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quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

"Passaporte Para Liberdade": uma minissérie que esbanja capricho

 No dia 20 de dezembro, a Globo estreou, pouco depois da meia noite, uma de suas produções de mais alto padrão: "Passaporte para Liberdade". Chamada anteriormente de "O Anjo de Hamburgo", a minissérie de oito capítulos precisou interromper suas gravações por conta da pandemia do novo coronavírus e retomar quase um ano depois para a finalização. A trama marca a primeira parceria entre a emissora e a Sony Pictures, que produziram tudo em conjunto e o canal internacional é o responsável pela venda para o mercado exterior. 

A minissérie mergulha na história de Aracy de Carvalho (Sophie Charlotte), uma mulher forte, determinada e, acima de tudo, justa. À primeira vista, ela passaria despercebida à maioria dos olhos. Simples e sem holofotes, Aracy nunca buscou por títulos ou reconhecimentos. Em 1935, a brasileira, divorciada de seu primeiro marido e com um filho pequeno, Eduardo Carvalho, vai para a Alemanha em busca de trabalho e não tarda em conseguir um cargo no consulado brasileiro em Hamburgo, no setor de passaportes. Foi ali que ela conseguiu salvar muitos judeus da prisão e do Holocausto ao facilitar a emissão de vistos para o Brasil ---- ignorando restrições e driblando empecilhos. 

A trama se desenvolve a partir da convocação de João Guimarães Rosa (Rodrigo Lombardi) para ocupar o cargo de cônsul-adjunto do Brasil em Hamburgo. Logo em seu primeiro dia de trabalho na nova cidade, o brasileiro recém-chegado conhece Aracy e se encanta por ela na mesma hora.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

"Se Eu Fechar os Olhos Agora" é uma adaptação caprichada de um instigante romance

Edney Silvestre sempre foi um grande jornalista e quando se aventurou em sua primeira aventura literária, há dez anos, também ganhou um reconhecimento merecido. "Se Eu Fechar os Olhos Agora" recebeu inúmeros elogios e ganhou o Prêmio Jabuti de Melhor Romance, além de ter feito imenso sucesso em Portugal. O autor Ricardo Linhares, então, resolveu adaptar a obra do amigo para a televisão e a produção já está finalizada desde o início de 2018. Dia 15 de abril, cerca de um ano  depois, estreou na Globo.


A história, ambientada em 1961, começa quando os adolescentes Paulo (João Gabriel D`Aleluia) e Eduardo (Xande Valois) encontram o corpo  da jovem e linda Anita (Thainá Duarte) à margem de um lago. Os dois correm para a delegacia da fictícia e aparentemente pacata São Miguel, mas viram suspeitos sem chance de defesa. Porém, após serem liberados, resolvem investigar esse macabro crime cercado de mistérios que ameaçam o jogo político e social da cidade do interior fluminense. A ousadia da trama, narrada por Paulo já maduro (vivido por Milton Gonçalves), é justamente desvendar um assassinato através de dois jovens que mal saíram da infância.

Dirigida com competência por Carlos Manga Jr., a minissérie tem todos os elementos necessários para prender a atenção de quem assiste e apresenta bem esse conjunto já no primeiro capítulo. A morte da belíssima ''ninfeta" logo promove um reboliço na cidade e expõe lados obscuros de vários personagens aparentemente 'ilibados', como o prefeito Adriano Marques Torres (Murilo Benício) --- um ferrenho defensor da família e da moral ---, a primeira-dama Isabel (Débora Falabella) --- que mantém uma relação de aparências ---,

quinta-feira, 28 de junho de 2018

"Lia" é uma boa produção da Record

"Apocalipse" foi um dos maiores fracassos da Record. Repleta de problemas, incluindo a intervenção da filha de Edir Macedo no roteiro (desagradando a autora Vivian de Oliveira), a novela fez jus ao seu título. Realmente representou um cataclismo na programação da emissora, perdendo constantemente de "Carinha de Anjo" e depois de "As Aventuras de Poliana", do SBT, amargando um incômodo terceiro lugar de audiência. Foi o folhetim bíblico menos visto do canal, que demorou demais para escolher uma trama substituta, expondo a surpresa com o fiasco da história que custou uma fortuna em efeitos especiais e escalação de mais de 100 atores. A saída, então, foi a produção de uma minissérie.


