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segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Ramille e Gabriel Godoy esbanjaram química como Andrômeda e Chicão em "Família é Tudo"

 A atual novela das sete, escrita por Daniel Ortiz e dirigida por Fred Mayrink, está em sua última semana e foram muitos os equívocos de "Família é Tudo". No entanto, a história também teve seus pontos positivos e um dos grandes destaques foi o casal formado por Andrômeda e Chicão, interpretados com talento por Ramille e Gabriel Godoy. 


A essência do par é aquele clichê que raramente falha da teledramaturgia: a patricinha fresca se apaixonando por um sujeito bronco e pobre. Inúmeras novelas já exploraram esse tipo de romance, além de filmes, peças e livros. É um recurso irresistível para o público, que logo se afeiçoa aos personagens e cria expectativa para o início da relação. E Ortiz acertou bastante na condução do casal, que rapidamente virou um dos trunfos da produção das sete. 

Andrômeda se destacou logo no começo da novela por conta de seus exageros, tanto performáticos quanto vocais. A patricinha tem horror a tudo que é da baixa renda e viveu um inferno quando precisou morar e trabalhar na gravadora com os quatro irmãos para ter o direito ao recebimento da herança da avó.

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Bebel e Olavo foram a sensação de "Paraíso Tropical"

 A reprise de "Paraíso Tropical" no "Vale a Pena Ver de Novo" reforçou todas as qualidades da novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, dirigida por Dennis Carvalho. A trama teve muitos acertos e impressiona rever como o rodízio dos núcleos eram bem realizados, proporcionando um destaque de todos. Mas o folhetim não ficou na memória do grande público. A história sofreu uma rejeição inicial em 2007 e os autores só conseguiram reverter a situação com algumas mudanças no enredo, entre elas o maior destaque para o casal Bebel e Olavo. 


Os vilões acabaram tomando o lugar dos mocinhos, que fracassaram logo no início por conta da construção equivocada e muito apressada do romance. Fábio Assunção e Alessandra Negrini tiveram um ótimo desempenho e a culpa do fiasco do amor de Daniel e Paula não foi deles. Mas os intérpretes foram inevitavelmente ofuscados por Camila Pitanga e Wagner Moura. Até porque Gilberto e Ricardo foram muito mais hábeis no envolvimento do grande vilão da história com a garota de programa que sempre sonhou com uma vida de luxo. 

Olavo foi inicialmente apresentado como um típico malvado maniqueísta. Não havia um contexto para a personalidade egocêntrica e arrogante do sujeito que sempre quis destruir Daniel na empresa de Antenor Cavalcante (Tony Ramos). O empresário nutria inveja pelo rival, principalmente por conta da relação de carinho que Antenor e Ana Luísa (Renée de Vielmond) tinham com o 'filho do caseiro'.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Lucas e Ana Luísa conquistaram o público em "Paraíso Tropical"

 O Viva reprisou "Paraíso Tropical" em 2021 e a Globo colocou a novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares no "Vale a Pena Ver de Novo" três anos depois. A segunda reprise mostra novamente como a obra é bem estruturada e movimentada. Tudo através de planejados ciclos que se abrem e fecham ao longo das semanas em um esquema de rodízio onde todos os personagens acabam sendo bem aproveitados. E uma das gratas surpresas da trama na época, exibida em 2007, foi o casal formado por Lucas e Ana Luísa. 


Interpretados por Rodrigo Veronese e Renée de Vielmond, respectivamente, os personagens só se conheceram após algumas semanas de novela no ar. E a química foi imediata. Isso porque Ana Luísa caiu nas graças do público já no início. A esposa do poderoso Antenor Cavalcante (Tony Ramos) já começa a história sendo enganada pelo marido, que a trai com várias mulheres, incluindo uma amante 'fixa', Fabiana, vivida por Maria Fernanda Cândido. Não foi difícil o telespectador logo se afeiçoar pela ricaça, que esbanja delicadeza e elegância. 

