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De onde vem o orgulho de ser brasileira?

Vire e mexe aparecem pra mim vídeos e relatos nas redes sociais que me fazem pensar sobre como o Brasil é lindo, o brasileiro é inteligente e a língua brasileira é rica. Amo meu Brasil. E atualmente com o sucesso do filme "Ainda Estou Aqui" e toda a maratona da Fernanda Torres no exterior, esse amor ficou mais evidente nas outras pessoas. Quem diria que a arte geraria um sentimento de orgulho nacional, quase que um patriotismo e um empoderamento cultural... Nunca imaginei... Contém ironia. 

Esse texto fala sobre racismo, BBB e privilégio, mas essas palavras não são suficientes pra expressar sobre o que realmente é o texto...

... porque também é sobre linguagem e mentalidade, política, cultura e milhões de coisas, que as palavras: racismo, bbb e privilégio resumem, mas não são suficientes porque esse não é um assunto que dá pra resumir.  

A que ponto chegamos que tão usando o BBB pra ensinar as pessoas sobre racismo e sem êxito algum, mas usado como exemplo. Ta lá sendo validado como programa que levanta debate educativo, sendo que não é. Valide o BBB por qualquer coisa, menos por ser um ótimo experimento social. Eu não quero experimento social pra ver racismo televisionado não. Continue chamando de reality show, que ta de acordo com a proposta de entretenimento barato pra despertar e mostrar o pior das pessoas que assistem e que são assistidas. 

Mas cá estou eu assistindo e tentando entender como funciona a cabeça das pessoas. Em que tipo de utopia elas vivem que acreditam que racismo são momentos pontuais, que acontecem vez ou outra. Infelizmente, a gente vive o racismo. É diário, é cultural, é indireto, é direto. Eu vivo o racismo de ver as noticias na tv, de ver as pessoas morando na rua, de ver as pessoas passando na rua e quais lugares ocupam. É algo que me acontece todos os dias, sem precisar que nada seja dito pra mim ou sobre mim, só está lá. O mesmo vale para o machismo. 

Mas é muito engraçado 🤡 ver que a pauta ganha espaço com situações pontuais, quando se usa a palavra. E o peso que uma palavra tem, que as atitudes não tem. As atitudes sozinhas, sem nome, não são consideradas pesadas ou sérias o suficiente. Sim, eu errei por ter beijado uma mulher sem o consentimento, mas dizer que foi assédio é de mais! Intolerância religiosa com religião de matriz africana, praticada por uma pessoa negra, é okay. Mas chamar de racismo é muito forte! Eu sou uma boa pessoa, de bom coração, com boa trajetória, com boas intenções, sei que o que é errado e nunca cometeria tais crimes. 

Meu sonho era ser entendido por todos que: pessoas boas, também fazem coisas ruins, prejudiciais, equivocadas, criminosas. Independente do quão boas elas sejam. E eu não to falando que errar é humano, ou que todo mundo erra. Não. Ta mais pro ditado: de boa intensão, o inferno ta cheio. A intenção pode ser boa pra você, pra mim não. Nem tudo o que é bom pra você, é bom pra mim. Nem tudo o que é feito de bom coração por você, vai trazer boas consequências pra mim. O que você tem na cabeça como correto e bom, não vai ter o mesmo impacto positivo pras outras pessoas. Será que conseguem ter dimensão disso? De que não é sobre você? Nem é sobre sua índole? É sobre atitudes e escolhas, não é sobre erros. 

Um erro é isolado, é pontual e individual, é um engano. Poxa, cometi um erro, vou aqui consertar. Poxa, por falta de atenção, eu errei aqui o passo. Não é o mesmo que passar a mão na bunda de uma mulher aqui, sem querer. Nossa, nem vi que tava tirando sarro da religião alheia. Errei. Esse tipo de atitude não pode ser tratada como erro, porque não foi um erro, foi uma decisão. Independente dessa decisão ser fruto de milhares de anos de banalização e preconceito enraizado, que é o que torna estrutural. Algo que ta na estrutura, na formação, na história, na cultura, na mentalidade de forma tão intrínseca que não se nota. 

Sobre indústria do Kpop, países colonizados, Japão, Brasil e mercado de trabalho

 

Mais uma entrevista com o RM pra minha coleção. Já tem duas listadas nas bookmarks, mas essa vai ficar aqui com os melhores trechos, comentados por mim. A entrevista saiu uma dia depois de eu passar 3 horas falando sobre o mesmo tema, só que referente ao Japão com meu padrasto, que morou 20 anos lá e pode me dar uma panorama do que ele viveu por lá. 

Muito bom você chegar na Espanha e dar uma entrevista dessa pra um dos principais jornais do país e repercutir mundialmente, justamente com a parte em que fala sobre a visão rasa de países colonizadores para com a Coreia, como se eles tivessem dado a sorte de ser um país famoso, rico e amado do nada. É muito lindo ver o ocidental, sendo chamado de ocidental e colocado no seu lugar de ocidental. E o colonizador no lugar de colonizador. 

Na entrevista, ele comenta algo que serve como uma chamada de atenção pra nós, cabecinhas colonizadas, reconhecer um aspecto que nós temos em comum: a necessidade de ralar bem mais, pra conseguir o mínimo. E ralar mais ainda, pra conseguir o extraordinário

Infelizmente a educação vive em um século

Eu queria só que fizessem e viralizassem um vídeo desses sobre "coisas que seu professor escondeu de você ou não lhe contou". Uma vez que o assunto só chega nas pessoas se for por vídeo, daqueles mais cachorros e com títulos polêmicos. Só que nesse caso, seria um monte de carteirada sobre legislação e os direitos e deveres que os pais tem que ter com os filhos em relação a educação deles, que nada tem a ver com o professor. Um pouquinho de noção de classe e de política, sempre faz bem e faz falta. 

