Alain Prost
Esta biografia de uma pessoa viva cita fontes, mas que não cobrem todo o conteúdo. (Fevereiro de 2022) |
Alain Prost | |
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Prost no Festival de Cannes, em 2013 | |
Informações pessoais | |
Nome completo | Alain Marie Pascal Prost |
Apelido(s) | Professor, Calculista, O Rei do Rio |
Nacionalidade | francês |
Nascimento | 24 de fevereiro de 1955 (69 anos) Saint-Chamond, Loire, Ródano-Alpes |
Altura | 1,64 m |
Filhos | Nicolas Prost |
Registros na Fórmula 1 | |
Temporadas | 1980-1991, 1993 |
GPs disputados | 202 (199 largadas) |
Títulos | 4 (1985, 1986, 1989 e 1993) |
Vitórias | 51 |
Pódios | 106 |
Pontos | 798.5 (768.51) |
Pole positions | 33 |
Voltas mais rápidas | 41 |
Primeiro GP | GP da Argentina de 1980 |
Primeira vitória | GP da França de 1981 |
Última vitória | GP da Alemanha de 1993 |
Último GP | GP da Austrália de 1993 |
Alain Marie Pascal Prost OBE (Loire, 24 de fevereiro de 1955)[1] é um ex-automobilista francês, quatro vezes campeão do Mundial de Pilotos da Fórmula 1. Durante sua carreira na F1, que foi de 1980 a 1993, ele venceu 51 Grandes Prêmios. É considerado um dos maiores automobilistas de todos os tempos. Michael Schumacher superou o total de 51 vitórias de Prost, no GP da Bélgica de 2001. Em 1999, Prost recebeu o World Sports Award of the Century na categoria esporte a motor.[2][3]
Prost descobriu o kart aos 14 anos durante férias em família. Ele progrediu nas categorias juniores do automobilismo, vencendo os campeonatos francês e europeu de Fórmula 3, antes de ingressar na equipe McLaren de Fórmula 1, em 1980, aos 24 anos. Ele terminou nos pontos em sua estreia na Fórmula 1 - no Autódromo de San Martin, em Buenos Aires, Argentina, onde conquistou seu primeiro pódio um ano depois - e conquistou sua primeira vitória na corrida, um ano depois, em seu Grande Prêmio em casa, na França, dirigindo para a equipe Renault de fábrica.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Sua primeira vitória ocorreu no Grande Prêmio da França de 1981, com um carro francês, o Renault. Ainda na Renault ele somou mais 8 vitórias ao seu currículo. Mas divergências com a equipe o fizeram regressar à McLaren, na qual somaria mais 30 vitórias e ganharia três títulos mundiais: 1985, 1986 e 1989.
Numa passagem conturbada pela Ferrari, foi vice-campeão em 1990 e não competiu em 1992. Retornou em 1993, sagrando-se mais uma vez campeão, agora pela Williams, e encerrando no mesmo ano sua carreira.
Em seu tempo, Alain Prost consagrou um estilo de pilotagem seguro, leve e elegante, apesar da arrogância na postura perante outros pilotos; em oposição ao maior virtuosismo de outros pilotos com os quais competiu, como Gilles Villeneuve, Nigel Mansell e o Tri Campeão Nelson Piquet. Um dos principais exemplos desse método era a economia dos componentes do carro (motor, gasolina, pneus) durante a maior parte da corrida, para que as grandes acelerações se dessem somente nos momentos de real decisão (como nos instantes de ultrapassagem). Por adotar essa forma racional e calculista de competição, Prost ficou conhecido como "O Professor".[4]
De 1997 a 2001 foi proprietário e dirigiu a Prost Grand Prix Racing Team. A equipe faliu no começo de 2002.
Fora das corridas, Prost é um entusiasta pelo ciclismo de estrada e ajudou no design de bicicletas da fábrica francesa Cyfac.
Alain Prost é casado com Anne-Marie Prost e tem três filhos: Nicolas, Sacha e Victoria. Ele reside em Nyon, na Suíça.
