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sexta-feira, 14 de julho de 2023

"Força de um Desejo": um novelão injustiçado

 Exibida originalmente de 10 de maio de 1999 a 28 de janeiro de 2000, com 226 capítulos, "Força de um Desejo" foi uma novela das seis marcada pelo capricho e grande elenco. No entanto, não é um folhetim muito lembrado pelo grande público e nunca tem seus personagens citados em homenagens televisivas sobre a história da teledramaturgia. A reprise de 2005, no "Vale a Pena Ver de Novo" já tinha provado que o 'esquecimento' é injusto e a reexibição no Canal Viva, iniciada em outubro de 2022 e encerrada nesta quinta-feira (13/07), comprovou o fato. 


Escrita por Gilberto Braga, Alcides Nogueira e Sérgio Marques (dirigida por Marcos Paulo e Mauro Mendonça Filho), a novela foi a terceira mais longa da Globo nos anos 90 ----- ficou atrás de "Barriga de Aluguel" (243) e "Quatro por Quatro" (233). Planejada para 179 capítulos, a história acabou esticada a pedido da emissora, o que resultou em reclamações de Gilberto e sua equipe na época. Porém, o esticamento não se deu em virtude do sucesso e, sim, por conta de planejamentos na grade do canal. A produção teve 26 pontos de média geral, índice considerado baixo na época. É até compreensível o certo afastamento do público porque a história tem uma energia pesada e algumas vezes parece as extintas minisséries que eram exibidas após as 23h. Não é um enredo leve e tem pouco humor. 

Todavia, o conjunto da obra transborda qualidades. Os autores conseguiram criar personagens densos e um enredo que não caía no marasmo, mesmo em uma época onde a agilidade dos folhetins praticamente inexistia. Era comum toda novela ter longos meses de ritmo arrastado.

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Reprise de "O Beijo do Vampiro" no Viva matou a saudade da última boa novela de Antônio Calmon

 A ousadia de Antônio Calmon lhe rendeu um estrondoso sucesso, em 1991, com a novela "Vamp". A trama que falava de vampiros e tinha um clima totalmente 'thrash' marcou a teledramaturgia e até hoje é lembrada pelo público saudosista. Em 2002, onze anos depois, o autor resolveu reviver a temática e escreveu "O Beijo do Vampiro", que fez uma legião de fãs, conquistados com a 'nova geração' vampiresca integrante da última boa novela de Calmon. A produção sempre foi uma das mais pedidas na internet para ser reprisada, mas como não foi um sucesso de audiência o desejo nunca foi realizado pela Globo. No entanto, o canal Viva, após ter lançado uma nova faixa de reprises, finalmente colocou a novela no ar.


 A reexibição, que está em sua última semana, reforçou todas as qualidades da história muito bem estruturada por Calmon. Muitos tinham até o receio da chamada memória afetiva ser a responsável pela saudade da produção e se decepcionar com a reprise. Mas a produção envelheceu muito bem. A trama, dirigida pelo saudoso Marcos Paulo, virou uma febre e teve até álbum de figurinhas. As crianças e os adolescentes foram os principais fãs do folhetim, que teve um grandioso elenco, personagens cativantes e uma enredo bem construído, repleto de efeitos especiais considerados ousados para a época. Um enredo de amor, entremeado por elementos sobrenaturais, drama, humor e a clássica luta do bem contra o mal foram as principais marcas do folhetim.

 A trama começa no século XII, com o vampiro Bóris Vladesco (Tarcísio Meira) se apaixonando perdidamente pela princesa Cecília (Flávia Alessandra), que vive um romance com o conde Rogério (Thiago Lacerda). No dia do casamento da princesa com o conde, o vampiro mata o noivo de seu grande amor em um duelo, assim como toda sua família.

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Reprise de "Alma Gêmea" no Viva repete o êxito de um dos maiores fenômenos de Walcyr Carrasco

 O Canal Viva acertou em cheio com a reprise de "Alma Gêmea", que está em plena reta final. Escrita por Walcyr Carrasco, a história foi uma das melhores novelas do autor e um dos maiores fenômenos de audiência do horário das seis. A trama chegou a marcar impressionantes 53 pontos, com picos de 56, no último capítulo, índice inimaginável na época, e impossível de ser alcançado hoje em dia até mesmo em uma novela de horário nobre. A história de época que tinha a reencarnação como tema central conquistou o público e foi um grande sucesso.