A Record resolveu produzir apressadamente "Lia", que terá apenas 15 capítulos, servindo como tapa-buraco da grade enquanto as gravações iniciais da novela "Jesus" não são concluídas. A trama estreou nesta terça-feira (26/06), na mesma faixa de "Apocalipse". Escrita por Paula Richard e dirigida por Juan Pablo Pires, a trama conta a vida da bondosa Lia (Bruna Pazinato), jovem batalhadora que nunca deixou de acreditar no amor, mesmo diante de todos os percalços. É a primeira história bíblica da emissora vista sob o ponto de vista de uma mulher, embora se passe 2000 anos antes de Cristo.

A protagonista cresceu cuidando da irmã Raquel (Graziela Schmitt), desde a morte da mãe, e sofreu várias humilhações da madrasta Laila (Suzana Alves). Lia se apaixona por Jacó (Felipe Cardoso), mas o rapaz só tem olhos para sua irmã, que só se preocupa com riquezas e ama seduzir homens. No entanto, Raquel cede aos cortejos de Jacó somente para fazer a irmã sofrer e a relação das duas fica cada vez mais conturbada.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

"Treze Dias Longe do Sol" instiga e prende telespectador com um enredo sufocante

Coprodução da Globo com a O2 Filmes, "Treze Dias Longe do Sol" estreou nesta segunda-feira, dia 8, dois meses após já ter os seus dez capítulos disponibilizados na Globo Play ---- a emissora liberou a produção completa para assinantes da sua plataforma no dia 2 de novembro de 2017. A minissérie, escrita por Elena Soárez e Luciano Moura (dirigida pelo próprio Moura), conta uma instigante história em torno do desabamento de um prédio, dividindo o contexto entre os sobreviventes lutando pela vida nos escombros e os envolvidos no acidente tentando escapar da culpa.


A trama é viciante. Quem se aventurou pela Globo Play com certeza viu todos os capítulos em menos de uma semana. Os autores usaram habilmente tragédias reais provocadas por canalhice humana (como a queda do Edifício Palace II, em 1998, no Rio de Janeiro, por exemplo) para contar um enredo sombrio e sufocante, repleto de perfis dúbios e incrivelmente reais. O intuito é a exploração das reações mais radicais do ser humano frente aos seus limites em situações extremas, revelando não só o instinto de sobrevivência (literal ou não), como também o verdadeiro caráter de cada um.

No início do primeiro capítulo, há um elemento de tensão que acaba sendo o protagonista: o temporal que cai enquanto a obra do prédio (construído para ser um centro médico) é realizada. Enquanto a chuva desaba do céu, o engenheiro Saulo (Selton Mello) se preocupa com os atrasos da equipe e ainda precisa lidar com a fiscalização de sua ex-namorada, Marion (Carolina Dieckmann), filha do dono desse empreendimento ---- o médico Rupp (Lima Duarte).

sábado, 21 de janeiro de 2017

Atuação visceral do elenco e produção de arte primorosa engrandeceram "Dois Irmãos"

Foram dez capítulos de muito capricho estético, dramas pesados, tons operísticos e completa entrega dos atores. "Dois Irmãos" chegou ao fim nesta sexta-feira (20/01) colhendo inúmeros elogios merecidos e apresentando um último capítulo emocionante. A minissérie, baseada no romance homônimo de Milton Hatoum e adaptada por Maria Camargo, teve a forte marca do diretor Luiz Fernando Carvalho e sua principal qualidade foi a atuação visceral do elenco, além da produção de arte primorosa.


A escalação acertada ficou evidente nas três fases da produção. A começar pela semelhança física dos intérpretes, deixando as passagens de tempo bastante críveis. E, claro, o talento dos atores ainda coroou o êxito do diretor, que conseguiu explorar o máximo de cada um, como costuma fazer sempre no seu método de trabalho (incluindo meses de preparação em um galpão criado exclusivamente para isso). O grau de dramaticidade foi alto (beirando o exagero) em todos os períodos da história, destacando a capacidade cênica do time escolhido para dar vida a perfis repletos de camadas.

