Mostrando postagens com marcador Mariana. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mariana. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Fracasso de remake expôs que "Renascer" nunca foi uma obra prima

 A Globo anunciou com pompa e circunstância o remake de "Renascer". Em todas as chamadas, a novela era classificada como 'a obra prima de Benedito Ruy Barbosa'. Tamanha pretensão tinha um objetivo: chamar atenção para repetir o sucesso do remake de "Pantanal", copiado a colado por Bruno Luperi em 2022 e que caiu na boca do povo. Mas a adaptação da trama de 1993 diminuiu em um ponto a média geral de "Terra e Paixão", que tinha elevado em três pontos a média do fiasco "Travessia". Só se falou em outra coisa enquanto a trama estava no ar. Ou seja, a emissora queria um novo êxito e conseguiu um novo fracasso. 


As razões são muitas para explicar a baixa audiência da produção e a repercussão praticamente nula. "Renascer" apresentou diversos problemas quando foi exibida e nenhum deles foi corrigido pelo neto do autor na nova leitura. A ausência de carisma de vários personagens, a falta de enredo para 213 capítulos, o ritmo modorrento, a total falta de acontecimentos relevantes ao longo dos meses e os raros e pouco atrativos conflitos já eram percebidos em 1993. Mas, como o folhetim foi um fenômeno há 31 anos, apenas os acertos foram aclamados, enquanto os erros acabaram convenientemente ignorados.

A história original está longe de ser muito significativa na teledramaturgia em comparação a outros sucessos de Benedito, como a já citada "Pantanal", além de "O Rei do Gado" e "Terra Nostra". A própria concepção dela se mostra controversa porque a criação se deu a um pedido da Globo, após o fenômeno de "Pantanal" na extinta Rede Manchete. A emissora queria uma "Pantanal" para chamar de sua e pediu ao autor para criá-la. A trama marcou o retorno de Benedito à líder, após o êxito na concorrência.

quarta-feira, 31 de julho de 2024

Mariana não tem história em "Renascer"

 A segunda fase de "Renascer" é marcada pelo marasmo, onde os conflitos se arrastam ao longo dos meses sem qualquer acontecimento relevante. O telespectador pode se dar ao luxo de não assistir por umas cinco semanas que não perde nada de importante. O remake mantém tudo o que foi constatado em 1993. As pequenas mudanças de Bruno Luperi em nada alteram o ritmo da narrativa e um dos maiores equívocos da versão original foi a trama de Mariana, antes vivida por Adriana Esteves e hoje por Theresa Fonseca. 


Ou melhor, o maior problema está na falta de trama de Mariana. A personagem surge logo no início da segunda fase e pouco se sabe sobre ela. Mas não demora até Jacutinga (Juliana Paes) revelar que a menina é neta de Belarmino (Antônio Calloni). João Pedro (Juan Paiva) se apaixona imediatamente e a leva para sua casa no dia seguinte. Mas a garota se encanta por Zé Inocêncio (Marcos Palmeira) assim que o conhece e é correspondida. Tudo acontece em menos de uma semana. E, pouco tempo depois, os dois já se casam. 

A construção de todo o imbróglio amoroso acontece da forma mais rasa possível, o que impede qualquer envolvimento do telespectador com aquela história. Até porque Mariana diz que veio para se vingar, já que seu avô foi misteriosamente assassinado e sua avó precisou vender todas as terras para Inocêncio a um preço ridículo.

quinta-feira, 14 de março de 2024

Segunda fase de "Renascer" apresenta histórias principais cansativas e sem construção

 A primeira fase de "Renascer" foi um primor. E Bruno Luperi acertou em cheio ao deixá-la com 13 capítulos, nove a mais que a da versão original que teve apenas quatro por ordens de Boni, que tinha medo do público se apegar demais aos personagens e rejeitar a segunda. O todo poderoso da Globo, no entanto, tinha sua razão. A segunda fase da trama de Benedito Ruy Barbosa apresenta uma queda brusca de qualidade em 1993 e o mesmo acontece agora com o remake. 


