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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Atual teledramaturgia da Globo vive uma de suas piores fases

 Os amantes de um bom folhetim estão enfrentando um período difícil. A criatividade parece cada vez mais escassa, as boas histórias estão ficando mais raras e a luz no fim do túnel não se mostra tão próxima. A maior prova é a fase da maior produtora de novelas do mundo. A Globo está em um de seus piores momentos no quesito teledramaturgia. As suas três novelas inéditas apresentam vários problemas visíveis e a baixa repercussão de todas elas é um reflexo do que vem sendo apresentado. 


Em um comparativo, "No Rancho Fundo" se mostra a melhor produção atual, apenas analisando o conjunto. Tem o melhor elenco, uma direção de qualidade e um texto rico. Coincidência ou não, é a única que está fazendo sucesso em relação aos números de audiência, embora a repercussão seja ínfima. No entanto, no quesito história, a trama se mostra tão limitada quanto as demais que estão no ar. O autor Mário Teixeira repete pela terceira vez os erros que cometeu em "O Tempo Não Para" e "Mar do Sertão", seus folhetins anteriores. O enredo da atual novela das seis se esgotou em pouco mais de um mês. O enriquecimento da família Leonel marcou uma grande virada, mas na prática nada mudou na trama e os poucos conflitos que existem andam em círculos. O telespectador pode se dar ao luxo de não assistir por umas duas semanas que não vai perder nada. O roteiro se sustenta pelos ótimos atores e algumas cenas ou esquetes aleatórias. Nada de relevante acontece.

Em "Família é Tudo", atual novela das sete, há mais movimentação no roteiro, mas Daniel Ortiz desperdiçou situações promissoras e as transformou em dramas rasos e sem qualquer lógica. Para culminar, a direção é desastrosa e tira o impacto de inúmeras cenas que deveriam ter uma dose a mais de impacto. As sequências de ação, por exemplo, são constrangedoras de tão ruins. O diretor Fred Mairynk já fez ótimos trabalhos e tem experiência de sobra, o que só reforça o estranhamento diante de resultados tão decepcionantes.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Não deu para comemorar o Dia do Orgulho LGBTQIAP+ na teledramaturgia atual

 Na sexta-feira passada, dia 28, foi comemorado o dia do Orgulho LGBTQIAPN+. Mas não há muitos motivos para comemoração na teledramaturgia. Não há um casal homoafetivo sequer nas três novelas inéditas atuais da Globo, enquanto na concorrência qualquer romance do tipo inexiste há muitos anos. Foi uma longa jornada para que as relações gays ganhassem relevância na ficção a ponto de beijos irem para o ar sem qualquer censura. Mas houve um grave retrocesso ano passado que repercutiu muito mal na imprensa e nas redes sociais. 


Não dá para esquecer toda a polêmica envolvendo "Amor Perfeito", "Vai na Fé" e "Terra e Paixão" em 2023. As novelas da seis, sete e nove, respectivamente, tinham casais homoafetivos e sofreram censura da cúpula da Globo, que mudou os rumos de algumas histórias, embora não tenha conseguido destruir os pares que caíram na boca do povo. Na trama das 18h, houve uma clara mudança de rumo no enredo envolvendo Érico (Carmo Dalla Vechia), que era declarado gay até começar a se relacionar com Verônica (Ana Cecília Costa) e ter sua relação com o ex praticamente apagada. No fenômeno das sete, houve vários cortes nos beijos de Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman) e somente após uma pressão imensa do público que liberaram a troca de carinhos. Porém, na mesma novela, o romance de Yuri (Jean Paulo Campos) e Vini (Guthierry Sotero) acabou eliminado do roteiro. 