Logo no primeiro capítulo (exibido no dia 20 de junho de 2005), Luna (Liliana Castro), grande amor da vida do floricultor Rafael (Eduardo Moscovis) ---- que criou uma espécie de rosa branca especialmente para a amada ----, leva um tiro durante um assalto (planejado pela invejosa Cristina para ficar com as joias da prima) e morre, para o desespero do florista e da mãe (Agnes - Elizabeth Savalla) da pianista. Mas o sentimento que unia o casal era tão intenso que a mulher voltou na pele de uma índia (Serena - Priscila Fantin), para reencontrar o amor de sua vida.

Vinte anos se passam, e aquela criança, que nasceu em uma aldeia indígena, vira uma bela mulher. Já Rafael segue amargurado com a vida e infeliz sem Luna ----- apesar de ser constantemente cortejado por Cristina (Flávia Alessandra) ----- e se fecha em seu mundo de sofrimento e solidão, mesmo tendo um filho (Felipe - Sidney Sampaio) com sua falecida mulher.

sexta-feira, 15 de julho de 2022

"Páginas da Vida" marcou o início do declínio de Manoel Carlos

 A reprise de "Página da Vida" chegou ao fim nesta sexta-feira, dia 15, no Viva. A reexibição foi um sucesso, o que reforçou a potência das histórias de Manoel Carlos. Na época, entre 2006 e 2007, a trama também teve um ótimo retorno da audiência, após um início conturbado. No entanto, a história marcou o início do declínio do autor, que já não estava mais tão inspirado quanto antes. 

Maneco vinha de três trabalhos que foram, em sequência, um fenômeno de audiência no horário nobre da Globo: "Por Amor", em 1997, "Laços de Família", em 2000, e "Mulheres Apaixonadas", em 2003. A trinca de ouro foi sucesso de público e crítica. Mas "Páginas da Vida" acabou marcada por vários problemas observados pela crítica especializada e uma rejeição inicial do público, o que obrigou o autor a mexer na trama. As alterações surtiram o efeito na audiência. Alguns conflitos receberam mais destaque em detrimento de outros. 

A maior qualidade da novela foi seu núcleo central. A potência do drama protagonizado por Helena (Regina Duarte), Marta (Lilia Cabral), Alex (Marcos Caruso) e Nanda (Fernanda Vasconcellos) arrebatou o público com um clichê irresistível e bem explorado: a gravidez na adolescência que resultou em uma rejeição antológica e um processo de adoção que esbanjou delicadeza. Nanda engravidou fora do país e sua volta ocasionou um embate com sua mãe que nunca foi esquecido pelos telespectadores.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

"Paraíso Tropical" foi a melhor novela da dupla Gilberto Braga e Ricardo Linhares

 O Viva resolveu reprisar "Paraíso Tropical", após o sucesso da segunda reexibição de "A Viagem". São folhetins totalmente distintos, mas a reprise, em plena reta final, provou que foi uma boa escolha. A novela foi exibida em 2007 e sofreu um forte rejeição inicial. Isso porque o casal de mocinhos não emplacou e o enredo não prendeu o telespectador. No entanto, ao longo dos meses, os autores conseguiram reverter a dificuldade e emplacaram a história, que chegou ao fim como um grande sucesso. 

A verdade é que a novela nunca foi ruim, nem mesmo no período que sofreu rejeição da audiência. O conjunto se mostrou muito bem estruturado desde o começo e impressiona como todos os núcleos têm atrativos e se complementam. Há uma gama de personagens construídos com densidade e vários enfrentam conflitos convidativos, principalmente os vilões. Aliás, há vários no enredo e todos responsáveis por boas movimentações nos núcleos. 

