sexta-feira, 30 de outubro de 2015

"Totalmente Demais": o que esperar da próxima novela das sete?

A próxima novela das sete herdará uma audiência interessante de "I love Paraisópolis", ainda que os índices da atual trama tenham diminuído na reta final. E a nova produção é escrita por Rosane Svartman e Paulo Halm, autores que vêm de duas temporadas de sucesso de "Malhação": a 'Intensa' e a 'Sonhos'. Ou seja, a chance da Globo continuar obtendo uma boa audiência na faixa das sete é alta. Entretanto, deixando a questão dos números de lado --- até porque isso nem sempre reflete em qualidade ---, a expectativa para a estreia de "Totalmente Demais" (cujo clipe pode ser assistido aqui) Ã© bem alta.


A trama (dirigida por Luiz Henrique Rios) será uma comédia romântica, folhetim padrão da faixa das sete, e terá uma revista feminina como pano de fundo ----- cujo título é o mesmo da novela. O mundo do glamour servirá de base para a exibição de histórias de amor, redenção e sabotagens. A diretora dessa revista será Carolina, interpretada por Juliana Paes. A personagem é ambiciosa, arrogante e extremamente elegante; e esta situação tem um quê do filme "O Diabo Veste Prada". Será a primeira vez que a atriz viverá um tipo assim, com 'ares de vilã'.

O enredo em torno da mocinha é inspirado no clássico "My Fair Lady", filme (já baseado na peça teatral "Pigmaleão", de George Bernard Shaw) sobre uma mendiga que vendia flores pelas ruas de Londres e acaba conhecendo um professor de fonética que a transforma em uma dama da sociedade em seis meses --- após fazer uma aposta com um amigo. Até o nome da personagem é o mesmo: Eliza.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

"A Fazenda" e a falta de transparência de um reality desgastado

A oitava temporada de "A Fazenda" estreou no final de setembro e chegará ao fim em dezembro. A grande mudança do reality da Record foi o apresentador. Britto Jr. foi desligado da equipe (após vários desentendimentos) e Roberto Justus entrou em seu lugar. No mais, tudo segue na mesma, incluindo a falta de credibilidade do programa, que está totalmente desgastado.


Esta edição conseguiu ter ainda menos 'famosos' do que a exibida em 2014, que já se mostrou muito fraca. A figura mais conhecida é a Mara Maravilha, justamente única participante que tem movimentado o reality, através dos seus surtos e frequentes desentendimentos com todos os demais. A sua eliminação é a aniquilação da atual temporada, sem dúvida ---- ainda que agora tenha adotado um tom mais 'pacífico'. Depois dela, o mais relevante era o cantor Ovelha, já eliminado.

Além dos dois citados, o time de 2015 foi composto por Ana Paula Minerato, Marcelo Bimbi, Douglas Sampaio, Rayane Morais, Carla Prata, João Paulo Mantovani, Thiago Servo, Quelynah, Luka Ribeiro, Li Martins, Rebeca Gusmão, Veridiana Freitas, Edu K. e Amaral.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O sucesso de "Xica da Silva" e sua importância na teledramaturgia

Exibida entre setembro de 1996 e agosto de 1997, "Xica da Silva" foi um imenso sucesso da extinta Rede Manchete e se transformou em um marco na história da teledramaturgia. Escrita por Walcyr Carrasco (na época com o pseudônimo de Adamo Rangel) e dirigida pelo saudoso Walter Avancini, a novela teve 231 capítulos e foi baseada em fatos reais, assim como o filme dirigido por Cacá Diegues em 1976, de mesmo título ----- a história, vale ressaltar, ainda foi contada em livro ("Chica que manda"), que foi a base do folhetim.


A vida da escrava que virou rainha em pleno século XVIII foi transformada em um ótimo folhetim e fez de Taís Araújo (em sua segunda novela) a primeira protagonista negra da televisão brasileira. A trama ---- que mesclou com competência situações fictícias e fatos reais ---- era repleta de cenas pesadas, onde a nudez e a violência se faziam presentes em vários momentos. Hoje em dia, por exemplo, em meio a tantas restrições e censura disfarçada de 'Classificação Indicativa', a produção só poderia ser exibida depois das 23h.