O primeiro encontro com Lucas, melhor amigo do mocinho Daniel (Fábio Assunção), se dá, ironicamente, após uma suspeita (correta) que Ana tem sobre a fidelidade do esposo. Os dois se esbarram em uma galeria de arte e a troca de olhares promove o clichê mais comum na teledramaturgia. O jovem se encanta e a milionária fica balançada.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Filipe Bragança e Rayssa Bratillieri transbordam química em "Elas por Elas"

 A nova novela das seis da Globo está há pouco mais de um mês no ar e, apesar da baixa audiência, está divertida e gostosa de acompanhar. O remake de "Elas por Elas", baseada na obra original de Cassiano Gabus Mendes e adaptada por Thereza Falcão e Alessandro Marson, vem se mostrando um folhetim com bastante acertos, sendo um dos principais o casal formado por Giovani e Ísis, interpretados por Filipe Bragança e Rayssa Bratillieri. 


Os personagens são os protagonistas do melhor 'plot' da produção original, mas o roteiro precisou ser alterado em virtude da tecnologia. Em 1982, não existia o ultrassom, o que facilitou a condução do enredo. Ísis e Giovani foram trocados na maternidade por conta do desejo de Sérgio (Marcos Caruso) em ter um herdeiro para seus negócios. Como Helena (Isabel Teixeira) estava grávida de uma menina, o empresário subornou a enfermeira para realizar a troca. E o crime foi feito justamente com o filho de Adriana (Thalita Carauta), que estava na mesma maternidade. Porém, essa trama de 41 anos atrás foi mexida pelos autores, afinal, agora há uma legião de equipamentos para descobrir o sexo do bebê antes do parto. 

A solução de Thereza e Alessandro foi manter a troca, mas, ao menos pelo que tudo indica até agora, não envolver Ísis. Giovani foi trocado porque o bebê de Helena, do sexo masculino, nasceu morto e a personagem não poderia mais engravidar porque teve complicações no parto. Sim, os autores reciclaram o enredo central de "Por Amor", clássico de Manoel Carlos de 1997. Ísis deve ser filha de Jonas (Mateus Solano) com Adriana, enquanto o rapaz deve ser filho de algum outro personagem desconhecido.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Marina Ruy Barbosa e Felipe Simas formam uma ótima dupla em "Fuzuê"

 A atual novela das sete da Globo, escrita por Gustavo Reiz e dirigida por Fabricio Mamberti, ainda está em seu início e focada em cima da famigerada busca ao tesouro perdido. Não há muitos conflitos que não sejam sobre essa procura, com exceção da saga da mocinha Luna (Giovana Cordeiro) em busca de sua mãe, que agora voltou também em busca da tal fortuna. Mas a trama já apresenta alguns bons destaques e o principal tem sido o casal formado por Preciosa e Heitor. 


Interpretados por Marina Ruy Barbosa e Felipe Simas, os personagens são os típicos vilões atrapalhados que raramente conseguem sucesso em seus planos. É quase uma espécie de Pink e o Cérebro (clássico desenho da década de 1990) em forma de casal, onde ela é quem tem as ideias e ele o responsável em executá-las. Preciosa é uma influenciadora que dá dicas de sucesso, mas na realidade enfrenta um turbulento período de dívidas, incluindo da sua joalheria, que anda bem ruim de lucro. Heitor, por sua vez, é um deputado corrupto que conta com a ajuda de funcionários fantasmas para disparar fake news contra inimigos políticos. 

Preciosa e Heitor são perfis que transbordam caricatura. "Fuzuê" é uma novela das sete que volta às origens dos clássicos folhetins da faixa, onde o humor domina todas as narrativas e praticamente não há muito drama em nenhum núcleo ou personagem.

