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quinta-feira, 20 de junho de 2024

"Sob Pressão" e "Os Outros" provam que Lucas Paraizo está apto para escrever uma novela

 Estranhamente, o Globoplay não terá novela em 2024. E, ao que tudo indica, também não terá em 2025. Afinal, "Guerreiros do Sol", anunciada como folhetim para este ano, foi adiada para ano que vem, mas no teaser divulgado pela plataforma de streaming a trama apareceu com a classificação de 'série original'. Já para 2026, embora não tenha confirmação oficial, foi anunciado na coluna Play, do Jornal O Globo, haverá uma novela escrita por Lucas Paraizo. Infelizmente, é um tempo considerável até ir ao ar. Mas o autor já provou através de "Sob Pressão" e "Os Outros" que está apto para a empreitada. 


Lucas Paraizo está longe de ser um novato. Mas "Os Outros" foi sua segunda série como autor solo. A primeira e desafiadora empreitada foi a série derivada do filme "Sob Pressão", exibido em 2016, que por sua vez era uma adaptação do livro homônimo "Sob Pressão - A Rotina de Guerra de Um Médico Brasileiro", escrito por Márcio Maranhão. O escritor tirou de letra e emplacou um fenômeno de audiência e repercussão, protagonizado por Marjorie Estiano e Júlio Andrade. A saga dos médicos Carolina e Evandro deu tão certo que rendeu cinco temporadas repletas de qualidades. A trama retratou com realismo a rotina de profissionais da saúde que trabalham em hospitais públicos e foram inúmeras sequências de intensa carga dramática representadas por um elenco cheio de talentos. 

As quatro temporadas de "Sob Pressão" foram exibidas na Globo, mas a quinta e última foi exclusiva do Globoplay até este ano. O resultado? Foi a série mais vista da plataforma em 2022. E com direito a muitos pedidos do público para que não acabasse. Lucas conseguiu criar ótimas histórias com início, meio e fim em cada episódio, ao mesmo tempo que elaborou um arco dramático muito bem construído para os protagonistas e personagens fixos.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

"Fuzuê" peca por falta de história e conflitos monotemáticos

 O início da novela das sete que marcou a estreia do talentoso Gustavo Reiz como novelista na Globo, após uma longa passagem na Record, foi promissor. "Fuzuê" se mostrou dinâmica e com uma 'farofa' típica da faixa. Foram duas semanas atrativas envolvendo a rivalidade da mocinha e da vilã que tinha acabado de surgir. Porém, ao longo dos meses a história foi ficando desinteressante diante do foco quase total em cima da caça ao tesouro localizado no terreno da loja que nomeia o folhetim. 


A proposta da história é até interessante em uma série curta, mas não em uma novela com mais de 170 capítulos. Um filme de caça ao tesouro costuma ser repleto de ação e boas viradas, o que desperta atenção do público, mas o desafio de proporcionar isso em um folhetim é bem mais difícil. Até porque o recurso ficcional exige que pistas sejam colocadas com cautela, a ponto de manter o interesse de quem assiste sem entregar muito o conteúdo para não esvaziar o roteiro. O autor infelizmente não teve êxito. As investigações de Preciosa (Marina Ruy Barbosa), Heitor (Felipe Simas), Pascoal (Juliano Cazarré) e depois de Luna (Giovana Cordeiro) e Miguel (Nicolas Prattes) afugentaram a audiência diante de tantas elucubrações a respeito de um mesmo assunto: 'chave de sol, chave de lua, dama de ouro'. 

E o maior problema da trama é que não há uma válvula de escape para outras situações que agradem. Normalmente, um novelista costuma criar vários núcleos para que o enredo tenha outros conflitos enquanto a trama principal não anda. Mas não existe isso em "Fuzuê". Praticamente todos os personagens estão mergulhados na busca pelo tesouro antes enterrado e depois roubado.

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

"Fuzuê": o que esperar da nova novela das sete?

 A estreia de Gustavo Reiz na Globo estava programada para 2021 na faixa das sete, após dez anos como autor na Record. No entanto, veio a pandemia e o adiamento foi inevitável. Agora, em agosto de 2023, dois anos depois do prazo originalmente previsto, o escritor finalmente estreou o seu "Fuzuê", nova novela das 19h, cuja missão é manter os elevados índices do fenômeno "Vai na Fé". A premissa é totalmente oposta ao do folhetim de Rosane Svartman, cujo realismo se mesclava com momentos de sensibilidade e humor. A nova história é carregada nas tintas e bem típica do horário. 