Inteligente, atrevida e convencida, Xica conseguiu dar a volta por cima, após muitas humilhações, se casando com um marido rico, para o choque de toda a sociedade. Tudo começa quando o homem mais poderoso da época ----- o comendador Felisberto Caldeira D`Abrantes (Reynaldo Gonzaga), responsável pelo manejo das minas de diamantes ----- resolve vender a sua filha, Xica, a um bordel. A garota se vinga roubando toda a fortuna em diamantes do 'pai' (ele sempre a renegou) guardada em um baú.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

"I love Paraisópolis": a "Fina Estampa" das sete

A novela das sete da Globo, escrita por Alcides Nogueira e Mário Teixeira (dirigida por Wolf Maya), está em plena reta final e não lembra mais em nada aquele folhetim apresentado nas primeiras semanas, quando estreou em maio. A produção descambou de vez para o besteirol, repleto de cenas soltas e um tanto quanto grotescas. Assim sendo, levando em consideração os fatores externos, inclusive --- como os bons números no Ibope (ainda que tenha apresentado uma queda nas últimas semanas) ---, é possível observar com mais clareza várias semelhanças com "Fina Estampa", exibida entre 2011 e 2012.


A trama de Aguinaldo Silva começou de uma forma 'contida', apresentando o enredo central e focando nas relações dos perfis principais. O contexto em torno de Griselda (Lília Cabral) e Tereza Cristina (Christiane Torloni) era um déjà vu, mas parecia promissor. Porém, ao longo dos meses, a novela se mostrou limitada, com um excesso de personagens sem função e núcleo central que não saía do lugar. Para culminar, o autor optou por um tom de escárnio em várias sequências, deixando o conjunto muitas vezes sem o menor sentido.

Todas as situações mencionadas vêm sendo repetidas em "I love Paraisópolis", que, no quesito escárnio, ainda tem o atenuante de ser uma obra das sete, faixa mais propícia para tal. A trama principal se mostrou sem sustentação, o número de personagens ultrapassou todos os limites do tolerável e vários acontecimentos vêm se mostrando sem lógica ou propósito.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Participação de Monica Iozzi expôs com mais clareza todos os problemas do "Tomara que Caia"

O "Tomara que Caia" foi um dos grandes equívocos da Globo em 2015. O programa estreou no dia 19 de julho e chegaria ao fim no dia 4 de outubro, mas ganhou uma sobrevida e foi estendido até o dia 1º de novembro. A ideia de mesclar interatividade do telespectador, e da plateia, com a história contada em um palco era válida, mas foi muito mal executada. O erro foi tanto na escalação de parte do elenco, quanto nas tentativas de improvisação, entre tantos mais. E a participação de Monica Iozzi comprovou que não era necessário muita coisa para divertir, expondo todos os problemas da atração.


A atriz, e atual apresentadora do "Vídeo Show", roubou a cena quando participou e não se preocupou em se levar a sério. Ela interrompia as cenas várias vezes e chegou até a chamar a Agatha (assistente de produção do programa vespertino) para interagir durante uma sequência, fingindo ter esquecido o texto. Monica debochou de todos ao vivo e riu de si mesma. Não foi necessária a utilização das 'trollagens' armadas e muito menos das sugestões da plateia para que os atores continuassem a história fazendo isso ou aquilo.

A capacidade de improvisação da atriz foi seu maior trunfo, que conseguiu transformar uma história boba em algo engraçado. Monica fez o que Miguel Falabella fazia inúmeras vezes no extinto "Sai de Baixo": provocava os colegas de elenco o tempo todo e ridicularizava o próprio roteiro. Um dos grandes problemas do "Tomara que Caia" foi ter se levado a sério demais. Tudo era seguido à risca, até mesmo o que deveria ser algo improvisado.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

O adeus a Yoná Magalhães, uma das mais queridas atrizes brasileiras

Em um curto espaço de tempo o Brasil perdeu três grandes figuras: Betty Lago, Luís Carlos Miele e, agora, Yoná Magalhães. A atriz estava internada há mais de um mês na Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, em virtude de problemas cardiológicos e teve complicações após uma cirurgia. Ela havia completado 80 anos no dia 7 de agosto e era uma das profissionais mais respeitadas e queridas da teledramaturgia brasileira.


