem do teaser de "Um Lugar ao Sol", nova novela das nove da Globo, que estreou nesta segunda-feira (08/11), totalmente inédita e já toda gravada, provoca curiosidade sobre mais uma história da talentosa Lícia Manzo, autora que fez sucesso em "A Vida da Gente" (2011) e "Sete Vidas" (2015), ambas na faixa das seis, e agora estreia no horário nobre da emissora apostando no dramalhão clássico. 


A escritora não costuma utilizar maniqueísmo em suas obras. Ninguém é muito bom ou muito mau. Todos têm suas complexidades e controvérsias de qualquer ser humano. Portanto, a trama que norteia a produção foge do clichê, ainda que se utilize dele. Meio confuso? Nem tanto. Lícia conta o folhetim clássico do gêmeo que ocupa o lugar do outro. Mas do jeito dela. E um jeito que o público já aprendeu a admirar. Tanto que os primeiros capítulos da nova novela das nove vêm causando a melhor das impressões. 

A estreia já conseguiu arrebatar pela forma como tudo foi apresentado ao público. Em uma hora e meia de capítulo, praticamente uma duração de filme, Lícia mostrou o nascimento dos gêmeos, algumas passagens de tempo muito bem colocadas pela direção de Maurício Farias, e como cada irmão se adaptou à nova vida.

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

"Um Lugar ao Sol": o que esperar da nova novela das nove?

A nova trama das 21h da Globo estreia hoje, dia 8 de novembro, e marca a chegada de Lícia Manzo no horário mais nobre da emissora. A autora é a responsável por dois primorosos folhetins das 18h: "A Vida da Gente", de 2011(reprisada recentemente), e "Sete Vidas", de 2015. Duas histórias que primaram pela sensibilidade e resultaram em uma sucessão de elogios do público e da crítica. Há uma expectativa muito grande para "Um Lugar ao Sol", pois a força dramática das histórias da escritora sempre foram perfeitas para a principal faixa de novelas do canal. 

 Mas a verdade é que Lícia Manzo enfrentou uma verdadeira saga até estrear sua primeira novela no horário nobre. Após o êxito de "Sete Vidas", a autora foi escalada para escrever uma novela das 23h, prevista para 2016. A sinopse foi criada e o título era "Jogo da Memória". A trama abordaria uma relação incestuosa entre uma irmã e seu irmão por parte de pai em três épocas distintas. Mas a Globo achou o investimento caro para uma trama que teria três fases. O projeto acabou cancelado, mas Lícia escreveu a história inteira, que segue engavetado. Pediram, então, para a escritora fazer uma novela sem horário definido. Pedido aceito. 

A princípio, a Globo decidiu destinar a nova trama de Lícia para as 18h. Porém, outra vez criaram empecilhos e uma nova ordem veio: adaptar o enredo para a faixa das 21h. Quando tudo parecia certo, a direção não achou que a história não tinha a força necessária e uma nova adaptação foi feita, segundo várias notas de colunistas.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Reprise comprovou que "Império" foi uma novela regular e sustentada apenas pelo núcleo central

"Império" teve 203 capítulos em sua exibição original, entre julho de 2014 e março de 2015. A reprise da saga do comendador José Alfredo de Medeiros (Alexandre Nero), que chega ao fim nesta sexta-feira (05/11), foi exibida quase na íntegra. Na época, a trama de Aguinaldo Silva fez sucesso: elevou em três pontos a média geral, derrubado por "Em Família", fracasso anterior, escrito por Manoel Carlos. No entanto, a reexibição não repetiu o feito: a média foi bem menor que as reprises de "Fina Estampa" e "A Força do Querer". 


Apesar do êxito nos números do Ibope em 2014, a trama pode ser classificada apenas como regular. Não foi uma obra péssima e conseguiu ser bem melhor do que dois folhetins relativamente recentes do autor ---- a já citada e problemática "Fina Estampa" e o fiasco "O Sétimo Guardião". Entretanto, esteve longe de ser uma novela ótima. A história teve muitos equívocos, mas o núcleo central sustentou bem "Império", sendo o seu maior acerto. A família Medeiros teve dois perfis de destaque muito complexos (Zé Alfredo e Maria Marta) e os embates pelo comando da empresa de joias sempre eram atrativos.

O autor foi muito corajoso ao colocar um homem repleto de desvios de conduta e extremamente arrogante como protagonista, e ainda escolher Alexandre Nero para interpretá-lo. Toda a coragem valeu a pena, afinal, o comendador (um típico anti-herói) caiu nas graças do público, fez sucesso e o ator deu um verdadeiro show na pele do personagem que até hoje é o melhor de sua carreira.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Ótimo em "Império", Alexandre Nero também vem brilhando em "Nos Tempos do Imperador"

 A estreia de Alexandre Nero na televisão foi tardia. Com 38 anos, em 2008, o ator caiu nas graças do público logo em sua primeira novela. Na pele do humilde verdureiro Vanderlei, Alexandre se destacou vivendo um dos personagens de menor importância de "A Favorita", primeira novela de João Emanuel Carneiro no horário nobre. Pois seis anos se passaram e o ator ganhou sua melhor oportunidade como o protagonista de "Império", em 2014, na trama de Aguinaldo Silva, cuja reprise se encerra nesta semana. Ao mesmo tempo, o intérprete vem brilhando em "Nos Tempos do Imperador", a primeira novela das 18h inédita em tempos de pandemia. 


José Alfredo foi um personagem bem complexo e engrandecedor para qualquer ator. O protagonista da trama mesclava momentos de vilania com atos enobrecedores. Era machista, frio, amoroso, cruel, heroi, vilão, sonegador, honesto, canalha, sincero, enfim, uma contradição ambulante. Uma escolha ousada do autor que deu certo, já que nem todo personagem central com tais características funciona. O carisma do intérprete ajudou bastante na aceitação popular. 

A complexidade dos sentimentos do comendador ao longo do enredo proporcionou para Alexandre Nero cenas ótimas, que evidenciaram o acerto de sua escalação. O ator esteve impecável na pele do bem construído e machista personagem, que tinha uma amante muito mais jovem, era pai de quatro filhos e casado com uma mulher que só pensava em poder. Aguinaldo escreveu José Alfredo especialmente para o ator e acertou em cheio.