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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Os melhores de 2022 eleitos pela "APCA"

 A "Associação Paulista de Críticos de Arte" premiou, em assembleia realizada nesta segunda-feira, dia 6, os melhores de 2022 em dez áreas, entre elas a de Televisão. E os melhores da TV foram divididos em sete categorias: Novela, Ator, Atriz, Série Drama, Série Comédia, Série Documental/Documentário e Variedades. Todos os finalistas foram merecidos, assim como os vencedores. 


"Pantanal" venceu como Melhor Novela e não há o que discutir a respeito da qualidade do remake de um dos maiores sucessos de Benedito Ruy Barbosa. Apesar do neto Bruno Luperi ter copiado e colado praticamente todo o texto e conflitos, com raríssimas alterações, o que deixou o enredo anacrônico, a obra teve um capricho de encher os olhos e um elenco estelar. A ótima repercussão nas redes sociais refletiram a melhora nos índices de audiência da faixa nobre, hoje derrubados com a fraca "Travessia". A produção concorreu com "Além da Ilusão", "Um Lugar ao Sol" e "Mar do Sertão", as três também da líder, e "Todas as Flores", do Globoplay. 

Osmar Prado ganhou como Melhor Ator e mereceu por conta de sua atuação magistral como Velho do Rio no remake de "Pantanal". Mas os críticos poderiam ter premiado Antônio Calloni pelo show na pele do esquizofrênico Matias, de "Além da Ilusão", que também estava concorrendo.

sábado, 31 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: os destaques do ano

 Após cinco retrospectivas relembrando os artistas que deixaram saudades, os piores do ano, os melhores casais, as cenas mais marcantes e as melhores atrizes e atores de 2022, chegou a hora de listar os destaques do ano que passou. A última retrô do blog é sobre as produções que mais marcaram ao longo destes doze meses e foram vários trabalhos admiráveis que merecem menção. Vamos a eles.



"Pantanal":

O remake do fenômeno de Benedito Ruy Barbosa, exibido pela Rede Manchete em 1990, foi o grande acerto dramatúrgico da Globo em 2022. A emissora também se esforçou para dar certo. O clima de superprodução era evidente nas inúmeras chamadas e do intenso processo de divulgação feito com bastante antecedência. Adaptada pelo neto do autor, Bruno Luperi, a trama novamente caiu nas graças do público e fez sucesso nas redes sociais, além de ter caído na boca do povo através de algumas expressões dos personagens que viraram meme, como 'ara', 'querimbora', 'reiva', 'câmbio' e 'fivela de respeito'. Vários atores brilharam e viveram grandiosos momentos na história, como Alanis Guillen na pele de Juma Marruá, Juliana Paes em uma luxuosa participação, Isabel Teixeira como Maria Bruaca, Murilo Benício como Tenório, Osmar Prado como Velho do Rio, Marcos Palmeira como Zé Leôncio, entre tantos mais. Os equívocos da novela foram os mesmos que aconteceram em 1990 porque Luperi se mostrou incapaz de mudar conflitos e mexer em algumas situações que não funcionaram há 32 anos. Era para ter sido um remake perfeito porque havia a possibilidade de consertar os erros do passado, mas a chance foi jogada no lixo. Pena.



"Além da Ilusão": 

A novela das seis de Alessandra Poggi fez sucesso e reergueu a faixa das 18h da Globo. Muitas foram as razões para o êxito e uma delas foi o mergulho no melodrama rasgado em um enredo de época muito bem exposto por uma equipe competente de caracterização e figurino. A trama também era bem movimentada e com boas viradas, ao mesmo tempo que os núcleos secundários se destacaram pelo bom elenco escalado e ótimos casais. A autora só errou no desenvolvimento do conflito central envolvendo Davi (Raffae Vitti) e Isadora (Larissa Manoela). Os atores brilharam e tinham química, mas tudo o que cercava o par era problemático ao extremo e a romantização incomodou do início ao fim. Não deu para engolir a paixão arrebatadora que o mocinho sentiu, dez anos depois, pela irmã da sua falecida amada sem achar que era uma obsessão pela imagem da morta. E nenhum personagem se incomodar com o fato do rapaz estar com a irmã da antiga paixão que ocasionou uma desgraça na família (o pai assassinou a filha mais velha por engano, já que tentou matar o futuro genro) foi um completo absurdo. Mas os vilões eram excelentes, a trilha sonora deliciosa e vários romances caíram nas graças do público, como Violeta (Malu Galli) e Eugênio (Marcelo Novaes), Leônidas (Eriberto Leão) e Heloísa (Paloma Duarte); e Olívia (Debora Ozório) e Tenório (Jayme Matarazzo). 


quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: as melhores cenas do ano

 Com a voltas das gravações em virtude do avanço da vacinação contra a covid-19, as novelas retornaram ao ritmo normal. No entanto, no início do ano várias produções ainda enfrentavam as restrições por conta da variante ômicron e algumas já entraram no ar finalizadas, como "Nos Tempos do Imperador", "Quanto Mais Vida, Melhor!" e "Um Lugar ao Sol". Já ao longo de 2022 tudo foi voltando ao ritmo normal. E foram muitas cenas merecedoras de elogios. Vamos a mais uma retrospectiva: 




Paula desabafa com a filha em "Quanto Mais Vida, Melhor!":

Giovanna Antonelli e a grata revelação Nina Tomsic emocionaram no momento em que Paula contou para a Ingrid que antes dela teve uma filha que faleceu. Um raro momento de fragilidade da personagem egocêntrica da novela das sete que ainda culminou em uma nova briga no desfecho da sequência. As duas atrizes brilharam. 


Passagem de tempo em "Um Lugar ao Sol":

Apenas três meses se passaram, mas Lícia Manzo conseguiu transformar a passagem em uma aula de sensibilidade com a exibição de vários momentos da novela das nove enquanto Ravi (Juan Paiva) narrava a metáfora das formigas. A autora é a que melhor consegue criar passagens de tempo. 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: os melhores casais do ano

 As produções televisivas voltaram ao ritmo normal de gravações por conta do avanço da vacinação contra a covid-19. A temporada de reprises acabou. E com isso vários casais se destacaram nas novelas ao longo de 2022. Vamos a eles: 




Guilherme e Flávia ("Quanto Mais Vida, Melhor!"): 

 A deliciosa "Quanto Mais Vida, Melhor!" foi um grande acerto de Mauro Wilson e o autor foi muito feliz na construção do casal interpretado por Mateus Solano e Valentina Herszage na trama. Os atores viveram pai e filha em "Pega Pega" (2017), reprisada ano passado, e representaram um casal que conquistou o público. A dançarina de pole dance que vivia metida em confusões foi a maior responsável pelo início do processo de 'humanização' do cirurgião que era abusivo e controlador. A música "Together", cantada por Sia, tema de Flávia, deixavam as cenas do par ainda melhores. A ótima repercussão nas redes sociais foi fruto de uma soma muito feliz de atores, personagens e desenvolvimento. 



Violeta e Eugênio ("Além da Ilusão"): 

Malu Galli e Marcello Novaes transbordaram química desde a primeira cena, quando os personagens se conheceram e logo se implicaram. Uma fórmula que raramente falha na teledramaturgia. O jogo de gato e rato seguiu ao longo de "Além da Ilusão" e o casal virou o mais bem aceito nas redes sociais. Violeta era uma personagem muito sofrida e cheia de feridas não cicatrizadas. Seus momentos com Eugênio acabaram funcionando como uma válvula de escape para a mãe da protagonista da história de Alessandra Poggi. O casal ainda teve a melhor música da novela: "Easy on me", de Adele. 


domingo, 25 de dezembro de 2022

As justiças e as injustiças do "Melhores do Ano" de 2022

 O "Melhores do Ano" foi ao ar neste domingo, dia 25, sob o comando de Luciano Huck, com direito a uma grata surpresa no final com o show maravilhoso de Milton Nascimento e Simone. Merecia até ter durado mais tempo. Como ocorre todo ano, inclusive na época de Faustão, foram muito premiados merecedores e algumas indicações controversas, além de esquecimentos injustos. Então vale analisar as justiças e as injustiças da edição de 2022. 


