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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Atual teledramaturgia da Globo vive uma de suas piores fases

 Os amantes de um bom folhetim estão enfrentando um período difícil. A criatividade parece cada vez mais escassa, as boas histórias estão ficando mais raras e a luz no fim do túnel não se mostra tão próxima. A maior prova é a fase da maior produtora de novelas do mundo. A Globo está em um de seus piores momentos no quesito teledramaturgia. As suas três novelas inéditas apresentam vários problemas visíveis e a baixa repercussão de todas elas é um reflexo do que vem sendo apresentado. 


Em um comparativo, "No Rancho Fundo" se mostra a melhor produção atual, apenas analisando o conjunto. Tem o melhor elenco, uma direção de qualidade e um texto rico. Coincidência ou não, é a única que está fazendo sucesso em relação aos números de audiência, embora a repercussão seja ínfima. No entanto, no quesito história, a trama se mostra tão limitada quanto as demais que estão no ar. O autor Mário Teixeira repete pela terceira vez os erros que cometeu em "O Tempo Não Para" e "Mar do Sertão", seus folhetins anteriores. O enredo da atual novela das seis se esgotou em pouco mais de um mês. O enriquecimento da família Leonel marcou uma grande virada, mas na prática nada mudou na trama e os poucos conflitos que existem andam em círculos. O telespectador pode se dar ao luxo de não assistir por umas duas semanas que não vai perder nada. O roteiro se sustenta pelos ótimos atores e algumas cenas ou esquetes aleatórias. Nada de relevante acontece.

Em "Família é Tudo", atual novela das sete, há mais movimentação no roteiro, mas Daniel Ortiz desperdiçou situações promissoras e as transformou em dramas rasos e sem qualquer lógica. Para culminar, a direção é desastrosa e tira o impacto de inúmeras cenas que deveriam ter uma dose a mais de impacto. As sequências de ação, por exemplo, são constrangedoras de tão ruins. O diretor Fred Mairynk já fez ótimos trabalhos e tem experiência de sobra, o que só reforça o estranhamento diante de resultados tão decepcionantes.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

"Renascer" está no ar há seis meses e só se fala em outra coisa

 O remake da obra original de Benedito Ruy Barbosa, exibida em 1993, está muito longe de repetir o sucesso de 31 anos atrás. "Renascer" está até o momento com uma média de 25,4 pontos e até hoje nenhum capítulo chegou aos 30 pontos, índice tão almejado pela Globo. Os números são preocupantes porque "Terra e Paixão", de Walcyr Carrasco, conseguiu elevar em 3 pontos a média do fracasso de "Travessia", escrita por Glória Perez. Ou seja, chegou ao fim com 27 pontos e vários capítulos chegaram aos 32 de média com picos de 34. E a atual trama não reage, nem repercute e muito menos desperta qualquer interesse do grande público.


No ar desde o dia 22 de janeiro, a novela só acaba na primeira semana de setembro. E a longa duração não reflete na atratividade do enredo, que se arrasta e apresenta pouquíssimos acontecimentos relevantes. Vale lembrar que a versão original já tinha sido criticada na época por conta da segunda fase modorrenta e sem conflitos. A primeira fase sempre foi a mais lembrada e querida pelos telespectadores. Mas é preciso ressaltar que nas décadas de 1970, 1980 e 1990 era comum qualquer folhetim ter um ritmo mais devagar, afinal, não havia internet, celular, plataformas de streaming e nada que provocasse maiores distrações na audiência. Era raro alguma produção receber críticas por causa de narrativas arrastadas, o que só reforça o quão vagarosa era "Renascer", a ponto da crítica especializada da época ter apontado esse defeito.

A produção de um remake exigia um mínimo de cuidado em relação ao roteiro na obra. Mudanças eram necessárias para manter o interesse do telespectador. Bruno Luperi ficou conhecido por ter copiado e colado praticamente todo o texto do avô na nova versão de "Pantanal", exibida em 2022.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

"Mar do Sertão", "Cara e Coragem" e "Travessia" têm algo em comum: a falta de história

 A atual fase novelística da Globo não anda nada boa. A única inédita que vem correspondendo na audiência é "Mar do Sertão", a produção das seis. Já "Cara e Coragem" e "Travessia" patinam nos números. A das sete está a menos de dois meses do seu fim e o fracasso é um fato. Já a das nove ainda está no começo e pode reverter ao longo dos meses. No entanto, é perceptível que os três folhetins têm a falta de enredo como ponto comum. 