E ai seriam curiosidades ditas a grosso modo, pra chamar atenção primeiro e depois explicar ao que se referem. E podia ser o Felipe Neto falando, pra desgraçar logo tudo e irritar todo mundo. Porém falando fatos, dessa vez. 

A manhã chega e com ela a problematização, sem nem um cafezinho antes

Eu tava estendendo a roupa e o cheiro do amaciante me fez pensar sobre a propaganda de nova formula ou qualquer outra inovação tecnológica anunciada nesses produtos, e sobre o quanto disso significa uma falcatrua pra aumentar o preço do produto sem real mudança da formula, ou o quanto disso significa especies em extinção por causa de mais poluentes e quimicos no meio ambiente contaminando tudo, inclusive através do perfume que solta do tecido, depois de ter engordurado a maquina de lavar com a tal formula inovadora. São 7h da manhã de um domingo, eu não precisava ta problematizando isso. 

Depois de estender a roupa e refletir sobre as chances de amaciante intoxicar pelo cheiro além de causa alergias, já comprovadas por mim, fui tomar meu café da manhã, que nunca envolve café, nem leite. 

Bookmark de Twitter sobre facetas da insegurança alimentar



O querido foi tentar ser engraçado, mas só deixou um registro por escrito da própria burrice, que poderia ter sido apenas ignorância, mas foi corrompida pela arrogância de achar que está certo.

Arruma a mala aê

ESSE MOMENTO É NOSSO 


Em comemoração ao resultado das eleições, fica aqui essa belíssima obra de arte da composição musical brasileira que, historicamente, vem sendo trilha sonora de várias eleições em cidades do interior do Brasil.

Bookmark: mídia, extrema-direita e democracia

[...]

Comunicar é repetir. Temos a obrigação de repetir, de nomear as coisas corretamente, de não nos omitir.

Esse é o papel da imprensa em tempos de paz, mas é ainda mais em tempos de guerra.

Existe apenas uma força mobilizando o campo fascista nessas eleições, e ela se chama antipetismo. O antipetismo é uma paranoia delirante que foi incansavelmente promovida pela imprensa.

O já igualmente histórico e infame editorial do Estadão do “Uma escolha muito difícil” fez coisa demais pela naturalização da extrema direita nesse país.

A cada absurdo não confrontado dito diante das câmeras por Bolsonaro estamos naturalizando a extrema direita.

A cada mentira não verificada dita em debate, idem. Não são mentiras sobre o número de escolas abertas em seu mandato. São mentiras que visam instalar paranoia, medo, bloqueio da imaginação e depressão. Não combatê-las é, proposital ou acidentalmente, naturalizar o fascismo que pulsa em Bolsonaro e em seus métodos.

Não bastaram 13 anos de governos democráticos para que o PT fosse aceito. A esquerda segue sendo demonizada, enquanto a extrema direita é naturalizada pela mídia.

[...]

Todo mundo pode não gostar de Lula, do PT, do petismo, da esquerda.

Democracia comporta conflitos e disputas.

Direita e esquerda são campos válidos. Mas seria preciso começar a dizer em alto e bom som que a esquerda que o PT representa nunca pregou o extermínio do campo adversário.

E a extrema direita que Bolsonaro representa prega isso todos os dias há quatro anos.

Não estamos falando de simetrias. É hora de a imprensa assumir um lado nessa história.

[...]

Não é preciso muita coisa. Basta as palavras certas, manchetar os escândalos de corrupção, confrontar as mentiras ao vivo e repetir, repetir, repetir.


Como o texto bem fala e Lula já falou antes, a democracia permite polarização, permite conflito. A merda toda é que quando vai se reclamar ou confrontar algo, o movimento que toma conta é o de extermínio. Uma dicotomia que presa pelo monopólio, onde quem vence toma de conta e não deixa espaço pro outro. Aí é onde mora o problema.

Eu não imaginei que Outubro fosse render um mês das bruxas político.

A mistura do sentimento de luto pessoal com o luto político é difícil de processar, porque junta com a raiva e a desesperança, e meu corpo já está debilitado demais pra isso. Essa já é a terceira vez que falo de luto aqui.

Mas mesmo se eu quisesse, eu não conseguiria estar alheia e distante de tudo isso. Mesmo sendo a última coisa da qual eu gostaria de me estressar sobre, é impossível não pensar uma vez no dia sobre como serão esses próximos 2-4 anos, se continuarmos nesse caminho. Já não foram suficientes esses 4 anos de terrorismo? Nem esses 6 anos de instabilidade e derrocada dos direitos conquistados?

O cenário que temos agora só demonstra o quão plural e ao mesmo tempo, desigual são as condições de vida das pessoas num mesmo país. É frustrante...na verdade é de cair o cu da bunda! E se o que temos hoje é o melhor que já tivemos ou o melhor que vamos ter, como tanto dizem, eu não quero nem pensar no pior. 

Luto

E mais uma vez aconteceu algo que me tirou o chão e que mais uma vez eu não posso fazer nada a respeito, a não ser ficar em profunda apatia, em luto por elas e por mim. Por algo que aconteceu ontem, está acontecendo hoje e acontecerá amanhã de novo. E por mais que eu não esteja vendo e que não seja comigo, algum dia pode ser e esse é meu medo.

Eu podia ter medo de aranha, de altura, de palhaço, de cair e me ralar de moto, mas eu vivo numa realidade que me faz ter medo de sofrer violência sexual. Vivo numa realidade em que é um grande privilégio não ter sofrido, mas que me faz ter medo de andar na rua, faz ter medo de ser mulher e faz ter medo pelas mulheres que vão nascer.