A minissérie adotou a não linearidade, sendo fiel ao livro e provocando um certo estranhamento com as idas e vindas no tempo. Luiz Fernando iniciou a trama partindo do princípio de que todos os telespectadores leram o livro, o que foi um risco. E realmente o resultado no primeiro capítulo não foi bom. O longo flashback para contar como Halim (Bruno Anacleto) e Zana (Gabriella Mustafá) se apaixonaram foi modorrento e cheio de cenas desnecessárias, apesar da ótima química e do talento dos atores.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

"Dois Irmãos" estreia caprichada e com a forte marca de Luiz Fernando Carvalho

A Globo estrear uma minissérie caprichada no início do ano já virou um costume nos últimos anos. "O Canto da Sereia" (2013), "Amores Roubados" (2014), "Felizes para sempre?" (2015) e "Ligações Perigosas" (2016) são a prova disso. Agora, em 2017, a emissora resolveu lançar uma produção adiada por dois anos. "Dois Irmãos" foi gravada no final de 2014/início de 2015 e sua estreia era prevista para o ano seguinte, mas acabou adiada duas vezes. Porém, a espera finalmente acabou. A obra estreou nesta segunda-feira (09/01), logo após "A Lei do Amor", com um capítulo longo (quase uma hora e vinte de duração).


Livremente inspirada no romance homônimo de Milton Hatoum, a trama é escrita por Maria Camargo e dirigida por Luiz Fernando Carvalho. Por sinal, a direção de Luiz já pôde ser notada logo nas primeiras sequências, valorizando as expressões faciais e corporais dos atores, a luz ambiente e os cenários caprichados. O toque de poesia é constante, o que virou uma marca nas produções comandadas por ele ao longo dos anos. Há também uma teatralização em vários momentos, evidenciando mais uma característica do trabalho do diretor, que costuma explorar o máximo do seu elenco.

A história é ambientada em Manaus, entre 1920 e 1980, e conta a trajetória de uma família de libaneses através de Nael (Theo Kasper/Ryan Soares/Irandhir Santos), filho da índia Domingas (Sandra Paramim/Zahy Guajajara/Silvia Nobre), que narra a trama. O foco principal é a relação conflituosa dos gêmeos Omar e Yaqub (Enrico Rocha/Matheus Abreu/Cauã Reymond), que crescem vivendo uma rivalidade cada dia pior.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Narrativa ousada, elenco de peso e tramas fortes marcaram o sucesso de "Justiça"

"Toda justiça termina em castigo? Quem busca justiça aceita o perdão? Justiça a qualquer preço é justiça?" A minissérie escrita por uma inspirada Manuela Dias e dirigida por um brilhante José Luiz Villamarim respondeu essas perguntas na última semana, e ao longo da trama --- ambientada em Recife, fugindo do eixo RJ/SP ---, que já é uma das melhores produções do ano. Foram 20 episódios, exibidos durante cinco semanas, que apresentaram histórias extremamente fortes, prendendo o telespectador através de situações cruelmente reais e com personagens muito bem construídos pela autora.


A ousadia da narrativa foi a principal característica da minissérie, que apresentava um protagonista por dia e interligava os dramas de forma eficiente, exigindo uma maior atenção do público. A personagem principal da segunda era coadjuvante na terça e quase figurante na quinta e na sexta, por exemplo. Todos os perfis acabavam sendo vistos sempre, mas em diferentes posições e ângulos. A mesma cena era assistida várias vezes ao longo da semana, dependendo da mudança de foco do enredo. A 'novidade' bastante arriscada se mostrou um dos pontos altos de "Justiça", destacando o trabalho minucioso do diretor e sua equipe.