Já na trama das nove, o sucesso de Kelvin (Diego Martins) e Ramiro (Amaury Lorenzo) foi tão grande que a cúpula da Globo não conseguiu tirar o destaque do casal e Walcyr Carrasco foi dando cada vez mais cenas para os personagens, a ponto de dominarem o último capítulo, com direito a muitos beijos, declarações e um casamento.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

A crise na teledramaturgia da Globo é uma realidade

 A crise da teledramaturgia nunca esteve tão evidente. Não por conta do esgotamento do gênero, como muitos insistem em afirmar, mas, sim, pela gestão acomodada e equivocada das empresas. Record e SBT nem merecem entrar no debate porque deixaram de ser competitivas há anos e se apequenaram com as novelas infantis e bíblicas, respectivamente, que não fazem mais sucesso e servem apenas para pagar contas. A Globo ao menos se diferenciava por ser a maior produtora de folhetins no Brasil e no mundo. Mas está a cada dia mais claro o quanto a líder vem se afundando em decisões que beiram o amadorismo. 


É importante ressaltar: a Globo teve o maior lucro em 8 anos e a receita líquida do primeiro trimestre atingiu R$ 3,7 bilhões, alta de 12% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia fechou o trimestre positivo em R$ 812 milhões. Portanto, a empresa vai muito bem, obrigado. Só que a forma como a cúpula do canal vem tratando o setor de teledramaturgia, que sempre foi um dos maiores trunfos da emissora, transparece um descaso inexplicável e que é observado pelo público que acompanha suas produções há muitos anos. 

O corte de custos é sentido na contratação dos elencos diante da não renovação de contrato de diversos nomes de peso, que acabam recusando posteriormente o chamado trabalho 'por obra'. Cadê os veteranos? Não há mais nomes acima dos 70 anos em praticamente produção nenhuma. Uma mistura de etarismo com 'pão-durismo'. E a redução das despesas também é visível na falta de qualidade de muitas cenas. Algo que era impensável na Globo.

sexta-feira, 30 de junho de 2023

Os avanços e os retrocessos dos romances homoafetivos na teledramaturgia

 Nesta quarta-feira, dia 28, foi comemorado o dia do Orgulho LGBTQIAPN+. A censura da cúpula da Globo a vários beijos de Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman) em "Vai na Fé" gerou uma imensa repercussão negativa na redes sociais e em todos os sites especializados em entretenimento. Afinal, a maioria pensava que a discussão em torno da exibição ou não de um gesto de amor já tinha sido superada pela emissora. Até pelas próprias campanhas que o canal faz em sua programação e nos vários eventos que promove. Após a avalanche de críticas, o beijo foi finalmente ao ar recentemente. Mas o fato serviu para desnudar a hipocrisia do discurso de muitas empresas. 


A verdade é que a discussão em torno da pluralidade e do combate ao preconceito, muitas vezes, só é levantado para gerar dinheiro em cima de pautas que vários empresários, na verdade, estão pouco se lixando. É importante ressaltar que a Globo é o único canal que levanta os temas e os valoriza, já que Record, SBT e Band simplesmente ignoram o avanço da sociedade e fica perceptível em suas novelas ou nos setores de jornalismo. Mas a cúpula da emissora acaba se igualando aos concorrentes quando ainda demonstra preocupação com o público conservador, que engloba os intolerantes, retrógrados e de extrema direita. 

É claro que a preocupação com a reação do público é válida, pois se trata de uma programação que chega a milhões de pessoas, onde a diversidade de pensamentos é incontestável. A divisão acirrada da eleição presidencial de 2022 deixou evidente o quão o país está longe de uma unanimidade. Porém, a ideia de uma sociedade sem ódio ao diferente e que prevalece o respeito a todos, infelizmente, sempre será uma utopia.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

A questionável gestão de Silvio de Abreu na Globo

Que Silvio de Abreu é um dos maiores autores do país e escreveu vários sucessos de audiência não resta a menor dúvida. Sua respeitável carreira como dramaturgo fala por si, tanto que várias das novelas que marcaram a história da televisão são dele. Entretanto, o escritor tem deixado bastante a desejar como responsável pelo setor de teledramaturgia da Globo. Não são poucos os equívocos cometidos desde que assumiu a função, em 2014. E os erros ficaram ainda mais evidentes ao longo dos anos de sua administração, levando em consideração as aprovações/reprovações de sinopses, além das interferências externas movidas em função dos números no Ibope.