Junte um grande mistério, duas mulheres de personalidades fortes – que têm mais coisas em comum do que imaginam – pistas sobre uma mãe desaparecida, uma pitada de amor à primeira vista, e muito humor na busca pelos tesouros da vida. Está pronto o fuzuê. Ou melhor, a ‘Fuzuê’, com direção artística de Fabricio Mamberti. A nova novela é uma comédia romântica, que trata, de forma leve e bem-humorada, sobre diferentes relações sociais e familiares, tendo como pano de fundo, a busca de duas irmãs por seus desejos e realizações pessoais. Na história, Luna (Giovana Cordeiro), heroína da trama, é uma mulher simples, carismática, moradora do Bairro de Fátima, no centro do Rio de Janeiro, que produz e vende biojoias e busca, incansavelmente, por pistas que desvendem o paradeiro de sua mãe, Maria Navalha (Olivia Araújo), ex-cantora da Lapa, que desapareceu misteriosamente.  

Do outro lado do mapa, vive Preciosa (Marina Ruy Barbosa), a antagonista da história. Uma conhecida e poderosa empresária, dona de uma joalheria, que recebe como herança do pai, Cesar Montebello (Leopoldo Pacheco), documentos que indicam a localização de uma fortuna escondida.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Com "Vai na Fé", Rosane Svartman trouxe de volta a essência de um bom folhetim

 A atual novela das sete da Globo não para de receber elogios desde que estreou, em janeiro. Já são cinco meses no ar e não há qualquer sinal de esgotamento do enredo. Pelo contrário, não falta conflito. Todos os capítulos são dinâmicos e com acontecimentos que mexem na narrativa. "Vai na Fé", dirigida por Paulo Silvestrini, reúne todas as qualidades de uma boa história e uma das principais é a essência do folhetim. Rosane Svartman trouxe de volta características que andaram (e andam) em falta na teledramaturgia da emissora.


As quatro novelas recentes da Globo ("Cara e Coragem", "Mar do Sertão", "Amor Perfeito" e "Travessia) fracassaram no desenvolvimento e na estruturação do roteiro. E, ironicamente, as quatro apresentaram problemas semelhantes: história que não tem fôlego para ficar no ar por seis meses e um início corrido para causar uma falsa impressão de agilidade. "Cara e Coragem", de Cláudia Souto, teve quase 200 capítulos com um enredo que não duraria nem cinco semanas. Para culminar, a autora 'matou' Clarice (Taís Araújo) no terceiro capítulo da novela, o que impediu que o público criasse qualquer vínculo com ela. Ainda foi um equívoco a obra ter ficado voltada apenas para a resolução de um crime que ninguém se importava porque mal conhecia a vítima. E a pressa nem se justificou porque foi uma falsa morte e a história ficou andando em círculos o tempo todo. Os três vilões ainda se mostraram desinteressantes e até inofensivos. 

"Travessia" apresentou um conjunto de erros praticamente igual. Débora (Grazi Massafera) vivia uma relação infeliz com Guerra (Humberto Martins), engravidou do amante, foi descoberta pelo marido, meses se passaram, sofreu um acidente de carro e morreu. Isso tudo na estreia da novela de Glória Perez. O telespectador não teve tempo de criar empatia e muito menos ódio por ninguém. Foi tudo jogado de qualquer maneira para provocar a sensação de um capítulo ágil e dinâmico.

segunda-feira, 15 de maio de 2023

"A Infância de Romeu e Julieta" é um acerto da parceria entre SBT e Prime Video

 O SBT deixou claro com "Poliana Moça" que não sabe fazer novela para adolescentes. O intuito da trama, que se tratava da continuação de "As Aventuras de Poliana", era mostrar os dilemas da juventude através da protagonista crescida, mas apresentou um roteiro tão infantil quanto o anterior e ainda afugentou o público que já não estava mais interessado no produto baseado em uma produção que teve 564 capítulos. Agora a mesma Íris Abravanel, a única autora da emissora, resolveu voltar ao enredo para crianças, sem pretensões de atingir outra faixa etária, com "A Infância de Romeu e Julieta", que estreou semana passada. 


A história é baseada no clássico de William Shakespeare, mas sem a tragédia no final por razões óbvias. E foi uma boa ideia criar uma novela infantil tendo como premissa um casal tão conhecido mundialmente. Também merece elogios a escolha de um ator negro para interpretar Romeu, o que implicou na escalação de outros intérpretes negros para a composição da família do protagonista. O SBT está muito atrasado na questão da diversidade, já que nunca teve qualquer preocupação a respeito em suas novelas ou programas da emissora. Mas antes tarde do que nunca. Miguel Ângelo é carismático e não faz feio em cena. Já Julieta ficou a cargo de Vittória Seixas.

