Sempre fui desgarradas com livros. Grifava, usava orelha para marcar folhas, escrevia, amassava... Não por descuido, mas como uma forma de leitura à minha linguagem.
Só comecei a ler de fato no Ensino Médio, apesar do incentivo de casa, nunca tive interesse na leitura, até conviver com coleguinhas que me levaram para essa mundo. Não li livros "de bagagem" (clássicos e afins), ainda assim, li o que me chamava atenção, até porque não tinha um gênero definido, então fui explorando...
De todo modo, eu era uma estranha no ninho com meus hábitos de leitura, rabiscando e "rasurando". É que sempre tive comigo que o livro é meu e quero estar nele, assim como parte dele estará em mim. Não adianta comprar um livro, lê-lo e no fim estar em branco, como se ninguém tivesse passado por ele, como se ele estivesse la numa livraria sem vida e sem história. Essa ideia me incomodava, então evitava pedir emprestado e preferia ler em PDFe nem interesse de tê-los físicos.
Depois de toda essa introdução o que quero dizer é que, acho muito gostoso ler livros grifados e com anotações, ler os pensamentos de outras pessoas enquanto lia as mesmas páginas que leio hoje, adicionar meus comentários nas bordas das folhas, para que outras pessoas que lerem o mesmo livro que tenho em mãos, possam absorver mais que apenas o que o autor escreveu, mas ler os efeitos que autor fez em quem já leu, e ainda, ler sua história com o livro (enfim, muitas possibilidades)... Parece confuso, talvez... Mas é quase a mesma ideia de guardar pedaços de papeis entre as folhas, ou pétalas de floras e ramos de plantas.
Hoje, convivo com pessoas que compartilham dessa mesma ideia e mudei a visão de alguns amigos "conservadores", nós trocamos livros e é obrigatório ter pelo menos uma frase grifada hehe...
Moral da história: permita-se borrar um pouco... Ou, crie sua historia... Ou, passe da margem (novamente, muitas possibilidades).