Silvio de Abreu não foi promovido ao posto por acaso, é bom ressaltar. Sua competência é amplamente conhecida, tanto pelos profissionais da emissora quanto por público e crítica. Mas algumas atitudes parecem amadoras. O caso mais lembrado foi o ocorrido na época da catastrófica "Babilônia", em 2015. A novela de Gilberto Braga, João Ximenes Braga e Ricardo Linhares se mostrou equivocada desde o início, mas ficou ainda pior depois das mudanças sofridas em função do grupo de discussão. O próprio Silvio precisou escrever alguns capítulos, mexendo na estrutura da trama. De nada adiantou, vale recordar. Seria melhor ter deixado tudo como estava. O erro foi a aprovação da sinopse.

Já em 2016, foram vários os problemas em torno do trabalho do Silvio na função. "Liberdade, Liberdade" era a primeira novela de Márcia Prattes, mas, após equívocos históricos observados em alguns capítulos escritos, foi decidido desligá-la do projeto, escalando Mário Teixeira para a função. A questão é: não poderiam ter observado isso na hora da aprovação da produção?

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Racismo e a pouca diferença entre ficção e realidade

Em julho deste ano, Maria Júlia Coutinho, que se destacou em 2015 na previsão do tempo do "Hora Um", sendo promovida para o "Jornal Nacional", foi vítima de ataques racistas na internet. Já em novembro, a vítima da vez foi a atriz Taís Araújo. E, poucos dias depois, as atrizes Cris Vianna e Sheron Menezzes foram os novos alvos dos criminosos. Milhares de negros sofrem preconceito todos os dias no país e há séculos, ou seja, nada disso é novidade. Tanto que a teledramaturgia aborda esse assunto constantemente e várias novelas já levantaram a questão, que infelizmente está longe de acabar.


E os casos recentes que aconteceram com as quatro figuras conhecidas mencionadas apenas comprovam que há pouca diferença entre ficção e realidade. Ainda que alguns considerem o tom do racismo explorado em algumas obras 'exagerado' ou 'forçado', a verdade é que o assunto é apenas exposto da forma como ele infelizmente é. E foram muitos folhetins que exploraram a questão racial, tanto que nem tem como citar todos. O preconceito é exibido em função da ficção (retratando também a sociedade, obviamente) desde o surgimento da telenovela e da dramaturgia no geral.

Atualmente, por exemplo, "Além do Tempo" vem abordando o preconceito de uma forma explícita e competente. Na primeira fase da obra de Elizabeth Jhin, ambientada no século XIX, Raul (Val Perré) era um ex-escravo que vivia sendo ofendido por Bento (Luiz Carlos Vasconcelos) e Pedro (Emílio Dantas). Na época, claro, o racismo era vomitado com 'orgulho' e nem era considerado crime.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

"Os Dez Mandamentos" foi o maior sucesso da teledramaturgia da Record

Nem o mais otimista executivo da Record chegou a cogitar o sucesso que "Os Dez Mandamentos" faria. A primeira novela bíblica da emissora (que estreou no dia 23 de março) foi o seu maior êxito da teledramaturgia e dificilmente o canal conseguirá repetir os números alcançados com esta produção --- médias muitas vezes acima dos 20 pontos, ficando na liderança, vencendo o "Jornal Nacional" e "A Regra do Jogo". Escrita por Vivian de Oliveira e dirigida por Alexandre Avancini, a trama chegou ao fim, após ter ficado quase um ano no ar (praticamente 9 meses).