Castanheiras é um bairro dividido em dois lados, apelidados pelos próprios moradores, de Vila e Torre. No primeiro, encontram-se sobrados coloridos, estabelecimentos menores e familiares. No segundo, condomínios de prédios imponente e um boulevard luxuoso.

segunda-feira, 8 de maio de 2023

"Terra e Paixão": o que esperar da nova novela das nove?

 O fracasso de "Travessia" arruinou tudo o que o remake de "Pantanal" construiu. Após a baixa audiência da bem escrita "Um Lugar ao Sol", a adaptação do fenômeno de Benedito Ruy Barbosa elevou os índices de audiência da Globo. Mas a história de Glória Perez derrubou a média em cinco pontos. Agora a emissora escalou o autor conhecido por salvar todos os seus horários: Walcyr Carrasco. E o veterano promete reconquistar o público perdido com "Terra e Paixão", uma novela, dirigida por Luiz Henrique Rios, que promete apresentar todos os bons ingredientes de um folhetim clássico. 


Uma família ceifada por um crime e a coragem de uma mulher, que enfrenta tudo e todos por sua família, em uma história repleta de descobertas e superação. Esperança é a semente que costura a trama da nova novela das nove, ‘Terra e Paixão’, onde Walcyr Carrasco conta a saga de Aline (Barbara Reis), uma mulher forte, cheia de sonhos, que enfrenta o que for pelo futuro de sua família. Sua história, guiada pela força do amor e movida pelo desejo de justiça, se cruza com a da família do maior produtor rural da região, Antônio (Tony Ramos), movida pela ambição e muitos segredos. Aline Machado vive na fictícia cidade de Nova Primavera, no Mato Grosso do Sul, ao lado do marido Samuel (Ítalo Martins), um pequeno proprietário que luta para manter suas terras, e do filho João (Matheus Assis), um menino forte e corajoso. Ela é professora, trabalha na escola da região, mas após um atentado em sua casa, se vê sozinha com o menino diante das terras deixadas pelo marido. 

 Forte, batalhadora e corajosa, Aline aprende a plantar e a lidar com as máquinas e com o mercado de agronegócios com a ajuda de Jonatas (Paulo Lessa), primo de Samuel, um amigo fiel nas horas difíceis. Além de contar com ele, tem ao seu lado Jussara Barroso (Tatiana Tiburcio), sua mãe. Ela apoia a filha, mas teme que suas decisões a prejudiquem. No fundo, deseja que ela venda as terras e volte para a cidade.

segunda-feira, 10 de abril de 2023

"Amor Perfeito" parece uma novela 'TikTok'

 A atual novela das seis está em sua quarta semana de exibição. Praticamente um mês no ar. Mas não parece. "Amor Perfeito" aparenta estar em plena reta final a ponto do telespectador pensar qual será a produção substituta da Globo na faixa das 18h. Exagero? Infelizmente, não é o caso. A história, dirigida por André Câmara, teve um primeiro capítulo atropelado de acontecimentos e o equívoco da correria se mantém até hoje inexplicavelmente. 


É incompreensível o método que Duca Rachid, Júlio Fisher e Elisio Lopes Jr. têm utilizado para contar uma história que desperta a atenção por ser baseada em um livro tão querido e conhecido ---- "Marcelino Pão e Vinho", escrito pelo espanhol José María Sanchez Silva, publicado em 1950 e que foi transformado em filme em 1955. O livro em si não daria uma novela, então, claro que novos núcleos e personagens foram criados, incluindo o enredo dos mocinhos, já que na história original Marê (Camila Queiroz) está morta. 

Os autores têm corrido tanto com a narrativa que todas as catarses que provocariam viradas de impacto foram destruídas em três semanas. É vital para qualquer folhetim que os personagens cativem o público para, assim, despertarem empatia, torcida e envolvimento. E isso só ocorre com uma boa construção, o que não está acontecendo na atual produção. Como já mencionado na crítica anterior, a estreia apresentou uma quantidade de acontecimentos que preencheriam uns 20 capítulos com certa tranquilidade e com um bom dinamismo, sem implicar em um ritmo arrastado.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

"Vai na Fé": o que esperar da nova novela das sete?