"Mar do Sertão" teve um início dos mais promissores com uma trama clássica de vingança. No entanto, o autor resolveu todo o 'plot' com menos de um mês de história no ar. Zé Paulino (Sérgio Guizé) foi dado como morto, teve uma rápida passagem de tempo de dez anos, e o mocinho logo voltou sem nenhuma explicação convincente para o público de como sobreviveu ao longo dos anos e nem como ficou rico. E sua volta não teve nenhum impacto porque os personagens reagiram como se o rapaz estivesse voltando de uma viagem e não saído de uma cova. Não deu para entender a intenção de Mário Teixeira em aniquilar seu enredo de uma forma tão primária. 

Mas então qual o motivo da novela das seis ter uma boa audiência? É fácil explicar. Todos os personagens exalam carisma e a trama tem bastante leveza. O enredo é sustentado por esquetes nos núcleos secundários e parte do público se contenta com isso. Porém, não há um arco narrativo. O conflito central anda em círculos e Tertulinho (Renato Góes) virou um vilão repetitivo que planeja matar Zé Paulino desde a estreia. Vários personagens somem e voltam sem maiores explicações. E o romance dos mocinhos nem tem mais o que caminhar porque Zé e Candoca (Isadora Cruz)  nem demoraram muito tempo separados.

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

"O Cravo e a Rosa" afundou "A Hora da Venenosa" e resolveu o maior problema da Globo

 A Globo sempre foi a líder de audiência do país com larga vantagem. Só perde em situações esporádicas e pouco tempo depois volta ao seu posto de sempre. Porém, a emissora estava precisando se acostumar com o segundo lugar na faixa do extinto "Vídeo Show". Há muitos anos que o "Balanço Geral", na Record, vencia a rede dos Marinhos quando o quadro "A Hora da Venenosa", comandado por Fabíola Reipert, entrava no ar em SP. Tinha virado rotina e nada parecia mudar. Até vir a reprise de "O Cravo  a Rosa". 


Assim que a reexibição da primeira novela de Walcyr Carrasco na Globo, exibida em 2001, entrou no ar a resposta foi imediata: derrotou a concorrente. Com pouca diferença, mas venceu. Não demorou para que a distância numérica aumentasse cada vez mais. Agora a Record não chega nem perto da Globo na única faixa que triunfava com facilidade. O folhetim vem alcançando mais de 15 pontos diários, chegando a impressionantes picos de 18, enquanto "A Hora da Venenosa" dificilmente passa dois 6 pontos. Antes era comum o quadro de Fabíola Reipert alcançar cerca de 12 pontos contra 8 da Globo. 

Vale lembrar que o sucesso do programa da Record foi o responsável pelo cancelamento do "Vídeo Show", um dos formatos mais longevos da Globo. Estava há mais de 35 anos no ar. A emissora tentou de tudo para frear o crescimento da concorrente. O péssimo "Se Joga" foi a tentativa mais fracassada. A atração comandada por Fernanda Gentil, Érico Brás e Fabiana Karla era um show de vergonha alheia e nunca ameaçou o quadro de fofocas da jornalista.

terça-feira, 22 de março de 2022

"Quanto Mais Vida, Melhor!" e "Um Lugar ao Sol" não mereciam a baixa audiência

 Após um longo período de reprises, por conta da pandemia do novo coronavírus, a Globo estreou duas novelas inéditas quase em sequência: "Um Lugar ao Sol" ingressou na faixa nobre no dia 8 de novembro  e "Quanto Mais Vida, Melhor!" começou no horário das sete no dia 22 do mesmo mês de 2021. Infelizmente, desde então as duas produções não vêm obtendo bons índices de audiência. Mas a verdade é que os folhetins não mereciam os números tão abaixo do que a emissora esperava. 

As novelas esbanjam qualidades, são muito bem dirigidas e têm todas as características de uma história propícia para seus respectivos horários. A trama de Lícia Manzo marca a estreia da autora na faixa das 21h, após as irretocáveis "A Vida da Gente" (2011) e "Sete Vidas" (2015) no horário das seis. Já a produção de Mauro Wilson é sua estreia como novelista solo, após um longo tempo como colaborador e autor de séries, como "Os Amadores" (2005/06/07), "A Fórmula" (2017) e "Ilha de Ferro" (2018). 