A novela contou a história de Moisés, desde o seu nascimento até a sua morte, sendo uma adaptação de quatro dos livros que compõem a Bíblia --- "Êxodo", "Levítico", "Números" e "Deuterônomio". A saga do protagonista, incluindo a sua rivalidade com Ramsés e a chegada das pragas ao Egito, culminando na travessia que levou os hebreus até a Terra Prometida, é uma das histórias bíblicas mais conhecidas e atrativas. Tinha tudo para render um bom folhetim e de fato rendeu. A autora foi muito inteligente ao transformar o rico enredo em um produto de 170 capítulos.

O filme "Êxodo - Deuses e Reis", exibido em 2014, também retratou essa saga, mas já foi iniciada com Moisés adulto e integrante da família de Ramsés. Já a novela começou no ano de 1.300 A.C. e com o faraó Seti I (Zécarlos Machado) mandando matar todos os bebês hebreus do sexo masculino, filhos dos escravizados.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O sucesso de "Xica da Silva" e sua importância na teledramaturgia

Exibida entre setembro de 1996 e agosto de 1997, "Xica da Silva" foi um imenso sucesso da extinta Rede Manchete e se transformou em um marco na história da teledramaturgia. Escrita por Walcyr Carrasco (na época com o pseudônimo de Adamo Rangel) e dirigida pelo saudoso Walter Avancini, a novela teve 231 capítulos e foi baseada em fatos reais, assim como o filme dirigido por Cacá Diegues em 1976, de mesmo título ----- a história, vale ressaltar, ainda foi contada em livro ("Chica que manda"), que foi a base do folhetim.


A vida da escrava que virou rainha em pleno século XVIII foi transformada em um ótimo folhetim e fez de Taís Araújo (em sua segunda novela) a primeira protagonista negra da televisão brasileira. A trama ---- que mesclou com competência situações fictícias e fatos reais ---- era repleta de cenas pesadas, onde a nudez e a violência se faziam presentes em vários momentos. Hoje em dia, por exemplo, em meio a tantas restrições e censura disfarçada de 'Classificação Indicativa', a produção só poderia ser exibida depois das 23h.

Inteligente, atrevida e convencida, Xica conseguiu dar a volta por cima, após muitas humilhações, se casando com um marido rico, para o choque de toda a sociedade. Tudo começa quando o homem mais poderoso da época ----- o comendador Felisberto Caldeira D`Abrantes (Reynaldo Gonzaga), responsável pelo manejo das minas de diamantes ----- resolve vender a sua filha, Xica, a um bordel. A garota se vinga roubando toda a fortuna em diamantes do 'pai' (ele sempre a renegou) guardada em um baú.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Os 30 anos de "Roque Santeiro", uma das novelas mais significativas da teledramaturgia

Escrita por Dias Gomes e Aguinaldo Silva, com base no original do próprio Dias (a peça "O Berço do Herói"), "Roque Santeiro" foi uma novela que entrou para a história da teledramaturgia e também da televisão. A primeira versão da produção estava prevista para estrear em agosto de 1975, sendo protagonizada por Betty Faria (Viúva Porcina), Francisco Cuoco (Roque Santeiro) e Lima Duarte (Sinhozinho Malta). Porém, em virtude da Ditadura Militar, que censurou o produto, o folhetim foi cancelado e todo o material perdido.


A novela só conseguiu ser produzida em 1985, ou seja, dez anos depois, mantendo Lima Duarte como um dos protagonistas, mas com duas mudanças nas outras pontas do triângulo central. Betty e Francisco não voltaram, sendo substituídos por Regina Duarte e José Wilker. Após este período um tanto quanto turbulento, a história ambientada na fictícia cidade de Asa Branca (tratada como um microcosmo do Brasil) foi finalmente exibida, fez um imenso sucesso e ficou eternizada na memória dos telespectadores. O folhetim ainda foi reprisado três vezes: duas na própria Globo e uma no Canal Viva.