Com algumas peças, filmes e inúmeras novelas no currículo, Yoná começou sua carreira na década de 50 na rádio e na TV Tupi. Em 1965, foi contratada pela TV Globo, sendo a primeira mocinha do recém-criado canal, que viria a se tornar o principal do país. Atuou em produções como "Eu Compro Esta Mulher" (1966) ---- formando um casal com Carlos Alberto (com quem veio a se casar, inclusive), o primeiro par romântico da emissora ----, "O Sheik de Agadir" (1966), "A Sombra de Rebecca" (1967), "O Homem Proibido" (1968) e "A Gata de Vison" (1969).

Na década de 70 foi para a Tv Tupi com Carlos Alberto, onde atuaram em "Simplesmente Maria". Voltou à Globo em 1972, participando de "Uma Rosa com Amor", ao lado de Marília Pêra e Paulo Goulart. Ainda esteve em ""O Semideus" (1973), "Corrida do Ouro" (1974), "O Grito" (1975) e a emblemática "Saramandaia" (1976) ---- interpretando a revolucionária Zélia Tavares, que ficou com Leandra Leal no remake. Brilhou também em "Espelho Mágico", no ano de 1978.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

"Além do Tempo" finaliza a primeira fase de forma primorosa e inicia um novo ciclo promissor

A primeira fase de "Além do Tempo" durou praticamente quatro meses e teve 87 capítulos. Após muitas semanas de história ambientada no século XIX, agora o folhetim migra para 2015, após uma passagem de 150 anos ---- na verdade uma cronologia controversa em virtude do ano da fase recém-encerrada (ao que tudo indica, por volta de 1895, ou seja, a passagem é de 120 anos). E a primeira 'etapa' da trama cumpriu sua missão com louvor, foi estendida em virtude da boa aceitação, e apresentou momentos finais primorosos.


Elizabeth Jhin foi muito corajosa e pela primeira vez na teledramaturgia foi apresentado para o público toda uma saga de personagens que reencarnam juntos e têm suas vidas novamente cruzadas séculos depois. A situação, analisada friamente, é absurda até mesmo na doutrina espírita, pois é inconcebível um 'renascimento grupal'. Entretanto, a licença poética ---- que inclui no caso até mesmo a permanência dos nomes dos personagens ---- é mais do que bem-vinda, até mesmo em virtude da ousadia da autora.

Todos os folhetins que abordam o tema da reencarnação e vidas passadas utilizam dos conhecidos flashbacks para detalhar as histórias, inseridos ao longo dos meses de trama. A própria Elizabeth fez isso no sucesso "Escrito nas Estrelas" e na fraca "Amor Eterno Amor". Mas, agora, o telespectador pôde acompanhar um enredo com começo, meio e fim. Ou seja, "Além do Tempo" representa duas novelas em uma, proposta arriscada e inovadora.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

O show de Cássia Kiss e a falta que Djanira fará em "A Regra do Jogo"

"A Regra do Jogo" apresenta vários personagens dúbios, que não são o que aparentam. O conflito entre o bem e o mal está sempre presente, inclusive nas 'guerras internas' de cada um. De todos os perfis apresentados, houve um que se sobressaiu pela intensa carga dramática: a Djanira, interpretada pela magistral Cássia Kiss. E, infelizmente, a moradora do fictício Morro da Macaca deixou a trama nesta última segunda-feira (19/10), no capítulo 43.


Mãe biológica de Romero Rômulo (Alexandre Nero) e adotiva de Tóia (Vanessa Giácomo) e Juliano (Cauã Reymond), a personagem expulsou o filho de sangue de casa, quando ele ainda era uma criança, em virtude dos constantes furtos praticados pelo garoto, que se encaminhava cada vez mais para o mundo do crime. Ela acabou pegando para criar a mocinha da novela, órfã de pai, assassinado no chocante massacre de Seropédica, cujo autor foi o temido Zé Maria (Tony Ramos). Ou seja, um perfil repleto de dramas e complexidades.