"Um Lugar ao Sol" sofreu uma redução de capítulos porque começou a ser gravada antes da pandemia. Os trabalhos precisaram ser interrompidos e meses depois retomados, mas ainda com poucas vacinas para a população. Ficou com apenas 107 capítulos, desmembrados em 119 por conta de um esticamento de última hora por conta dos atrasos nas gravações de "Pantanal". Lícia não guardou conflitos nos primeiros meses e apresentou uma história ágil, cheia de acontecimentos. Nem assim os índices reagiram.

sexta-feira, 19 de março de 2021

Fracasso da reprise de "Haja Coração" corrigiu uma injustiça do passado

A Globo resolveu repetir a estratégia que funcionou em 2016: duas novelas das sete de sucesso em sequência. Há quase cinco anos, "Totalmente Demais" era um fenômeno de repercussão, elogiada por público e crítica. Foi substituída por "Haja Coração", uma produção tão popular quanto a anterior, mas de qualidade bastante inferior. A trama de Daniel Ortiz acabou com um décimo a mais na média de audiência que o produto de Rosane Svartman e Paulo Halm (27,5 pontos, enquanto a antecessora marcou 27,4). Todavia, a estratégia não deu certo com as reprises. A primeira conseguiu fazer ainda mais sucesso que em 2016 (obteve 29 pontos de média). Já a segunda conseguiu apenas 25 pontos. 

 Após seu bom trabalho como estreante em "Alto Astral" (2014), Daniel Ortiz apresentou um início promissor de seu segundo folhetim. Havia ali todos os ingredientes de uma deliciosa novela das sete. E o primeiro mês foi animador, onde a dupla formada por Fedora (Tatá Werneck) e Teodora (Grace Gianoukas) logo se destacou, assim como o trio impagável de amigas interesseiras formado por Rebeca (Malu Mader), Penélope (Carolina Ferraz) e Leonora (Ellen Roche). A composição de Mariana Ximenes como Tancinha também agradou e parecia uma ótima protagonista, tendo ainda a rivalidade com Fedora como um dos atrativos. Os erros observados em alguns núcleos paralelos deslocados e na história cansativa do mocinho Apolo (Malvino Salvador) pareciam pequenos diante dos acertos.

Entretanto, ao longo dos meses, Ortiz começou a dar claros sinais de falta de domínio de seu enredo. Os problemas começaram a crescer e até mesmo os pontos positivos começaram a ficar negativos. A falsa morte de Teodora foi um dos mais graves equívocos do autor, que preferiu seguir o roteiro original de "Sassaricando", ignorando a diferença do contexto. O resultado foi catastrófico para o núcleo Abdala, que era o melhor da novela. Com a saída da melhor personagem da família, todos os perfis ficaram sem função e perdidos na história.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Constantes derrotas para "A Fazenda 12" expõem o desgaste do "The Voice Brasil"

 A nona temporada do "The Voice Brasil" estreou no dia 15 de outubro e está em plena reta final. É uma das poucas produções inéditas que a Globo tem atualmente em sua grade, com presença física de pessoas em um palco. Os outros programas inéditos vêm sobrevivendo das já tradicionais vídeo-chamadas de entrevistados. Em um ano atípico como 2020, em plena pandemia do novo coronavírus, o formato tinha tudo para fazer ainda mais sucesso. Porém, o efeito foi contrário: a edição vem fracassando em todos os aspectos. 


O principal reality musical da Globo, exibido às terças e quintas, vem perdendo semanalmente para "A Fazenda 12". E desde a sua estreia. Isso porque o reality da Record tem feito um grande sucesso e o "The Voice Brasil" iniciou sua temporada com o programa da concorrente já embalado pela boa audiência. A estratégia da líder tem sido a exibição cada vez mais tardia de "A Força do Querer". Até funciona para manter os índices, mas basta a reprise da novela de Glória Perez acabar para a emissora dos bispos liderar. 

Obviamente, o êxito da décima segunda edição de "A Fazenda" tem contribuído bastante para o fracasso do "The Voice Brasil". Mas a verdade é que o formato já apresentava sinais claros de desgaste há pelo menos três temporadas. Nunca teve problemas com a audiência porque não tinha um bom concorrente.