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Gratas revelações, Diego Martins e Amaury Lorenzo roubam a cena em "Terra e Paixão"

 Novela é uma obra aberta, portanto, nunca dá para saber o que vai funcionar ou não na história. Por mais experiência que um autor tenha, é necessário esperar a reação do público para ver o que está ou não funcionando no enredo. Não por acaso, todos os folhetins produzidos durante a pandemia enfrentaram problemas porque foram ao ar totalmente gravados. Não havia o termômetro da audiência. Ainda assim, não são todos os autores que escutam o público. Apenas alguns se mostram dispostos a atender ao gosto do telespectador e Walcyr Carrasco é um dos principais. A maior prova é o destaque crescente de Kelvin e Ramiro em "Terra e Paixão". 


Walcyr agora conta com Thelma Guedes para ajudá-lo a escrever os capítulos e o escritor foi criando cada vez mais cenas para a dupla, assim que percebeu que o povo estava gostando da aproximação entre o capanga de Antônio La Selva (Tony Ramos) e o atendente do bar da cidade. Os personagens tinham poucas cenas nas primeiras semanas e funcionavam basicamente como elenco de apoio. Dava para contar nos dedos as aparições. No entanto, tudo começou a mudar quando Kelvin se mostrou atraído por Ramiro quando o encontrou indo ameaçar Cândida (Susana Vieira). A cantada do rapaz deixou o sujeito enfurecido e ali a química já surgiu. Foram mais alguns breves encontros onde a fórmula se repetiu até que o tempo de tela começou a aumentar. 

O ódio de Ramiro por Kelvin foi se dissipando e aquela provocação unilateral virou algo mútuo. Um passou a atiçar o outro em cenas de duplo sentido. A coragem de Walcyr em criar diálogos que têm um significado subliminar merece menção, ainda mais diante dos vários cortes em beijos de casais gays da recém-terminada "Vai na Fé".

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Kate e Rafa formaram um casal apaixonante em "Vai na Fé"

 Rosane Svartman sempre teve facilidade na construção de casais em suas tramas. Não por acaso, vários ficaram na memória do público. E uma das maiores habilidades da autora é no desenvolvimento de romances adolescentes, vide o filme "Desenrola" (2011) e as duas temporadas de "Malhação" que escreveu ao lado de Glória Barreto ("Intensa", de 2012) e Paulo Halm ("Sonhos", de 2014), respectivamente. Em sua atual novela, "Vai na Fé", a escritora novamente acertou e conquistou o coração do publico com a relação de Kate (Clara Moneke) e Rafael (Caio Manhente). 

O casal é cercado de clichês que dificilmente falham na teledramaturgia. Os dois representam os completo opostos. Kate é uma menina extrovertida, provocativa, sarcástica e com uma autoestima na máxima potência. Todo ambiente se ilumina quando ela chega. Já Rafael é um jovem tímido, introspectivo, sem um pingo de amor próprio e que sofre de depressão por conta da péssima relação que sempre teve com seu pai, Theo (Emílio Dantas). Ainda acaba sendo 'vítima' da superproteção da mãe, Clara (Regiane Alves), que o trata como um bebê indefeso. 

A aproximação dos personagens era impensável no início da novela porque ambos pertenciam a núcleos distantes e Kate ainda era amante de Theo. O vilão ainda impedia qualquer chance da garota chegar perto de sua família. No entanto, o término do caso fez com que a personagem percebesse que estava em uma relação abusiva e que o empresário queria transformá-la em uma cópia da Sol (Sheron Menezzes).

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Com química de sobra, Sheron Menezzes e Samuel de Assis honram o protagonismo de "Vai na Fé"

 O folhetim tem uma estrutura que não pode sofrer muitas modificações. E mesmo com a 'fórmula' conhecida por todos, não é fácil conquistar o público. Não por acaso, não existe uma receita exata para o sucesso. E uma das maiores dificuldades que os autores têm é a criação de um atrativo casal principal. Os chamados mocinhos viraram dor de cabeça para grande parte dos escritores. É bem mais simples criar vilões que roubam a cena do que um par romântico que empolgue. Mas Rosane Svartman não enfrentou esse problema em nenhuma novela sua e não é diferente com "Vai na Fé". 