A atriz se destacou em todos os capítulos que contaram com sua luxuosa presença e foi possível perceber a força dessa personagem logo na estreia, quando a mesma quase morreu e foi salva pela filha. Ainda internada no hospital, após uma delicada cirurgia, a batalhadora mulher ligou para Romero (apelidado de Capeta em seu celular) ---- depois de um longo período de afastamento ---- e os dois travaram o primeiro duelo de palavras em plena CTI (Centro de Tratamento de Terapia Intensiva).

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

"Os homens são de Marte" acerta ao avançar a história em cinco anos e se renova

Após uma agradável temporada, exibida em 2014, o GNT manteve "Os homens são de Marte... e é pra lá que eu vou" em sua grade. A segunda temporada da série ---- oriunda do monólogo de sucesso de Mônica Martelli e do filme igualmente bem-sucedido ---- estreou no dia 7 de outubro, mantendo o mesmo elenco da primeira, mas apresentando um salto no tempo que foi bem benéfico para o fôlego da trama protagonizada por Fernanda.


Não tinha mais como utilizar a mesma temática que norteou a temporada passada, o filme e a peça. A saga da mulher que buscava um homem ideal já tinha sido explorada ao máximo e não havia como estender o roteiro, sem que o mesmo não apresentasse sinais de esgotamento. E a ideia de avançar a história em cinco anos foi simples, mas muito funcional. A essência do roteiro foi mantida, entretanto, todos os desdobramentos do mesmo se alteraram.

Agora, a protagonista está casada com o atencioso Miguel (André Frateschi), um professor de filosofia, e tem uma filha, a esperta Nina (Maria Júlia), oriunda da sua relação com Domingos (Luigi Barricelli) --- que foi abandonado no altar por ela no último episódio da temporada passada.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O merecido destaque de Nívea Maria em "Além do Tempo"

Ela estava há cinco anos sem uma personagem à sua altura na televisão. Seu último perfil de destaque até então havia sido a enigmática Margarida, da excepcional série "A Cura", em 2010. Nívea Maria é uma profissional com mais de 60 produções no currículo, desde que começou a atuar, aos 17 anos. Hoje, com 68, a atriz brilha na pele da amargurada Zilda, em "Além do Tempo", mostrando que não está há tanto tempo na profissão por mero acaso.


A governanta é o braço direito da poderosa Condessa Vitória (Irene Ravache) e cumpre absolutamente todas as ordens da sua patroa, a quem venera. Ela também sabe de todos os segredos que envolvem a mãe do Conde Bernardo (Felipe Camargo). E ainda tem um filho, Afonso (Caio Paduan), com quem sempre está discutindo por excesso de 'proteção' e medo de ver o único herdeiro envolvido com Anita (Letícia Persiles), uma mera empregada. Amargurada, a sombria mulher está o tempo todo de cara amarrada e nunca deu um sorriso sequer. 

Constantemente humilhada pela Condessa, a personagem desconta tudo o que tem que engolir a seco nos empregados, repassando para eles a avalanche de menosprezo que recebe de Vitória. Para culminar, a governanta se viu obrigada a aceitar a entrada de Lívia (Alinne Moraes) na mansão, que virou a queridinha da toda poderosa, despertando imediatamente o ciúme e a inveja da mãe de Afonso.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Sétima praga proporciona as melhores cenas de "Os Dez Mandamentos"

A atual novela bíblica da Record segue fazendo sucesso, conseguindo ótimos números de audiência. A emissora, aliás, desistiu de esticar a produção até janeiro e irá mesmo encerrá-la em novembro; o que é a atitude mais acertada, pois estendê-la em três meses destruiria todo o conjunto até agora bem-sucedido, apesar das claras enrolações. E a chegada da sétima praga proporcionou ótimas cenas, uma boa virada e efeitos especiais caprichados.


Desafiando novamente os poderes de Deus, Ramsés (Sérgio Marone) não cedeu aos apelos de libertar os hebreus e ainda resolveu se vingar, promovendo o enforcamento de alguns deles, um para cada praga lançada até então. E entre as vítimas estava Joquebede (Denise Del Vechio), mãe de Moisés (Guilherme Winter). A autora Vivian de Oliveira esticou a situação até onde pôde e o esforço foi facilmente percebido em virtude da demora do desenrolar desta 'vingança' e da chegada da nova praga ---- a barriga da trama está cada dia mais evidente.