José Luiz Villamarim (que novamente teve o grande Walter Carvalho como parceiro, após as primorosas "O Canto da Sereia", "Amores Roubados" e "O Rebu") se preocupou em cada detalhe, valorizando a atuação do elenco, expondo a complexidade, a solidez e a controvérsia de todos aqueles personagens. O grau de dificuldade em gravar várias sequências de ângulos distintos era alto, mas o resultado foi o melhor possível.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

"Justiça": o que esperar da próxima minissérie da Globo?

A autora Manuela Dias estreou sua primeira produção solo este ano. E foi muito bem-sucedida. A minissérie "Ligações Perigosas", exibida em janeiro, foi brilhante, destacando a boa adaptação da escritora do clássico romance de Choderlos de Laclos. Sete meses se passaram e agora ela estreia uma produção de sua autoria, cujas chamadas despertaram interesse assim que começaram a ir ao ar. "Justiça" entrará no ar no dia 22 de agosto, uma segunda-feira, logo após o término das Olimpíadas, sendo exibida depois de "Velho Chico".


A minissérie terá 20 capítulos e contará em cinco semanas quatro histórias diferentes. Todas se interligam em algum momento e cada dia haverá um protagonista. A produção tem o mesmo esquema das novelas das 23h, ou seja, quarta-feira não será exibida em virtude do futebol. Como o próprio site oficial mencionou, o protagonista de segunda-feira pode ser um coadjuvante na terça, ser figurante na quinta e ter uma aparição relâmpago na sexta. É uma narrativa muito ousada para a televisão aberta. Entretanto, não é inédita.

No canal cabo GNT, por exemplo, houve um formato semelhante na primorosa série "Sessão de Terapia", onde o psicólogo Teo (Zécarlos Machado) era o protagonista, mas cada dia da semana contava com um personagem central diferente. E, no caso, os enredos dos pacientes não se cruzavam. Somente o terapeuta 'transitava' na história. Outra situação que merece ser lembrada era a de "Os Experientes", grande série exibida em 2014 pela Globo.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Produção caprichada, grandiosas interpretações e enredo instigante foram as marcas de "Ligações Perigosas"

A Globo, já há muito tempo, vem inaugurando a sua grade, na área da teledramaturgia, da melhor forma possível a cada ano. "O Brado Retumbante", em 2012, "O Canto da Sereia", em 2013, "Amores Roubados", em 2014, e "Felizes para sempre?", em 2015, comprovam isso mais recentemente. As três minisséries foram grandiosas e mereceram os elogios que receberam na respectiva época. Agora, mais uma produção entrou para esse seleto 'time'. "Ligações Perigosas" foi outro produto repleto de qualidades e chegou ao fim nesta última sexta feira (15/01), completando dez capítulos primorosos.


Escrita por Manuela Dias, e dirigida com maestria por Vinícius Coimbra e Denise Saraceni, a minissérie foi uma adaptação do clássico francês "Les Liaisons Dangereuses", escrito por Chordelos de Laclos, em 1782. O roteiro já teve inúmeras adaptações teatrais e originou 11 versões para o cinema. Portanto, o que não falta é obra para comparar com a versão televisiva feita pela Globo. E o enredo, apesar de ter sido criado no século XVIII, se mostra atemporal, despertando ainda o mesmo interesse e provocando as mesmas perturbações causadas pelos dramas, nada leves, protagonizados pelos personagens. O texto, inclusive, é fascinante.

A frieza e a sedução são as grandes protagonistas da história, que foi brilhantemente adaptada na produção recém-terminada. Manuela Dias soube aproveitar muito bem o tempo maior para contar a trama, uma vez que nos filmes e nas peças tudo precisa ser exposto em menos de três horas.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

"Ligações Perigosas" estreia com imagens cinematográficas, trama provocativa e grande elenco

"De todas as ligações entre um homem e uma mulher, a mais perigosa é o amor." Foi com a frase citada que o convidativo teaser de "Ligações Perigosas" começou a ser veiculado em dezembro de 2015. A minissérie estreou nesta segunda-feira (04/01), um mês depois das primeiras chamadas, e o primeiro capítulo caprichado já mostrou o nível de qualidade desta produção ---- escrita por Manuela Dias e dirigida por Vinícius Coimbra e Denise Saraceni ----, marcando o início da nova safra de teledramaturgia da Globo em 2016.