Rivalidade com Senna
[editar | editar código-fonte]Durante boa parte de sua carreira na Fórmula 1, houve grande rivalidade entre Alain Prost e Ayrton Senna, notadamente após o ano de 1988, quando ambos se tornaram companheiros de equipe na McLaren. O evento mais notável durante a temporada ocorrido entre os dois foi no Grande Prêmio de Portugal de 1988, onde Senna tentou bloquear Alain Prost de obter a liderança forçando o francês a correr próximo do muro dos pits; Prost manobrou para passar Senna por fora, obtendo a liderança quando os dois chegaram à primeira curva, mas manteve-se irritado com a manobra perigosa do brasileiro.[5]
A rivalidade se intensificou após o Grande Prêmio de San Marino de 1989, onde os dois competidores firmaram um acordo que nenhum ficaria no caminho do outro na primeira curva. (cf. Grande Prêmio de San Marino de 1989). No início, Senna obteve a liderança e foi seguido por Prost pela primeira curva sem se colocar no caminho de Senna. Um acidente envolvendo Gerhard Berger na 4ª volta parou a corrida. No reinício, foi Prost que levou a melhor entre os dois, mas Senna forçou seu caminho em cima de Prost na primeira curva, quebrando o acordo feito no início da corrida e deixando o francês furioso com Senna. Senna argumentou que foi o reinício.[6] Alain Prost também ficou irritado com a McLaren aparentemente favorecendo Senna pelo melhor relacionamento de Senna com a Honda, então anunciando no meio da temporada que assinaria contrato com a Ferrari para o ano seguinte.
Esta rivalidade chegou ao ápice no fim de 1989, quando o título estava para ser decidido entre Senna e Prost no Grande Prêmio do Japão de 1989, em Suzuka. As duas McLarens colidiram na chicane do Casio Triangle quando Prost bloqueou uma tentativa de ultrapassagem de Senna. Prost saiu do carro, enquanto que Senna gesticulou para os técnicos de pista empurrassem seu carro para retornar à pista, cortando pela chicane. Senna voltou aos boxes para trocar o bico avariado e continuar, enquanto que Prost se dirigiu à sala dos comissários para reportar que o corte pela chicane era uma manobra ilegal. Mesmo com Senna vencendo a corrida, os comissários entenderam que a manobra foi ilegal e Senna foi desclassificado. Após uma apelação malsucedida pela McLaren, o brasileiro recebeu uma multa de US$ 100 000 e seis meses de suspensão, levando Senna a acusar o então presidente da FIA Jean-Marie Balestre de favorecer o francês. A desclassificação de Senna fez com que Prost ganhasse o título matematicamente, já que Prost tinha mais pontos no campeonato. Há ainda muito debate se Prost intencionalmente acertou Senna, se Senna foi arrojado demais em sua manobra, ou se simplesmente o ocorrido foi um incidente de corrida.
O Campeonato de Fórmula 1 de 1990 viu os dois pilotos se colidindo novamente. Senna estava à frente de Prost, que agora estava na Ferrari, no campeonato de pilotos. Prost se classificou em segundo para a penúltima corrida da temporada em Suzuka, no Grande Prêmio do Japão de 1990, e Senna se classificou na pole. Sem explicação, o lado ímpar das posições de largada foi trocado com o lado par. Senna então reclamou que o lado ímpar estava sujo, significando uma aderência menor na largada e também uma arrancada mais lenta comparada com a de Prost, que largaria do lado mais emborrachado da pista. O apelo do brasileiro foi rejeitado.[7] No início da prova, Prost levou a melhor entre os dois, mas ao completar a primeira curva, Senna se recusou a recolher o carro para dar espaço e colidiu de lado com Prost a 160 mph (260 km/h), decidindo o título para o brasileiro.[8] Prost quase se aposentou do esporte dizendo: "O que ele fez foi desprezível. É um homem sem valor." Um ano depois, Senna admitiu que a manobra foi premeditada, em retaliação por Prost ter tentado retirar os dois da corrida no ano anterior, numa posição similar.
Houve também um incidente controverso na temporada de 1991: a Ferrari de Prost era inferior às McLarens, sendo incapaz de ser competitivo contra Senna. No Grande Prêmio da Alemanha de 1991, Prost disputava com Senna o 4º lugar, mas no entanto sentiu Senna se defender muito agressivamente na primeira chicane, fazendo Prost se desviar pela rota de escape. Prost estabilizou o carro e retornou à corrida. Concidentemente, Senna ficou sem combustível na última volta exatamente naquele ponto.
O francês tirou um ano sabático em 1992 após ser demitido da Ferrari por ter criticado publicamente o carro e a equipe,[9] enquanto que o brasileiro luta em uma McLaren que já não era tão competitiva como era a Williams. Prost anunciou um contrato para a temporada seguinte, de 1993, com a Williams. Senna quis ir para a Williams também, mas Prost tinha uma cláusula em seu contrato em que proibia o brasileiro de ser seu companheiro de equipe. Furioso, Senna chamou o francês de covarde durante uma coletiva de imprensa em Estoril.
