A estreia de LÃcia Manzo no horário nobre da Globo foi complicada. "Um Lugar ao Sol" não teve um caminho fácil. Foram vários empecilhos que atrapalharam seu primeiro folhetim na faixa mais importante da emissora, após dois bem-sucedidos trabalhos à s 18h com "A Vida da Gente" e "Sete Vidas". Foi uma novela impecável? Não. Mas mesmo contra todos os obstáculos e dificuldades, a autora conseguiu entregar para o público uma ótima história, repleta de cenas densas, boas viradas e conflitos bem construÃdos, cujo ciclo se fechou nesta sexta-feira, dia 25.
A história contou a saga de Christian (Cauã Reymond) que tomou o lugar de seu irmão gêmeo, Renato, porque nunca aceitou o destino difÃcil que a vida lhe impôs. Inicialmente Ãntegro e repleto de princÃpios, o protagonista foi deixando seu caráter de lado pela ambição desmedida e acabou se transformando em um sujeito muito pior que o problemático e instável irmão que acabou assassinado quando tentou negociar a dÃvida do sujeito que era sua cópia e tinha acabado de conhecer. Os irmãos conviveram por apenas algumas horas. Não foi uma mera novela sobre gêmeos. Foi uma novela sobre um homem que conquistou seu lugar ao sol através de atos condenáveis e que foram se agravando a cada momento.
A coragem em exibir uma trama onde o protagonista se transformava no vilão de sua própria vida merece muitos elogios. LÃcia arriscou ao fazer com que o público virasse o julgador da vida de Christian. O telespectador era a testemunha, o promotor e o juiz. Tanto que foi impossÃvel torcer por ele. Na verdade, a expectativa sempre foi em cima da derrocada do personagem.