Mostrando postagens com marcador morte. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador morte. Mostrar todas as postagens

sábado, 5 de outubro de 2024

Emiliano Queiroz fez de todo coadjuvante um sucesso

 Morreu, na manhã de sexta-feira, dia 4, Emiliano Queiroz. O ator, recentemente, havia se submetido a uma cirurgia para colocar três stents no coração. Na última quinta-feira, dia 3, recebeu alta e foi para casa. Mas acordou se sentindo mal às 4h30, foi levado ao mesmo hospital, onde teve uma parada cardíaca e partiu aos 88 anos. 


Filho de um ourives e uma professora primária, Emiliano deixou seu estado natal, o Ceará, com pouco mais de 20 anos. Nesse período, ele pegou carona em um caminhão rumo a São Paulo, para participar de montagens profissionais de teatro, atividade a que se dedicava desde a infância, quando ainda morava na pequena cidade de Aracati, onde nasceu. Entre familiares e amigos de escola, era considerado um prodígio. 

Aos 10 anos, depois de se mudar com os pais para Fortaleza, o jovem participou de cursos livres de artes cênicas e logo decidiu que seguiria a carreira artística. Entrou para o Teatro Experimental de Arte, uma importante companhia cearense, aos 14 anos. Pouco depois, começou a trabalhar na Ceará Rádio Clube. Após um curto período em São Paulo, o então rapaz retornou ao seu estado natal e foi contratado pela TV Ceará.

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Cid Moreira: um dos maiores ícones do jornalismo brasileiro

 Nesta quinta-feira, dia 3, o Brasil perdeu uma das figuras mais emblemáticas da história do jornalismo. Cid Moreira faleceu, aos 97 anos, completados no último domingo (29/09). Ele estava internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, desde o dia 4 de setembro, quando deu entrada com uma insuficiência renal crônica (antes vinha tratando de uma pneumonia em casa). O quadro piorou e Cid morreu de falência múltipla dos órgãos. 


O jornalista iniciou a carreira na rádio em 1944, depois de ser descoberto por um amigo que o incentivou a fazer um teste de locução na Rádio Difusora de Taubaté. Nos anos seguintes, entre 1944 e 1949, narrou comerciais até se mudar para São Paulo, onde trabalhou na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade. Em 1951, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga. Foi lá que começou a ter suas primeiras experiências na televisão até 1956, apresentando comerciais ao vivo na TV Rio. Sua estreia como locutor de noticiários aconteceu em 1963, no "Jornal da Vanguarda", da TV Rio, o que marcou seu início de carreira no jornalismo televisivo. Nos anos seguintes, trabalhou nesse mesmo programa em várias emissoras, como Tupi, Globo, Excelsior e Continental. 

Em 1969, Cid voltou à Globo para substituir Luis Jatobá no "Jornal da Globo", que ia ao ar às 19h45. No mesmo ano, foi escalado para a equipe do então recém-lançado "Jornal Nacional", o primeiro telejornal transmitido em rede no Brasil. A estreia ocorreu em setembro de 1969, e Cid dividiu a bancada com Hilton Gomes.

sábado, 17 de agosto de 2024

Rei da televisão brasileira, Silvio Santos nunca perderá a majestade

 Neste sábado, dia 17 de agosto de 2024, o Brasil perdeu uma de suas mais emblemáticas figuras: Silvio Santos. O dono do SBT faleceu, às 4h50, aos 93 anos. Ele estava internado há 17 dias no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, por conta de uma infecção por Influenza (H1N1), e acabou desenvolvendo uma broncopneumonia. A notícia só foi dada por volta das dez horas da manhã, o que iniciou uma leva de homenagens em todo o país e uma cobertura integral da imprensa. 


Tamanha comoção é explicada com facilidade. Silvio Santos era o maior apresentador e comunicador do Brasil e o rei da televisão nacional. Dominava os palcos como poucos e não vivia sem seu auditório, sempre majoritariamente composto por mulheres, a quem chamava de "colegas de trabalho". Era o companheiro das donas de casa e das famílias que se reuniam todo domingo para vê-lo brincar, proferir seus famosos bordões e se divertir ao longo de muitas horas na programação. Nem parecia que estava trabalhando. Era visível que ali encontrava o seu lugar. 