A produção marcou o início da parceria de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Ricardo já tinha colaborado com o veterano no sucesso "Celebridade", de 2003, mas "Paraíso Tropical" foi sua estreia como autor titular ao lado de Braga. Embora a dupla tenha penado com a audiência nos meses iniciais, o resultado foi positivo. Escreveram um novelão.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Bebel e Olavo roubaram a cena em "Paraíso Tropical"

 A reprise de "Paraíso Tropical" no Viva tem reforçado todas as qualidades da novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, dirigida por Dennis Carvalho. A trama teve muitos acertos e impressiona rever como o rodízio dos núcleos eram bem realizados, proporcionando um destaque de todos. Mas o folhetim não ficou na memória do grande público. A história sofreu uma rejeição inicial em 2007 e os autores só conseguiram reverter a situação com algumas mudanças no enredo, entre elas o maior destaque para o casal Bebel e Olavo. 

Os vilões acabaram tomando o lugar dos mocinhos, que fracassaram logo no início por conta da construção equivocada e muito apressada do romance. Fábio Assunção e Alessandra Negrini tiveram um ótimo desempenho e a culpa do fiasco do amor de Daniel e Paula não foi deles. Mas os intérpretes foram inevitavelmente ofuscados por Camila Pitanga e Wagner Moura. Até porque Gilberto e Ricardo foram muito mais hábeis no envolvimento do grande vilão da história com a garota de programa que sempre sonhou com uma vida de luxo. 

Olavo foi inicialmente apresentado como um típico malvado maniqueísta. Não havia um contexto para a personalidade egocêntrica e arrogante do sujeito que sempre quis destruir Daniel na empresa de Antenor Cavalcante (Tony Ramos). O empresário nutria inveja pelo rival, principalmente por conta da relação de carinho que Antenor e Ana Luísa (Renée de Vielmond) tinham com o 'filho do caseiro'.

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Carmen Silva e Oswaldo Louzada foram um dos maiores trunfos de "Mulheres Apaixonadas"

 A reprise de "Mulheres Apaixonadas" no Viva está perto do fim e um dos maiores sucessos de Manoel Carlos repetiu o êxito no canal a cabo. A novela é conhecida pelas tramas secundárias fortes que ofuscaram a trajetória da Helena, vivida pela ótima Christiane Torloni. E um dos enredos mais lembrados e amados pelo público é o dos avós maltratados pela neta. Um marco na teledramaturgia, sem exagero. 


Carmen Silva e Oswaldo Louzada eram atores com longa carreira no teatro e no cinema, mas pouco conhecidos dos telespectadores, mesmo após várias participações em novelas e séries, incluindo da extinta TV Tupi. Na época, estavam com 87 e 91 anos, respectivamente. Já sem muitas oportunidades nas produções, ganharam uma chance de ouro de Maneco e aproveitaram. 

A dupla caiu nas graças do público logo que surgiu na história e o núcleo protagonizado por Carlão (Marcos Caruso) foi ganhando cada vez mais importância. Isso porque tinha ali todos os ingredientes necessários para um bom folhetim: os 'mocinhos', a vilã e o perfil cômico.

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Reprisada no Viva, morte trágica de Fernanda foi a cena mais impactante de "Mulheres Apaixonadas"

 Por ironia do destino, as duas cenas mais emblemáticas de dois grandes sucessos de Manoel Carlos foram exibidas na mesma semana. A primeira foi a emocionante sequência da raspagem dos cabelos de Camila (Carolina Dieckmann), em virtude da quimioterapia para o tratamento contra a leucemia, ao som de Love By Grace" (Lara Fabian), exibida nesta segunda-feira (08/02) em "Laços de Família", no "Vale a Pena Ver de Novo", na Globo. Já a outra foi a trágica morte de Fernanda (Vanessa Gerbelli), exibida neste sábado (13/02) em "Mulheres Apaixonadas", reprisada no Canal Viva. 


A cena do assassinato de Fernanda era a mais aguardada da reexibição no Viva. Vale lembrar que a personagem morreria por volta do capítulo 30. O sucesso, no entanto, fez Maneco adiar o momento, o que valorizou mais o talento da atriz. Vanessa acabou ganhando mais cenas e até um núcleo próprio. Somente no capítulo 150 que a tragédia acontece, após meses de 'preparação' através dos pesadelos de Salete (Bruna Marquezine) com um anjo que alertava sobre a partida da mãe. E a sequência, uma das mais trabalhosas da novela, foi um primor.

