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sábado, 2 de novembro de 2013

Com um final coerente e emocionante, "Sangue Bom" fecha seu ciclo e sai de cena honrando suas inúmeras qualidades

A novela das sete que abusou da complexidade de seus personagens, da metalinguagem na história, do ótimo texto e da crítica ao mundo das celebridades fechou seu ciclo. Com 160 capítulos exibidos, "Sangue Bom", dirigida por Dennis Carvalho, chegou ao fim abusando da emoção e do bom humor, características que marcaram a trama desde o primeiro capítulo. E o telespectador que acompanhou, torceu, chorou, riu e se envolveu com esse folhetim com certeza terá boas lembranças para guardar.


A história de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari foi a primeira novela inédita da dupla ---- a anterior ("Ti ti ti") era um remake, assim como "Anjo Mau", cujo autoria era somente de Maria Adelaide, já que Vincent na época era só colaborador. E essa estreia foi em grande estilo. Os autores conseguiram apresentar todos os elementos clássicos de uma novela das sete e ainda souberam brincar com muitas críticas sociais que eram inseridas na obra de uma forma ácida e totalmente real.

Através da Amora (Sophie Charlotte), a personagem que carregou a trama, foi abordado o conflito entre o 'ser' e o 'ter', em meio ao 'submundo' das celebridades, que servia como pano de fundo para toda a história central. A patricinha vivia de sua imagem, apresentava um programa que falava sobre a rica vida

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

"Sangue Bom": seis personagens, três casais e várias torcidas

"Sangue Bom" não emplacou na audiência. A novela das sete, infelizmente, nunca conseguiu atingir índices satisfatórios no ibope. Porém, apesar dessa grande injustiça nos números (afinal, a trama é excelente), a obra de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari despertou torcidas fervorosas na internet. Tudo por causa dos três casais centrais da história, composto pelos seis protagonistas.


À medida que os pares foram se formando, se separando e voltando, o público foi se envolvendo e torcendo pelos casais. E alguns torcedores levam a novela tão a sério que entram em discussões, com direito a xingamentos e ameaças, para defender seu personagem preferido e atacar tanto o perfil que detesta quanto o que gosta. Esse tipo de reação e envolvimento do telespectador costuma ocorrer quando não há vilões presentes nos imbróglios amorosos. "A Vida da Gente" e "Guerra dos Sexos" foram novelas relativamente recentes que apresentaram essa mesma situação.

Na trama de Lícia Manzo, havia o time torcedor da Manu (Marjorie Estiano) e o time torcedor da Ana (Fernanda Vasconcellos). E as torcidas queriam que suas personagens prediletas ficassem com Rodrigo (Rafael Cardoso) no final. A autora optou por seguir a sinopse e colocou Manu com Rodrigo, o que agradou o

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Embates entre Malu e Amora engrandecem "Sangue Bom" e destacam o talento de Fernanda Vasconcellos e Sophie Charlotte

A novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari segue com um bom ritmo. Após a reviravolta causada pela troca do exame de DNA, Fabinho (Humberto Carrão) caiu em desgraça, Bento (Marco Pigossi) teve que romper seu namoro com Malu e Glória (Yoná Magalhães) chorou de decepção quando soube que o florista 'não era' seu neto. Ao mesmo tempo, Bárbara Ellen (Giulia Gam) segue divertindo com suas excentricidades e Damáris continua surtada, a ponto de criar até uma irmã gêmea (Gládis). E Verônica (Letícia Sabatella) ainda viu a farsa da Palmira Valente acabar. Porém, mesmo diante de tantas situações interessantes, os embates entre Malu (Fernanda Vasconcellos) e Amora (Sophie Charlotte) sempre acabam se sobressaindo na trama.


As últimas brigas protagonizadas pelas irmãs já entraram para a lista de melhores cenas de "Sangue Bom". E o embate exibido na última semana pode e deve ser considerado o melhor de todos até então. Malu se cansou de ver Amora bancando a boazinha e resolveu expor sua maior fragilidade no programa de Sueli Pedrosa (Tuna Dwek): o closet repleto de sapatos da filha predileta de Bárbara, que tem uma compulsão pela compra de calçados para curar uma ferida aberta na infância, época em que não tinha nada para calçar. Amora, após ver a matéria na televisão, se descontrolou e foi tirar satisfações com Malu, que revidou.

Não foi uma cena muito grande, porém, mesmo tendo pouco mais de dois minutos de briga, o telespectador pôde presenciar uma sequência magistral, onde as atrizes se doaram por completo. Além das atuações magistrais, o texto foi esplendoroso: "Não é você que quer ser uma pessoa melhor, que valoriza mais os afetos? Me explica pra que 600 pares de sapatos, meu amor? Você tem dois pés!" "Quem é você

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Complexidade do sexteto central é um dos grandes acertos de "Sangue Bom"

Criar um casal protagonista que agrade é, sem dúvida, uma das muitas dificuldades de um novelista. E não tem sido fácil alcançar esse objetivo, afinal, o telespectador não engole mais qualquer 'dupla'. Não faltam exemplos de personagens centrais que fracassaram, sendo sumariamente apagados pelos coadjuvantes. Portanto, pode-se dizer, tendo como base os riscos que esses papéis correm, que Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari resolveram apostar alto lançando logo seis protagonistas. Mas o que poderia ser uma catástrofe, acabou virando um dos grandes acertos de "Sangue Bom".


O sexteto central é claramente inspirado no poema "Quadrilha", um clássico do Carlos Drummond de Andrade: "João amava Tereza que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para a tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou-se com J. de Pinto Fernandes que não tinha entrado na história". No caso da novela, Fabinho (Humberto Carrão) não ama ninguém, enquanto Malu (Fernanda Vasconcellos) ama Maurício (Jayme Matarazzo) que ama Amora (Sophie Charlotte) que ama Bento (Marco Pigossi) que também ama Amora, não correspondendo ao sentimento de Giane (Isabelle Drummond).

Porém, mesmo sendo perceptível essa inspiração dos autores, não há dúvidas que a confusão amorosa da trama é, com todo respeito ao Carlos Drummond, infinitamente superior ao poema. Cada protagonista tem uma