Silvio nasceu Senor Abravanel, em 12 de dezembro de 1930. Natural do bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, ele tinha outros cinco irmãos. Ainda criança, era apaixonado por cinema e ia sempre com um irmão assistir a sessões na Cinelândia. Na década de 1940, Silvio começou a trabalhar como camelô nas ruas do Rio e a ideia surgiu durante as eleições de 1946, quando começou a vender capas para títulos de eleitor e canetas.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Ilva Niño nunca teve o destaque que merecia

 O Brasil perdeu nesta quarta-feira (12/06) uma das atrizes mais longevas da teledramaturgia. Ilva Niño estava internada desde o dia 13 de maio, quando passou por uma cirurgia cardíaca, e partiu por conta de complicações da operação, quase um mês depois, aos 89 anos. 


Nascida em Floresta, Pernambuco, a veterana completaria 90 anos no dia 15 de novembro. Se mudou para o Rio de Janeiro logo após o início do regime militar de 1964  e foi levada para a televisão pelo autor Dias Gomes, que a escalou para "Verão Vermelho", em 1970, e "Bandeira 2" em 1971. Isso porque tinha trabalhado com o escritor nas peças "O Berço do Herói" e "O Pagador de Promessas". A parceria seguiu firme e forte na Globo. Desde então, nunca mais saiu da emissora e emendou uma novela atrás da outra. 

Foram oito décadas de carreira, sobretudo na televisão e no teatro, onde brilhou majoritariamente na pele de empregadas domésticas. A atriz nunca conseguiu fugir do estereótipo, mas não se incomodou.

terça-feira, 28 de maio de 2024

Morte de Charles marcou o episódio mais dilacerante de "Sob Pressão"

 A quinta temporada de "Sob Pressão" estreou no Globoplay em 2022 e foi um dos maiores sucessos da plataforma de streaming da Globo. A série escrita por Lucas Paraizo e dirigida por Andrucha Waddington apresentou 12 episódios irretocáveis e somente agora, dois anos depois, está sendo exibida na televisão aberta. E nesta terça (28/05) foi ao ar o sexto episódio, o mais dilacerante da produção. 


A morte de Charles (Pablo Sanábio), um dos personagens mais queridos da série, foi um choque para os personagens e o público. A trama já tinha apresentado uma perda que marcou bastante quando Samuel (Stepan Nercessian) faleceu na segunda temporada. Mas a partida de Charles teve um impacto ainda maior diante dos dramas dos protagonistas na quinta temporada. Carolina (Marjorie Estiano) descobriu um nódulo no seio, enquanto Evandro (Júlio Andrade) se deparou com o pai , Heleno (Marco Nanini) ---- após anos de afastamento ----, já com estado avançado de Alzheimer e com um câncer terminal. 

Em meio a uma avalanche de sofrimento, vem a traumática perda de um grande amigo do casal. E toda a construção para a trágica morte foi primorosa. O arco dramático foi se intensificando a cada cena, com direito ainda a atrativos conflitos paralelos através personagens pontuais.

terça-feira, 7 de maio de 2024

Venâncio foi assassinado em "Renascer", mas ninguém se importa

 O remake de Bruno Luperi exibiu recentemente uma das cenas mais comentadas, antes mesmo da estreia de "Renascer". Isso porque a imprensa especulava sobre o destino de Venâncio (Rodrigo Simas), que só morreu em 1993 porque Taumaturgo Ferreira e Benedito Ruy Barbosa brigaram na época. O neto manteria o desfecho do avô? A resposta era óbvia diante do remake de "Pantanal". E foi exatamente o que aconteceu. O problema é que vários furos no roteiro acabaram expostos na obra original e havia a necessidade de adaptação. 


Quando um autor se desfaz de um personagem por conta de um desentendimento com o ator que o interpreta é comum que não altere muita coisa em sua trama. Afinal, ele se livrou de um problema e não faz questão alguma de 'alongá-lo'. Porém, quando o personagem é integrante do núcleo central, e ainda acaba assassinado com um tiro no peito, fica impossível não afetar o desenvolvimento do enredo. Por mais que o escritor queira seguir o fluxo de seu roteiro, é necessário criar desdobramentos para a riqueza dos próprios perfis da história. 