A perseguição de policiais a bandidos, situação recorrente no Rio de Janeiro, teve toda a adrenalina necessária para o momento, com direito a trilha embalada pela ótima e apropriada "Faint" (Desmaio), da banda Linkin Park.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

"Os casais que amamos" foi uma boa ideia mal executada pelo Viva

 Uma ótima forma de homenagear a teledramaturgia é falar dos casais mais marcantes da ficção. O Viva resolveu transformar a ideia em um especial chamado "Os casais que amamos". O primeiro programa foi exibido em junho em homenagem ao dia dos namorados. Glória Menezes e Tarcísio Meira foram os escolhidos. E foi um primoroso episódio. Porém, a temporada vem se mostrando bem errática em vários pontos. 


O segundo episódio só foi exibido em novembro. Cinco meses depois do primeiro. A razão é a pandemia do novo coronavírus que atrasou os trabalhos. E os demais episódios da temporada se mostram bem diferentes do protagonizado por Tarcísio e Glória. Afinal, os veteranos são os únicos também casados na vida real. E, como moram juntos, as entrevistas aconteceram na casa deles. Foi uma delícia vê-los relembrando suas trajetórias. 

Já os demais capítulos da série (em um total de 13) ocorrem por meio de entrevistas individuais. Cada ator ou atriz fala sobre o determinado casal de sua casa, sem interagir com o colega. Isso esfria o formato. Somente no final de cada episódio, há um depoimento elogioso da pessoa sobre seu companheiro de trabalho.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

"Chocolate com Pimenta" repetiu o sucesso no Viva

Exibida entre 8 de setembro de 2003 e 7 de maio de 2004, "Chocolate com Pimenta" foi um dos grandes sucessos de Walcyr Carrasco no horário das seis e sua estreia completou 16 anos em 2020. A novela obteve tanto êxito quanto "O Cravo e a Rosa" e "Alma Gêmea", outras duas produções do autor que foram estrondosos sucessos às 18h. A trama que tinha uma fábrica de chocolates como foco principal conquistou o público e já foi reprisada duas vezes no "Vale a Pena Ver de Novo" ----- em 2006 e 2012. Agora chegou a vez do Canal Viva reprisá-la (iniciou no dia 20 de abril e está em plena reta final). O resultado? Outro sucesso.


Walcyr escreveu uma deliciosa comédia romântica passada em 1920, onde a protagonista era uma mocinha humilde, ingênua e desengonçada que vai morar na cidade de Ventura com uma parte da família que não conhece, após perder o pai assassinado por grileiros no sul do país. Família composta por caipiras que moram em uma fazenda. Não demora muito para a mocinha se sentir acolhida. Entretanto, seu estilo brejeiro provoca repulsa nos moradores preconceituosos do lugar.

Interpretada lindamente por Mariana Ximenes, Ana Francisca, mesmo com seu jeito nada feminino e visual risível, despertou atenção do galanteador Danilo (Murilo Benício) ---- sobrinho do prefeito (Vivaldo - Fúlvio Stefanini) ----, o homem mais cobiçado da cidade, alvo de várias meninas do colégio onde estudava.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Reprise de "Por Amor" no Viva prova que a sociedade evoluiu em 20 anos

O machismo é um mal que nunca será extinto, ainda mais em uma sociedade marcada por tantos anos pela patriarcalidade como a brasileira. Entretanto, é inegável que houve (e vem havendo) uma evolução. Hoje em dia, situações comuns no passado não são mais vistas com normalidade e há veículos de sobra para expor indignação. Em alguns casos, há um certo exagero em se tratando da ficção, por exemplo. Se exige demais para um produção ficcional. Mas, é preciso ressaltar que também são feitas críticas pertinentes. Tanto que muita coisa mudou. E a reprise de "Por Amor" no Viva é a maior prova de como o machismo era visto como algo natural e aceitável.


O clássico de Manoel Carlos, um de seus maiores e mais aclamados sucessos de 1997 ---- cuja estreia completou 20 anos em outubro ----, vem sendo reexibido pela segunda vez no canal a cabo, repetindo o êxito nos números de audiência. É um folhetim maravilhoso que o público não cansa de ver. O dramalhão criado pelo talentoso escritor prima pelo visível conjunto de qualidades. Contudo, atualmente, tem sido possível observar todo o contexto absurdo que cercou Marcelo (Fábio Assunção), o filho queridinho da inesquecível vilã Branca Letícia de Barros Motta (Susana Vieira).