A nova novela de Rosane Svartman marca a sua estreia como autora 'solo', embora mantenha um ótimo time de roteiristas. A escritora emplacou o sucesso "Malhação - Intensa como a vida" ao lado de Glória Barreto, em 2012; a até hoje lembrada "Malhação - Sonhos" ao lado de Paulo Halm, em 2014, e os fenômenos "Totalmente Demais" (2016) e "Bom Sucesso" (2019) também junto com o parceiro Paulo. Agora, com "Vai na Fé", folhetim que estreou nesta segunda-feira (16), um novo desafio começa. 


A história tem boas camadas. Bruna (Carla Cristina Cardoso) e Sol (Sheron Menezzes) são amigas desde a juventude, vizinhas em Piedade. Bruna conhece bem a amiga e está sempre ao seu lado. Teve a filha Kate (Clara Moneke), que cria sozinha, um pouco depois do nascimento de Jenifer. Com elas, o perrengue não é diferente, e Bruna se desdobra para sustentar a casa. Mas, ao contrário de Jenifer, Kate não se rende aos estudos e se aproxima de pessoas como Hugo (MC Cabelinho), um ex-namorado que escolheu entrar para o crime organizado.

 Em um dia de trabalho no Centro, um cliente encomenda várias quentinhas para serem entregues em uma casa de show próxima. Sol é encarregada para a tarefa. Ao chegar lá, vê no palco Lui Lorenzo (José Loreto), cantor pop conhecido. Para a surpresa de Sol, Vitinho (Luis Lobianco), um amigo de longa data com quem perdeu contato, trabalha na produção do cantor. Na juventude, nos anos 2000, os dois, junto com Bruna, faziam sucesso nos bailes funks da Zona Norte do Rio de Janeiro, eram chamados o 'Trio do Poder'.

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

"Todas as Flores": o que esperar da nova novela do Globoplay?

 A nova novela de João Emanuel Carneiro estava prevista para substituir o remake de "Pantanal" e tinha o título de "Olho por Olho". No entanto, em uma mudança de planos, a Globo resolveu transferir a trama para o Globoplay e assim sair na frente da HBO Max, serviço de streaming da HBO que planejava lançar um folhetim em breve (agora o projeto está suspenso). Com a alteração, a história ficou mais curta: 85 capítulos. E haverá um pausa no final do ano por causa da estreia do "BBB 23" em janeiro. A primeira parte ficará com 45 capítulos. Para não dividir as atenções, a plataforma exibirá os 40 restantes a partir de abril, após o término do reality. 


Uma das premissas de "Todas as Flores" é evidenciar o paradoxo entre 'essência' e 'aparência'. O bairro da Gamboa e a empresa Rhodes & Co. Tailleur são os principais universos que representam esse antagonismo ao transitar por mundos que contrastam o 'ser' (uma vida simples, desprovida de ganância ou posses) e o 'ter' (uma vida de status social, riqueza e consumo), respectivamente. A novela conta com muitas locações reais no bairro da Gamboa, que fica localizado na região portuária do Rio de Janeiro e é um dos principais redutos do samba carioca. Entre as locações do bairro e arredores que podem ser vistas na novela, destacam-se a Pedra do Sal, o Largo São Francisco da Prainha, a Ladeira da Conceição e o Porto Maravilha. 

A equipe da novela usou como referência os casarões antigos do bairro, com fachadas pequenas e interiores compridos, para reproduzir o interior dos lares de Judite (Mariana Nunes) e Seu Darci (Xande de Pilares) nos Estúdios Globo. Diversos elementos que compõem a personalidade ou profissão dos personagens estão espalhados pelos cenários como parte do trabalho da produção de arte assinada por Moa Batsow.

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

"Travessia": o que esperar da nova novela das nove?

 A missão de Gloria Perez não é fácil: manter os excelentes índices alcançados pelo remake de "Pantanal". Mas a autora já tem experiência em substituir grandes sucessos, assim como imensos fracassos. Com "Salve Jorge", folhetim massacrado por crítica e público, falhou ao ocupar o lugar do fenômeno "Avenida Brasil", em 2013. Já com "A Força do Querer", em 2017, sua melhor novela até hoje, conseguiu reerguer a faixa das nove, que antes fracassava com a audiência pífia de "A Lei do Amor". Agora a escritora vem com "Travessia" e promete prender o telespectador com uma dramaturgia clássica. 