Na categoria Melhor Atriz de Novela foram três nomes de "Pantanal" escolhidos: Alanis Guillen, Dira Paes e Isabel Teixeira. Três nomes mais do que merecidos. Alanis foi a melhor escolha possível para Juma Marruá, enquanto Dira Paes emocionou e divertiu com sua Filó. No entanto, Isabel deveria estar como Melhor Atriz Coadjuvante. A atriz foi um dos maiores trunfos do remake de Benedito Ruy Barbosa e fez de Maria Bruaca um fenômeno. Ganhou e merecia o troféu com larga vantagem, mas como coadjuvante e não principal porque era um perfil secundário. Uma pena que várias intérpretes tenham sido esquecidas, como Alinne Moraes, que deu um show como Bárbara em "Um Lugar ao Sol", ou Valentina Herszage e Giovanna Antonelli, que brilharam como Flávia e Paula Terrare em "Quanto Mais Vida, Melhor!". Larissa Manoela também fez bonito como Isadora e Elisa em "Além da Ilusão". 

Na categoria Melhor Ator de Novela ao menos houve a lembrança da novela das seis de Alessandra Poggi. Antônio Calloni foi um dos indicados e seu desempenho como o esquizofrênico Matias foi extraordinário. Murilo Benício, que se destacou como Tenório, e Marcos Palmeira, que viveu seu melhor momento na televisão como Zé Leôncio, ambos em "Pantanal", também foram indicações justas.

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Sem adaptações relevantes, sucesso do remake de "Pantanal" se deu pela força da história e dos personagens emblemáticos de Benedito Ruy Barbosa

 O remake de "Pantanal" teve um tratamento diferenciado da Globo. Houve um intenso trabalho de divulgação bem antes da produção estrear e enquanto estava no ar foi assunto de todos os programas de entretenimento da grade. Também investiu bastante na novela que teve um clima de superprodução. O esforço valeu a pena. A obra baseada fielmente na história escrita por Benedito Ruy Barbosa na Rede Manchete em 1990, que chegou ao fim nesta sexta-feira (07/10), teve uma boa repercussão e audiência satisfatória. Fez sucesso. Aumentou oito pontos a média geral da faixa em comparação com a antecessora, "Um Lugar ao Sol", que não recebeu o mesmo tratamento.


A fotografia e o elenco foram os grandes trunfos da trama adaptada por Bruno Luperi, neto do autor. A direção de Rogério Gomes impressionou na primeira fase, enquanto a de Gustavo Fernandez manteve a qualidade na segunda. As imagens --- com direção de fotografia de Walter Carvalho --- encheram os olhos e pareciam pinturas. A preocupação em gravar várias cenas sempre ao entardecer, aproveitando os breves minutos do pôr-do-sol diante do verde e das águas do Pantanal, teve um resultado deslumbrante e deve credenciar a obra para concorrer ao Emmy Internacional. 

A primeira fase foi impecável. Com poucos personagens e um bom ritmo, sem pecar pela lentidão ou uma correria desnecessária, a trama logo conquistou o telespectador através dos personagens emblemáticos criados por Benedito há 32 anos e pelos atores que aproveitaram a curta chance que tiveram.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Irandhir Santos provou em "Pantanal" que consegue brilhar até com um personagem mal desenvolvido

Nada mais vantajoso para uma boa história do que a presença de um grande ator nela. O remake de "Pantanal" caiu nas graças do público e Bruno Luperi foi feliz na escolha do elenco. E acertou ainda mais quando colocou o extraordinário Irandhir Santos para participar das duas fases do folhetim. Uma pena, porém, que Zé Lucas de Nada tenha sido um papel tão ingrato. 


O ator não é uma figura frequente na televisão, embora esteja bastante requisitado nos últimos anos. Tanto que brilhou como o vilão Álvaro na controversa "Amor de Mãe", em 2019. Em "Pantanal", surgiu logo no primeiro capítulo na pele de Joventino, o pai de José Leôncio. E protagonizou a cena mais emblemática da estreia do remake. O telespectador não vai esquecer o momento que o peão encantou um marruá após muita insistência e uma coreografia que prezou o respeito pelo animal. O texto nem foi necessário. Um momento de pura emoção protagonizado por um ator que sabe aproveitar cada minuto de tela. Foram poucas sequências, mas todas marcaram. E dias depois Jove sumiu no mato para nunca mais voltar. 