O personagem é considerado o 'galã' da história, sendo disputado constantemente por duas mulheres: Maria Eduarda (Gabriela Duarte) e Laura (Vivianne Pasmanter). Porém, todas as suas atitudes são dignas de um vilão de folhetim e na época não houve qualquer estranhamento. Arrogante, mimado e agressivo, o rapaz nunca respeitou ninguém e jamais aceitou ter suas vontades contrariadas.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Homenagem ao centenário de Chacrinha se mostrou nostálgica e acertada

No último sábado (26/08), o Canal Viva exibiu uma ótima homenagem a Abelardo Barbosa (1917-1988), cujo centenário se comemora neste ano. Através de "Chacrinha - o Eterno Guerreiro", o canal a cabo recriou a atração mais lembrada de um dos mais queridos comunicadores do país: o "Cassino do Chacrinha", exibido pela Globo entre 1982 e 1988. O programa ---- que será exibido pela Globo no dia 6 de setembro ---- ficou muito bem realizado, conseguindo provocar uma gostosa nostalgia em quem assistia.


Stepan Nercessian foi o escolhido para representar o velho guerreiro e nem tinha como ser outra pessoa, pois o ator deu um show no espetáculo "Chacrinha, o musical", dando vida a esse ícone. E novamente ele mostrou como conseguiu pegar com maestria vários trejeitos do apresentador, inclusive a maneira de se portar diante dos convidados e números musicais. Chama atenção também a forma não caricata que o ator compõe o personagem. Até porque Chacrinha já era uma grande caricatura, parecendo um carro alegórico em desfile de escola de samba. As imitações de vários humoristas descambam para o exagero e o intérprete acaba se diferenciando por isso. 

A atração recriou com riqueza o cenário do clássico "Cassino do Chacrinha", mas imprimindo características mais modernas em torno da iluminação e de detalhes do palco, naturalmente. Também ficou perceptível um maior afastamento da plateia, evitando aquela sensação de tumulto que existia no formato original. Nesse caso, poderiam ter mantido para preservar o DNA do produto. Afinal, na época era mesmo algo 'trash' (de gosto duvidoso) e extremamente popular. Outra característica que foi visivelmente alterada foi a vestimenta das chacretes.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Nova versão de "Os Trapalhões" no Viva provoca uma inevitável nostalgia

Trazer de volta algum clássico através de um remake muitas vezes é bastante arriscado. A memória afetiva é uma ferrenha inimiga de qualquer tentativa de mexer em um produto que marcou gerações. Isso ocorre com filmes, novelas, séries, enfim. Às vezes acaba sendo um fiasco mesmo, mas em outras até que funciona. Um caso recente que deu muito certo, por exemplo, foi a "Nova Escolinha do Professor Raimundo." E foi justamente com base nessa experiência bem-sucedida que resolveram criar a nova versão de "Os Trapalhões".


Com redação final de Péricles Barros, direção geral de Fred Mayrink, e supervisão de texto de Mauro Wilson, a produção conta com a presença de Renato Aragão e Dedé Santana, e nem poderia ser diferente. Os dois revivem os icônicos Didi e Dedé, personagens que consagraram suas carreiras. E para não criar a ideia de 'substitutos', o novo quarteto representa os sobrinhos deles. Didico (Lucas Veloso), Dedeco (Bruno Gissoni), Mussa (Mumuzinho) e Zaca (Gui Santana) são os atrapalhados do momento, relembrando a época desse sucesso.

No clipe apresentando à imprensa, no dia 11 de julho, nos Estúdios Globo, todos fizeram questão de reforçar que o programa é uma grande homenagem e os trapalhões são insubstituíveis. O clipe, com trechos de várias esquetes, provocou alguns risos tímidos dos jornalistas e blogueiros presentes, deixando claro que o conjunto é mais destinado às crianças mesmo. Embora classificado como um produto para toda a família, é um formato mais infantil.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Reprise de "Por Amor" no Viva relembra a essência de Manoel Carlos

"Por Amor" foi um dos maiores sucessos do consagrado Manoel Carlos e deixou sua marca na história da teledramaturgia. Qualquer telespectador que ama novelas lembra o enredo desse folhetim tão envolvente do autor. A trama foi reprisada no "Vale A Pena Ver De Novo" entre julho de 2002 e janeiro de 2003, repetindo o êxito com o público. Já em 2010, pouco tempo depois da inauguração do Viva, foi a vez de ser reexibida no canal a cabo. Agora, passados sete anos, a produção vem sendo reprisada novamente pelo mesmo Viva.