E Bruno Luperi não se preocupou em mexer nos conflitos do remake após a morte de Venâncio. Como pode o personagem levar um tiro no peito durante uma emboscada, ser velado e enterrado em tempo recorde e sequer aparecer um mísero policial para investigar o crime? Não tem delegacia naquela cidade?

quarta-feira, 1 de maio de 2024

José Santa Cruz era um dos maiores dubladores do país

 O ator, dublador, radialista e humorista José Santa Cruz, morreu na sexta-feira passada, dia 26, aos 95 anos, no Rio de Janeiro. O ator, que tinha doença de Parkinson e estava internado com uma broncopneumonia, deixou a esposa Ivane Maria Mendes Bastos, com quem foi casado por 72 anos e teve três filhos, Elaine Maria, Eliane Maria e Eduardo Luiz, todos falecidos. Deixou ainda cinco netos e quatro bisnetos. 


Santinha, como era conhecido carinhosamente pelos amigos, nasceu em Picuí, Paraíba, e começou sua carreira artística aos dezoito anos, ao substituir um amigo em uma rádio. A partir daí não parou mais. Estreou na televisão em 1960, na inauguração da TV Clube, em 1963 foi para a TV Tupi e na mesma época começou a atuar como dublador, antes de chegar na TV Globo, em 1971. 

O ator fez várias participações em programas na televisão e fez uma divertida parceria com Lúcio Mauro em "A, E, I, O... Urca", na Tupi, o que virou o seu maior sucesso na TV. Tanto que a dupla Zé das Mulheres e Jojoca migrou para várias outras atrações, como "Balança mas não Cai" e "A Festa é Nossa", ambos na Globo.

terça-feira, 23 de abril de 2024

Morte de Venâncio rende ótimas cenas em "Renascer"

 Nesta segunda-feira, dia 22, foi ao ar o assassinato de Venâncio (Rodrigo Simas) em "Renascer". A morte trágica de um dos filhos de José Inocêncio aconteceu na versão original por conta de uma briga entre Taumaturgo Ferreira, intérprete de Venâncio em 1993, e o autor Benedito Ruy Barbosa. Alguns dizem que a morte estava planejada e foi antecipada, mas é uma polêmica antiga. Bruno Luperi, como costuma copiar e colar praticamente todo o enredo do avô, manteve o desfecho do personagem e a morte rendeu um grande capítulo. 


O momento de maior catarse foi toda a sequência da tocaia armada por Egídio (Vladimir Brichta). A direção de Gustavo Fernández e equipe merece aplausos de pé, principalmente porque nos tempos atuais há uma preguiça em grande parte da direção de novelas da Globo, além de corte de custos da emissora que prejudica bastante o resultado final de várias cenas, principalmente nas produções das seis e das sete. Toda a tensão daquele instante trágico foi demonstrado com precisão, tanto nas movimentações de câmera quanto nas imagens escolhidas. 

A cena da tocaia durou um minuto e 25 segundos. Egídio no alto de um grande pedregulho (como ele subiu até lá é uma liberdade poética) mirando no caminhão dirigido por João Pedro (Juan Paiva), enquanto Zé Inocêncio (Marcos Palmeira) cavalga em busca dos filhos e Inácia (Edvana Carvalho) reza diante de Nossa Senhora com duas velas acesas.

segunda-feira, 25 de março de 2024

Chico Diaz fará falta em "Renascer"

 Nesta segunda-feira (25/03), a segunda fase de "Renascer" sofreu mais uma dura perda. Após o final da primeira fase do remake de Bruno Luperi, muitos personagens desapareceram do enredo, mas ainda estão na memória do público ---- e suas ausências são sentidas. Um dos poucos que continuaram foi padre Santo, interpretado com magnitude por Chico Diaz. 


O personagem teve uma licença poética para se manter na história com a passagem de tempo. Afinal, o padre já tinha certa idade na primeira fase e com o avanço de mais de 30 anos era para estar bem mais idoso do que o apresentado no enredo baseado na obra original de Benedito Ruy Barbosa. No entanto, esse tipo de situação é sempre relevado, tanto por público quanto crítica em virtude do talento do intérprete. É sempre bom ver um veterano em cena, ainda mais em um momento em que o etarismo reina na teledramaturgia. 

