A atual novela das seis da Globo, dirigida por Allan Fiterman, teve um inÃcio conturbado. O atropelo de acontecimentos atrapalhou a narrativa. Mário Teixeira confundiu correria desnecessária com ritmo ágil e privou o público de várias catarses envolvendo o trio protagonista de "Mar do Sertão". Ainda não deu para entender o objetivo de tamanha pressa. Tanto que até hoje a história anda em cÃrculos, sem ter mais o que contar. Mas desde o primeiro capÃtulo o autor acertou em cheio com um personagem: Timbó, vivido por Enrique Diaz.
O personagem conquistou o telespectador assim que surgiu em cena. O sujeito é um tÃpico malandro de alma boa. Há claras referências a outros tipos que marcaram a dramaturgia, mas o principal é João Grilo (Matheus Nachtergaele), de "O Auto da Compadecida". Em uma das cenas iniciais, Timbó foi contratado para pintar a fachada da igreja e engatou um papo furado com um transeunte até colocá-lo para trabalhar em seu lugar. ImpossÃvel não ter lembrado do clássico de Ariano Suassuna. Já em outro momento o personagem apareceu carregando uma cruz durante uma caminhada, em uma referência ao Zé do Burro (Leonardo Villar, no cinema, e José Mayer, na televisão), do clássico "O Pagador de Promessas", de Dias Gomes.