Os autores fizeram uma ótima sátira à exploração política e comercial da fé popular através de personagens carismáticos e bem exagerados. Os moradores de Asa Branca vivem em função dos supostos milagres atribuídos a Roque Santeiro, um coroinha e artesão de imagens sacras que morreu defendendo a cidade do perigoso bandido Navalhada (Oswaldo Loureiro) ----- boato que se espalhou no local, virando uma grande verdade ----- e todos veneram aquela figura.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

"Vale Tudo": uma novela que entrou para a história da teledramaturgia

Dirigida por Dennis Carvalho e escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Brassères, "Vale Tudo" estreou no dia 16 de maio de 1988 e foi ao ar até 6 de janeiro de 1989. A novela substituiu "Mandala" e foi substituída por "O Salvador da Pátria", duas tramas que ainda são lembradas. Mas este folhetim escrito pelos três autores citados foi um verdadeiro fenômeno de popularidade e um marco na história da teledramaturgia ----- reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo" em 1992.


A história abordou vários assuntos interessantes e ainda colocou o dedo nas questões morais do Brasil, expondo esta ferida para todos os telespectadores. A conturbada relação de Raquel Accioli (Regina Duarte) e Maria de Fátima (Glória Pires) era um dos principais focos da trama, que começou a se desenrolar a partir de um golpe que a filha mau-caráter deu na própria mãe. O único bem das duas era a casa do pai de Raquel (deixada por ele no nome da neta), localizada em Foz do Iguaçu, no Paraná. Mas Maria de Fátima vende o imóvel para tentar a vida como modelo no Rio de Janeiro.

Ao se estabelecer no RJ, a vilã se envolve com César Ribeiro (Carlos Alberto Ricceli), um ex-modelo que atua como garoto de programa e tão ambicioso quanto ela. Já Raquel, após descobrir que foi enganada pela filha, chega ao Rio para ir atrás dela.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Os 25 anos de "Tieta", uma das novelas mais marcantes da teledramaturgia

No dia 14 de agosto, "Tieta" completou 25 anos de sua estreia. A novela escrita por Aguinaldo Silva e protagonizada por Betty Faria foi um marco na teledramaturgia e até hoje é lembrada pelos telespectadores, que transformaram esta obra em um estrondoso sucesso em 1989. A trama foi reprisada pelo "Vale a Pena Ver de Novo" entre 1994 e 1995, obtendo uma ótima audiência, matando as saudades do público.


A novela teve duas fases e a primeira contou com a participação de Cláudia Ohana vivendo a personagem-título. A história se inicia em Santana do Agreste, situada no nordeste brasileiro, com Tieta sendo expulsa de casa pelo pai (Zé Esteves - Sebastião Vasconcellos), que não tolerava o comportamento liberal da filha, tendo o apoio de Perpétua, sua outra filha, cuja personalidade era exatamente oposta.

A protagonista vai para São Paulo, enriquece, e volta 25 anos depois (coincidentemente, o mesmo tempo que se completa a estreia da novela) com o intuito de se vingar da família e de todos que a julgaram na época. Ela retorna, inclusive, na hora que está sendo rezada uma missa em sua memória, provocando um escândalo.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Com um final antológico, "Amor à Vida" consagra atores e entra para a história da teledramaturgia

A primeira novela de Walcyr Carrasco no horário nobre ---- dirigida impecavelmente por Mauro Mendonça Filho e Wolf Maya ---- fechou seu ciclo com um histórico beijo gay e um final emocionante. Foram 221 capítulos com muitas histórias, várias reviravoltas, cenas antológicas, polêmicas e situações nunca antes abordadas em folhetins, como o casal gay que virou protagonista. Prevista inicialmente para ter 179 capítulos (mesmo número das antecessoras "Salve Jorge e Avenida Brasil"), a trama foi esticada pela emissora, devido ao bom resultado perante o público, e acabou terminando como uma das obras mais longas do horário dos últimos 10 anos.