Um ex-chefe de ambos, Frank Williams, quando questionado sobre as diferenças entre eles, respondeu:
“ | Posso ser tachado de herético, mas sempre suspeitei que Alain de fato tivesse uma habilidade maior. Digo isso lembrando que Ayrton ia mais ao limite do que Alain. Mas Alain nunca explorou o extremo tão consistentemente ou de maneira bem sucedida como Ayrton. Alain corria riscos calculados. Ayrton certamente examinava e então guiava, direto ao limite. Ayrton era todo coragem e pilotagem no carro. Apesar das muitas diferenças, eles também tinham semelhanças. Os dois eram pilotos muito cerebrais, grandes "pensadores". Mas as manifestações deste controle mental eram diferentes.[10] | ” |
Após tais polêmicas, em 1993, Alain Prost voltaria à Fórmula 1 em grande estilo, pilotando o Williams FW15 com os motores Renault V10, o melhor carro de sua época. Depois de um início irregular, alternando-se na liderança do campeonato com Ayrton Senna (que conduzia um McLaren já bastante inferior), Prost se estabeleceria na primeira posição na classificação sem maiores sustos a partir do triunfo no Grande Prêmio do Canadá, sagrando-se tetracampeão mundial com o segundo lugar obtido no Grande Prêmio de Portugal. O título veio com duas corridas de antecedência e assegurado por sete vitórias na temporada. Alain Prost seria o maior vencedor de corridas da Fórmula 1 e o piloto com mais títulos depois de Juan Manuel Fangio até o início dos anos 2000, quando tais marcas seriam batidas por Michael Schumacher (que também superaria Fangio no número de títulos).
Com a iminente entrada de Ayrton Senna na Williams para a temporada de 1994, Prost decide não reaver a lendária e polêmica rivalidade dos tempos de McLaren e anuncia sua aposentadoria justamente no final de semana do GP de Portugal. Apesar da cautela de Prost, o que muitos temiam, a reedição de disputas controversas com Ayrton Senna, não havia acontecido em 1993, com ambos os pilotos competindo de maneira harmoniosa, sem maiores desgastes. O reatamento entre dois seria selado com o abraço de Senna em Prost no pódio do Grande Prêmio da Austrália (o último daquela temporada, o último da carreira de Prost e o que também marcaria a última vitória de Senna na Fórmula 1).
Capacete
[editar | editar código-fonte]Prost usa um design de capacete baseado nas três cores da bandeira francesa, sendo azul, branco e vermelho, junto com o nome ao lado. No entanto, durante o início de sua carreira, Prost usou um design básico de branco todo com alguns detalhes azuis ao redor da viseira (capacete azul com Y branco invertido a 180° e linhas vermelhas no ramo inferior do Y invertido e no ramo superior, ao redor.[11] Durante o período de Prost na Renault, ele usou mais detalhes azuis, principalmente na parte traseira do capacete. O capacete de Prost mudou em 1985, pois agora o capacete tinha o detalhe azul na parte da frente, circundando a viseira (com também uma faixa azul na região lateral, tornando a área branca um P) e um anel branco com linhas vermelhas no topo (formando um círculo branco com uma metade azul na parte traseira do topo).[12] Prost manteve um design semelhante para sua entrada na Ferrari e na Williams. Às vezes, Prost usava variantes de seu capacete. Em 2007, ele usou seu design original, mas com a parte superior do círculo toda vermelha e uma linha vermelha na área do queixo inferior. Em 2010, ele usou um capacete branco pérola com chamas de prata e uma faixa azul-branca-vermelha-branca-azul no visor, desenhado por Kaos Design.
Honras recebidas
[editar | editar código-fonte]- Légion d'Honneur (França, 1985)
- Troféu de Campeão dos Campeões (Grand Prix Former Drivers Club, 1988)
- Knight of the Order of the British Empire (OBE) (Inglaterra, 1993)
- Hall da Fama Internacional dos Esportes a motor (1999)
- Prêmio mundial de esportista do Século (novembro de 1999)
- Cavaleiro da Ordem do Cruzeiro do Sul (Brasil)
Comparação com companheiro de equipe
[editar | editar código-fonte]Durante a sua carreira na Fórmula 1, Alain Prost bateu quase todos os seus colegas por pontos, incluindo quatro campeonatos mundiais. As únicas excepções foram na sua temporada de estreia (1980), devido a uma lesão na mão que o levou a participar apenas de onze corridas, e em 1984, quando ele, estando prestes a vencer o campeonato, foi batido por Niki Lauda por uma diferença de meio ponto. Apesar de Prost em 1988 ter ganho mais pontos que o seu colega de equipe Ayrton Senna, este venceu o campeonato, devido ao sistema de pontuação considerar os 11 melhores resultados de 16 possíveis para a soma dos pontos.