Ari (João Bravo/Chay Suede) e Brisa (Mariah Yohana/Lucy Alves) cresceram juntos no interior do Maranhão, às margens dos Lençóis. Ele, filho adorado de dona Núbia (Drica Moraes), uma comerciante local que destinou todas as economias para dar ao menino condições de galgar um futuro melhor. Ari estudou, se formou em arquitetura e, incentivado por Dante (Marcos Caruso), seu professor desde menino e mentor, se dedica à defesa do patrimônio histórico maranhense. Já Brisa é uma jovem que cresceu órfã e tirou desta ausência forças para se tornar uma mulher determinada e batalhadora. Ela pulsa a cultura de seu estado: dança em todas as rodas de Tambor de Crioula e se apresenta em grupos de Bumba Meu Boi, quando não está jogando nas sete para garantir o próprio sustento. 

Na infância, Ari e Brisa eram sinônimo de implicância mútua. Mas, aos poucos, o coração falou mais alto e eles engataram um romance despretensioso, no início. As coisas aceleram quando eles descobrem que estão esperando um bebê. Quando começa a história de "Travessia", Ari e Brisa ---- e o filho Tonho (Vicente Alvite) ---- já moram juntos há alguns anos e estão prestes a oficializar o casamento.

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Tudo sobre a primeira coletiva online de "Todas as Flores", nova novela do Globoplay

 A Globo promoveu no dia 23 de setembro a primeira coletiva online de "Todas as Flores", novela escrita por João Emanuel Carneiro e exclusiva do Globoplay, com estreia marcada para o dia 19 de outubro na plataforma de streaming da emissora. Participaram do primeiro encontro os atores do núcleo do bairro da Gamboa: Micheli Machado, Jhona Burjack, Dougas Silva, Mary Sheila, Xande de Pilares, Mumuzinho, Leonardo Lima de Carvalho, Heloisa Honein e Zezeh Barbosa. Fui um dos convidados e conto sobre o que rolou no bate-papo. 

Douglas Silva falou rapidamente sobre seu papel porque estava atrasado para embarcar em um voo: "Meu personagem se chama Oberdan, é músico. Ele sofre de uma doença chamada priapismo. Quando falo sobre isso tenho vontade de rir, mas é um assunto sério. Que é ereção involuntária. Ele utiliza dessa doença dele pra justificar a falta de caráter", explicou o ator.

Mary Sheila complementou o colega falando da relação de seus personagens: "Faço a Jussara que é casada com o Oberdan e os dois são cantores de sucesso. Conheci o Douglas na série 'Cidade dos Homens'.

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

"Cara e Coragem" sofre com personagens sem carisma e trama monótona

 A nova novela das sete da Globo está há pouco mais de dois meses no ar. Escrita por Claudia Souto e dirigida por Natalia Grimberg, "Cara e Coragem" teve um início movimentado por bons enigmas e aparentemente tinha uma história interessante a ser contada. No entanto, semanas se passaram, e as impressões mudaram. No atual momento tem ficado claro que o conjunto apresentado deixa bastante a desejar. 


Vendida como uma novela de muita ação por explorar a vida dos dublês e ter um misterioso assassinado que precisa ser desvendado, a história na verdade é monótona e com uma narrativa que vai cansando. É até estranho um folhetim começar assim, já que o normal é o enredo iniciar com agilidade e ir perdendo o fôlego ao longo dos meses. É até natural qualquer produção dramatúrgica entrar na fase da chamada barriga (período onde nada de relevante acontece), porém, no caso da trama das sete, a falta de situações atrativas da história começou a ser vista cedo demais. 

Um dos maiores problemas é a ausência de carisma dos personagens. Não é culpa do elenco, muito bem escalado e repleto de ótimos nomes. Mas da apresentação dos perfis. A grande maioria não desperta a simpatia de quem assiste. É difícil criar qualquer envolvimento com alguém. Aliás, não tem como ignorar "Pega Pega", novela da mesma autora, exibida em 2017, que sofria do mesmo problema. Eram raros os personagens carismáticos. Dava para contar nos dedos de uma mão.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

"Poliana Moça" segue tão infantil quanto "As Aventuras de Poliana"

A nova novela do SBT, "Poliana Moça", primeira trama inédita da emissora após um período só de reprises, estreou no dia 21 de março, às 20h30. Com adaptação da autora Iris Abravanel e direção-geral de Rica Mantoanelli, a obra representa a volta das gravações depois de quase dois anos suspensas devido à pandemia. A sequência da história se passa três anos depois de "As Aventuras de Poliana" e agora retrata a protagonista enfrentando questões da adolescência, como conflitos de amizade, emoções à flor da pele e o primeiro amor.

