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sexta-feira, 17 de março de 2023

Personagens secundários salvaram "Mar do Sertão" da falta de história

 A novela das seis, escrita por Mário Teixeira e dirigida por Allan Fiterman, chegou ao fim nesta sexta-feira (17/03). A produção teve uma audiência satisfatória e o carisma dos personagens, somado ao bem escalado elenco, foi o maior acerto da história. Foi um folhetim leve e com muitas cenas divertidas, protagonizadas principalmente nos núcleos secundários. No entanto, houve uma falha grave no desenvolvimento do enredo, que andou em círculos durante quase todo o período de exibição. 

Mário Teixeira não é um autor iniciante. Já trabalhou como colaborador de vários escritores na Globo, mas "Mar do Sertão" foi sua quarta novela como autor solo. E seu saldo não é positivo. "Liberdade Liberdade" (2016) foi a única que teve melhores desdobramentos, mas o roteiro era de Márcia Prattes, que foi retirada do projeto pela Globo e Mário foi escolhido para assumir. Já "I Love Paraisópolis" (2015) ---- escrita com Alcides Nogueira ---- e "O Tempo não Para" (2018) foram dois folhetins das sete que 'morreram' com um mês de exibição. Ou seja, o autor resolveu tudo em duas semanas e depois ficou sem história para contar, se aproveitando de situações pontuais nos núcleos secundários. Ironicamente, o erro foi repetido pela terceira vez porque foi exatamente o que aconteceu com "Mar do Sertão".

A história apresentou um dos mais conhecidos clichês da teledramaturgia: o mocinho que protagoniza um triângulo amoroso, sofre um acidente, é dado como morto e volta para se vingar. Mas o escritor resolveu tudo em menos de um mês. Zé Paulino (Sérgio Guizé) sofreu um acidente enquanto estava com Tertulinho (Renato Góes) e desapareceu nas águas. Pouco tempo depois, o vilão descobriu que o rival não tinha morrido e foi até o hospital para matá-lo.

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Com pressa, Mário Teixeira atropela acontecimentos e priva público de várias catarses em "Mar do Sertão"

 A nova novela das seis está há muito pouco tempo no ar. Menos de três semanas. Mas o tanto de conflito que já aconteceu impressiona. Só que não é um elogio. Agilidade não pode ser confundida com correria e o autor de "Mar do Sertão" não está sabendo diferenciar uma coisa da outra. Quanto mais o tempo passa na trama, mais cenas são ignoradas e mais incômodo provoca no telespectador. Em menos de cinco capítulos já foram mais de três passagens de tempo e muitos cortes. 


O curioso é que a primeira semana de história foi tranquila e com poucos acontecimentos relevantes. Tudo parecia seguir em um ritmo moderado. No entanto, no dia do acidente sofrido por Zé Paulino (Sérgio Guizé) e Tertulinho (Renato Góes), que marcou a primeira virada do enredo, o folhetim ganhou um ritmo que prejudicou a narrativa. Há um atropelo de situações que não tem como o público compreender. É tanta pressa que muitas vezes quem está assistindo se perde. E seria algo compreensível se a produção fosse curta, mas tem a duração normal de uma novela e só chega ao fim em março de 2023. 

Todo o impacto do acidente sofrido por mocinho e vilão foi diluído pelo descarte de sequências vitais, como Zé Paulino tentando se salvar no mar e não conseguindo, Tertulinho chegando em casa e contando mais alguma mentira para os pais, Candoca (Isadora Cruz) recebendo o choque da notícia do desaparecimento de seu grande amor, enfim.

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

"Mar do Sertão" tem início promissor, mas tropeça ao cortar cenas na primeira virada da trama

 A nova novela das seis da Globo teve uma primeira semana tranquila. "Mar do Sertão", escrita por Mário Teixeira e dirigida por Allan Fiterman, iniciou sem correria ou atropelos. Aliás, analisando friamente, poucos acontecimentos relevantes ocorreram na trama. O principal objetivo foi apresentar e formar o triângulo amoroso central do enredo, composto por Candoca (Isadora Cruz), Zé Paulino (Sérgio Guizé) e Tertulinho (Renato Góes). 


O trio protagonista vem dominando a narrativa e os demais personagens têm muito pouco tempo de tela. Os únicos perfis secundários que já sobressaíram na novela foram o prefeito Sabá Bodó, intepretado pelo sempre impagável Welder Rodrigues, e o malandro Timbó, vivido pelo ótimo Enrique Diaz. O político sem um pingo de escrúpulo protagoniza situações divertidas, mas que representam a podridão do Brasil em sua essência. Já o sofrido morador de uma casinha simples tem clara inspiração em João Grilo, interpretado por Matheus Nachtergaele em "O Auto da Compadecida". Tem uma vida miserável, mas se vira com o pouco que tem e, quando consegue, foge de trabalho. São tipos promissores. 

Já o enredo principal preenche quase integralmente o tempo dos capítulos. O triângulo é um clichê de qualquer folhetim e o de "Mar do Sertão" lembra o de outra produção das 18h: o formado por Cassiano (Henri Castelli), Ester (Grazi Massafera) e Alberto (Igor Rockli) em "Flor do Caribe", escrita por Walther Negrão em 2013. Até o plot twist é semelhante porque Zé Paulino sofre um grave acidente com Tertulinho e é dado como morto.