Inicialmente, essa re-reprise foi bastante questionada pelos telespectadores do canal, que acharam um absurdo passar mais uma vez uma obra que já tinha ido ao ar anos antes, tendo tantos outros folhetins antigos disponíveis. De fato, a decisão do Viva surpreendeu. Porém, embora realmente reprisar uma trama já reexibida seja discutível, "Por Amor" é um produto que nunca se esgota. Maneco esteve inspiradíssimo e esse foi um de seus melhores e mais aclamados trabalhos. Tanto que a qualidade do conjunto pode ser mais uma vez observada com clareza.

A Helena vivida por Regina Duarte foi uma das melhores do escritor, levando em consideração que a grande atriz já havia interpretado outra Helena em "História de Amor", do mesmo Maneco, tão bem construída quanto ---- e outra em "Páginas da Vida". O título da obra, inclusive, foi claramente referente ao ato assustador da protagonista, que não titubeou em trocar o neto morto pelo seu filho vivo em uma das cenas mais marcantes e densas da teledramaturgia.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Valeu muito a pena rever "Torre de Babel" no Viva

O Viva vem reprisando "Torre de Babel" desde 10 de outubro de 2016 e a trama está em plena reta final. A problemática novela de Silvio de Abreu obteve ótimos índices de audiência no canal a cabo, comprovando que a produção deixou uma boa memória no público. E esse resultado acaba refletindo a qualidade da bem estruturada história do autor, que conseguiu reverter a rejeição inicial dos telespectadores em 1998, transformando a obra em um grande sucesso, com direito a várias cenas marcantes.


A reprise expõe bem todas as modificações que o enredo sofreu ao longo dos meses, mas também mostra a habilidade que Silvio teve para mexer em tudo sem descaracterizar os personagens e a sua história. Inicialmente, a produção foi voltada exclusivamente para a vingança de Clementino, o papel mais complexo e desafiador da carreira de Tony Ramos. O protagonista assassinou a esposa com golpes de pá, foi preso por 20 anos, e saiu da cadeia disposto e destruir a vida do poderoso César (Tarcísio Meira), que testemunhou o assassinato, sendo o maior 'responsável' pela sua condenação.

A explosão do Tropical Tower Shopping foi a sequência mais marcante da novela e entrou para a história da teledramaturgia, até porque os efeitos especiais ficaram primorosos, principalmente considerando toda a infraestrutura de um produto da década de 90.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

"Pai Herói", "A Gata Comeu" e "Torre de Babel": três ótimas reprises do Canal Viva

O mês de outubro foi marcado por três grandes estreias do Viva. O canal começou a reprisar uma trinca de novelas de imenso sucesso e que marcaram a história da teledramaturgia, após as reprises bem-sucedidas de "Laços de Família", "Mulheres de Areia" e "Meu Bem Meu Mal". "Torre de Babel"  (a polêmica trama de Silvio de Abreu) estreou no dia 10, "Pai Herói" (um dos grandes clássicos da saudosa Janete Clair) no dia 17 e "A Gata Comeu" (um dos inúmeros êxitos da inesquecível Ivani Ribeiro) no dia 24. As três produções têm estilos completamente distintos e as reprises são um presente para o público saudosista.


As histórias, o ritmo, as temáticas, as épocas, enfim, os folhetins se diferem em tudo. Ou seja, tem novela para todos os gostos e é muito interessante observar as narrativas de cada momento da teledramaturgia, além do processo de cada autor, sendo que dois deles precisaram lidar com adversidades em seus trabalhos. Janete e Silvio enfrentaram desafios complicados: ela recebeu a missão de escrever uma novela rapidamente para substituir Lauro César Muniz (que se adoentou e não pôde desenvolver a sua trama prevista para a faixa nobre) e ele precisou mexer em toda a estrutura de sua obra em virtude da rejeição do público. Os dois foram bem-sucedidos na difícil tarefa. E no caso de Ivani não houve complicações, emplacando outro remake de sucesso de sua carreira.