Ano | Pontos de Alain Prost |
Pontos de companheiro de equipe |
Companheiro de equipe |
---|---|---|---|
1980 | 5 | 6 | John Watson |
1981 | 43 | 11 | René Arnoux |
1982 | 34 | 28 | René Arnoux |
1983 | 57 | 22 | Eddie Cheever |
1984 | 71.5 | 72 | Niki Lauda |
1985 | 731 (76) | 14 | Niki Lauda |
1986 | 721 (74) | 22 | Keke Rosberg |
1987 | 46 | 30 | Stefan Johansson |
1988 | 871 (105) | 901 (94) | Ayrton Senna |
1989 | 761 (81) | 60 | Ayrton Senna |
1990 | 711 (73) | 37 | Nigel Mansell |
1991 | 34 | 21 | Jean Alesi |
1993 | 99 | 69 | Damon Hill |
Resultados na Fórmula 1
[editar | editar código-fonte](legenda) (Corrida em negrito indica pole position e em itálico volta mais rápida)
* Campeão da temporada.
- ↑1 Nos descartes
- ↑2 Corrida encerrada antes de dois terços da prova serem completados, foram computados metade dos pontos.[13]
Vitórias por equipe
[editar | editar código-fonte]McLaren: 30
Renault: 9
Williams: 7
Ferrari: 5
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Biography of Alain Prost, The Professor» (em inglês). Consultado em 14 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 25 de julho de 2011
- ↑ Company, Johnson Publishing (13 de dezembro de 1999). Jet (em inglês). [S.l.]: Johnson Publishing Company
- ↑ «prostfan.com - Alain Prost - curriculum vitesse»
- ↑ CAHIER, Bernard; CAHIER, Paul-Henri; CHIMITS, Xavier. Pilotos: Lendas da Fórmula 1 1ª ed. São Paulo: Larousse do Brasil, 2009. 224p. ISBN 978-85-7635-531-1
- ↑ «Portuguese GP, 1988». Grand Prix Results. Grandprix.com. Consultado em 17 de Agosto de 2006
- ↑ Hughes, Mark. The Unofficial Complete Encyclopedia Of Formula One. [S.l.]: Hermes House. p. 72, linhas 13–27. ISBN 1-84309-864-4
- ↑ Hughes, Mark. The Unofficial Complete Encyclopedia Of Formula One. [S.l.]: Hermes House. p. 75, linhas 8–17. ISBN 1-84309-864-4
- ↑ Hughes, Mark. The Unofficial Complete Encyclopedia of Formula One. [S.l.]: Hermes House. p. 75, linhas 18–29. ISBN 1-84309-864-4
- ↑ «Prost: Schumacher is better than me» (em inglês). BBC News. Consultado em 16 de setembro de 2012
- ↑ «Entrevista». f1naweb.com.br. Arquivado do original em 27 de maio de 2006
- ↑ Grande Prêmio da Argentina de 1980 LookWeb.com.br Arquivado em 2007-02-12 no Wayback Machine . Recuperado em 12 de outubro de 2006.
- ↑ Capacete de Alain Prost JmJauto.com Arquivado em 2006-11-09 no Wayback Machine . Recuperado em 12 de outubro de 2006.
- ↑ «MONACO 1984» (em inglês). STATS F1
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Grand Prix History - Hall of Fame, Alain Prost» (em inglês). www.ddavid.com
- Nascidos em 1955
- Pilotos de Fórmula 1 da França
- Pilotos de Fórmula Renault
- Pilotos da equipe McLaren de Fórmula 1
- Pilotos da equipe Ferrari de Fórmula 1
- Pilotos da equipe Williams de Fórmula 1
- Proprietários de equipes de automóveis de corrida
- Cavaleiros da Ordem Nacional da Legião de Honra
- Membros do International Motorsports Hall of Fame
- Ordem do Império Britânico
- Pilotos da equipe Renault de Fórmula 1
- Pilotos campeões mundiais de Fórmula 1
- Pilotos de Fórmula 3 Europeia
- Franceses de ascendência arménia
- Alain Prost