 Sol (Sheron Menezzes) e Ben (Samuel de Assis) formam um casal que reúne tudo o que bons protagonistas necessitam: sintonia, química, conflitos e construção. A autora ousou na apresentação do relacionamento dos personagens quando optou pela narrativa de passado e presente caminhando juntos. Não é uma novidade na teledramaturgia, mas o grande público está mais acostumado a acompanhar o estilo em séries, como a aclamada "This is Us". 

 A história dos mocinhos de "Vai na Fé" não se deu com um amor súbito no primeiro capítulo, como vem ocorrendo nas novelas recentes, o tem prejudicado tanto a aceitação dos casais. Os personagens foram separados no passado por conta de armações e de um crime praticado por Theo (Matheus Polis/Emílio Dantas). Sol achou que tinha sido abandonada por Ben e acabou vítima de um estupro cometido pelo vilão, que a embebedou e se aproveitou daquele momento de fragilidade emocional.

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Transbordando caretice e covardia, Globo segue censurando beijos de Clara e Helena em "Vai na Fé"

 A novela das sete da Globo é o maior sucesso da emissora atualmente. "Vai na Fé" vem reunindo uma avalanche de elogios merecidos. Rosane Svartman novamente vem acertando em cheio com uma história envolvente e bem desenvolvida. Mas a censura do canal em cima dos beijos de Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman) virou quase uma novela paralela e por culpa da própria empresa. 


A relação das personagens vem sendo construída com habilidade pela autora através da amizade que surgiu entre a aluna e a sua personal trainer. Clara vive um casamento abusivo com o vilão Theo (Emílio Dantas) e descobriu na amiga uma espécie de porto seguro. É através dos diálogos das duas que as fragilidades da personagem acabam expostas com muita sensibilidade. 

A primeira censura da cúpula da emissora aconteceu no dia 10 de maio, quando a professora orientou os exercícios da aluna na casa de Clara porque a academia estava interditada. Uma tensão sexual no momento em que a personal segurou a cabeça de Clara ficou explícita e as duas se olharam (em uma clara alusão ao icônico momento do beijo protagonizado por Peter Parker e Mary Jane, no filme "Homem-Aranha", de 2002).

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

História de Pat e Moa é um dos muitos fiascos de "Cara e Coragem"

 A atual novela das sete, escrita por Claudia Souto e dirigida por Natália Grimberg, está em sua reta final. A poucas semanas do fim, "Cara e Coragem" vai saindo de cena fracassando na audiência e sem repercussão alguma. Foram muitos os erros da trama e todos serão citados na última crítica, mas um deles foi a história dos mocinhos, o que tem sido evidenciado nos capítulos recentes. 


Pat (Paolla Oliveira) e Moa (Marcelo Serrado) nunca empolgaram o público. Os protagonistas não tiveram química e o fato de ambos serem dublês deixou o conjunto ainda mais desinteressante. Com todo respeito aos profissionais da área, não é nada atrativo acompanhar a rotina de quem fica atrás das câmeras se arriscando em cenas de ação. E em um folhetim tudo se tornou inútil porque os mocinhos só tinham alguma cena relevante quando paravam de pular e saltar. Na verdade, a profissão acabou servindo apenas para a produção da Globo trabalhar mais na estruturação das cenas. Porque em conteúdo não rendeu nada.

Mas voltando ao enredo dos mocinhos, o fato é que os dois sempre foram sonsos e cínicos. Pat nunca amou o seu marido, Alfredo (Carmo Dalla Vechia), e seu olhar de pena despertava ranço em quem assistia. Parecia que estava fazendo um favor em estar casada com um homem frágil de saúde. Já Moa vomitou virtudes ao longo da história, mas na reta final ficou claro que não passa de um hipócrita.

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Casal formado por Brisa e Oto é o maior acerto de "Travessia"

 A atual novela das nove vem tendo um início conturbado. "Travessia" tem enfrentado várias críticas a respeito da fragilidade de seu roteiro, dos conflitos pouco interessantes e dos vários furos que a história apresenta. A audiência também não anda correspondendo. Mas entre tantos erros presentes na trama que estreou há pouco mais de um mês, há algum acerto? A resposta é sim. O casal formado por Brisa (Lucy Alves) e Oto (Romulo Estrela) é o maior êxito do folhetim até então. 