Só que Luperi não desperdiçou a chance de trabalhar novamente com Irandhir. Um ator de seu nível não podia ficar na novela por apenas alguns capítulos. O autor escolheu o intérprete para ser o Zé Lucas de Nada na segunda fase e assim que o personagem surgiu, quase dois meses depois do encerramento da primeira parte da história, houve um impacto por conta da comparação com o personagem anterior.

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Marcos Palmeira viveu seu melhor momento na carreira como Zé Leôncio em "Pantanal"

 O remake de "Pantanal" está a poucos dias de seu fim. A trama de Benedito Ruy Barbosa, adaptada por Bruno Luperi, fez sucesso e o elenco foi um dos maiores trunfos da produção. Houve uma preocupação na escolha de cada nome. O resultado foi o melhor possível, principalmente no time protagonista. E Marcos Palmeira viveu seu melhor momento na televisão. 


O ator esteve brilhante como Zé Leôncio. Vale lembrar que sua missão era a mais difícil do elenco da segunda fase. Isso porque Renato Góes encantou o público na pele de Leôncio mais jovem. E o personagem era alegre, engraçado e leve. Marcos ficou com a parte complicada: o período em que o protagonista perde a esperança na vida em virtude da falta de pistas sobre o pai, que sumiu o mundo, e longe do amor de sua vida, Madeleine (Karine Teles), e do filho Jove (Jesuíta Barbosa). A leveza do fazendeiro deu lugar a um lado amargo e rabugento. 

A mudança de fase da novela e de personalidade do papel causou uma estranheza inicial no público. Mas Marcos Palmeira logo desfez qualquer má impressão. Foi dominando o personagem a cada capítulo, até transformá-lo em um ótimo protagonista.

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Bella Campos foi uma grata revelação de "Pantanal"

 Não é exagero afirmar que o cancelamento de "Malhação" provoca uma queda brusca no lançamento de talentos no mercado. O longevo seriado adolescente da Globo era a porta de entrada de muitos novatos. A maior prova disso é Bella Campos. A atriz tinha sido escolhida para protagonizar "Malhação - Transformação", temporada escrita por Priscila Steinmann que foi descontinuada pela emissora. A intérprete, então, fez teste para o remake de "Pantanal" e passou. Foi um dos destaques na pele da Muda. 

Ou seja, a atriz que brilhou na trama adaptada por Bruno Luperi não deixa de ter sido lançada em "Malhação". Mesmo com uma temporada que sequer foi ao ar. Bella ganhou uma personagem que seria complicada até para uma profissional experiente. Ruth chegou na história para se vingar de Juma e Maria Marruá (Alanis Guillen e Juliana Paes) por conta da tragédia que viveu na infância, quando seu pai acabou brutalmente assassinado por Gil (Enrique Diaz), pai de Juma e marido de Maria. Como foi logo ameaçada com uma arma, ficou sem falar e as duas acharam que era muda. Acabou interpretando esse papel. 

A própria Bella declarou em entrevistas que o processo inicial foi complicado e acabou estabelecendo um método de estudo para o papel. A atriz inventava o texto de Muda em sua mente, de acordo com o que era falado em cena pelos demais personagens, para poder imprimir expressões faciais convincentes. E deu muito certo. O risco de cair na caricatura ou até em uma artificialidade era alto. Afinal, representar uma menina que fingia não falar e mantinha uma feição séria quase o tempo todo não era uma tarefa das mais simples.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Ótimo como Tenório em "Pantanal", Murilo Benício se destaca em qualquer papel

 A versatilidade de Murilo Benício já é conhecida do grande público há muito tempo. O ator tem uma respeitável carreira e vários personagens que entraram para a história da teledramaturgia. Parecia até que não tinha mais como surpreender o público, pois interpretou de tudo ao longo dos anos. Mas agora o intérprete vem mostrando uma outra faceta na pele do calculista Tenório no remake de "Pantanal". 


O personagem foi interpretado brilhantemente por Antônio Petrin na versão original, exibida pela TV Manchete em 1990. Isabel Teixeira, que está irretocável como Maria Bruaca, copiou todos os trejeitos de Angela Leal, intérprete da sofrida mulher de 32 anos atrás. Já Murilo preferiu fazer o coronel do jeito dele. E também acertou. O vilão anterior tinha o mesmo sotaque dos demais personagens e o atual não. Há ainda um aspecto mais sombrio e enigmático na nova versão. Parece um lobo em pele de cordeiro, enquanto o de Petrin era um lobo sem disfarces, mais assustador. 

