Ontem eu fiz várias coisas

mood: acordando

comendo: mingau de aveia

ouvindo: left right, por XG

assistindo: Haibane Renmei

Ontem eu ouvi Young and Beautiful da Lana del Rey repetidamente, devido um tiktok relacionado a Good Omens, com o trecho "Dear Lord, when I get to heaven, please let me bring my man". Tinha uma bela ilustração do Crowley com asas pretas, caído nos braços do Azira... Bateu forte em mim. Deus não deixou. 

Ontem terminei um desenho. Sem perceber, fiz duas coisas que sempre quis tentar: um autorretrato e utilizar apenas tons de azul. Não lembro quando foi que fiz um autoretrato na vida, mas acho muito legal ilustradores que fazem com frequência, ás vezes anualmente repetindo a mesma pose para fazer comparativo de estilo e técnica. Essa também foi uma das poucas vezes que desenhei direto na mesa digital, sem um guia, sem nenhum desenho digitalizado de base. 

A motivação para esse desenho foi só porque eu queria muito desenhar qualquer coisa, tava com aquela inquietação nas mãos. Então optei por pintar digitalmente como se tivesse com lápis de cor. Também vi isso num tiktok e achei muito lindo o jeito que ficava a textura do traços próximos. Não consegui reproduzir a beleza do vídeo, mas serviu o propósito de ocupar bastante meu tempo com movimentos rápidos e repetitivos. 

Quando eu não quero me preocupar com nada numa ilustração, gosto de escolher "cores fantasia", sem precisar acertar uma tonalidade próxima da realidade. Eu escrevi no meu caderno esses dias que eu funciono melhor quando as coisas são coloridas. O blog representa bem isso no momento, mas no desenho eu sinto que foi em vão ter desenhado algo que se assemelha com a realidade. Parece só uma cópia sem graça. Não sei se é uma frase do Matisse ou é uma invenção da internet, mas segundo ele, never ruin a good painting with the truth. 

Gosto de lembrar que ilustração é só uma brincadeira de ilusão de ótica, um jogo de sombras visto a distância, não precisa ser detalhado, muito menos realista. 

tamanho 900x900, via medibang paint

Ontem eu tbm joguei volei, depois de uma semana sem fazer um mísero exercício físico. Foi muito legal jogar de dupla com uma galera nova. Meu desempenho foi tão bom que eu vou passar dias me gabando. Fico feliz de ver que to melhorando e corrigindo erros de décadas, mesmo treinando tão pouco. Ainda preciso ter mais confiança em alguns passes e fazer exercícios de fortalecimento do meu ombro pôde. Meu saque ta cada dia mais maravilhoso. 

Acho que a mentalidade que eu expressei num post passado aqui, veio a partir do que estou aprendendo no volei. Como eu sou praticamente a única menina no meio dos marmanjos, percebo muito desmerecimento da parte deles em relação a capacidade das meninas. Mesmo eles sendo legais e até incentivar bastante dando conselhos de como melhorar e corrigir erros. Mas existem comentários e brincadeiras aqui e alí, que pesam.

Notei que as meninas erravam mais por estarem inseguras e se diminuírem, mesmo jogando certinho e melhor do que os meninos que só sabem atacar, mas num defende uma bola, num dá um passe na mão. Percebi que eu mesma fazia isso quando cometia um erro bobo, no meio de vários acertos. Então eu comecei a mudar meu comportamento e falar bem alto que eu era boa. Se eu acertava um ponto, era porque eu era boa. Se me elogiavam eu dizia: é porque eu sou boa. Tudo em tom descontraído, como se eu tivesse brincando, mas era sério. Isso mudou totalmente o meu desempenho e a forma como os meninos me tratam. E de fato, eu sou boa pra caramba. Tem muita gente melhor que eu e isso não diminui em nada minha qualidade notável. Vamos ser todos bons juntos. Paz.

 A parte curiosa desse meu relato é que enquanto as meninas de diminuem mesmo acertando, os homens se vangloriam mesmo errando. Uma dinâmica bem comum em diversos cenários na nossa cultura. E é cada erro feio, que nenhuma menina iniciante num comete. Então, eu que vou ficar dando razão pra marmanjo afobado? Vou não. Vou comemorar meus acertos como se fossem o melhores do mundo, mesmo sendo míseros, me deixe.