A trama é inspirada no livro do escritor francês Chordelos de Laclos ---- "Les Liaisons Dangereuses" (1782) ---- , encenado em inúmeras peças teatrais e adaptado 11 vezes para o cinema, cujo filme de maior sucesso foi o exibido em 1988, protagonizado por Glenn Close, John Malkovich e Michelle Pfeifer. Agora, na primeira adaptação da história para a televisão, os atores centrais são Patrícia Pillar, Selton Mello (longe da TV desde 2011) e Marjorie Estiano, que interpretam Isabel, Augusto e Mariana, respectivamente. Os jogos de sedução dominam todo o enredo, recheado de sensualidade e suspense. A amoralidade se mistura com boas doses de crueldade e também um pouco de ingenuidade, que move quase sempre as vítimas.

Isabel e Augusto são completamente amorais e vivem uma relação perversa, onde o prazer em seduzir terceiros, arruinando as vidas alheias, serve de combustível para o relacionamento doentio. Sedutores, os dois procuram manipular de todas as formas a sociedade em que habitam.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

"Plano Alto": uma ótima trama política de Marcílio Moraes

Guido Flores (Gracindo Jr.) é um governador que enfrenta uma sucessão de problemas justamente no período que está prestes a se lançar à Presidência. Instauração de uma CPI liderada por seu inimigo político, descontentamento do sindicado dos profissionais de saúde e para culminar uma onda de manifestações populares que há anos não se via na cidade. Sob esta ótica, a Record estreou, nesta terça-feita (30/09), sua nova minissérie: "Plano Alto".


Escrita por Marcílio Moraes, e com 12 capítulos, a trama gira em torno dos protestos ocorridos em 2013, época que o autor criou a história, que acabou demorando mais do que o previsto para ir ao ar, devido a questões envolvendo os custos na produção. Porém, ainda que as manifestações tenham acabado (pelo menos até agora), o roteiro continua atual, principalmente porque o Brasil encara as eleições para deputados, senadores, governadores e para a Presidência da República.

A última produção política da televisão nacional foi a impecável "O Brado Retumbante", protagonizada por Domingos Montagner, na Globo. Agora, a Record aposta no tema, trazendo de volta um importante assunto e que sempre rende ótimos desdobramentos.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

"Amores Roubados": uma minissérie que prendeu o telespectador

Uma das melhores produções da Rede Globo chegou ao fim na última sexta-feira (17/01). "Amores Roubados" ----- adaptação do romance "A Emparedada da Rua Nova", de Carneiro Vilela" ---- terminou honrando todas as qualidades apresentadas ao longo de seus dez capítulos e deixando o público com saudades dessa minissérie tão bem realizada.


O último capítulo primou pela tensão extrema e pelas grandes atuações do elenco, que desde o início foi um dos muitos pontos altos dessa produção. Entre as muitas cenas fortes e bem interpretadas (incluindo o momento que Isabel é internada após apontar uma arma para Jaime e o choro de Carolina ao lembrar de Leandro), sem dúvida a mais impressionante foi protagonizada por Isis Valverde e Murilo Benício.

E foi justamente a sequência que surpreendeu o telespectador com um desfecho totalmente inesperado. Antônia confronta o pai e conta que está grávida de Leandro, o homem que ele assassinou. Jaime fica atordoado, acaba se desequilibrando e cai de um precipício. A filha se desespera, desce até o local onde

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Com uma história repleta de sensualidade e tensão, "Amores Roubados" estreia esbanjando qualidade

Após várias chamadas empolgantes, estreou, nessa segunda-feira (06/01), "Amores Roubados", nova minissérie da Globo. Adaptação do romance "A Emparedada da Rua Nova", do pernambucano Carneiro Vilela, a produção tem texto de George Moura, fotografia de Walter Carvalho, direção-geral de José Luiz Villamarim e supervisão de Maria Adelaide Amaral. De acordo com o que foi visto no primoroso primeiro capítulo, a série prenderá o telespectador diante da televisão nos próximos dias.