Murilo adotou um tom mais sóbrio, sem exageros. E está ótimo. Conseguiu diferenciar Tenório de todos os outros personagens que já interpretou, o que não é tarefa simples. Vale destacar também a equipe de caracterização. Os óculos, bigode, boné, além das vestimentas trazem uma identidade para aquele sujeito que enriquece e vive enganando os outros.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Casal formado por Irma e Zé Lucas é o maior equívoco de "Pantanal"

 Impossível não cair na repetição em torno da fidelidade tacanha de Bruno Luperi ao roteiro de Benedito Ruy Barbosa. O neto se recusou a mudar qualquer mínimo conflito que seja no remake de "Pantanal". Tirando pequenas alterações que em nada afetam o roteiro, a trama é praticamente idêntica ao conjunto que foi exibido em 1990 na Rede Manchete. É como se a Globo estivesse reprisando a obra da concorrente, mas com a sua tecnologia e o seu elenco. E isso não é o significado de remake, embora alguns achem. 

A maior falha da atitude de Luperi está na persistência dos erros da versão original. O autor tinha a chance de consertar todas as falhas que a produção teve há 32 anos e transformá-la em um produto perto da perfeição. Mas a sua justificativa é que a trama foi gravada com muita antecedência por conta das cheias do Pantanal e pela pandemia. Só que a desculpa usada recentemente em uma breve entrevista no "Encontro" não se sustenta. "Um Lugar ao Sol", "Nos Tempos do Imperador" e "Quanto Mais Vida, Melhor!" foram novelas prejudicadas pela pandemia. Foram obras fechadas que não puderam ser modificadas de acordo com a resposta do público. Só que "Pantanal" não se enquadra nesse time. 

O remake foi tratado com todos os privilégios possíveis pela Globo, incluindo o intenso trabalho de divulgação. E várias cenas da novela foram gravadas com a produção já no ar. Aliás, até hoje tem ator gravando cena. Incluindo sequências da reta final e de publicidade inseridas na história. Então como Luperi pode usar a desculpa de uma frente grande de capítulos?

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Bruno Luperi joga no lixo a oportunidade de consertar os equívocos de "Pantanal"

 Ã‰ raro existir uma novela perfeita. Até os maiores sucessos de todos os tempos tiveram suas falhas. É algo normal na teledramaturgia e em qualquer produção de teatro ou audiovisual. Dá para contar nos dedos os roteiros impecáveis. "Pantanal" foi um fenômeno da Rede Manchete e entrou para a história por conta dos personagens marcantes, cenas de nudez e ter ameaçado a liderança da Globo em 1990. Porém, o folhetim de Benedito Ruy Barbosa teve seus equívocos e muitos nunca foram esquecidos. A realização de um remake era a chance para aperfeiçoar um produto tão querido pelos telespectadores. 


Mas Bruno Luperi, neto do autor e responsável pela adaptação, jogou no lixo a oportunidade de ouro que teve. Ou foi obrigado pelo avô a jogar no lixo, é importante levantar a dúvida. Isso porque o remake vem se mantendo praticamente idêntico ao produto original, exibido há 32 anos. Foram pouquíssimas mudanças até o momento. Uma das raras foi a alteração na personalidade de Jove (Jesuíta Barbosa). O mocinho de Marcos Winter era sarcástico, de pavio curto e machista. O atual é militante, introspectivo e 'zen'. Já algumas falas hoje vistas como homofóbicas, sobre Zaquieu (Silvero Pereira), também foram minimamente reformuladas. 

A outra pequena mudança foi a segunda família de Tenório (Murilo Benício). Em 1990, era formada por atores brancos e agora foram escalados intérpretes negros para uma representatividade, já que na história original só tinha um negro no elenco. Todavia, na prática, a mexida não provocou nada de diferente no roteiro. Tudo segue exatamente igual ao texto de 32 anos atrás.

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Brilhante como Maria Bruaca, Isabel Teixeira rouba a cena em "Pantanal"

 O remake de "Pantanal" vem repetindo o sucesso da versão original, exibida em 1990 na TV Manchete. Um dos muitos êxitos da trama adaptada por Bruno Luperi é a escalação do elenco. São vários excelentes nomes e, mesmo com o time enxuto, todos têm a oportunidade de destaque. E Isabel Teixeira tem sido uma das melhores surpresas da novela. 