Porém, não é a primeira vez que Walcyr se vê obrigado a esticar uma novela. "Alma Gêmea" (18h - 227 capítulos) e "Caras & Bocas" (19h - 232 capítulos) também ficaram mais tempo no ar devido ao sucesso alcançado. No caso de "Amor à Vida", até a duração dos capítulos ficou maior. Era praticamente um filme por dia, o que não deixou de ser uma dificuldade para o autor manter a história movimentada. Entretanto, os muitos personagens acabaram sendo úteis para que houvesse sempre um rodízio de acontecimentos, evitando a tradicional 'barriga'. Ou seja, enquanto um núcleo 'esperava sua vez', o outro ficava repleto de conflitos e assim por diante.

"Amor à Vida", por ter ficado muito tempo no ar, apresentou ao telespectador uma grande quantidade de histórias fortes, com apelo dramático, e também com boas doses de humor. E por não guardar conteúdo, o autor desenvolveu sua trama sem maiores enrolações. Entre os núcleos principais apresentados,

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

"Amor à Vida" e os inadequados títulos de novelas

Quando o telespectador assiste "Amor à Vida", surge um questionamento em sua cabeça: "O que tem a ver o título da trama com a história apresentada?" Afinal, a novela expõe preconceito, vingança, dramas pesados, além de apresentar muitos personagens com desvio de caráter. E o conjunto em questão não combina com o nome do folhetim. São peças que não se encaixam. Entretanto, esse tipo de problema é mais comum do que se imagina na teledramaturgia.


No caso da trama de Walcyr Carrasco, o nome mais apropriado seria "Em nome do pai", que chegou a ser cogitado inicialmente, mas preterido pouco depois. O título tinha consistência, afinal, Félix (Mateus Solano) foi capaz de praticar inúmeras monstruosidades por causa da rejeição de sofria de César (Antônio Fagundes). Porém, optaram por "Amor à Vida", que faz sentido apenas em relação ao momento em que Bruno (Malvino Salvador) acha Paulinha (Klara Castanho) na caçamba e salva sua vida.

E várias novelas têm optado por essa estratégia, onde o título da obra só serve para explicar uma rápida situação, ignorando todo o contexto da história. Entre alguns exemplos mais recentes, há o fenômeno "Avenida Brasil", de João Emanuel Carneiro. O título nada tinha a ver com a história de vingança de Nina (Débora Falabella)

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

"A Próxima Vítima": um marco na história da teledramaturgia

Silvio de Abreu é um dos maiores autores do país e já escreveu inúmeros sucessos. Entretanto, apesar de ter várias obras marcantes em seu currículo, "A Próxima Vítima" ---- que foi ao ar em 1995, reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo" em 2000, e começou a ser exibida no Canal Viva em setembro de 2013 ---- foi a sua novela mais aclamada, tanto pelo público quanto pela crítica.


O autor escreveu uma história policial que, apesar de ter mantido a essência do clássico folhetim, ousou ao transformar o suspense no grande protagonista da trama. Aos poucos, o mistério ia aumentando e vários personagens despertavam suspeitas, muitas vezes indo da condição de possíveis vítimas para supostos culpados em questão de poucos capítulos.

A sequência de assassinatos movimentava a novela e deixava o público completamente perdido, tanto em cima da dúvida de quem seria o responsável pelas mortes quanto de quem seria a próxima vítima. E os crimes sempre aconteciam de formas diferentes. A trama foi tão marcante que mesmo após anos, várias

segunda-feira, 22 de julho de 2013

"Amor à Vida" e a maldição do politicamente correto

Há muito tempo que a censura foi extirpada do Brasil. Com o fim da Ditadura Militar, a liberdade de expressão reinou absoluta. Obviamente que todo o país foi beneficiado com isso, inclusive a televisão. As novelas, por exemplo, não precisavam mais passar por duros cortes do governo e nem corriam o risco de serem canceladas por causa de algum tema mais 'polêmico'. Entretanto, o politicamente correto (ou censura disfarçada) foi se intensificando nos últimos anos e muitas vezes acaba ultrapassando todos os limites do tolerável. Quase sempre há, independente do tema em questão, uma tentativa de impedir que algo seja exibido na teledramaturgia e o alvo da vez é "Amor à Vida", a trama das nove da Globo.


