Mostrando postagens com marcador Silvana. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Silvana. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Repleta de qualidades, "A Força do Querer" foi a melhor novela de Glória Perez

A missão de Glória Perez era complicada. Levantar a média do horário nobre da Globo, após uma sucessão de novelas fracassadas e/ou problemáticas. Para culminar, o seu retorno era cercado de desconfianças, em virtude da equivocada "Salve Jorge", seu pior folhetim, exibido em 2013. Mas, a autora conseguiu cumprir o objetivo com louvor e calou a boca de quem duvidava. "A Força do Querer" elevou a média da faixa em nove pontos, ao longo de 173 capítulos, obtendo 36 de média geral (contra 27 de "A Lei do Amor"), se firmando como o maior sucesso do horário desde "Amor à Vida" (também com 36 pontos). Não é pouca coisa. E todo esse resultado fez jus ao que foi apresentado para o público.


"A Força do Querer" foi a melhor novela da escritora, conseguindo superar até a elogiada e inesquecível "O Clone", de 2001. Isso porque Glória soube se reciclar, corrigindo os vários erros observados em tramas como "Caminho das Índias", "América" e a já citada "Salve Jorge". Após abusar do recurso da exploração de culturas estrangeiras, a autora resolveu apostar em um enredo 100% nacional, tendo o Pará (através da fictícia Parazinho) como um dos locais de sua história. Ainda assim, o ambiente esteve presente apenas no primeiro mês, sendo logo 'abandonado' quando todos os personagens de lá se mudaram para o Rio de Janeiro. E foi ótimo não ter 'dancinhas' ou bordões com expressões estrangeiras. Estava bastante repetitivo.

Outra medida adotada com êxito foi a escolha do protagonismo. Em meio ao empoderamento feminino, Glória colocou três mulheres como figuras centrais, intercalando o destaque de cada uma. E escalou três atrizes de peso: Paolla Oliveira, Juliana Paes e Isis Valverde. O trio honrou a confiança da escritora, fazendo de Jeiza, Bibi e Ritinha tipos marcantes, que caíram na boca do povo.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Apesar da trama repetitiva, Lilia Cabral brilhou em "A Força do Querer"

Uma das qualidades de "A Força do Querer" é o bom espaço que os núcleos paralelos têm no enredo, sendo funcional também para a trama principal. Glória Prez conseguiu corrigir um erro frequente em seus folhetins, cujos conflitos secundários quase sempre se mostravam aleatórios e desinteressantes. Tanto que uma das situações mais atrativas do atual sucesso das nove da Globo foi o drama de Silvana, vivida pela sempre grandiosa Lília Cabral.


A personagem é uma viciada em jogo e esse conflito cumpre a função de 'merchandising social' (drama com função educativa), sempre presente nas novelas da autora. No caso desse enredo, divide espaço com a questão da transexualidade de Ivana (Carol Duarte). A arquiteta é uma mulher com excelente condição financeira, muito em virtude do seu casamento com o empresário Eurico (Humberto Martins). Apaixonada pelo marido e mãe de uma filha exemplar, a sensata Simone (Juliana Paiva), tinha tudo para ter uma vida perfeita. Mas, a jogatina destrói isso.

O que inicialmente era apenas a diversão de uma ricaça, acabou virando um tormento, implicando em uma sucessão de mentiras cada vez mais absurdas. O público acompanha essa 'saga' da cunhada de Joyce (Maria Fernanda Cândido) desde o início da novela e houve uma grande demora no andamento dessa questão. Várias vezes as situações pecaram pela repetição, embora não tenham chegado a se esgotar por completo em virtude do talento dos atores envolvidos.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

"A Força do Querer" vem apresentando um ótimo início

A nova novela das nove estreou no dia 3 de abril, ou seja, está há pouco mais de um mês no ar, bem no comecinho. O primeiro capítulo de "A Força do Querer" foi morno e sem grandes acontecimentos. Parecia um capítulo qualquer e não o número um. Isso não foi um mérito nem um defeito, apenas uma opção da autora. E Glória Perez parece ter plena consciência do que está fazendo, pois está inserindo os dramas cuidadosamente, despertando a atenção do público e agradando a Globo ---- a média até então está em torno dos 31 pontos, melhor início desde "Império".


A história é simples e com poucos personagens, o que é uma novidade e tanto levando em consideração o histórico de Glória. Ela sempre foi uma escritora que encheu suas produções de atores, muitas vezes não conseguindo destacar todos, deixando vários deles avulsos em enredos desinteressantes. Sua última novela, por exemplo, sofreu merecidas críticas em virtude do excesso de gente. "Salve Jorge" foi uma produção problemática em vários aspectos, tendo a quantidade exagerada de intérpretes como um dos principais erros. Agora, a autora parece ter aprendido a lição e resolveu preencher sua nova trama com tipos apenas essenciais para o contexto.

O fato de ter deixado de lado as culturas estrangeiras, que já tinham virado uma espécie de marca, também merece menção. A sua última novela que não teve isso foi o remake de "Pecado Capital", em 1998. Isso porque "América" (2005), querendo ou não, teve os Estados Unidos como uma das temáticas (em virtude da abordagem dos imigrantes ilegais).