Maria Bruaca é aquela coadjuvante que tem trama de protagonista. Os conflitos da personagem seguem atuais mesmo 32 anos após a exibição da novela. É a típica mulher que cresceu aprendendo a ser submissa e internalizou a condição humilhante depois do casamento. Casada com Tenório (Murilo Benício), a mulher nunca contestou a forma como sempre foi tratada pelo marido. O sobrenome 'Bruaca' nem existe, foi apenas a solidificação do xingamento constante que recebe de seu esposo. Conformada, Maria se dizia feliz, mesmo com um semblante deprimido. 

Porém, a descoberta da vida dupla de seu companheiro provocou uma virada na trama. A personagem escutou a filha, Guta (Julia Dalavia), conversando com o pai e perguntando até quando esconderia sua outra família. Isso porque a própria Maria escutou Tenório chamando por Zuleica (Aline Borges), a outra esposa, enquanto dormia. A desconfiança se instaurou até resultar no flagrante do diálogo entre pai e filha.

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Casamento duplo resulta em sequências emocionantes no centésimo capítulo de "Pantanal"

 A novela das nove da Globo apresentou um capítulo primoroso nesta quinta-feira, dia 21. O remake de "Pantanal" vinha andando em círculos há semanas, consequência da quase nula interferência de Bruno Luperi na obra original do avô, Benedito Ruy Barbosa, que era arrastada em 1990. Tudo vem sendo mantido quase idêntico ao folhetim original, inclusive os defeitos. Mas isso é tema para outro texto. Agora é necessário uma sucessão de elogios ao que foi apresentado no centésimo capítulo da trama. 


O casamento duplo de Muda (Bella Campos) com Tibério (Guito) e de Jove (Jesuíta Barbosa) com Juma (Alanis Guillen) rendeu longas sequências, onde a beleza da fotografia e a sensibilidade do texto dominaram. Após a turbulência envolvendo o temor de Juma com toda aquela situação, o que foi compreensível para uma menina que nunca foi socializada, a chegada da 'onça' foi muito bonita e a música tema do casal, "Amor de Índio", cantada por Gabriel Sater, deu o toque final ao momento. Embora com menos destaque, mas igualmente delicada, a união de Ruth com o peão mais querido de Leôncio (Marcos Palmeira) complementou bem a cena. 

Mas o principal ficou por conta do brilhantismo de Osmar Prado. O toque do berrante do Velho do Rio, deixando todos os convidados surpresos e Leôncio emocionado, foi o instante mais arrepiante do capítulo. Vale ressaltar a emoção de Marcos Palmeira, destacar a direção da equipe de Gustavo Fernandez e o belo texto a respeito da presença de Deus, dito pelo 'véio' em alternância com o padre, vivido pelo ótimo Cacá Amaral.

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Alanis Guillen tinha que ser a Juma Marruá do remake de "Pantanal"

 Bruno Luperi vem adaptando com raras mudanças o sucesso de seu avô, Benedito Ruy Barbosa, exibido em 1990 pela Rede Manchete. O remake de "Pantanal" vem angariando merecidos elogios, tendo a beleza das imagens e a boa escalação do elenco como maiores trunfos. E o principal desafio da produção era encontrar uma nova Juma Marruá, papel que mudou a vida de Cristiana Oliveira há 32 anos. Como selecionar uma atriz que lembrasse a colega, mas ao mesmo tempo tivesse um diferencial? Bem, já está claro que a escolha foi a melhor possível. 

Alanis Guillen vem dominando o papel desde sua primeira aparição no início da segunda fase da trama. Grata revelação de "Malhação - Toda Forma de Amar", a última temporada do seriado adolescente exibida em 2019, a atriz reúne todos os requisitos essenciais para um perfil como o de Juma. Queriam um rosto novo, mas com uma mínima experiência para segurar o peso do papel. Uma jovem intérprete, mas sem procedimentos estéticos que dominam a classe artística hoje em dia, como silicone, lentes nos dentes, harmonizações faciais, etc. E se tivesse uma semelhança com Cristiana Oliveira melhor ainda. 