Padre Santo representou uma figura que transmitia amor e sabedoria. Chico declarou em várias entrevistas que pesquisou a vida do padre Júlio Lancelloti para compor o personagem e não havia ninguém melhor para representar a bondade do ser humano.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Não existia papel secundário para Jandira Martini

 O mundo das artes cênicas sofreu mais uma grande perda. Jandira Martini faleceu nesta segunda-feira (29/01), aos 78 anos, após uma batalha de cinco anos contra um câncer de pulmão. A atriz, diretora e produtora teatral era uma das profissionais mais admiradas no meio e interpretou vários personagens marcantes ao longo de sua vida. 


A carreira de Jandira começou no teatro no final dos anos 1960 com a peça "Joana D`Arc entre as Chamas". Nos palcos, a trajetória somou mais de 20 peças, entre elas "Sua Excelência o Candidato", "Porca Miséria" e "Operação Abafa". A atriz começou na televisão em 1983 na novela "Braço de Ferro", produzida pela Band. Migrou para a Globo em 1986, onde atuou em "Roda de Fogo". No ano seguinte, ganhou seu primeiro papel de destaque, a ricaça Theodora Abdalla, do sucesso "Sassaricando".  

Em 1990, Jandira foi para a TV Manchete, onde atuou como colaboradora de "Ana Raio e Zé Trovão", novela escrita por Marcus Caruso, um de seus melhores amigos e fiel parceiro, e Rita Buzzar. A atriz também fez uma breve participação na trama como Vitória Imperial.

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Retrospectiva 2023: os artistas que deixaram saudade

 Na última semana do ano, é hora de fazer um balanço de tudo o que passou ao longo de doze meses. O ano 2023 foi marcado pelas mudanças climáticas e o início da esperança no mundo artístico com a chegada de um governo que não abomina a arte e a cultura. Ao mesmo tempo, muitas perdas aconteceram entre cantores, atores e jornalistas. Vários nomes de peso deixaram o cenário cultural mais vazio e triste. Hoje se inicia a retrospectiva tradicional do blog e começando com saudade. 




Rita de Cássia (1972 - 2023)

Nascida em Alto Santo, no interior do Ceará, Rita foi a maior compositora de forró do país. Faleceu aos 50 anos, vítima de fibrose pulmonar, no dia 3 de janeiro. Foram mais de 500 letras de forró, que foram gravadas pelas principais bandas e cantores. Também compôs melodias e seu primeiro hit foi "Brilho da Lua". 


Renatinho Bokaloka (1974 - 2023): 

Renato Cesar Alves de Oliveira, uma das vozes do pagode dos anos 90, foi vítima de infarto no dia 7 de janeiro. Surgiu no embalo do estouro de grupos como "Raça Negra" e "Só para Contrariar".  Era vocalista do grupo "Água na Boca", conhecido posteriormente como Bokaloka. A banda está até hoje no mercado, mas tinha apenas Renatinho e Toninho Branco (cavaquinhista e arranjador) da época da formação original. 

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Eliane Giardini fez de Agatha um dos maiores sucessos de "Terra e Paixão"

 A participação de Eliane Giardini em "Terra e Paixão" foi a melhor coisa que aconteceu na novela de Walcyr Carrasco, que agora tem a parceria de Thelma Guedes. Escalada pelo autor em fevereiro, a intérprete precisou manter segredo sobre a sua entrada na história que marcou a maior virada do enredo. Foram 98 capítulos e cinco meses no ar com muitas cenas ótimas e cada vez mais destaque a ponto do público se apaixonar por Agatha.


A atriz nunca tinha vivido uma grande vilã até hoje em sua carreira e Walcyr a presenteou com um tipo que começou aparentemente inofensivo até se revelar um demônio encarnado. O intuito da personagem era movimentar o enredo e assim que surgiu em cena conseguiu atingir o objetivo com louvor. A apresentação daquela enigmática mulher teve o mesmo estilo narrativo da inesquecível Flora (Patrícia Pillar), de "A Favorita" (2008), que saiu da cadeia com carinha de sofrida até se mostrar uma psicopata. Mas Walcyr não demorou tanto quanto João Emanuel Carneiro e logo foi dando pistas sobre o verdadeiro caráter de Agatha La Selva. Quanto mais cenas reveladoras a respeito de sua índole, mais o público se interessava pela saga da malvada. A ideia de colocá-la como uma especialista em chás e ervas venenosas foi uma sacada de mestre. 