Estrelada por Sophia Valverde e Igor Jansen, a trama tem no elenco nomes já vistos em "As Aventuras de Poliana": Duda Pimenta, Enzo Krieger, Lucas Burgatti, Dalton Vigh, Flavia Pavanelli, Lilian Blanc, Maria Gal, Clarisse Abujamra, Murilo Cezar, Thaís Melchior, entre outros. Também tem novidades no elenco como Junno Andrade, Marcello Airoldi, Amanda Acosta, Ana Paula Valverde, Bella Chiang, Luisa Bresser, Allana Lopes, Humberto Morais, Giovanni de Lorenzi, Thiago Franzé e as crianças Tavinho Martins, Mari Campolongo, Marianna Santos e João Pedro Delfino como Pinóquio.
 
A história recomeça pouco antes do aniversário de quinze anos de Poliana. Otto (Dalton Vigh), pai de Poliana, leva a filha à pequena cidade no interior de São Paulo (São Bento do Sapucaí), onde o avô dela, Richard (Dalton Vigh), montou sua primeira oficina de brinquedos artesanais. Ele explica que ali foi criado o boneco que serviu de inspiração e base para desenvolver Ester, a androide.

segunda-feira, 28 de março de 2022

"Pantanal": o que esperar da nova novela das nove?

 O remake do sucesso de Benedito Ruy Barbosa, exibido na Rede Manchete, em 1990, vem sendo tratado pela Globo como o salvador do horário nobre. Isso porque a emissora vem em um processo de divulgação massiva há quase um ano, o que refletiu diretamente na campanha porca de "Um Lugar ao Sol", escrita por Lícia Manzo, que chegou ao fim com uma baixa audiência. A nova produção, que estreou nesta segunda-feira (28), é adaptada pelo neto de Benedito, Bruno Luperi, que escreveu junto com o avô a problemática "Velho Chico", exibida em 2016. 

"Pantanal" é uma saga familiar que tem o amor como fio condutor e a natureza como protagonista. Fonte da maior concentração de fauna das Américas e maior planície alagada do mundo, o Pantanal foi inspiração para a obra escrita há mais de 30 anos por Benedito e dirigida na época por Jayme Monjardim ---- agora com direção artística de Rogério Gomes. No tronco central dessa jornada, repleta de dramas familiares e conflitos, está a história do velho Joventino (Irandhir Santos) e seu filho, José Leôncio (Renato Góes / Marcos Palmeira). A vida como peão de comitiva os levou para o Pantanal, onde Joventino aprendeu a lição mais importante de sua vida: que a natureza pode mais do que o homem. Ao confiar o seu destino nas mãos da natureza, o peão compreende que na lida - e na vida - nada se conquista através da força, ou no laço, como ele acreditava. Nascia, assim, a lenda do maior peão de toda aquela região. Velho Joventino ficou afamado por trazer os bois selvagens, os ditos marruás, no feitiço. Porém, foi logo após essa compreensão, que Joventino desapareceu sem deixar rastros, deixando o filho, José Leôncio, sozinho à espera de seu pai.
 
Cinco anos depois, em uma viagem ao Rio de Janeiro, José Leôncio se apaixona e casa com Madeleine (Bruna Linzmeyer / Karine Teles). Os dois se mudam para o Pantanal onde nasce Jove (Jesuíta Barbosa). A passagem de Madeleine pela fazenda, porém, é um caos. Com saudade da vida urbana e da mordomia da mansão de seus pais no Rio de Janeiro, a jovem não se acomoda àquela sina de solidão que é ser mulher de peão.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

"Além da Ilusão": o que esperar da nova novela das seis?

A nova novela das seis promete ser bem diferente da recém-terminada "Nos Tempos do Imperador". Alessandra Poggi estreia como novelista solo, após uma parceria com Angela Chaves em "Os Dias Eram Assim", novela das 23h, exibida em 2017. A autora promete uma história com uma roupagem mais leve, com um toque de conto de fadas, ainda que haja elementos densos para o roteiro se movimentar. O diretor Luiz Henrique Rios também endossa a intenção do novo folhetim e ainda o classifica como uma 'fábula temporal'. 

Em ‘Além da Ilusão’, o público vai acompanhar a história de Davi (Rafael Vitti) e Isadora (Sofia Budke/ Larissa Manoela), em uma viagem ao Brasil das décadas de 1930 e 1940, marcado por tempos de profundas mudanças. Ambientada em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, e dividida em duas fases, entre 1934 e 1944, a produção é marcada por histórias de amor, traição, esperança, justiça e muito humor. A trama começa em Poços de Caldas, Minas Gerais, com o fascínio de Isadora (Sofia Budke), ainda criança, pelas mágicas do jovem Davi (Rafael Vitti). De férias na cidade, a pequena Dora, filha do influente Juiz Matias (Antonio Calloni) e de Violeta (Malu Galli), vive a expectativa da festa de aniversário de 18 anos de sua irmã, a sonhadora Elisa (Larissa Manoela). 