E, após mais esta atitude cruel do todo poderoso do Egito, Moisés invocou, ao lado de Arão (Petrônio Gontijo), a sétima praga, dando início a uma tempestade de raios, que anunciava a chuva de granizo e fogo. A chegada dessa nova desgraça também foi bem estendida pela autora, despertando um incômodo em relação ao ritmo do capítulo (exibido na última quinta-feira, dia 08).

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Trama central deslancha e movimenta "A Regra do Jogo"

A atual novela das nove estreou cercada de expectativas, substituindo o fracasso "Babilônia". Após o fenômeno "Avenida Brasil", a ansiedade para assistir ao novo trabalho de João Emanuel Carneiro era alta. A produção teve um ótimo início e apresentou um bom enredo central. Porém, ao longo dos capítulos, o folhetim foi apresentando personagens demais e a trama foi se diluindo, deixando o conjunto desinteressante. A desconfiança em torno da capacidade da história aumentou, assim como os números de audiência foram diminuindo, em virtude ainda do sucesso de "Os Dez Mandamentos".


Entretanto, depois de um mês de novela no ar, o autor mostrou que ainda está em plena forma e provocou uma excelente virada na trama. Em uma situação parecida com a revelação da verdadeira identidade de Flora (Patrícia Pillar em "A Favorita"), guardadas as devidas proporções, a cena em que Zé Maria (Tony Ramos) se mostra um cruel bandido sanguinário, proporcionou uma grande guinada na história, que imediatamente começou a ser encaminhada com agilidade. Agora, realmente parece que o folhetim começou de fato, após longas semanas de prólogo, onde o bandido da facção se dizia inocente do massacre de Seropédica.

Todo o núcleo central voltou a ser o foco de "A Regra do Jogo", depois de muitas cenas desnecessárias das tramas paralelas, quase todas cômicas, que não precisavam ter ocupado tanto espaço neste início. Com certeza o autor teve esta atitude em virtude das discussões em torno do 'excesso de violência' das novelas do horário nobre e da 'rejeição' do público, que preferia ver algo mais leve.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Irene Ravache: o grande nome de "Além do Tempo"

O elenco de "Além do Tempo" é muito bem escalado. São vários nomes de talento e diversos destaques. Entretanto, o principal trunfo da novela das seis é a presença da grandiosa Irene Ravache, vivendo a temida Condessa Vitória, uma vilã e tanto. A personagem foi construída com competência pela autora Elizabeth Jhin e a escalação foi simplesmente perfeita. Desde que o folhetim estreou, tem sido um prazer acompanhar o desempenho de uma das melhores intérpretes do país.


A Condessa é uma mulher fria, arrogante e intolerável. A poderosa mulher do século XIX não perdoa quem a afronta e humilha todos que a cercam, principalmente os empregados, tratados feito lixo. É a típica vilã de um clássico dramalhão. A personagem também faz questão de mandar na vida do sobrinho-neto, o Conde Felipe (Rafael Cardoso), e, no passado, foi a responsável pelo desaparecimento do próprio filho. Isso porque o Conde Bernardo (Felipe Camargo) se envolveu com a saltimbanco Alegra (Ana Beatriz Nogueira), para o seu desgosto.

A víbora armou um plano para matar a 'futura nora' em um 'acidente' de carruagem, mas caiu na própria armadilha quando descobriu que o filho havia entrado no veículo, e não o seu alvo. Desde então, iniciou uma saga em busca de Bernardo e nunca mais 'perdoou' Emília, mesmo sendo ela a culpada pelo desaparecimento.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Excesso de esquetes e ausência de histórias expõem as limitações de "I love Paraisópolis"

Falta pouco menos de um mês para o fim de "I love Paraisópolis". E a novela de Alcides Nogueira e Mário Teixeira, dirigida por Wolf Maya, tem se mostrado completamente perdida em seus próprios equívocos. A trama foi muito atrativa nas duas primeiras semanas, mas, desde então, vem decaindo cada vez mais, expondo todas as suas limitações, tanto na ausência de histórias, quanto no excesso de personagens e esquetes.


