Finale/ Children Will Listen (part. 2) [1:45]
Eu tô tendo flashbacks de 2014/2015, novamente. De tempos em tempos eu me percebo recorrendo a essa data me transportando pra memórias que eu achei ter esquecido, mas ainda caminham comigo despercebidas. Quando eu lembro desse tempo e das coisas em que fui obcecada, me pergunto se não tô atrasada pra falar sobre elas, pra buscar pelo fandom na internet, pra desenhar, pra fazer uma página no blog em homenagem e etc? Estou, mas cá estou.
Em 2014, foi lançado o filme Into The Woods, uma adaptação do musical de mesmo nome. Lembro de anotar várias frases do filme pelos meus cadernos, trechos de músicas e tudo mais, porque ele foi arrebatador pra mim. Sinto que ele não foi um filme bem quisto na época e talvez ele nem seja bom, mas pra mim foi o melhor filme da minha vida. Primeiramente, tinha a Meryl Streep e eu era muito obcecada por ela na época.
É muito engraçado voltar no tempo com essas informações e notar como elas te carregam por caminhos que talvez você não percorreria. Meu coração já era fraco por musicais, ainda tinha a Meryl. O slogan do filme era "be carefull of what you wish for" e isso me lembrava muuuuito Coraline, que é outro cânone da minha vida. Então, o filme era um compilado das minhas maiores obsessões. Adoro essa sensação de gostar tanto de uma coisa que é como se ela fosse feita pensada em mim.
Careful the wish you make,
Wishes are children
Careful the path you take,
Wishes come true.
No free.
Careful the spell you cast,
Not just on children
Sometimes the spell may last
Past what you can see,
And turn against you.
Careful the tale you tell
That is the spell, children will listen
É autoexplicativo, mas a expressão into the woods remete a adentrar o desconhecido e obscuro, seja dentro de si mesmo ou externamente. Onde tudo acontece e nada faz sentido. Onde Alice encontra o gato que diz serem todos loucos ali. Onde a trama de Over the Garden Wall acontece. Onde a chapeuzinho vermelho erra o caminho. Onde as bruxas fazem seus cultos. Seja literalmente ou sob a luz da psicanálise, adentrar a floresta tem uma simbologia que me atrai. É um lugar que precisa ser visitado de tempos em tempos. A ideia é que a cada vez que se visita a floresta, você aprenda mais coisas que vão te preparar para as próximas vezes. Mas cada aprendizado tem um preço. "Isn't it nice to know a lot! And a little bit not."
Though it's fearful
Though it's deep, though it's dark
And though you may lose the path
Though you may encounter wolves
You can't just act
You have to listen
You can't just act
You have to think
There are always wolves
There are always spells
There are always beans
Or a giant dwells there
So into the woods you go again
You have to every now and then
Into the woods, no telling when
Be ready for the journey
Into the woods, but not too fast
Or what you wish, you lose at last
Into the woods, but mind the past
Into the woods, but mind the future
Into the woods, but not to stray
Or tempt the wolf, or steal from the giant-
[...]
The chances look small
The choices look grim
But everything you learn there
Will help when you return there
The light is getting dimmer
I think I see a glimmer
[...]
Into the woods, each time you go
There's more to learn of what you know
Into the woods, but not too slow-
Into the woods, it's nearing midnight-
Into the woods to mind the wolf
To heed the witch, to honor the giant
To mind, to heed, to find, to think, to teach, to join, to go to the Festival!
Into the woods
Into the woods
Into the woods
Then out of the woods-
And happy ever after!
Esse filme é uma bagunça e uma sátira, mas também muito didático. Principalmente pra pais, ou adultos em geral. É uma história de pessoas que fazem pedidos ingênuos, que toma atitudes inconsequentes, que tem noções tortas e preconcebidas de bondade e de certeza, quando não existe um certo ou errado, bom ou ruim. No filme, há um momento em que a bruxa canta The Last Midnight para os mocinhos e quebra essa concepção de que eles são mocinhos de fato: you're so nice, you're not good, you're not bad, you're just nice. I'm not good, I'm not nice, I'm just right. I'm the witch, you're the world. I'm the hitch. I'm what no one believes, I'm the Witch! You're liars and thieves like his father, like his son will be too. Oh why bother? You'll just do what you do.
Então a bruxa se retira da narrativa e em seguida, os restantes cantam No One is Alone, onde eles próprios assumem: Pessoas cometem erros, pais, mães. Bruxas podem estar certas, gigantes podem ser bons, você decide o que é certo, você decide o que é bom. Esse momento é a moral da história cantada explicitamente e reforçada nas duas músicas seguintes: Finale/ Children will listen part. 1 e 2.
Faz muitos anos que eu não assisto esse filme, mas perdi a conta de quantas vezes eu o assisti seguidamente na época que saiu. Lembro de ter baixado, num tempo em que eu baixava coisas... Desde que eu lembrei desse marco na minha vida, as músicas ficam tocando repetidamente na minha cabeça e eu não terei paz enquanto não escrever um post sobre.
Tá pago.
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