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sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Sem adaptações relevantes, sucesso do remake de "Pantanal" se deu pela força da história e dos personagens emblemáticos de Benedito Ruy Barbosa

 O remake de "Pantanal" teve um tratamento diferenciado da Globo. Houve um intenso trabalho de divulgação bem antes da produção estrear e enquanto estava no ar foi assunto de todos os programas de entretenimento da grade. Também investiu bastante na novela que teve um clima de superprodução. O esforço valeu a pena. A obra baseada fielmente na história escrita por Benedito Ruy Barbosa na Rede Manchete em 1990, que chegou ao fim nesta sexta-feira (07/10), teve uma boa repercussão e audiência satisfatória. Fez sucesso. Aumentou oito pontos a média geral da faixa em comparação com a antecessora, "Um Lugar ao Sol", que não recebeu o mesmo tratamento.


A fotografia e o elenco foram os grandes trunfos da trama adaptada por Bruno Luperi, neto do autor. A direção de Rogério Gomes impressionou na primeira fase, enquanto a de Gustavo Fernandez manteve a qualidade na segunda. As imagens --- com direção de fotografia de Walter Carvalho --- encheram os olhos e pareciam pinturas. A preocupação em gravar várias cenas sempre ao entardecer, aproveitando os breves minutos do pôr-do-sol diante do verde e das águas do Pantanal, teve um resultado deslumbrante e deve credenciar a obra para concorrer ao Emmy Internacional. 

A primeira fase foi impecável. Com poucos personagens e um bom ritmo, sem pecar pela lentidão ou uma correria desnecessária, a trama logo conquistou o telespectador através dos personagens emblemáticos criados por Benedito há 32 anos e pelos atores que aproveitaram a curta chance que tiveram.

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Casamento duplo resulta em sequências emocionantes no centésimo capítulo de "Pantanal"

 A novela das nove da Globo apresentou um capítulo primoroso nesta quinta-feira, dia 21. O remake de "Pantanal" vinha andando em círculos há semanas, consequência da quase nula interferência de Bruno Luperi na obra original do avô, Benedito Ruy Barbosa, que era arrastada em 1990. Tudo vem sendo mantido quase idêntico ao folhetim original, inclusive os defeitos. Mas isso é tema para outro texto. Agora é necessário uma sucessão de elogios ao que foi apresentado no centésimo capítulo da trama. 


O casamento duplo de Muda (Bella Campos) com Tibério (Guito) e de Jove (Jesuíta Barbosa) com Juma (Alanis Guillen) rendeu longas sequências, onde a beleza da fotografia e a sensibilidade do texto dominaram. Após a turbulência envolvendo o temor de Juma com toda aquela situação, o que foi compreensível para uma menina que nunca foi socializada, a chegada da 'onça' foi muito bonita e a música tema do casal, "Amor de Índio", cantada por Gabriel Sater, deu o toque final ao momento. Embora com menos destaque, mas igualmente delicada, a união de Ruth com o peão mais querido de Leôncio (Marcos Palmeira) complementou bem a cena. 

Mas o principal ficou por conta do brilhantismo de Osmar Prado. O toque do berrante do Velho do Rio, deixando todos os convidados surpresos e Leôncio emocionado, foi o instante mais arrepiante do capítulo. Vale ressaltar a emoção de Marcos Palmeira, destacar a direção da equipe de Gustavo Fernandez e o belo texto a respeito da presença de Deus, dito pelo 'véio' em alternância com o padre, vivido pelo ótimo Cacá Amaral.

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Alanis Guillen tinha que ser a Juma Marruá do remake de "Pantanal"

 Bruno Luperi vem adaptando com raras mudanças o sucesso de seu avô, Benedito Ruy Barbosa, exibido em 1990 pela Rede Manchete. O remake de "Pantanal" vem angariando merecidos elogios, tendo a beleza das imagens e a boa escalação do elenco como maiores trunfos. E o principal desafio da produção era encontrar uma nova Juma Marruá, papel que mudou a vida de Cristiana Oliveira há 32 anos. Como selecionar uma atriz que lembrasse a colega, mas ao mesmo tempo tivesse um diferencial? Bem, já está claro que a escolha foi a melhor possível. 