As situações recentes têm apenas mostrado o que já tinha ficado claro há alguns meses: o folhetim é composto por várias cenas soltas e quase sempre repetitivas, enquanto o enredo central exibe claras limitações e não desperta interesse. Nem mesmo a volta de Dom Pepino (Lima Duarte) provocou algo atrativo na novela, até porque o mafioso tem o mesmo objetivo de Gabo (Henri Castelli) e Soraya (Letícia Spiller), dois vilões que pouco fizeram.

Aliás, a pouca relevância do casal de canalhas para o andamento da história implicou na súbita transformação de Alceste (Pathy Dejesus, acima do tom), braço direito do todo poderoso Dom Pepino. A personagem estava, entre tantos outros, solta na história e virou uma mulher desequilibrada emocionalmente, que acabou sequestrando o filho de Benjamin (Maurício Destri) e Margot (Maria Casadevall), provocando uma saga em busca do bebê.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Um dos acertos de "A Regra do Jogo", dupla formada por Romero e Atena evidencia a química entre Alexandre Nero e Giovanna Antonelli

"A Regra do Jogo" tem enfrentado dificuldades de audiência, principalmente em virtude do sucesso de "Os Dez Mandamentos", da Record. Porém, a novela da Globo, ao menos até agora, vem se mostrando bem amarrada e com uma trama promissora para ser contada. Há equívocos evidentes, mas ainda não comprometem o todo. O núcleo central tem um enredo bem instigante. E o principal ponto positivo deste início é a ótima dupla formada por Romero (Alexandre Nero) e Atena (Giovanna Antonelli), que estão diretamente ligados na história mais importante deste folhetim, escrito por João Emanuel Carneiro e dirigido por Amora Mautner.


O protagonista da trama é um tipo que prima pela ambiguidade. Defensor dos direitos humanos e aparente figura respeitada, o homem é na verdade um canalha integrante de uma perigosa facção criminosa, que lhe paga uma grande quantia em dinheiro. Para se vingar da mãe Djanira (Cássia Kiss) --- a quem não perdoa por ter lhe abandonado quando criança ---, ele usa Tóia (Vanessa Giácomo) e Juliano (Cauã Reymond) como peças. Ainda une o útil ao agradável, pois a mocinha é filha do homem ---- assassinado em um massacre em Seropédica ---- que inventou uma milionária fórmula, que agora está sob o poder de seu rival Orlando (Eduardo Moscovis).

Já Atena é uma 171 nata. A mulher se chama, na verdade, Francineide e sobrevive através de seus golpes, sempre dados em pessoas riquíssimas. No início da história, ela conseguiu desfrutar uma boa mordomia em virtude da ingenuidade de uma perua deslumbrada. Assim que conheceu Romero, percebeu que ele escondia algo e não demorou para descobrir seus podres, deixando a 'presa' em suas mãos.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Responsável por vários sucessos em todas as faixas, Walcyr Carrasco é o autor mais versátil da Globo

Ele é praticamente uma fábrica de fazer novelas e um conquistador de sucessos. Walcyr Carrasco foi o responsável pelo maior êxito da Globo em 2015, uma vez que "Verdades Secretas", recém-terminada --- primeira trama inédita da faixa das 23h e com média geral de 20 pontos ---, foi o produto de maior audiência e repercussão da emissora no ano. E essa primorosa novela apenas evidenciou o que já estava claro há alguns anos: o autor é o mais versátil da emissora.


Walcyr já escreveu para todas as faixas da líder e conseguiu emplacar sucessos em todos os horários. Tanto que é um dos escritores mais requisitados da Globo, que sempre encomenda várias novelas a ele, ao contrário do que costuma ocorrer com seus colegas, que têm um período de férias um pouco mais longo quando terminam seus folhetins. No caso do escritor, é praticamente uma novela a cada dois anos (vale citar que de 2011 a 2013 foram três em três anos), um intervalo bem curto de uma produção para a outra, ainda mais em se tratando de teledramaturgia que fica no mínimo quatro meses no ar.

"Verdades Secretas" é o quinto sucesso seguido do autor, o que explica o interesse da Globo em sempre selecioná-lo para a criação de novas obras. O folhetim que abordou com maestria o submundo da moda, a prostituição, o alcoolismo, a bissexualidade, as drogas, o assédio moral e sexual, os jogos de interesse e o suspense em torno de um triângulo amoroso macabro, foi um dos melhores trabalhos do Walcyr.