Cauã Reymond vive o sedutor e prepotente Leandro, filho de uma ex-prostituta (Carolina - Cássia Kiss) que retorna ao sertão nordestino para ganhar a vida como sommelier na Vinícola Viera Braga ---- cujo dono é o autoritário Jaime Favais (Murilo Benício) ----- e se envolve com três mulheres: Celeste (Dira Paes), Isabel (Patrícia Pillar) --- ambas comprometidas com homens influentes ---- e Antônia (Isis Valverde), fotógrafa que preza a liberdade e filha de Isabel com Jaime. O rapaz tem uma atração pelo perigo e gosta de correr riscos.

O primeiro capítulo começou já exibindo a (provável) cena final, quando Leandro é perseguido e leva um tiro. A situação lembrou a série americana "Revenge", que sempre apresenta no início de cada temporada algo que irá acontecer meses depois. Aliás, vale lembrar que Glória Perez também se inspirou

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

"O Tempo e o Vento": uma marcante história, um grande filme e uma impecável minissérie

A obra de Érico Veríssimo, "O Tempo e o Vento", ganhou sua primeira adaptação em 1967: a novela homônima produzida pela TV Excelsior. Já em 1985, a trilogia do renomado autor virou uma minissérie na Globo, de 26 capítulos, tendo nomes como Glória Pires, Tarcísio Meira, Lima Duarte e Louise Cardoso no elenco. Recentemente, a história de vida da forte Ana Terra e da rivalidade entre a família Terra Cambará e família Amaral foi transformada em um filme, produzido por Jayme Monjardim, e exibido nos cinemas de todo o Brasil a partir de setembro de 2013. E como já virou um costume, a Globo adaptou esse longa em uma microssérie de três capítulos, cuja estreia foi no primeiro dia de janeiro de 2014.


A produção, que conta a história da luta dessas duas famílias ---- que começa nas Missões e vai até o fim do século XIX ---- e também do período de formação do estado do Rio Grande do Sul, é de encher os olhos. A fotografia é impecável, há capricho em todas as cenas, a trilha sonora de Alexandre Guerra é de qualidade e o elenco ajuda a engrandecer ainda mais a trama.

E, ao contrário do que foi feito em filmes anteriores (como "Gonzaga - de pai para filho" e "Xingu"), a Globo acertou ao transformar o longa em microssérie. Primeiramente, porque a próprio filme lembra as minisséries da emissora, incluindo a forma como a história é contada. E outro ponto importante foi a ideia de

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

"José do Egito": a interminável minissérie que abusou da paciência do telespectador

A Record estreou mais uma de suas minisséries bíblicas no dia 30 de janeiro de 2013. E a produção só chegou ao fim no dia 9 de outubro, ou seja, nada menos do que 8 meses depois da estreia. Uma duração maior do que a de muita novela. Portanto, a emissora pode usar várias denominações para classificar "José do Egito", menos a de minissérie. E esse equívoco, apesar de ter sido o mais grave, foi apenas um dos muitos apresentados nessa produção.


A minissérie, ou melhor, a série, foi produzida na época em que a emissora dos bispos esbanjava dinheiro. Cada capítulo custou em torno de R$ 850 mil, foram construídas duas cidades cenográficas e o total investido beirou os R$ 23 milhões, números que causam um impacto no orçamento de qualquer empresa. Porém, apesar de ter estreado com um bom índice de 12 pontos, aos poucos a trama foi perdendo audiência, chegando a marcar 6 pontos. E essa variável se manteve presente durante toda a exibição: uns capítulos conseguiam números razoáveis e outros números insatisfatórios.

Ou seja, o elevado investimento acabou não valendo a pena. Até porque, a crise enfrentada pela Record pouco tempo depois de produzir a série, afetou diretamente outras produções, como "Dona Xepa", por exemplo, que teve investimentos bem limitados. Portanto, ao invés de haver uma base parecida nos custos

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Record acerta na fotografia de José do Egito, mas repete erros de minisséries bíblicas anteriores

A Record estreou nessa quarta-feira (30/01) mais uma de suas séries bíblicas. Com cada capítulo custando R$ 850 mil em média, com um investimento de R$ 7 milhões em cenografia e R$ 23 milhões investidos no total, "José do Egito" apresentou lindas imagens e um bom figurino, mas deixou a desejar no restante pelo que se pôde ver no primeiro dia de exibição.