 O curioso é que Glória Perez acertou em algo que costuma ser uma das maiores dificuldades das novelas: os mocinhos. Não é incomum os protagonistas acabarem ofuscados pelos enredos paralelos e romances secundários. É complicado criar um par central que caia no gosto do público. A própria autora já enfrentou muitos problemas em folhetins anteriores. O sucesso de Jade (Giovanna Antonelli) e Lucas (Murilo Benício), em "O Clone" (2001), foi quase uma exceção. Basta lembrar o fracasso do romance de Sol (Deborah Secco) e Tião (Murilo Benício) em "América" (2005) ou o de Maya (Juliana Paes) e Bahuan (Márcio Garcia), em "Caminho das Índias" (2009), além dos péssimos mocinhos que eram Morena (Nanda Costa) e Theo (Rodrigo Lombardi) em "Salve Jorge" (2013). 

 Agora, em "Travessia", Gloria teve uma preocupação para desenvolver a relação dos personagens. Não houve uma construção rasa e apressada. O famigerado amor à primeira vista, que funcionava há muitos anos, mas que passou a ser a ruína de qualquer casal na teledramaturgia, não aconteceu. Brisa e Oto vivenciaram um clichê que raramente falha na ficção: o ranço à primeira vista.

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Malu Galli e Marcello Novaes transbordam química em "Além da Ilusão"

A atual novela das seis, em plena reta final, acertou em cheio com os casais secundários. São vários pares atrativos, bem desenvolvidos e com ótima química. Ironicamente, o par principal tem um sério problema em virtude do contexto da história de amor que já foi detalhado em outra postagem. Mas entre os casais coadjuvantes, há um que conquistou logo no início de "Além da Ilusão": Violeta (Malu Galli) e Eugênio (Marcello Novaes). 

O casal tem a fórmula que raramente falha na teledramaturgia: o jogo de gato e rato. Nada mais infalível para um par do que a provocação mútua. E foi o que aconteceu logo que se conheceram, na primeira fase, com Eugênio querendo comprar o terreno do pai de Violeta. Com o tempo, a venda foi feita e a Tecelagem Tropical surgiu tendo os dois como principais sócios. Desde então, a amizade foi solidificada ainda que em meio a várias discussões por conta do machismo dele e do progressismo dela. Mas a tensão sexual nunca deixou de existir. 

Com o passar dos anos, os personagens foram ficando cada vez mais íntimos. As constantes crises de Matias (Antônio Calloni), marido de Violeta, ainda resultavam em uma aproximação maior por conta do suporte emocional de Eugênio. Até que não conseguiram mais resistir e se entregaram ao que sentiam uma pelo outro.

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Jayme Matarazzo e Debora Ozório encantam com o romance de Tenório e Olívia em "Além da Ilusão"

 A atual novela das seis está em plena reta final e uma das qualidades da história de Alessandra Poggi é a boa seleção de pares românticos. "Além da Ilusão" reúne todos os clichês de um folhetim de época, incluindo romances açucarados, típicos da faixa das 18h. A autora tem apostado em bons casais para despertar a torcida dos telespectadores. Um dos mais atrativos tem sido o par formado por Olívia (Debora Ozorio) e Tenório (Jayme Matarazzo). 


O mote do casal é um dos maiores clichês da teledramaturgia: a moça que se apaixona por um padre. A trama mais emblemática até hoje foi a protagonizada por padre Pedro (Nicola Siri) e Estela (Lavínia Vlasak) em "Mulheres Apaixonadas", exibida em 2003. O sucesso de Manoel Carlos caiu na boca do povo e um dos maiores êxitos era o amor que a 'senhorita Estela' sentia pelo padre. A música tema até hoje é lembrada (a canção italiana "Imbranato", cantada por Tiziano Ferro). O final feliz só aconteceu na última semana da produção, após muita insistência da ricaça e várias tentações passadas por Pedro. 

