A novela foi, sem dúvida, a pior de João Emanuel Carneiro. Prometeu bastante e não cumpriu nem a metade. Entretanto, não pode ser considerada ruim. Foi um folhetim mediano, que conseguiu fechar seu ciclo com dignidade. A trama parecia promissora na primeira semana, quando começou a exibir a história de uma misteriosa facção criminosa, que tinha como um dos integrantes um ex-vereador defensor dos direitos humanos. A história instigante despertou atenção e o teaser de lançamento da produção provocou várias teorias a respeito do caráter de cada personagem. Ainda havia a promessa de um novo método de direção, apelidado pela diretora Amora Mautner de "Caixa Cênica". E, claro, a expectativa de acompanhar um novo folhetim do autor de quatro sucessos ("Da Cor do Pecado", "Cobras & Lagartos", "A Favorita" e "Avenida Brasil") era imensa.
Mas, ao longo do desenrolar do enredo, pouca coisa se mostrou realmente atraente de fato. O núcleo central sempre teve a sua força, mas a demora em desdobrar os acontecimentos prejudicou a novela. E o destaque cada vez maior de vários núcleos paralelos completamente avulsos e repetitivos deixou o conjunto ainda mais desanimador.