Com roteiro de Vivian de Oliveira e direção geral de Alexandre Avancini, a trama conta a história de José, que é vendido como escravo pelos irmãos, após despertar muita inveja de ambos por o ser filho preferido de Jacó (Celso Frateschi). Apesar de ser protagonizada por Ricky Tavares (primeira fase) e Angelo Paes Leme (segunda fase), o primeiro capítulo deixou José em segundo plano e deu mais destaque para Diná  ---- personagem de Marcela Barroso que foi estuprada por Siquem, vivido pessimamente por Paulo Nigro.

O alto investimento da minissérie ficou claro na fotografia e nas locações. Foi um acerto gravar no Chile e no Egito. O elenco se sacrificou muito, mas valeu a pena. E as imagens ficaram lindas, parecendo de cinema. As tomadas aéreas foram o ponto alto da estreia. A produção mostrou preocupação também com

domingo, 29 de janeiro de 2012

O Brado Retumbante: um trabalho impecável que deixará saudades

"Eu conto com o seu voto!". Foi com esse tradicional pedido que todos os políticos sempre fazem, que "O Brado Retumbante" chegou ao fim na última sexta-feira. A minissérie de Euclydes Marinho cumpriu o que prometeu, através de suas ótimas chamadas durante os intervalos exibidos pela Globo. Vimos um produto com uma qualidade inquestionável, um grande elenco, uma história atraente, mesmo para quem não é chegado em política, e um texto muito bem escrito.

A saga de Paulo Ventura (Domingos Montagner - um ator seguro e talentoso) contra a podridão do nosso sistema político empolgou o público. Sua vida pessoal também gerou interesse e serviu para quebrar com a figura do herói, uma vez que o ético personagem traía sua esposa constantemente, tinha problemas com a bebida, e era preconceituoso com o filho transexual.

A história reforçou

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O Brado Retumbante é mais um acerto da Globo

Os amantes de uma boa minissérie ficaram curiosos e entusiasmados quando as chamadas de "O Brado Retumbante" começaram a ser exibidas nos intervalos de "Dercy de Verdade".  Desde o início era certo de que teríamos uma boa produção, e que a bem-sucedida microssérie escrita pela Maria Adelaide Amaral seria substituída à altura.

As perspectivas se confirmaram. A minissérie é mais um acerto da Globo. O texto do autor Euclydes Marinho e de seus colaboradores --- Denise Bandeira, Nelson Motta e Guilherme Fiúza --- é ácido e passa longe da superficialidade. O telespectador precisa prestar atenção nos ótimos e muitas vezes irônicos diálogos dos personagens, caso contrário acaba se perdendo na história.

A trama retrata com competência o retrato da política nacional, mesmo havendo o costumeiro aviso nos créditos finais, alegando que tudo não passa de mera ficção. O primeiro episódio fez questão de mostrar toda a podridão do sistema, indo de policiais cobrando a tradicional cervejinha, chegando ao topo com deputados, senadores e ministros envolvidos em falcatruas.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Dercy de Verdade: um presente para o público

Maria Adelaide Amaral mais uma vez nos presenteia com mais uma grande obra. Após várias minisséries de sucesso --- "Dalva e Herivelto", "A Casa das Sete Melheres", "A Muralha", "JK", "Queridos Amigos", "Os Maias" e "Um Só Coração" ---, a autora já mostrou a que veio logo no primeiro capítulo de "Dercy de Verdade".

Dercy Gonçalves era conhecida por grande parte do público como a velha engraçada que só fala palavrão. O objetivo dessa minissérie, baseada na biografia "Dercy de Cabo a Rabo", escrita pela própria Maria Adelaide, é justamente mostrar a vida difícil e a pessoa por trás dessa personagem que ficou marcada na vida de todos os brasileiros. E obviamente que essa missão está sendo cumprida com louvor.