A história atual não teve tanta enrolação. A autora se preocupou em desenvolver o vínculo criado entre os personagens através de pensamentos em comum e atitudes solidárias que os uniam. Olívia logo se apaixonou pelo padre, mas Tenório demorou para perceber as reais intenções da então amiga. Até que levou um choque com a confissão da personagem em uma cena emocionante.

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Romance dos mocinhos de "Além da Ilusão" é repleto de situações problemáticas

 "Além da Ilusão" vem se mostrando uma novela das seis com boas qualidades e Alessandra Poggi acertou na condução de vários personagens. Sua primeira novela como autora solo é gostosa de assistir. No entanto, há um fato que desperta questionamentos à medida que a história avança: a relação dos mocinhos. O desenvolvimento em torno do amor que une Davi (Rafael Vitti) e Isadora (Larissa Manoela) teve falhas perceptíveis desde o início e agora, com a produção se encaminhando para a reta final, tudo ficou mais incômodo. 

É preciso ressaltar que o romance do casal necessitaria de um cuidado maior na construção em virtude do drama pesado do enredo. Nada mais chato do que problematizar ficção, mas é um contexto impossível de ignorar. Davi se apaixona perdidamente por Elisa (Larissa Manoela), mas a menina acaba assassinada pelo pai, Matias (Antônio Calloni), que comete o crime por acidente, já que sua intenção era matar o futuro genro, após flagrá-lo tentando fugir com a mocinha. Para culminar, o juiz consegue incriminar o rapaz, que é condenado a 20 anos de cadeia, mas escapa da prisão após dez anos. O mocinho foge com o objetivo de provar sua inocência. Só que, por conta das coincidências novelescas, acaba sofrendo um acidente de trem, rouba a identidade de um passageiro aparentemente morto e começa a trabalhar na tecelagem de sua ex-sogra. 

Com o nome falso de Rafael Antunes, o personagem logo criou vínculos com todos e conheceu Isadora (Larissa Manoela), a irmã de Elisa, de quem era amigo dez anos atrás. Sim, Davi, já adulto, conhecia Dorinha ainda criança. A situação já despertava incômodo. Mas piorou quando o mocinho se apaixonou subitamente assim que a viu.

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Censura ao beijo gay em "Além da Ilusão" é um retrocesso

 No capítulo desta terça-feira, dia 14, a novela das seis escrita por Alessandra Poggi e dirigida por Luiz Henrique Rios censurou uma situação que parecia já superada no setor de teledramaturgia da Globo: um beijo entre dois homens. Para piorar, a explicação para o corte em "Além da Ilusão" foi usada em tom cômico. Aliás, é até importante expor que o termo 'beijo gay' já soa algo ultrapassado, mas, infelizmente, se tornou inevitável para o título desta crítica. 

Leopoldo (Michel Blois) foi um personagem que entrou meses depois da novela já no ar, mas logo conquistou seu espaço. O ator está ótimo e ajudou a deixar seu núcleo cativante. Sempre ficava claro que o gerente da rádio 'Alô Alô Campos' era gay através de cenas divertidas em que Leopoldo admirava Inácio (Ricki Tavares) sem camisa. Sua rivalidade com Arminda (Caroline Dallarosa) também era um dos trunfos da trama, que ficou ainda melhor quando os dois viraram amigos e cúmplices. 

A entrada de Plínio (Nikolas Antunes) em "Além da Ilusão", um novo ator para fazer parte do elenco da radionovela, tinha como principal objetivo presentear Leopoldo com um grande amor. Todavia, o resultado ficou muito aquém do esperado. O personagem, que escondia sua homossexualidade, entrou na história há poucas semanas e se descobriu subitamente apaixonado pelo gerente da rádio assim que soube que ele também era gay.

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Flávia e Guilherme formam o melhor casal de "Quanto Mais Vida, Melhor!"