 A esposa de Antônio La Selva (Tony Ramos) saiu da cadeia, após mais de 20 anos presa, para se vingar do marido e a razão de seu ódio só foi revelado nesta semana em uma sequência irretocável de Eliane e Tony, quando Agatha contou ao ricaço, que mal conseguia se mexer na cama por conta do envenenamento gradativo provocado pela víbora, a respeito do que tinha acontecido com seu pai no passado: o então fazendeiro teve todas as terras roubadas pelo pai de Antônio, que ainda mandou um de seus jagunços matá-lo.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Lolita Rodrigues deixou sua história na televisão brasileira

 Na madrugada deste domingo, dia 5, faleceu Lolita Rodrigues, em João Pessoa, cidade onde morava com a filha desde 2015. A veterana tinha 94 anos, estava internada no Hospital Nossa Senhora das Neves e não resistiu a uma pneumonia, diagnosticada há cerca de um mês. A atriz, cantora e apresentadora foi uma das pioneiras da TV no Brasil. 

Sylvia Gonçalves Rodrigues Leite estreou na carreira artística em 1939, dez anos depois de seu nascimento, ainda na rádio. Na inauguração da televisão brasileira, em 1950, cantou o hino que homenageava o novo veículo de comunicação, substituindo a amiga Hebe Camargo, que não foi ao evento porque resolveu namorar --- o relato ficou conhecido graças ao icônico dia em que o "Programa do Jô" contou com a presença das duas e de Nair Bello, o trio de amigas mais amado do país. Muita gente mais nova só conheceu Lolita através da memorável entrevista, que se eternizou nas redes sociais.

Mas Lolita Rodrigues tem sua história misturada com a da tevê. Após o início de sua carreira artística no final da década de 1930, passou a cantar em rádio com frequência e a atuar em rádionovelas. Em 1950, estreou como atriz na novela "A Muralha, da TV Record.

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Elizângela fazia das coadjuvantes um sucesso

 Nesta sexta-feira, dia 3, Elizângela do Amaral Vergueiro, conhecida artisticamente apenas como Elizângela, faleceu aos 68 anos em Guapimirim, no estado do Rio de Janeiro. Segundo a prefeitura Municipal de Guapimirim, a atriz deu entrada no Hospital Municipal José Rabello de Mello com uma PCR (parada cardiorrespiratória), depois de ser pronto atendida pelas equipes do SAMU. Houve tentativa de reanimação, mas sem êxito. É mais uma dura perda para o mundo das artes. 

A atriz já tinha sido internada no mesmo hospital em 2022 com graves sequelas respiratórias da Covid. Segundo a assessoria da prefeitura, Elizângela se mostrou radicalmente contra a vacinação e não tomou nenhuma dose. Infelizmente, o seu negacionismo ficou amplamente conhecido pelo público durante da pandemia e por não ter se vacinado acabou perdendo um papel em "Travessia", escrita por Gloria Perez, uma autora que sempre fazia questão de tê-la em seus folhetins. 

Elizângela era uma atriz de imenso talento, tanto no drama quanto na comédia. Não por acaso, fazia de suas coadjuvantes um sucesso e tinha forte presença em cena. Começou a trabalhar como atriz aos 7 anos de idade, na TV Excelcior, fazendo comerciais ao vivo. Em 1966, saiu da Excelcior e foi trabalhar na Globo, onde acabou escalada para viver a assistente do saudoso Pietro Mário, em "Capitão Furacão", que tinha estreado em 1965.

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Morte de Fernanda em "Mulheres Apaixonadas" foi uma das cenas mais memoráveis da teledramaturgia

  A trágica morte de Fernanda (Vanessa Gerbelli), exibida em "Mulheres Apaixonadas" no ano de 2002, teve um impacto que nem Manoel Carlos esperava. Afinal, vinte anos se passaram e até hoje a cena está viva na memória dos telespectadores a ponto de sempre ser um chamariz quando a obra está sendo reprisada. Foi assim no "Vale a Pena Ver de Novo" em 2008, na reexibição no Canal Viva entre 2020 e 2021 e agora novamente na faixa vespertina de reprises da Globo em 2023, com direito até a uma chamada especial anunciando a cena.