Alanis Guillen vem dominando o papel desde sua primeira aparição no início da segunda fase da trama. Grata revelação de "Malhação - Toda Forma de Amar", a última temporada do seriado adolescente exibida em 2019, a atriz reúne todos os requisitos essenciais para um perfil como o de Juma. Queriam um rosto novo, mas com uma mínima experiência para segurar o peso do papel. Uma jovem intérprete, mas sem procedimentos estéticos que dominam a classe artística hoje em dia, como silicone, lentes nos dentes, harmonizações faciais, etc. E se tivesse uma semelhança com Cristiana Oliveira melhor ainda. 

A atriz representa o conjunto perfeito. Porém, de nada adiantaria todas as características mencionadas  se a profissional deixasse a desejar na atuação. Afinal, Juma é mulher que cresceu isolada do mundo, criada apenas pela mãe superprotetora, e muitas vezes se comporta como um bicho selvagem. É um perfil que exige um intenso trabalho corporal somado ao processo dramático.

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Irritante flerte entre Zé Lucas e Juma nada acrescenta ao roteiro de "Pantanal"

 O remake de "Pantanal" vem apresentando poucas diferenças da versão original, exibida em 1990 na Rede Manchete. Na verdade são raras as alterações no texto e nas situações apresentadas. Isso porque Bruno Luperi não esconde a admiração e o respeito que tem pela obra do avô, Benedito Ruy Barbosa. O autor admite que se preocupou em 'não estragar nada'. É compreensível a sua atitude e o sucesso da trama na Globo vem provando que não está errado. No entanto, alguns conflitos mereciam alteração. Como é o caso do flerte entre Zé Lucas e Juma. 


Irandhir Santos e Alanis Guillen estão irretocáveis na novela desde o início. No caso de Irandhir ainda houve um bônus de seu brilhante desempenho na primeira fase como Joventino. É importante lembrar que o José Lucas de Nada só entrou na novela em 1990 porque o público se indignou com a saída de Paulo Gorgulho. O intérprete viveu Zé Leôncio na primeira fase e foi substituído por Cláudio Marzo na segunda. Os telespectadores escreviam muitas cartas reclamando da sua ausência. Benedito, então, criou um novo filho para o protagonista. 

Só que como foi um personagem criado sem muito planejamento, em determinado momento da trama o autor ficou sem saber o que fazer com ele. E o interesse cada vez maior em Juma serviu como conflito para Zé. Há até uma cena em que o filho de Leôncio tenta agarrá-la à força, algo que seria inadmissível atualmente para um personagem que não é um vilão.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Amor bem construído entre Juma e Jove é um dos maiores trunfos de "Pantanal"

 O remake de "Pantanal" vem sendo muito bem desenvolvido por Bruno Luperi. O autor tem feito poucas mudanças na obra original de Benedito Ruy Barbosa, seu avô, exibida em 1990 na Rede Manchete. Tanto que muitas cenas podem ser comparadas com a versão de 32 anos atrás de tão parecidas. O bem construído romance de Juma Marruá e Joventino é uma das situações que não foram quase alteradas e o encantamento da primeira trama vem se repetindo na adaptação. 

A química vista com Cristiana Oliveira e Marcos Winter em 1990 segue arrebatadora com Alanis Guillen e Jesuíta Barbosa. O acerto da escalação é visível. A única grande mudança foi em cima da personalidade de Joventino. Antes debochado e extrovertido, o personagem agora é melancólico e problemático. Muitos reclamam da mudança nas redes sociais, mas o autor se mostrou inteligente ao retratar o jovem de hoje em dia. São gerações totalmente diferentes. O mocinho de 32 anos atrás tecia comentários que o de hoje condena. E quem viveu a juventude na década de 90 tinha motivos para sorrir e ter otimismo, afinal, era uma época que marcou o recente fim da ditadura militar, por exemplo. Já atualmente anda difícil ter esperança. 

Mas voltando ao casal, a essência dos personagens segue presente, o que é fundamental para despertar comoção pelo nascimento do amor que os une. São duas pessoas com vivências distintas e temperamentos opostos. Enquanto Juma esbanja coragem e ameaça qualquer um que apareça em sua casa com um espingarda, Joventino é tímido e morre de medo de qualquer animal, principalmente de cavalo. Também foge de briga.