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Apesar do péssimo "Playplus" e edição preguiçosa da Record, "A Fazenda 12" merece o sucesso

 A décima segunda edição de "A Fazenda" estreou em setembro, na Record. A emissora estava com altas expectativas em virtude do fenômeno do "Big Brother Brasil 20", que parou o Brasil e movimentou as redes sociais, principalmente com o início da pandemia do novo coronavírus. E já é possível constatar que a produção acertou com a temporada de 2020. O sucesso é incontestável e o elenco foi bem escolhido. 

Na semana passada, o reality ficou pela primeira vez na liderança isolada durante o confronto com o desgastado "The Voice Brasil" e a reprise do ótimo "Que Conversa É Essa, Porchat?" na Globo. Mas já vem alcançando o primeiro lugar quase diariamente por cerca de 15 minutos ou mais, principalmente durante a formação da Roça (na terça-feira). A verdade é que a pandemia privou a televisão de atrações inéditas e as reprises vêm dominando as programações. "A Fazenda 12" é um dos raros produtos inéditos sendo exibidos. A migração de audiência é natural. 

Mas a escolha dos participantes foi certeira, o que também contribui para a atenção dos telespectadores. Desde a estreia, há embates e brigas quase todos os dias. Até o momento não há tédio no reality. O que não falta é "fogo no feno", como diz Marcos Mion.

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Reprise de "Novo Mundo" em 2020 merecia o mesmo sucesso de 2017

A Globo teve uma estratégia bem pensada para as suas reprises durante a pandemia do coronavírus que implicou no término das gravações de todas as produções inéditas na teledramaturgia. "Fina Estampa" e "Totalmente Demais" foram escolhidas por conta da elevada audiência e sucesso popular. No caso do folhetim das sete, somado a um conjunto de qualidades que faltou no enredo péssimo das nove. Já "Malhação - Viva a Diferença" e "Novo Mundo" a questão dos ótimos índices também fizeram a diferença, mas houve uma preocupação a mais: o lançamento das "continuações". O seriado adolescente terá um spin-off chamado "As Five" na Globoplay, em novembro, enquanto o caso da trama das 18h será no canal aberto com o título de "Nos Tempos do Imperador", em 2021. E a produção das seis foi primorosa.


O folhetim que fez um grande sucesso em 2017 não repetiu o mesmo êxito na reexibição. Mas a produção foi uma escolha acertada da emissora para preparar o público para a saga sobre Dom Pedro II (Selton Mello) que contará com alguns personagens de "Novo Mundo", como Licurgo (Guilherme Piva), Germana (Vivianne Pasmanter), Quinzinho (Theo de Almeida) e a filha de Anna (Isabelle Drummond) e Joaquim (Chay Suede), citando apenas os mais importantes. Alessandro Marson e Thereza Falcão são os autores das duas novelas e a chance de repetirem os acertos vistos na atual reprise é bem elevada. Até porque não é uma continuação explícita. Quem não viu a obra anterior não terá problemas em entender o novo enredo.

No entanto, quem não viu "Novo Mundo" deveria ter aproveitado a oportunidade. A trama, dirigida com competência por Vinícius Coimbra, primou pelo capricho do primeiro ao último capítulo, mesclando contextos históricos com o folhetim tradicional, havendo espaço ainda para momentos de pura fantasia, remetendo aos clássicos da Disney, como "Piratas do Caribe".

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Canal Viva completa dez anos de sucesso

O Canal Viva, pertencente ao grupo Globosat, completa dez anos de existência nesta segunda-feira (18/05). Inaugurado no dia 18 de maio de 2010, o canal a cabo foi criado com o objetivo de reprisar vários programas, novelas, seriados e minisséries que marcaram a história da Rede Globo de Televisão. Inicialmente, apenas produtos muito antigos eram reexibidos, mas com o tempo essa regra acabou quebrada, o que não implicou em algo negativo. E a maior prova é a consolidação da liderança de audiência entre todos os canais de assinatura entre 1º de janeiro e maio de 2020.


O canal é um dos maiores acertos dos últimos anos. O público sempre cobrava da Globo as reprises de programas mais antigos e novelas clássicas que marcaram a história da televisão. O "Vale a Pena Ver de Novo" era um dos poucos recursos que a empresa dispunha para saciar essa saudade dos seus telespectadores, mas nos últimos anos há muitas reprises de novelas recentes e quase nenhuma de tramas mais antigas (com mais de quinze anos no mínimo). "Por Amor" (1997), reprisada ano passado, foi uma exceção. E foi justamente com a criação do Viva que o público tem tido suas vontades atendidas.