A atriz representa o conjunto perfeito. Porém, de nada adiantaria todas as características mencionadas  se a profissional deixasse a desejar na atuação. Afinal, Juma é mulher que cresceu isolada do mundo, criada apenas pela mãe superprotetora, e muitas vezes se comporta como um bicho selvagem. É um perfil que exige um intenso trabalho corporal somado ao processo dramático.

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Osmar Prado engrandece "Pantanal" na pele do Velho do Rio

 O elenco de "Pantanal" é repleto de talentos e até hoje vários atores da obra original da Manchete são lembrados. Muitos viveram o auge da carreira na novela de Benedito Ruy Barbosa. Alguns nunca mais conseguiram papeis tão marcantes. A missão do remake produzido pela Globo era manter o alto nível do time escalado. Algo que nunca foi difícil para a emissora, sempre repleta de grandes nomes. E de fato os atores selecionados são excelentes. Um dos maiores é, sem dúvida, Osmar Prado. 

O veterano ganhou um dos perfis mais icônicos da trama: o Velho do Rio. O personagem foi interpretado pelo saudoso Cláudio Marzo na obra de 1990, que também protagonizava na pele de José Leôncio. O ator teve um trabalho duplo na época. Ou seja, ele vivia o pai e o filho. Isso porque o 'veio' é na verdade Joventino (Irandhir Santos), o pai do protagonista que desapareceu na natureza atrás de marruás há muitos anos. A única falha do remake foi ter colocado Osmar aparecendo na primeira fase, o que confundiu o público. Afinal, era para ter surgido apenas após a passagem de tempo. Mas, como é um tipo místico, não afetou tanto a produção. 

O telespectador nunca tem certeza sobre a figura do Velho do Rio. É um espírito? Uma entidade? Uma pessoa comum? E as dúvidas fazem parte da fantasia proposta. Até porque o personagem se transforma na maior sucuri do pantanal para se camuflar ou quando precisa instaurar a ordem no ecossistema. O 'veio' também vira uma espécie de proteção para Juma Marruá (Alanis Guillen) depois que Maria (Juliana Paes) é assassinada.

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Irritante flerte entre Zé Lucas e Juma nada acrescenta ao roteiro de "Pantanal"

 O remake de "Pantanal" vem apresentando poucas diferenças da versão original, exibida em 1990 na Rede Manchete. Na verdade são raras as alterações no texto e nas situações apresentadas. Isso porque Bruno Luperi não esconde a admiração e o respeito que tem pela obra do avô, Benedito Ruy Barbosa. O autor admite que se preocupou em 'não estragar nada'. É compreensível a sua atitude e o sucesso da trama na Globo vem provando que não está errado. No entanto, alguns conflitos mereciam alteração. Como é o caso do flerte entre Zé Lucas e Juma. 


Irandhir Santos e Alanis Guillen estão irretocáveis na novela desde o início. No caso de Irandhir ainda houve um bônus de seu brilhante desempenho na primeira fase como Joventino. É importante lembrar que o José Lucas de Nada só entrou na novela em 1990 porque o público se indignou com a saída de Paulo Gorgulho. O intérprete viveu Zé Leôncio na primeira fase e foi substituído por Cláudio Marzo na segunda. Os telespectadores escreviam muitas cartas reclamando da sua ausência. Benedito, então, criou um novo filho para o protagonista. 

Só que como foi um personagem criado sem muito planejamento, em determinado momento da trama o autor ficou sem saber o que fazer com ele. E o interesse cada vez maior em Juma serviu como conflito para Zé. Há até uma cena em que o filho de Leôncio tenta agarrá-la à força, algo que seria inadmissível atualmente para um personagem que não é um vilão.

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Leandro Lima aproveitou bem a chance que teve em "Pantanal"

 O remake de "Pantanal" vem fazendo um merecido sucesso e são várias as razões para a boa resposta do público. Uma delas é o talentoso elenco escalado. São vários nomes que se destacam, até mesmo os que não têm tantas cenas. E Leandro Lima foi um que conseguiu brilhar, mesmo com um personagem que não teve tanta importância no começo da história de Benedito Ruy Barbosa, adaptada por Bruno Luperi. 

