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sexta-feira, 11 de março de 2022

"Um Lugar ao Sol" prova que muita gente reclama de clichês, mas não vive sem eles

 A novela de Lícia Manzo está em plena reta final e desde o início da produção, incluindo a divulgação nas coletivas online, a autora deixou claro que "Um Lugar ao Sol" não era uma mera novela de gêmeos, como tantas que o telespectador já viu. Agora fica clara a explicação da escritora. Realmente não é e passou longe de ser. A ousadia em matar Renato (Cauã Reymond) logo no começo do enredo e depois focar apenas na saga de Christian (Cauã) usurpando a vida do irmão foi uma ousadia merecedora de elogios. 


A autora optou pelo mais difícil: confiar na potência de sua narrativa e evitar situações óbvias envolvendo trama de gêmeos. Não teve gêmeo bom e gêmeo mau. Renato era um playboy inconsequente e problemático, mas passou longe da vilania. Christian era um sujeito íntegro, mas também estava longe de ser uma pessoa boazinha. Os dois eram sujeitos repletos de camadas e contradições. Agora, com o protagonista no posto da presidência da Redentor que tanto almejou, ficou claro que o falso Renato se transformou em algo muito pior que seu irmão. 

Apesar de alguns tropeços na trama, como a enrolação de alguns conflitos que acabaram caindo na repetição e a edição dos capítulos por conta de um esticamento forçado pela Globo, "Um Lugar ao Sol" segue com boas qualidades. No entanto, é comum ver nas redes sociais comentários reclamando da ausência de Renato.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Com uma trilha sonora memorável, "Boogie Oogie" estreia com muitos clichês e uma boa dose de saudosismo

Saiu de cena o mundo lúdico de "Meu Pedacinho de Chão" e entrou no lugar a discoteca, febre nos anos 70. Dirigida por Ricardo Waddington e Gustavo Fernandez, "Boogie Oogie" estreou, nesta segunda (04/08), trazendo um clima de muito saudosismo ao horário das seis e exibindo um amaranhado de típicos clichês folhetinescos. Ao contrário da antecessora, que era marcada pela contemplação, a nova novela começou com um ritmo ágil, com o intuito de apresentar a trama principal e as secundárias para o telespectador, sem maiores enrolações.


O primeiro capítulo iniciou exibindo a cena do acidente de avião sofrido por Rafael (Marco Pigossi), no Rio de Janeiro, que perde o controle do monomotor e acaba caindo em pleno Elevado da Perimetral (demolido recentemente). A tragédia é o ponto de união da trama central, já que o noivo da mocinha Sandra (Isis Valverde) ---- que estava indo se casar ---- socorre o rapaz, o salva, mas acaba morrendo. Ao contar a triste notícia na igreja, o rapaz se sentirá culpado e balançado emocionalmente. A partir desta ironia do destino, o casal protagonista será formado e o enredo principal desvendado. A sequência da queda da aeronave foi primorosa e os efeitos especiais da explosão impressionaram.

Porém, foi equivocado começar o capítulo com uma cena do futuro, para depois voltar ao passado e contar o que havia ocorrido um dia antes. Parece que virou uma regra a utilização deste recurso em folhetins. Todos agora usam esta fórmula, que já está ficando batida.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Lado a Lado: uma novela que se orgulha de ser novela

A trama das seis, exibida pela Globo, sem dúvida, é a melhor novela que está no ar. "Lado a Lado" demonstrou capricho e qualidade desde o primeiro capítulo e desde então não tem decepcionado em nenhum momento. A primorosa produção, o grandioso elenco e o texto bem escrito fazem da obra de João Ximenes Braga e Cláudia Lage a grande produção do momento. E todo esse agradável conjunto não busca nenhum tipo de ousadia ou renovação, muito pelo contrário. Apenas reforça o que há de mais tradicional na teledramaturgia.


"Lado a Lado" é uma novela que se orgulha das suas 'origens folhetinescas' e nunca buscou nenhum tipo de revolução dramatúrgica. Há duas mocinhas determinadas e corajosas (Laura e Isabel) que enfrentam muitos obstáculos para alcançar a tão almejada liberdade. Uma vilã preconceituosa  (Constância) que faz de tudo para proteger a família mesmo que para isso precise utilizar métodos tortos e condenáveis. Dois mocinhos (Edgar e Zé Maria) destemidos que lutam bravamente por justiça e igualdade. E, claro, há ainda um núcleo cômico, que representa o teatro da época e seus problemas. Em suma, todos os elementos tradicionais de uma telenovela.

Dentro desse universo folhetinesco, os autores ainda foram sábios ao inserir contextos históricos e pouco abordados na teledramaturgia. Ao mostrar um Rio de Janeiro do início do século XX, a trama retrata o início da favelização da cidade e foi muito feliz ao abordar a Revolta da Vacina e a Revolta da Chibata. Ainda exibe o

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Malhação decepciona e encerra sua temporada recheada de clichês

Quando a décima-nona temporada de "Malhação" foi ao ar, no dia 29 de agosto de 2011, foi bastante perceptível que a fase seria totalmente diferente das anteriores. Além de ter o "Conectados" como subtítulo, a  autora Ingrid Zavarezzi estava disposta a inovar e apresentou uma proposta nova para o público adolescente. Tentando pegar carona no sucesso dos seriados americanos de suspense, criou-se uma história sobrenatural  envolvendo o número 1046, a vida de Alexia (Bia Arantes), e a relação com os protagonistas, vividos pelos atores Caio Paduan (Gabriel) e Thaís Melchior (Cristal).


No entanto, a tentativa de inovação não deu certo. O público rejeitou a história, considerada complexa demais, e a audiência caiu vertiginosamente (chegou aos 11 pontos em fevereiro, um índice crítico). Com o intuito de salvar a temporada, mudanças drásticas foram feitas e Ingrid passou a receber 'ajuda' de outros roteiristas (Renata Dias Gomes é uma delas) e o autor Ricardo Linhares também passou a mexer no enredo. Resultado: uma novelinha nova foi criada e a anterior foi praticamente apagada.

O tal mistério envolvendo o número 1046 foi resolvido às pressas e o entendimento ficou em segundo plano. A mocinha (Cristal) virou vilã, uma psicótica sem escrúpulos, e totalmente obcecada pelo protagonista (Gabriel). Já Alexia era uma personagem complexa, muito enigmática e, ao que tudo indicava, viciada em drogas. Mas ninguém conseguiu descobrir o