"Quatro por Quatro", "Por Amor", "Vamp", "Vale Tudo" e "Roque Santeiro", "Tieta", "Laços de Família" e "Pedra sobre Pedra" foram alguns folhetins icônicos reprisados. Atualmente o canal tem reexibido "O Clone" (2001), "Chocolate com Pimenta" (2003) e "Brega & Chique" (1987), novelas que fizeram muito sucesso e marcaram época.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Sucesso da reprise de "Avenida Brasil" não é uma surpresa

O sucesso da reprise de "Por Amor" no "Vale a Pena Ver de Novo" deixou a Globo repleta de dúvidas. Os elevados números alcançados pela trama clássica de Manoel Carlos precisavam ser mantidos, mas a escolha da substituta acabou virando uma novela. Chegaram a bater o martelo sobre "Eta Mundo Bom!", fenômeno de Walcyr Carrasco, e até chamadas gravaram com Sérgio Guizé, que viveu Candinho. Mas parte da cúpula da empresa voltou atrás e selecionou "Avenida Brasil", um dos maiores fenômenos de todos os tempos. Era a aposta no garantido. E deu certo.


A reprise estreou em outubro e desde então repete o sucesso da produção anterior e ainda conseguiu elevar mais a audiência. A média é de 17 pontos até então, chegando a picos de 23 em alguns capítulos mais bombásticos, como a recente virada no centésimo capítulo, quando Carminha (Adriana Esteves) descobriu que Nina (Débora Falabella) era Rita (Mel Maia) ou no momento da antológica frase "Me serve, vadia". João Emanuel Carneiro esteve no auge da inspiração em 2012 e sua história parou o Brasil, literalmente. As ruas ficaram vazias no dia do grande final. A produção representou uma quase raridade na teledramaturgia: aquele período onde tudo funciona.

"Avenida Brasil" foi a novela certa para o momento certo. Era o auge da ascensão da classe C e o excelente momento econômico do país era bem representado pela família de Tufão (Murilo Benício): várias pessoas humildes que ficaram com uma ótima condição financeira e mantiveram a essência da gritaria, da falta de bons modos, da espontaneidade, da alegria de viver, enfim.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

"Espelho da Vida" e "Órfãos da Terra" comprovam que audiência e repercussão nem sempre caminham juntas

Há diferentes tipos de sucesso. O mais observado é o de audiência. Quando uma produção atinge elevados índices no Ibope é sinal de êxito para qualquer emissora. Afinal é isso que se tanto busca. No entanto, os números nem sempre vêm acompanhados de repercussão. Ou seja, um produto bem-sucedido pode apresentar controvérsias. E uma ótima análise comparativa pode ser feita entre "Espelho da Vida" e "Órfãos da Terra", dois folhetins da faixa das 18h da Globo.


A história de Elizabeth Jhin começou lenta, mas engrenou a partir do final do segundo mês e surpreendeu o público de várias maneiras. A narrativa ousada da autora (expondo seu enredo através da concomitância entre passado e presente em uma viagem temporal) trouxe uma bem-vinda novidade para um formato tão longevo. Ainda conseguiu abordar o espiritismo de forma criativa e emocionante. As viagens protagonizadas por Cris (Vitória Strada) para investigar o mistério em torno do assassinato de sua vida passada, Júlia Castelo, proporcionaram momentos sensíveis e impactantes. 

Porém, a coragem da escritora teve um preço: o estranhamento de parte do público nos primeiros meses. A fantasia dentro de um universo aparentemente real não foi bem digerida, assim como a falta de maiores explicações. Mas mesmo assim Elizabeth não recuou e fez apenas alguns cortes em cenas desnecessárias de núcleos paralelos para o roteiro se desenvolver mais rapidamente. Funcionou. A audiência foi aumentando e comprando a trama sobre reencarnação e viagem no tempo. Todavia, a repercussão da produção sempre foi alta. Mesmo no início turbulento.

terça-feira, 25 de junho de 2019

O que "Órfãos da Terra" e "Verão 90" têm em comum?

A novela das seis e a trama das sete da Globo são completamente diferentes. Uma tem o drama como foco central e a outra é marcada pelo pastelão em esquetes soltas. A coincidência fica apenas a respeito da autoria: ambas são escritas por duas mulheres. Então como é possível elaborar um texto sobre a similaridade das duas produções? Infelizmente, os dois folhetins se parecem no equívoco da condução de suas histórias, ou falta delas.