Levi mal aparecia nos primeiros meses de trama. Mas aos poucos o personagem foi crescendo e ganhando bons contornos de vilania. Foi a oportunidade para Leandro demonstrar seu talento. O peão de Zé Leôncio (Marcos Palmeira) começou a assediar Muda (Bella Campos) e estabeleceu uma rivalidade com Tibério (Guito). O nível de tensão foi aumentando a cada capítulo até culminar em uma cena de briga, quando Tibério salvou Muda do ataque de Levi e acabou esfaqueado. Os atores se destacaram. 

Enquanto Tibério se recuperava no hospital, Levi acabou fugindo para a fazenda de Tenório (Murilo Benício), quando outro arco dramático surgiu para o personagem: o peão despertou o interesse de Maria Bruaca (Isabel Teixeira), cuja intenção era trair o marido para se vingar. Os dois passaram a flertar até a transa acontecer.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

Bruno Luperi erra feio ao manter a morte de Madeleine no remake de "Pantanal"

 O remake de "Pantanal" vem sendo muito bem adaptado por Bruno Luperi. O autor vem honrando a obra de sucesso de Benedito Ruy Barbosa, seu avô, exibida em 1990 na Rede Manchete. As alterações na história são sutis, o que até facilita as comparações com a versão original através de vídeos na internet. Justamente por não ter optado em maiores mudanças que o escritor manteve a morte de Madeleine no enredo 32 anos depois. E foi aí que errou feio. 

Após ter protagonizado discussões com Irma (Camila Morgado) e Mariana (Selma Egrei) no Rio de Janeiro, a mãe de Jove (Jesuíta Barbosa) morreu em um trágico acidente. A personagem entrou em um avião de pequeno porte e foi atrás de José Leôncio (Marcos Palmeira). Arrependida de ter largado aquela vida há 20 anos, Madeleine tentou fazer as pazes com o filho e ainda se reconciliar com o ex. Mas o tempo ruim provocou a queda do avião, que não deixou sobreviventes. A cena foi muito bem realizada e Karine deu um banho de emoção com a personagem fazendo um breve retrospecto sobre sua vida.

Em 1990, foi exatamente a tragédia que encerrou o ciclo da ricaça. Porém, não era o plano de Benedito Ruy Barbosa. O autor queria que Madeleine sobrevivesse ao acidente graças ao Velho do Rio (vivido por Cláudio Marzo na época e por Osmar Prado atualmente). E seria uma virada incrível para a personagem que sempre teve uma vida de futilidades. O objetivo era expor o descobrimento de uma nova vida, assim como ocorreu com Joventino no Pantanal.

terça-feira, 17 de maio de 2022

Bruno Luperi conseguiu corrigir o maior problema de "Velho Chico" em "Pantanal"

 O remake de "Pantanal" vem apresentando vários acertos e a adaptação de Bruno Luperi tem feito jus ao brilhante trabalho de seu avô, Benedito Ruy Barbosa, em 1990, na Rede Manchete. Um dos maiores êxitos da novela da Globo foi a escalação do elenco. Principalmente com a mudança de fase. Impressiona como os atores realmente parecem fisicamente com os colegas da primeira fase, além da atuação ter mantido um padrão com o dos intérpretes que deixaram a trama. 


A que mais se destaca na questão das similaridades é Karine Teles. A premiada atriz de cinema conseguiu pegar todos os trejeitos de Bruna Linzmeyer, que brilhou na primeira fase como Madeleine. Realmente parece que vinte anos se passaram para personagem no quesito envelhecimento. Claro que o trabalho de caracterização tem uma grande responsabilidade, mas o desempenho de Karine fez a diferença. Até porque Madeleine amadureceu apenas por fora, pois por dentro segue egoísta e instável emocionalmente. É visível que houve uma preocupação em imitar a forma de Bruna falar e até o revirar dos olhos. 

Camila Morgado também está muito bem como Irma. A irmã invejosa de Madeleine foi defendida com talento por Malu Rodrigues e o jeito sonso de agir era exposto de uma forma sutil, sem maiores exageros. O tom suave na fala era outra característica da personagem. Camila conseguiu incorporar tudo e vem brilhando na segunda fase. Aliás, vê-la em cena com Karine Teles remete sempre aos momentos entre Bruna Linzmeyer e Malu.