A obra de Walcyr Carrasco vem sofrendo críticas de inúmeras categorias de profissionais, ou as chamadas 'classes representativas', desde o início de sua exibição. Nas primeiras semanas, houve uma revolta de algumas ex-chacretes depois que Márcia (Elizabeth Savalla, que pegou várias dicas com Rita Cadillac para compor o papel) declarou ter tido a necessidade de se prostituir quando saiu do programa do Chacrinha. As ex-dançarinas se revoltaram e se sentiram extremamente ofendidas.

Não demorou muito para que a classe das enfermeiras se indignasse com o autor, chegando ao ponto de reclamar no Conselho Regional de Medicina. O motivo foi o fato de Perséfone (Fabiana Karla) ficar assediando todos os médicos e enfermeiros do hospital. Segundo elas, as cenas denigrem a imagem da profissão e

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Falta de planejamento, demissões, redução de custos e o período crítico da Record

Não é surpresa para ninguém que a meta da Rede Record, desde que foi comprada pelo Bispo Edir Macedo, sempre foi ultrapassar a Rede Globo. Na disputa pela audiência, o único objetivo era alcançar a tão almejada liderança. E não foram medidos esforços para isso. Investimentos milionários na área da teledramaturgia, tentativa de copiar várias atrações bem-sucedidas da líder, uma vasta contratação de profissionais da concorrência e produção de novos programas fizeram parte desse pacote em busca do primeiro lugar. Só que o objetivo nunca foi atingido e o máximo que a emissora conseguiu foi tirar a vice-liderança do SBT. Entretanto, desde o ano passado, até o segundo lugar tem sido ameaçado e a crise foi instaurada.


Após ver a emissora de Silvio Santos voltar a ameaçar seu segundo lugar, conquistado graças aos investimentos feitos nos últimos anos, a Record percebeu que todo o esforço feito havia sido em vão. Tanto que o ano de 2012 foi traumático para a empresa: novelas que fracassaram, reality que não empolgou, matérias apelativas no seu principal jornalístico, enfim, um período nada agradável.

Atualmente a emissora se vê obrigada a correr atrás do prejuízo. Com a tentativa de corrigir os equívocos cometidos anos atrás, o corte de custos foi inevitável. E essa redução de despesas tem ocasionado uma sucessão de demissões em vários setores da Record. Um dos mais afetados é, sem dúvida, o

sábado, 26 de janeiro de 2013

Lado a Lado: uma novela que se orgulha de ser novela

A trama das seis, exibida pela Globo, sem dúvida, é a melhor novela que está no ar. "Lado a Lado" demonstrou capricho e qualidade desde o primeiro capítulo e desde então não tem decepcionado em nenhum momento. A primorosa produção, o grandioso elenco e o texto bem escrito fazem da obra de João Ximenes Braga e Cláudia Lage a grande produção do momento. E todo esse agradável conjunto não busca nenhum tipo de ousadia ou renovação, muito pelo contrário. Apenas reforça o que há de mais tradicional na teledramaturgia.


"Lado a Lado" é uma novela que se orgulha das suas 'origens folhetinescas' e nunca buscou nenhum tipo de revolução dramatúrgica. Há duas mocinhas determinadas e corajosas (Laura e Isabel) que enfrentam muitos obstáculos para alcançar a tão almejada liberdade. Uma vilã preconceituosa  (Constância) que faz de tudo para proteger a família mesmo que para isso precise utilizar métodos tortos e condenáveis. Dois mocinhos (Edgar e Zé Maria) destemidos que lutam bravamente por justiça e igualdade. E, claro, há ainda um núcleo cômico, que representa o teatro da época e seus problemas. Em suma, todos os elementos tradicionais de uma telenovela.