O roteiro de Duca Rachid e Thelma Guedes começou arrebatador. A trama em torno dos refugiados e os conflitos do casal Jamil (Renato Góes) e Laila (Julia Dalavia) despertaram interesse, além da narrativa ágil e da riqueza de possibilidades em cima a vilania de Aziz Abdallah (Herson Capri) e sua filha Dalila (Alice Wegmann). Parecia um novelão, ainda com uma direção primorosa de Gustavo Ferdández. E foi assim em toda a primeira fase.

Todavia, as autoras queimaram a largada. Apressaram demais a condução do enredo e não tinham cartas na manga para manter o telespectador entusiasmado depois das viradas iniciais. O assassinato do grande vilão foi o maior erro da dupla. Primeiro, porque o mistério a respeito do famigerado "quem matou?" foi deixado de lado e o crime ficou gratuito.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

"BBB 19" mereceu o completo fracasso

A décima nona edição do "Big Brother Brasil" chega ao fim nesta sexta-feira (12/04) com a marca da pior audiência da história do reality (20 pontos). É verdade que o fracasso de "O Sétimo Guardião" ajudou a prejudicar os índices do "BBB 19", mas esse fiasco é muito merecido. Um conjunto de fatores resultou no afastamento do público e implicou diretamente na repercussão baixa e negativa da temporada.


Boninho e sua equipe erraram feio na seleção dos participantes. Quase todos se omitiram do jogo e tinham verdadeiro pânico de qualquer conversa sobre o assunto. Tanto que o clima de paz e amor que reinou na casa, sem uma briga sequer, não foi resultado de um sentimento sincero e, sim, reflexo da covardia de pessoas que evitaram o famigerado comprometimento. A preocupação maior era ficar na mansão curtindo férias e esperando o número de seguidores no Instagram crescer para ganhar uma grana com merchan no futuro.

Alguns jogadores até se dispuseram a jogar, como Gustavo, Diego e Hana. Porém, todos acabaram eliminados precocemente pelo público. Os dois homens, no entanto, foram bem arrogantes. Já Danrley e Elana foram bons jogadores, mas também acabaram fora. Outra que soube jogar foi Paula, que virou favorita graças aos produtores do programa que fizeram um verdadeiro malabarismo para esconder a avalanche de comentários preconceituosos sobre negros e de intolerância religiosa proferidos pela participante ao longo do programa.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

"Espelho da Vida" é a novela atual de maior repercussão

Audiência e repercussão nem sempre andam juntas. Muitas vezes uma novela pode ser um sucesso nos números do Ibope e ter uma repercussão nula ou cair na boca do povo e ter médias bem baixas. Mas, claro, também pode existir a junção perfeita, sonho de qualquer autor: êxito nos números e no burburinho. Não é uma ciência exata. "Espelho da Vida" é o maior exemplo atual de controvérsia entre esses pontos.


A história de Elizabeth Jhin enfrentou sérias dificuldades ao longo dos meses no quesito audiência. As médias sempre eram baixas demais e derrubaram os índices do sucesso de "Orgulho e Paixão", primorosa trama de Marcos Berstein. Infelizmente, um fracasso nos números. No entanto, o enredo da autora sempre despertou atenção e interesse dos telespectadores fiéis. E esse interesse foi aumentando à medida que o folhetim se desenvolvia, provocando debates acalorados nas redes sociais.

Inúmeras teorias a respeito do mistério envolvendo o assassinato de Júlia Castelo (Vitória Strada) são expostas e amplamente discutidas entre as pessoas, assim como as torcidas a respeito do destino amoroso da mocinha: "Crislain" e "Junilo" são os 'fandons' que mais se enfrentam na internet desde que a novela estreou.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

"Deus Salve o Rei" e "O Tempo Não Para" viveram situações opostas

"O Tempo Não Para" está em seu último mês e não há muito mais história a ser contada. A trama vem andando em círculos e o tempo parou, com o perdão do trocadilho. Vale destacar, todavia, o início empolgante da história de Mário Teixeira, que arrebatou o público com a ousadia do enredo em torno de uma família de 1886 descongelada em 2018. Os índices de audiência também estavam nas alturas. Mas, ao longo dos meses, o contexto foi minguando, assim como os números do Ibope. O irônico é que a produção anterior enfrentou uma situação totalmente diferente.