A cena do assassinato de Fernanda era a mais aguardada na época. Vale lembrar que a personagem morreria por volta do capítulo 30. O sucesso, no entanto, fez Maneco adiar o momento, o que valorizou mais o talento da atriz. Vanessa acabou ganhando mais cenas e até um núcleo próprio. Somente no capítulo 150 que a tragédia acontece, após meses de 'preparação' através dos pesadelos de Salete (Bruna Marquezine) com um anjo que alertava sobre a partida da mãe. E a sequência, uma das mais trabalhosas da novela, foi um primor.

A perseguição de policiais a bandidos, situação recorrente no Rio de Janeiro, teve toda a adrenalina necessária para o momento, com direito a trilha embalada pela ótima e apropriada "Faint" (Desmaio), da banda Linkin Park.

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Léa Garcia abriu muitas portas para artistas negros na dramaturgia nacional

 A atriz Léa Garcia faleceu nesta terça-feira, aos 90 anos, vítima de um infarto. Ela iria receber o Troféu Oscarito na noite do mesmo dia de seu falecimento no Festival de Cinema de Gramado, a mais tradicional honraria do festival. A veterana seria homenageada ao lado da igualmente grandiosa Laura Cardoso e Léa já era uma figura corriqueira em Gramado, pois ganhou quatro Kikitos com "Filhas do Vento", "Hoje tem Ragu" e "Acalanto". 


O falecimento da atriz foi um choque porque estava tudo bem até ontem e a sua alegria em ser homenageada era visível nas fotos divulgadas em sua rede social ao lado dos amigos. Em virtude de sua morte, a Globo antecipou a exibição de um especial que ainda nem foi lançado pela emissora, chamado "Tributo", que presta reverência a atores veteranos que fazem história no país. O especial foi lindo, exibido logo após o reality "No Limite", e expôs a importância que Léa teve para as artes cênicas e a referência que deixou para inúmeros atores negros que sonhavam com um lugar ainda muito distante na época em que a intérprete começou a atuar. Depoimentos de nomes como Sheron Menezes, Taís Araújo, Antônio Pitanga, Camila Pitanga, Elisa Lucinda, Emiliano Queiroz, Conceição Evaristo, Tonico Pereira e Neusa Borges emocionaram. 

A atriz possuía no currículo mais de 100 produções, incluindo cinema, teatro e televisão. Em 1957, foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina por sua atuação em "Orfeu Negro", filme que ganhou o Oscar em 1960 como melhor longa estrangeiro, representando a França.

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Aracy Balabanian era uma gigante das artes cênicas

 O mundo das artes cênicas sofreu mais uma dura perda nesta segunda-feira (07/08). Aracy Balabanian faleceu, aos 83 anos, vítima de um câncer no pulmão diagnosticado em outubro do ano passado. A veterana optou por não fazer o tratamento e preferiu cuidados paliativos para ter um restante de vida longe de uma cama de hospital. O último registro da atriz foi feito por Claudia Raia, que levou seu filho, Luca, para a colega e grande amiga conhecer em julho deste ano. 


Filha de imigrantes armênios, Aracy nasceu em 22 de fevereiro de 1940 em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Se reconheceu como atriz aos 12 anos e estreou na televisão em 1964 na TV Record na novela "Marcados pelo Amor", migrando para a TV Tupi logo depois, onde virou um dos grandes nomes da emissora em produções como "Antônio Maria" (1968), "Nino, o italianinho" (1969) e "A Fábrica" (1971). Em 1972, foi para a Rede Globo, de onde nunca mais saiu. Na emissora esteve em inúmeras novelas de sucesso e se destacou em todas as produções que contaram com o seu talento. Emendou um sucesso atrás do outro. 

A atriz esteve no elenco do infantil "Vila Sésamo" em 1972 e depois passou a fazer praticamente uma novela por ano, vide "Corrida do Ouro" (1974); "Bravo!" (1975); "O Casarão" (1976); "Locomotivas" (1977); "Pecado Rasgado" (1978); "Coração Alado" (1980); "Brilhante" (1981); "Elas por Elas" (1982); "Guerra dos Sexos" (1983); "Ti Ti Ti" (1985); e "Que Rei Sou Eu?" (1989).

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Morte de Dora resulta na sequência mais emocionante de "Vai na Fé"

 A menos de um mês de seu fim, "Vai na Fé" já começa a deixar saudades e a fechar o ciclo de alguns personagens. Um dos desfechos mais esperados era o de Dora (Cláudia Ohana), justamente porque a morte da mãe de Lumiar (Carolina Dieckmann) não tinha como ser evitada e a curiosidade sobre como Rosane Svartman desenharia a despedida era muito grande. A cena foi ao ar nesta quinta-feira (20/07) e promoveu um espetáculo de beleza, sensibilidade e emoção. 