Um dos grandes problemas da história é o triângulo central formado por Zé Inocêncio (Marcos Palmeira), Mariana (Theresa Fonseca) e João Pedro (Juan Paiva). Há 31 anos, o enredo sofreu uma forte rejeição do público e quem mais sofreu foi Adriana Esteves, que teve sua atuação massacrada pela crítica especializada e entrou em depressão no fim da novela. No entanto, a atriz não teve culpa e a imprensa preferiu criticá-la ao invés de apontar o equívoco na condução do autor. Tudo o que envolve o trio principal é ruim. 

O fator decisivo para o estranhamento dos telespectadores na época, além do incômodo contexto envolvendo pai e filho se apaixonando pela mesma mulher, foi a rapidez com que tudo aconteceu. Não houve uma mínima construção para deixar aquelas relações críveis. Tudo foi simplesmente jogado e o público que engolisse. Pois não engoliu.

sábado, 22 de setembro de 2018

Irmãs Benedito foram defendidas por um quinteto de talento em "Orgulho e Paixão"

O elenco de "Orgulho e Paixão" foi bem escalado e quase todos os intérpretes tiveram chance de destaque. Mas o time feminino se mostrou impecável. Não teve uma atriz sequer que deixou a desejar ao longo da trama. Todas convenceram. E o quinteto central do enredo se mostrou um dos maiores êxitos do autor Marcos Berstein e do diretor Fred Mayrink, que escolheram nomes perfeitos para os perfis da família Benedito. Todas jovens talentos: Pâmela Tomé, Bruna Griphao, Nathalia Dill, Anaju Dorigon e Chandelly Braz.


Jane, Lídia, Elisabeta, Cecília e Mariana foram tipos que conseguiram conquistar o público com facilidade graças ao bom conjunto em torno da construção habilidosa do escritor e da interpretação das atrizes, que aproveitaram muito bem as oportunidades do roteiro. Carismáticas e corajosas, as personagens honraram o núcleo principal da trama e todas tiveram chance de um ótimo destaque ao longo dos meses. Claro que Elisabeta teve mais por representar a mocinha, mas as outras não foram subaproveitadas. Houve um esquema de rodízio desenvolvido com competência.

E todas tiveram suas peculiaridades, até mesmo na vestimenta. A preocupação da equipe de figurino em cima da cor preferencial de cada uma se tornou evidente, imprimindo um tom lúdico bem-vindo em uma novela solar e açucarada. Pareciam bonecas. Jane adotava tons azulados claros, Lídia um rosa mais patricinha, Elisabeta um vermelho/vinho poderoso, Cecília um verde limão e Mariana tons alaranjados.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Mesmo ambientada em 1910, "Orgulho e Paixão" consegue abordar temas atuais com habilidade

O popular "merchandising social" pode ser um problema para qualquer trama. O risco de soar gratuito é considerável e o caso da equivocada "Malhação - Vidas Brasileiras" é um bom exemplo. Abordar questões atuais em uma novela de época, então, é ainda mais complicado. Mas, Marcos Berstein vem conseguindo explorar várias situações com maestria em "Orgulho e Paixão".


Elogiar a ótima novela das seis da Globo virou uma constante e o capítulo desta terça (14/08) conseguiu surpreender o público com duas abordagens importantes. A primeira foi a violência contra a mulher, sofrida por Mariana (Chandelly Braz), que se viu sequestrada pelo asqueroso Xavier (Ricardo Tozzi). Após ter se livrado do disfarce de Mário e mostrado para todos os corredores que eles perderam a corrida de moto para uma mulher, a filha de Ofélia (Vera Holtz) quebrou um paradigma em 1910 e provocou a ira do inimigo de Brandão (Malvino Salvador).

Para se vingar, o personagem seguiu ordens de Lady Margareth (Natália do Vale) e prendeu a moça em um cativeiro para cortar os seus cabelos. A cena foi forte e Chandelly protagonizou a sua melhor sequência na trama, emocionando do início ao fim. A atriz expôs o desespero e a dor daquela corajosa mulher que se viu impotente diante da covardia de um homem.