"Pai Herói" (1979) foi dirigida por Walter Avancini, Gonzaga Blota e Roberto Talma, três diretores de extrema competência. A autora --- conhecida como a 'maga' das novelas --- fez o folhetim cair nas graças do público através da saga de André Cajarana (Tony Ramos), homem humilde que sempre admirou o pai e faz questão de investigar as causas da sua morte, além de lutar bravamente para limpar seu nome.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Reprise de "Torre de Babel" no Viva comprova a coragem e a ousadia de Silvio de Abreu

O Viva começou a reprisar a polêmica "Torre de Babel" no dia 10 de outubro e desde então tem sido possível observar com mais clareza o quanto a novela de Silvio de Abreu, dirigida por Denise Saraceni, era ousada e corajosa para época. Aliás, seria ousada até nos tempos atuais, levando em consideração o politicamente correto e a rejeição do público por questões mais complexas. A novela, exibida originalmente em 1998, teve um início muito conturbado e problemas de audiência. No entanto, o autor conseguiu reverter a situação, a transformando em um imenso sucesso. E são várias as razões que explicam o porquê da resistência inicial do telespectador 'médio', assim como expõem a riqueza do enredo e a coragem do autor.


As primeiras semanas da história foram muito pesadas e não havia um casal protagonista parta torcer. O enredo se baseava primeiramente em três pontos: a vingança do agressivo Clementino (Tony Ramos), o romance de Rafaela (Christiane Torloni) e Leila (Silvia Pfeifer) e as implicações provocadas pelo vício em drogas de Guilherme (Marcelo Antony). Três situações consideradas polêmicas. Para culminar, as cenas do primeiro capítulo foram muito fortes e hoje em dia só poderiam ir ao ar em uma novela das 23h. O personagem vivido magistralmente por Tony flagrou a sua mulher com dois homens e a matou com golpes de pá. Ele também chegou a matar um dos amantes. Uma sequência chocante e grandiosa, toda ambientada em 1978. Já no final da estreia da novela, após uma passagem de vinte anos, houve uma invasão de traficantes na mansão dos pais do rapaz viciado, iniciando um tiroteio no meio de uma luxuosa festa.

Ou seja, foi um início nem um pouco 'suave'. E isso não foi um demérito, pelo contrário. Mostrou a coragem do autor em sair do mais do mesmo, apostando em um enredo denso e repleto de situações extremamente dramáticas. Porém, quem arrisca muitas vezes paga um preço e Silvio pagou com a rejeição do público, que considerou tudo pesado demais.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Viva e Globo acertaram em cheio com as reprises de "Laços de Família", "Mulheres de Areia" e "Anjo Mau"

A Globo desfrutou de excelentes índices de audiência com "Êta Mundo Bom!" e "Totalmente Demais". A dobradinha das produções deixou a sua grade com médias que não eram vistas há um bom tempo. E os números, no caso, correspondiam ao que era apresentado ao público. Eram ótimas novelas. Com o término do fenômeno das seis e das sete, a Globo vem enfrentando um período não muito bom com suas tramas: "Sol Nascente", "Haja Coração" e "Velho Chico" deixam muito a desejar no saldo geral, apesar do Ibope não estar ruim. Assim, portanto, as obras que passaram a despontar como as melhores no ar são justamente reprises. A líder e um de seus canais pagos (o Viva) estão reexibindo três folhetins repletos de qualidades: "Laços de Família", "Mulheres de Areia" e "Anjo Mau".


As três novelas foram grandes sucessos quando exibidas pela primeira vez e todas já haviam sido reprisadas. "Laços de Família" foi exibida no horário nobre, entre junho de 2000 e fevereiro de 2001, e reprisada em 2005 no "Vale a Pena Ver de Novo". O remake de "Mulheres de Areia" estreou em 1993 na faixa das seis e foi reprisada duas vezes pela Globo (entre 1996 e 1997 e entre 2011 e 2012). Já "Anjo Mau" ficou no ar entre setembro de 1997 e março de 1998, sendo reexibida em 2003 no mesmo "Vale a Pena Ver de Novo". Ou seja, todas as produções de sucesso são velhas conhecidas do público, tando pela imensa repercussão que tiveram na época quanto pelas várias reprises, que também alcançaram bons índices de audiência, deixando clara a atemporalidade das tramas.