A personagem era a mais de bem com a vida da história. Dora procurava ver sempre o lado bom de tudo e tinha uma frase motivacional para qualquer pessoa que conhecia. Um perfil que corria o risco de ser insuportavelmente chato, o chamado 'good vibes'. Mas Claudia Ohana driblou todas as armadilhas do papel e fez daquela mulher um poço de carisma e afetividade. Até porque a química com Zecarlos Machado funcionou desde o início e dava gosto de ver a relação bem resolvida entre Dora e Fábio. 

A descoberta de um câncer em estágio avançado ocorreu perto da metade da trama e iniciou um importante debate a respeito dos cuidados paliativos, tema bem pouco abordado na teledramaturgia. Ao invés de iniciar uma quimioterapia somada a uma radioterapia para tentar uma cura impossível, o médico sugeriu o tratamento para proporcionar uma qualidade de vida nos últimos meses da personagem.

sábado, 8 de julho de 2023

Atriz de talento, Neusa Maria Faro nunca teve o reconhecimento que merecia

 O mundo das artes perdeu o dramaturgo, ator e diretor José Celso no dia 6 de julho, um dos maiores ícones do teatro nacional, vítima de um incêndio em seu apartamento. O meio artístico perdeu um dia depois outra profissional que engrandecia qualquer cena que contava com sua presença: Neusa Maria Faro. A veterana faleceu no dia 7 de julho, aos 78 anos, em virtude de complicações de um trombose. 


Neusa resolveu ser atriz aos 19 anos. Inicialmente, dedicou-se apenas ao teatro, mas apareceu pela primeira vez em uma película ("Quase Tudo") em 1989. Somente em 1996 fez sua estreia na televisão, na novela "Irmã Catarina", exibida pela CNT. Foi para a Rede Record em 1997 e integrou o elenco de "Direito de Vencer". Ainda no mesmo ano, foi para o SBT e interpretou Valentina, do sucesso "Chiquititas". Até hoje o público que era criança na época e hoje já está com mais de trinta anos se lembra de sua participação. Ainda na emissora de Silvio Santos, viveu a Leda, de "Fascinação", em 1998. 

A primeira aparição da atriz na Rede Globo foi vivendo uma presidiária nada amigável em "Torre de Babel", novela de Silvio de Abreu. Em 2001, voltou para o SBT, onde participou de três novelas: "Amor e Ódio", "Pequena Travessa" e "Seus Olhos".

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Morte de Carlão emociona e impacta na primeira virada de "Vai na Fé"

 A nova novela das sete está há pouco menos de um mês no ar e Rosane Svartman já está mostrando a que veio. "Vai na Fé" vem conquistando o público a cada semana e os índices de audiência da faixa, tão prejudicados com a trama anterior, estão aumentando, assim como a repercussão, que é bastante positiva nas redes sociais. Nesta semana, ocorreu a primeira virada do enredo com a trágica morte de Carlão (Che Moais) em um acidente de trânsito. 


O falecimento do marido de Sol (Sheron Menezzes) provoca um caos na vida da protagonista, que precisa enfrentar a dor do luto, o sofrimento das filhas e da mãe, além de sua própria dor e as dificuldades financeiras que vão piorar ainda mais. Até porque a mocinha já estava lidando com sérios problemas quando recebeu a proposta de Lui Lorenzo (José Loreto) para ser a dançarina e backing vocal de seu show. Após um rápido momento de reflexão, acabou aceitando a oferta de emprego e enfrentou pela primeira vez a sua família conservadora e evangélica. A crise no casamento se instaurou, os embates com a mãe, Marlene (Elisa Lucinda), se intensificaram e a rebeldia da filha caçula veio com força. 

Todos os conflitos dominaram a atenção nas primeiras semanas de folhetim e Rosane conseguiu envolver o telespectador através de dramas verossímeis e personagens bem construídos. Tanto que, inicialmente, era fácil demais sentir ranço de Carlão, um marido controlador e machista que nunca aceitou a esposa dançando funk. Mas a autora sempre insere boas camadas em suas criações e não foi diferente agora com sua nova novela.