"Deus Salve o Rei" teve um início modorrento e nada atrativo, em virtude da falta de rumo da história de Daniel Adjafre. Nem mesmo o evidente capricho da produção da novela, com cenários belíssimos e figurinos luxuosos, conseguiu prender a atenção do público. Afinal, o enredo em torno dos reinos de Montemor e Artena se mostrava raso demais. O romance de Afonso (Rômulo Estrela) e Amália (Marina Ruy Barbosa) não tinha quase empecilhos porque o herdeiro do trono largou tudo com bastante facilidade para ficar ao lado do seu amor. E a então grande vilã, a rainha Catarina (Bruna Marquezine), mais tramava do que agia.

O telespectador podia se dar ao luxo de não assistir a vários capítulos que não perdia nada de relevante. A audiência teve um início morno, em torno dos 23/24 pontos, e assim seguiu nos primeiros meses. Como a Globo investiu muito na novela, inclusive na divulgação nas redes sociais, uma medida foi tomada: Silvio de Abreu, atual responsável pelo setor de teledramaturgia da emissora, chamou o autor Ricardo Linhares para ajudar Daniel na condução do folhetim.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Diferente de "Espelho da Vida", "Malhação - Vidas Brasileiras" merece a baixa audiência

A atual temporada de "Malhação" teve um início desanimador e foi só piorando ao longo dos meses, infelizmente. A história de Patrícia Moretzohn, baseada no formato de "30 Vies", uma produção canadense, não deu certo por várias razões e uma delas é a superficialidade do desenvolvimento dos conflitos dos personagens. Mas o que antes era observado apenas no conjunto da obra, agora também é visto na resposta da audiência: os números nunca foram satisfatórios e vêm caindo cada vez mais.


Pela primeira vez na história, o seriado adolescente, no ar há 23 anos, ficou duas vezes na vice-liderança, perdendo para o sensacionalista "Cidade Alerta", da Record, na semana passada. A trama vem penando para conseguir em torno de 14 pontos de audiência, o que já é um índice preocupante. A sua média geral já está com quatro pontos a menos que "Malhação - Viva a Diferença", sucesso de público e crítica de Cao Hamburger. Embora 16 pontos de média não seja catastrófico, esse número pode diminuir até o ano que vem se continuar lutando para não perder a liderança para a concorrência.

Para culminar, esse fiasco acaba afundando "Espelho da Vida", que vem obtendo índices bem abaixo das expectativas. Aliás, a novela de Elizabeth Jhin também ficou atrás do mesmo "Cidade Alerta" duas vezes e vem preocupando a Globo.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Escalado para melhorar "Deus Salve o Rei", Ricardo Linhares não tem nenhum sucesso para chamar de seu

A atual novela das sete da Globo não vem dando os resultados de audiência que a emissora almejava. Afinal, houve um grande investimento em "Deus Salve o Rei" e uma campanha que nenhuma outra novela teve. Porém, a trama está longe de ser um fracasso. Tem alcançado em torno de 25 pontos no Ibope, cerca de 3 pontos a menos que o sucesso "Pega Pega" e praticamente o mesmo índice da elogiada "Rock Story". A verdade que é o caso da insossa novela sobre o roubo ao Carioca Palace foi uma exceção. O ''normal'' é a faixa atingir mesmo os números que o enredo medieval vem dando ou então uns 2 pontos a mais quando o folhetim está com muito êxito. Porém, já começaram a intervir no roteiro de Daniel Adjafre, dirigido por Fabrício Mamberti.


Alguns capítulos foram reescritos para dar mais dinamismo no enredo, procurando focar apenas nos conflitos de Amália (Marina Ruy Barbosa), Afonso (Rômulo Estrela), Catarina (Bruna Marquezine), Rodolfo (Johnny Massaro) e Lucrécia (Tatá Werneck), dispensando o foco em situações paralelas. Até então eram mudanças aparentemente pontuais e até naturais, pois a história da novela realmente carece de maiores acontecimentos e muitas vezes se mostra modorrenta. Não é uma trama ruim, mas apresenta problemas no desenvolvimento, expondo uma ausência de dramas convidativos. Bastaria uma alteração em torno do núcleo central, promovendo mais viradas.