Davi é órfão de pai e mãe e foi com o avô que aprendeu seus primeiros truques de mágica. Apesar da vida difícil que leva, o jovem chegou a concluir seus estudos antes da família perder tudo, mas seu maior desejo é se tornar um ilusionista. Em sua passagem pela cidade, o jovem conhece, casualmente, Elisa no dia do baile de aniversário e eles se apaixonam. Matias não aceita a situação entre os dois e arma para separar o mágico de sua filha, por quem nutre verdadeira devoção. 

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

"Um Lugar ao Sol": o que esperar da nova novela das nove?

A nova trama das 21h da Globo estreia hoje, dia 8 de novembro, e marca a chegada de Lícia Manzo no horário mais nobre da emissora. A autora é a responsável por dois primorosos folhetins das 18h: "A Vida da Gente", de 2011(reprisada recentemente), e "Sete Vidas", de 2015. Duas histórias que primaram pela sensibilidade e resultaram em uma sucessão de elogios do público e da crítica. Há uma expectativa muito grande para "Um Lugar ao Sol", pois a força dramática das histórias da escritora sempre foram perfeitas para a principal faixa de novelas do canal. 

 Mas a verdade é que Lícia Manzo enfrentou uma verdadeira saga até estrear sua primeira novela no horário nobre. Após o êxito de "Sete Vidas", a autora foi escalada para escrever uma novela das 23h, prevista para 2016. A sinopse foi criada e o título era "Jogo da Memória". A trama abordaria uma relação incestuosa entre uma irmã e seu irmão por parte de pai em três épocas distintas. Mas a Globo achou o investimento caro para uma trama que teria três fases. O projeto acabou cancelado, mas Lícia escreveu a história inteira, que segue engavetado. Pediram, então, para a escritora fazer uma novela sem horário definido. Pedido aceito. 

A princípio, a Globo decidiu destinar a nova trama de Lícia para as 18h. Porém, outra vez criaram empecilhos e uma nova ordem veio: adaptar o enredo para a faixa das 21h. Quando tudo parecia certo, a direção não achou que a história não tinha a força necessária e uma nova adaptação foi feita, segundo várias notas de colunistas.

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

"Nos Tempos do Imperador": o que esperar da nova novela das seis?

"Novo Mundo" estreou em 2017 e fez um grande sucesso. Alessandro Marson e Thereza Falcão estrearam como autores principais em grande estilo e apresentaram para o público uma trama repleta de ação, drama, humor e elementos da história do Brasil através das figuras de Dom Pedro I, Leopoldina, Domitila, entre outros perfis que realmente existiram. Um folhetim clássico, ambientado em 1817, com elementos históricos. Agora, quatro anos depois, após um adiamento por conta da pandemia do coronavírus, os escritores emplacam um novo projeto na Globo com uma premissa ousada: apresentar uma continuação da primeira trama deles. Com o título de "Nos Tempos do Imperador", a produção tem Dom Pedro II como figura central.


A nova trama é ambientada no Rio de Janeiro, em 1856, um pouco mais de 30 anos após a Independência do Brasil, e explora conquistas, batalhas, vitórias e derrotas. É sobre escolhas e sacrifícios. "Nos Tempos do Imperador" se desenvolve em um Brasil jovem, que ainda busca sua identidade. A novela acompanha momentos importantes da vida de Pilar  (Gabriela Medvedovski), Jorge/Samuel (Michel Gomes), o imperador Dom Pedro II (Selton Mello), a imperatriz Teresa Cristina (Letícia Sabatella) e Luísa, a condessa de Barral (Mariana Ximenes), ao longo dos anos, e traz uma história de amor e esperança, com elementos históricos, que remetem aos dias atuais.

O conjunto é bem parecido com o de "Novo Mundo", que era protagonizada por um quarteto, no caso o casal de mocinhos ---- Anna (Isabelle Drummond) e Joaquim (Chay Suede) ---- e os personagens históricos Dom Pedro I (Caio Castro) e Leopoldina (Letícia Colin). Quem está na posição de Anna agora na trama é Pilar.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

"Gênesis" apresenta bom início e conhecida história bíblica desperta a atenção do público

 Anunciada como a 'nova superprodução da Record', "Gênesis" estreou nesta terça-feira (19/01), na faixa antes ocupada por "Amor sem Igual", até então a única novela inédita no ar atualmente. A nova produção bíblica da emissora agora é o segundo folhetim inédito em meio ao caos da pandemia do novo coronavírus. Após ter fugido um pouco da mesmice com a boa trama de Cristianne Fridman, o canal volta a apostar nas histórias bíblicas para atrair o público. 