Agora, portanto, não é diferente. A única 'novidade' é a reexibição das três no mesmo período (uma na Globo e duas no Viva). "Laços de Família" começou a ser exibida pelo Canal Viva em janeiro, às 23h45, e desde então vem fazendo um imenso sucesso. O canal pago iniciou a reprise de "Mulheres de Areia" em fevereiro, conseguindo também um excelente resultado, criando uma boa dupla, pois uma entra no ar logo depois da outra.

sábado, 20 de agosto de 2016

Reprise de "Laços de Família" no Viva comprova que o sucesso da novela é atemporal

Quando o Viva decidiu reprisar "Laços de Família" houve uma grande expectativa em torno da reexibição. Afinal, é um dos maiores sucessos de Manoel Carlos e a novela ainda entrou para a história da teledramaturgia com a cena de Camila (Carolina Dieckmann) raspando os cabelos ao som de Love By Grace, cantada por Lara Fabian. A animação do público com a reprise se refletiu diretamente nos números de audiência, pois não demorou para a trama se firmar como o maior êxito do canal a cabo desde o seu início. E não é difícil observar o porquê. A novela apresentou um conjunto de acertos, onde todos núcleos se destacaram positivamente, havendo ainda enlaces dramáticos muito bem estruturados.


Neste sábado (20/08), foi exibida justamente a emblemática sequência da Camila raspando a cabeça (passou originalmente, inclusive, em 9 de dezembro de 2000, atingindo 53 pontos de audiência). A cena, como já mencionado, é até hoje lembrada e emocionou mais uma vez, despertando uma comoção nas redes sociais. O momento foi um divisor de águas para Carolina Dieckmann e a longa cena não tem sequer uma frase. É totalmente voltada para o sofrimento da filha de Helena (Vera Fisher), que começa aparentemente conformada, até chorar copiosamente à medida que a máquina zero vai avançando em cima de seus cabelos. Ali, inclusive, ficou claro que o choro da atriz se misturou com da personagem.

Toda a construção de Manoel Carlos ficou primorosa, conseguindo algo raro: provocar ódio e compaixão por Camila ao longo da história. A filha da protagonista foi logo odiada assim que começou a demonstrar interesse pelo namorado da mãe, principalmente por causa das inúmeras grosserias lançadas em cima de Helena, além do cinismo em negar seu interesse o quanto podia.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Reprise de "Laços de Família" foi uma escolha muito feliz do Canal Viva

O Canal Viva começou a reprisar no último dia 15, às 23h45, "Laços de Família". A novela foi um dos maiores sucessos do horário nobre da Globo e uma das tramas mais impecáveis de Manoel Carlos. O autor estava inspiradíssimo nesta obra e a quantidade de cenas que marcaram impressiona. Se havia alguma dúvida a respeito da qualidade da novela --- em virtude do clima de saudosismo que muitas vezes mascara os defeitos ----, a mesma foi dissipada logo durante a primeira semana de reexibição.


Exibida originalmente entre junho de 2000 e fevereiro de 2001, o folhetim honrou todas as características das histórias de Maneco, com direito a muitos dramas familiares, passeios no Leblon e embates com intensa carga emocional. A produção chegou a ser reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo" em 2005, obtendo uma ótima repercussão, comprovando que novela boa é atemporal. E agora, sendo transmitido pelo Viva, o enredo envolvendo um triângulo amoroso protagonizado por mãe e filha, cercado de situações paralelas tão atraentes quanto, vem provocando mais uma vez um bom retorno do público.

Desde que (re)estreou, a novela vem obtendo uma excelente audiência e o seu primeiro capítulo levou o Viva a liderar o ranking dos canais por assinatura entre o público feminino adulto, segundo a jornalista Patrícia Kogut. A trama ---- que já tem 16 anos, embora não pareça ---- teve o melhor Ibope dos folhetins exibidos na faixa do canal pago e faz por merecer todo esse feito.