 A atual novela das sete vem se encaminhando para seus últimos momentos e foram vários acertos de "Quanto Mais Vida, Melhor!". Mauro Wilson fugiu da mesmice com uma proposta inovadora da troca de corpos na teledramaturgia, além da ótima premissa dos quatro protagonistas receberem o aviso da suposta morte de um deles em um ano. Mas embora tenha situações que marcam pela ousadia, a novela tem clichês típicos de uma boa história, incluindo o romance. E o casal que mais se destaca é o formado por Flávia e Guilherme. 

Valentina Herszage e Mateus Solano viveram Bebeth e Eric, filha e pai em "Pega Pega", trama das sete exibida em 2017. Não seria um problema caso a novela não tivesse sido reprisada justamente antes da trama de Mauro Wilson estrear e retomar a saga de produções inéditas na faixa, após reprises por conta da pandemia do novo coronavírus. O risco do público rejeitar era real. Mas isso nunca aconteceu. A força da história, a boa construção dos personagens e o talento dos atores foram fundamentais para evitar o estranhamento. 

Os intérpretes em nada parecem seus personagens do folhetim de Cláudia Souto. Aliás, são perfis infinitamente mais atrativos. Flávia é uma dançarina de pole dance que veste uma armadura de mulher bem resolvida para camuflar todas as inseguranças e traumas de sua vida. A personagem acredita ter sido abandonada pela mãe biológica e nunca se deu bem com a madrasta, Odete (Luciana Paes), ainda que tenha tido o carinho do pai, Juca (Fábio Herford). Sempre viveu com dificuldades e precisando de pequenos golpes para sobreviver.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Amor bem construído entre Juma e Jove é um dos maiores trunfos de "Pantanal"

 O remake de "Pantanal" vem sendo muito bem desenvolvido por Bruno Luperi. O autor tem feito poucas mudanças na obra original de Benedito Ruy Barbosa, seu avô, exibida em 1990 na Rede Manchete. Tanto que muitas cenas podem ser comparadas com a versão de 32 anos atrás de tão parecidas. O bem construído romance de Juma Marruá e Joventino é uma das situações que não foram quase alteradas e o encantamento da primeira trama vem se repetindo na adaptação. 

A química vista com Cristiana Oliveira e Marcos Winter em 1990 segue arrebatadora com Alanis Guillen e Jesuíta Barbosa. O acerto da escalação é visível. A única grande mudança foi em cima da personalidade de Joventino. Antes debochado e extrovertido, o personagem agora é melancólico e problemático. Muitos reclamam da mudança nas redes sociais, mas o autor se mostrou inteligente ao retratar o jovem de hoje em dia. São gerações totalmente diferentes. O mocinho de 32 anos atrás tecia comentários que o de hoje condena. E quem viveu a juventude na década de 90 tinha motivos para sorrir e ter otimismo, afinal, era uma época que marcou o recente fim da ditadura militar, por exemplo. Já atualmente anda difícil ter esperança. 

Mas voltando ao casal, a essência dos personagens segue presente, o que é fundamental para despertar comoção pelo nascimento do amor que os une. São duas pessoas com vivências distintas e temperamentos opostos. Enquanto Juma esbanja coragem e ameaça qualquer um que apareça em sua casa com um espingarda, Joventino é tímido e morre de medo de qualquer animal, principalmente de cavalo. Também foge de briga.

segunda-feira, 7 de março de 2022

Gabriela e Ilana formam o melhor casal de "Um Lugar ao Sol"

 A novela das nove de Lícia Manzo está a poucas semanas do fim. E a história de "Um Lugar ao Sol" se mostrou tão realista que ficou difícil torcer para algum casal. Aliás, é uma característica da autora. É complicado torcer fielmente por alguém ou um romance em tramas onde todos têm qualidades e defeitos, muitas vezes protagonizando situações que tiram o telespectador do sério. Mas há uma exceção que vem sendo explorada na reta final: Gabriela (Natália Lage) e Ilana (Mariana Lima). 