No entanto, a situação se mostrou mais ''grave'' do que se imaginava. Isso porque Silvio de Abreu (responsável pelo setor de teledramaturgia da Globo) colocou Ricardo Linhares para interferir em "Deus Salve o Rei" e não se sabe o quanto que o escritor mexerá no roteiro de Adjafre. O grande mistério nisso tudo é a insistência em selecionar Ricardo para "salvar" folhetins problemáticos.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Com méritos de sobra, "A Força do Querer" é o maior sucesso do horário nobre desde "Amor à Vida"

A atual novela das nove é um sucesso. "A Força do Querer" afastou a 'nuvem negra' que cobria o horário nobre da Globo desde o retumbante fracasso de "Babilônia", em 2015 (marcando míseros 25 pontos) ---- levando em consideração, ainda, a problemática "Em Família", exibida em 2014, que já havia derrubado os números, obtendo 30 pontos de média. Depois do fiasco da novela de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, nenhuma outra novela conseguiu atingir o cobiçado sucesso. Parecia uma maldição que insistia em assombrar. Mas, Glória Perez veio para trazer de volta os bons tempos da faixa mais importante da emissora.


A autora simplesmente resolveu escrever um folhetim clássico, com direito a todos os clichês do gênero e sem qualquer núcleo estrangeiro, característica das suas últimas produções que já estava bastante desgastada e repetitiva. Além disso, Glória, inteligentemente, apostou nas figuras femininas fortes como perfis principais, alternando o protagonismo de acordo com a necessidade do roteiro, dando espaço para todas brilharem. São três protagonistas bem construídas, uma vilã e três coadjuvantes com dramas envolventes. Os homens são apenas elementos complementadores que movimentam o conjunto. O resultado tem sido o melhor possível.

A trama estreou em abril e, em plena reta final, tem conseguido driblar bem o sinal de barriga. Fica evidente em cada capítulo a preocupação da autora em prender o telespectador através de boas viradas e conflitos alternados, valorizando todos os dramas. Inicialmente, Ritinha (Isis Valverde) foi o elemento que movimentava o enredo e depois foi a vez de Jeiza (Paolla Oliveira) crescer. Posteriormente, Bibi (Juliana Paes) passou a ser o centro das atenções, fechando o trio de protagonistas.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

"Pega Pega" e "Os Dias Eram Assim" não fazem por merecer seus elevados índices de audiência

A Globo só tem motivos para sorrir. Está em um período de calmaria, com uma audiência excelente em absolutamente todas as suas produções. A emissora foi a única a crescer no Ibope nos primeiros sete meses de 2017. Claro que é preciso levar em consideração o desligamento do sinal analógico de Record, SBT e Rede TV!, que saíram da TV Paga de São Paulo desde março. Porém, no Painel Nacional de Televisão (que faz a média geral em todo o país), a líder também cresceu e está com índices ótimos. Ou seja, está em grande fase mesmo. E vários desses sucessos são merecidos, como "Malhação - Viva a Diferença", "Novo Mundo" e "A Força do Querer", três tramas deliciosas e bem estruturadas. Porém, há duas que têm destoado: "Pega Pega" e "Os Dias Eram Assim".


A novela das sete e a das onze (chamada agora de "supersérie") não fazem jus aos elevados índices que vêm marcando, comprovando que nem sempre audiência e qualidade caminham juntas. Curiosamente, as duas histórias são escritas por autoras estreantes. Mas, esse fato é apenas uma coincidência, pois vários escritores tiveram estreias com o pé direito na emissora. Aliás, levando em consideração apenas resultados que a Globo busca (ou seja, Ibope), elas conseguiram atingir o objetivo. Porém, no caso das três ---- Cláudia Souto, Alessandra Poggi e Angela Chaves ----, é evidente a fragilidade de seus enredos. Definitivamente, não são obras que empolgam, envolvem, divertem ou marcam.  Deixam muito a desejar.

Em "Pega Pega", a desconfiança já ficou plantada em virtude das chamadas pouco convidativas e do enredo limitado. Será que um drama baseado no roubo milionário de um hotel conseguiria se sustentar por tantos meses? A resposta é não. Por sinal, não conseguiu manter o interesse nem por um mês. Cláudia criou uma situação aparentemente atrativa, mas não soube desenrolá-la e nem criar núcleos paralelos que ajudassem a sustentar o conjunto ao longo dos meses.