A atual novela do Globoplay vem fazendo um merecido sucesso. "Todas as Flores" tem liderado os acessos na plataforma de streaming da Globo desde que a segunda parte estreou, após um hiato de três meses por conta do "BBB 23". A trama expõe o que João Emanuel Carneiro tem de melhor: a habilidade em criar um suspense que envolve o público no enredo central, além de suas carismáticas vilãs louras. Porém, a produção também tem reforçado o que o autor tem de pior: as histórias paralelas.
O folhetim, vale lembrar, foi planejado para televisão aberta. No entanto, a Globo mudou os planos e decidiu transformar os 175 capÃtulos do enredo em 85 e colocá-lo como um produto exclusivo do Globoplay. O intuito era seguir com as novelas inéditas na plataforma, após o imenso sucesso de "Verdades Secretas 2", que marcou a estreia da leva de folhetins exclusivos. A mudança repercutiu nas redes sociais e na imprensa. Alguns jornalistas consideraram até uma espécie de rebaixamento ou um desrespeito com a carreira do escritor. Mas a verdade é que João tirou a sorte grande. Todo novelista sonha com uma trama mais curta e até hoje o desejo não foi (e nem será) realizado na grade da emissora por questão de gastos.
A redução de capÃtulos implicou na mudança na narrativa e no destaque de alguns personagens, o que ficou visÃvel. E justamente por conta disso que João Emanuel Carneiro se beneficiou. Os núcleos secundários perderam relevância, o que é ótimo no caso do autor.