O casal foi o que mais demorou a acontecer. Algo, infelizmente, corriqueiro em romances LGBTs na ficção. Sempre ocorre depois da metade de novela no ar e às vezes somente nas últimas semanas, como é o caso citado. Ilana começou a trama casada com Breno (Marco Ricca), um sujeito com a vida profissional frustrada e que vivia insistindo para a esposa engravidar. A questão era motivo de várias brigas. O fato dele ganhar menos que ela também resultava em desentendimentos. Não era uma relação saudável. 

Após muito resistir, a personagem aceitou realizar uma inseminação artificial. Acabou engravidando de gêmeas. E a ginecologista que acompanhou a gestação foi Gabriela, uma grande amiga de adolescência. O público só soube depois que a médica flertou com Ilana na juventude e isso resultou no afastamento delas porque Ilana não se sentiu mais confortável.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Romance de Vitória e Clemência é o maior acerto da reta final de "Nos Tempos do Imperador"

 A atual novela das seis, escrita por Alessandro Marson e Thereza Falcão, dirigida por Vinícius Coimbra, entra em sua última semana sem grandes viradas ou acontecimentos. A guerra entre Brasil e Paraguai se encaminha para o fim e todos já conhecem os desdobramentos que vêm a seguir. Mas os autores acertaram em cheio em um núcleo que se mostrou deslocado ao longo da história. Isso porque saíram da mesmice e apostaram em um 'plot twist' ótimo: a paixão entre Vitória e Clemência.


Maria Clara Gueiros e Dani Barros sempre estiveram muito bem ao longo da novela. Porém, suas personagens são de um núcleo cômico que nunca teve função no enredo e Clemência chegou a sumir por alguns meses da trama (a personagem tinha abandonado o marido e fugido com um amante). Quando a esposa de Quinzinho (Augusto Madeira) voltou, um triângulo amoroso acabou criado e as duas passaram a brigar por ele. No entanto, com a história entrando em seus momentos finais, os autores desenvolveram um bonito sentimento entre as duas. 

O saturado clichê da rivalidade feminina por causa de um homem foi deixado de lado através do amor que Clemência passou a nutrir por Vitória, que inicialmente não se deu conta do que estava sentindo. Após ter se segurado por um longo tempo, a ex de Quinzinho se declarou para a ex-rival, que se chocou e acabou se afastando.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Romance de Maria Isis e José Alfredo foi um dos muitos equívocos de "Império"

 Há reprises que envelhecem mal ou então despertam um novo olhar do público após anos da primeira exibição. O caso de "Império", novela de Aguinaldo Silva atualmente reprisada no horário nobre, não chega a ser um caso de enredo que tenha envelhecido mal. Porém, a relação entre José Alfredo (Alexandre Nero) e Maria Isis (Marina Ruy Barbosa) provoca uma percepção que em 2014 muitos não tiveram ou ignoraram. 

O casal sempre foi tratado pelo autor como uma espécie de 'mocinhos', ainda que o comendador tenha passado longe do tipo heroico. Aliás, uma das qualidades da novela foi o protagonismo de um personagem com tantas camadas e com sérios desvios de caráter. Uma atitude ousada e válida, que fez muito sucesso. Mas o par formado por Zé Alfredo e Isis é problemático em vários aspectos. E vale ressaltar que o romance não teve uma grande aceitação na época, por mais que Aguinaldo tenha se esforçado. Grande parte do público ficou do lado de Maria Marta (Lília Cabral). Ou seja, a situação não envelheceu mal porque na época já não tinha obtido o êxito desejado. Mas os motivos da relação do personagem central com sua amante ter sido um erro não foram muito comentados. 

O fato é que o contexto peca logo no início quando apresenta Maria Ísis como uma garota que não faz nada da vida e vive em um apartamento de luxo bancado por um homem que tinha idade para ser seu pai. Nada contra relações com diferenças de idade, mas a situação desperta incômodo a partir do momento em que o comendador chama a amada de "sweet child" (doce criança).