Dentro desse universo folhetinesco, os autores ainda foram sábios ao inserir contextos históricos e pouco abordados na teledramaturgia. Ao mostrar um Rio de Janeiro do início do século XX, a trama retrata o início da favelização da cidade e foi muito feliz ao abordar a Revolta da Vacina e a Revolta da Chibata. Ainda exibe o

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Nina: uma mocinha jamais vista na história da teledramaturgia

Uma estreia de novela é sempre cercada de muita curiosidade. O público se encontra entusiasmado por uma nova história ao mesmo tempo que se encontra de luto pela trama que se encerrou (claro, se esta tiver sido bem aceita). A imprensa se cerca de expectativa e já começa a analisar personagens, núcleos, texto, enfim... Mas, nos últimos anos, o principal motivo de preocupação dos autores é a fatídica mocinha, alvo de um festival de críticas tanto do público quanto da mídia especializada. Em "Avenida Brasil, João Emanuel Carneiro soube criar uma protagonista que todos estavam esperando há tempos: Nina.


Se anteriormente o telespectador se via diante de mocinhas choronas, passivas, irritantes e sem uma história realmente atraente, na atual trama do horário nobre , o público se deparou com uma mulher determinada, vingativa, politicamente incorreta e que enfrenta a vilã de igual para igual, sem esperar a 'justiça divina' ou as 'leis do homem'. Para não chocar o público, o autor soube perfeitamente o que fazer: na primeira fase da novela, fez questão de mostrar o quanto que Rita (Mel Maia) sofria nas mãos de Carminha (Adriana Esteves) e o inferno que virou sua vida quando perdeu o pai e foi parar no lixão. Os anos se passaram, mas o desejo de vingança da personagem só cresceu. Rita virou Nina e Mel Maia virou Débora Falabella; e esta mocinha (muito bem interpretada pelas duas atrizes, diga-se de passagem), que cresceu diante dos olhos do telespectador, foi traçando milimetricamente seu plano para destruir Carminha e Max (Marcello Novaes). 

Apesar de ter se apaixonado por Batata (Bernardo Simões), hoje Jorginho (Cauã Reymond), Nina deixou o amor de lado para seguir com seu objetivo de vingança. Uma mocinha que não teve tempo a perder com romances. É uma personagem capaz de tudo, não há limites éticos para

sábado, 18 de agosto de 2012

A hora e a vez das periguetes

Elas são sensuais, se vestem de uma forma bastante provocante, muitas vezes acabam sendo vulgares, possuem um corpo que deixam qualquer homem de queixo caído, gostam de aparecer, e estão cada vez mais em alta: claro que estas características são das famosas periguetes. O sucesso deste perfil de mulher é tanto que acabou virando uma obrigatoriedade na teledramaturgia. Se antes o núcleo cômico era uma situação que todo autor precisava inserir em sua obra, hoje em dia pode-se dizer que as periguetes criaram sua uma espécie de 'cota obrigatória'. A prova do sucesso é a presença delas em quatro produções globais: "Malhação", "Amor Eterno Amor", "Cheias de Charme" e "Avenida Brasil".


"Malhação" estreou a sua vigésima temporada nesta segunda-feira (13/08), e em meio a tantos pontos positivos, uma personagem se destacou assim que apareceu: Fatinha. Após interpretar a Valquíria em "Ti ti ti" e fazer uma rápida participação em "Cheias de Charme", Juliana Paiva está ótima vivendo esta periguete adolescente e já caiu no gostou do público da novelinha. Em todas as cenas que deu o ar da graça, Facinha, como é chamada pelo meninos da escola, mostrou que irá aprontar muito ao longo desta temporada.

Em "Amor Eterno Amor", Valéria é uma periguete irritante que, depois de encher muito a paciência de Rodrigo (Gabriel Braga Nunes), acabou se casando com Josué (Raphael Vianna), um peão que sempre foi apaixonado por ela e a engravidou na única noite que ficaram juntos. Apesar de