A nova novela tem um alto investimento da emissora. É o maior elenco da teledramaturgia nacional até hoje, com mais de 250 atores, e dividida em sete fases: "Criação" (Adão e Eva); "Dilúvio" (Arca de Noé); "Torre de Babel"; "Ur dos Caldeus", "Abraão"; "Jacó" e "José do Egito". Serão 150 capítulos. Ou seja, a bem da verdade, há uma boa estratégia de marketing. Afinal, analisando friamente, não se trata de um folhetim e, sim, de várias minisséries interligadas por poucos atores. Apenas dois estão em todas as fases: Flávio Galvão, intérprete de Deus (apenas por voz), e Igor Rickli, que vive Lúcifer. 

A produção é escrita por Camilo Pelegrini, Raphaela Castro e Stephanie Ribeiro, dirigida por Edgard Miranda. A trama aborda os primeiros 2.300 anos da humanidade a partir da história contada no primeiro livro da Bíblia. Há uma boa frente de capítulos já prontos. O início das gravações foi em janeiro de 2020, dois meses antes do início da pandemia no Brasil.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Não se preocupe, você não é ignorante por não gostar de "Amor de Mãe"

A crítica especializada colocou "Amor de Mãe" em um pedestal. É uma obra prima da teledramaturgia, uma novela revolucionária e sem qualquer defeito. Não há problemas no desenvolvimento, clichês inexistem, todos os personagens são ótimos, o elenco inteiro é valorizado, enfim. Também ficou comum a narrativa para justificar a audiência aquém do esperado: o grande público não sabe apreciar uma novela que faz pensar e foge dos enredos escapistas. Ou seja, em outras palavras, classifica o telespectador como burro. Mas não se preocupe, caro leitor, não é bem assim que a 'banda toca'.


A história de Manuela Dias, que estreia como novelista em pleno horário nobre da Globo, tem qualidades? Com toda certeza. O folhetim teve um início maravilhoso e mereceu a avalanche de elogios. A trama de Lurdes (Regina Casé em estado de graça) é a melhor com larga vantagem e move o roteiro. A complexidade de Vitória (Taís Araújo) também atrai, assim como a redenção de Sandro (Humberto Carrão) e a trajetória linda de Camila (Jéssica Ellen) ---- incluindo seu romance com Danilo (Chay Suede). É um folhetim bem produzido e com boas atuações. Todavia, o conjunto está longe de ser excelente e há muitos problemas visíveis.

José Luiz Villamarim é um dos melhores diretores da Globo, mas trata "Amor de Mãe" como uma série das 23h e não uma novela. É preciso inovar e sair do mais do mesmo? Sem dúvida. Todavia, o filtro escuro e amarelado promove um certo desgaste em quem está assistindo. Há uma sensação de poluição visual. E sua ousadia de exibir vários atores que fazem pequenas participações de costas ou mostrando raramente o rosto incomodou.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Record volta a apostar em uma novela contemporânea com "Topíssima" e faz bem

Há cinco anos a Record não produzia uma novela não bíblica contemporânea. A última era "Vitória", de Cristianne Fridman, exibida em 2014. Ironicamente, a autora que marca essa volta aos folhetins atuais é a mesma Cristianne, que estreou "Topíssima", nesta terça-feira, dia 21, às 19h55, na faixa que exibia a reprise de "A Terra Prometida". A escritora, inclusive, também está no ar com outra produção inédita: "Jezabel", exibida logo após essa sua nova empreitada, às 20h45.


O novo folhetim enfrentou problemas antes da estreia. Isso porque Cristianne foi chamada pela Record, em 2017, para criar uma história para a faixa das sete. A sinopse foi aprovada em agosto e entraria no ar no primeiro semestre de 2018, substituindo "Belaventura". O título era "Rosa Choque" e só depois virou "Topíssima". Vários atores foram contratados pela emissora para a produção, mas tempos depois o projeto acabou cancelado em virtude do corte de custos. O canal manteria apenas a faixa das 20h45 com novelas inéditas e sempre bíblicas. A das sete seria preenchida com reprises.

Em novembro de 2018, a trama foi desengavetada pela emissora e a autora voltou a trabalhar na produção. Agora, em maio de 2019, finalmente foi ao ar. E já é possível observar vários elementos que Fridman adora: crimes, sequestros, mistérios envolvendo assassinatos e cenas de ação.