"O que é bom dura pouco." Esta frase conhecida pode ser aplicada facilmente ao segundo folhetim de LÃcia Manzo na Globo. "Sete Vidas" chegou ao fim nesta sexta-feira (10/07), exibindo um último capÃtulo recheado de sensibilidade e cenas emocionantes, onde todo o contexto da trama foi fechado com maestria. O horário das seis foi premiado com uma produção que priorizou o cotidiano, excluindo a presença de vilões clássicos. A vida era a antagonista de todos. A novela teve apenas 106 capÃtulos e ficou cerca de quatro meses no ar. A curta duração evitou qualquer tipo de enrolação, mas não há como negar que deixou um gosto de quero mais.
Após o êxito da elogiada "A Vida da Gente", LÃcia se aventurou novamente no horário das seis com uma história que tratava de arranjos familiares. Inicialmente prevista para a faixa das 23h, a duração da obra foi aumentada (seria ainda mais curta do que foi), mas o conjunto não foi mexido. E a autora apenas comprovou a sua competência ao contar uma história tão bem construÃda e envolvente quanto a exibida em 2011, marcando, na época, sua estreia como autora solo. As novas famÃlias (nem tão novas assim, diga-se) foram abordadas com um extremo detalhismo e a humanidade dos personagens cativou o telespectador, que logo se viu mergulhado naquele enredo tão bem elaborado.
O drama do solitário navegador Miguel (Domingos Montagner), que doou sêmen anos atrás no Estados Unidos, implicando no surgimento de cinco vidas, despertou atenção logo no primeiro capÃtulo, quando o mesmo iniciava sua saga, que era atormentada por um traumático acontecimento do passado. Toda a trama foi brilhantemente entrelaçada pela autora, onde a história de cada um foi sendo contada à medida que as semanas se passavam.