Paulo Osório
Paulo Roberto de Caldas Osório | |
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Data de nascimento | 1974 |
Local de nascimento | Brasília |
Data de morte | 2020 |
Local de morte | Penitenciária da Papuda |
Nacionalidade(s) | brasileiro |
Paulo Roberto de Caldas Osório (Brasília, 1974) foi um brasileiro, assassino confesso de sua mãe, Neuza Maria Alves, e de seu filho, Bernardo da Silva Marques Osório, de 1 ano e 11 meses de idade.
Em 1992, época do assassinato de sua mãe, Osório foi considerado inimputável (sem condições de responder pelo crime) por sofrer de esquizofrenia.[1] Após cumprir dez anos de pena na ala de tratamento psiquiátrico do Complexo Penitenciário da Papuda, Osório foi solto.[1]
Ele teve um filho, mas separou-se de sua companheira e mantinha uma disputa judicial pela guarda da criança. No dia 29 de novembro de 2019, no entanto, Osório sequestrou o próprio filho e o matou com uma overdose de medicamentos para insônia. No dia 11 de abril de 2020, Paulo suicidou-se em sua cela. Segundo informações da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), ele estava detido em uma cela do Presídio do DF I (PDFI) e aproveitou uma troca de turnos entre policiais penais para tirar as calças, fazer um nó e se enforcar amarrando a vestimenta em uma barra no teto da unidade.
Socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegaram a tentar reanimá-lo, mas ele não resistiu e morreu ainda no local. [1]
Assassinatos
[editar | editar código-fonte]Neuza Maria Alves
[editar | editar código-fonte]Paulo Osório matou a própria mãe, Neuza Maria Alves, então com 45 anos de idade, em 1992. O então jovem de 18 anos esfaqueou-a cinco vezes, asfixiou-a com um fio de náilon e colocou fogo no corpo. Por conta deste crime, ele ficou preso na ala de tratamento psiquiátrico do Centro de Internamento e Reeducação (CIR) do Complexo Penitenciário da Papuda por 10 anos e conseguiu a liberdade em 2004, ano em que a Justiça arquivou o processo.[2]
Em 1996, ao ser questionado pelo jornalista José Rezende sobre o motivo de ter matado a mãe ele respondeu que foi por "medo". Na época do crime, Osório e seus pais estavam traumatizados com os diversos roubos que a casa da família vinha sofrendo e o jovem teria pensado ver um ladrão ao avistar a mãe chegando mais cedo em casa. Primeiro, Osório desferiu uma facada que atingiu os intestinos de sua mãe. Neuza ainda teve tempo de fazer um último pedido: "filho, não faz isso. Eu sou sua mãe".[2] Osório foi considerado inimputável – sem condições de responder pelo assassinato – por sofrer de esquizofrenia.[1]
A defesa de Osório tentou diminuir o tempo de encarceramento em 1997, quando entrou com habeas corpus alegando que "estaria ocorrendo desvio ou mesmo excesso da pena que lhe foi imposta". No entanto, o pedido foi negado pela 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios. No documento, a Justiça considerou que "o paciente foi devidamente avaliado por peritos” e que "o laudo psiquiátrico se mostrou desfavoravelmente à cessação da periculosidade".[3]
Bernardo da Silva Marques Osório
[editar | editar código-fonte]Em 2005, três anos após deixar a prisão pelo assassinato da mãe, Osório passou no concurso público da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) para o cargo de agente de estação, após ser aprovado, inclusive, no exame psiquiátrico.[3]
Ele conheceu uma mulher, com tem teve o seu primeiro e único filho, Bernardo da Silva Marques Osório, mas o casal se separou e disputava a guarda da criança a Justiça. Na noite do dia 29 de novembro de 2019, no entanto, Osório mandou mensagens agressivas de texto e de áudio para a mãe do menino. No mesmo dia, após buscar Bernardo na creche, Osório matou a criança, que tinha 1 ano e 11 meses, com uma overdose de comprimidos de um medicamento para insônia que foram diluídas em um suco de uva.[1]
Osório então dirigiu até a cidade de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, a cerca de 500 quilômetros de Brasília, com Bernardo morto dentro do carro. Ele dormiu em um hotel e deixou o cadáver no veículo durante a noite. Quando amanheceu, Osório foi até a zona rural de Palmeiras, cidade da Chapada Diamantina. Após largar o corpo do filho com a cadeirinha, Osório seguiu viagem até Salvador, onde dormiu. Ele passou o domingo na capital baiana e depois foi para um hotel, em Alagoinhas, na região de Feira de Santana. Foi neste hotel que o servidor público foi preso por agentes da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS), no dia 2 de dezembro. Trazido para Brasília, o homem confessou o crime.[1]
A avó e a tia do bebê viajaram para a Bahia, mas não conseguiram fazer o reconhecimento. A avó disse que a roupa não era de Bernardo. Osório teria comprado roupas novas para o filho "para dificultar a identificação". Amostras genéticas do corpo foram trazidas para o DF e peritos do Instituto de Pesquisa de DNA Forense do DF (IPDNA) da Polícia Civil do Distrito Federal analisaram o material e confirmaram a identidade da criança.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g G1, ed. (8 de dezembro de 2019). «Caso Bernardo: menino foi morto pelo pai dentro de casa, diz polícia do DF». Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ a b Portal Metrópoles, ed. (4 de dezembro de 2019). «José Rezende Jr lembra o dia em que Paulo Osório matou a mãe». Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ a b Correio Braziliense, ed. (4 de dezembro de 2019). «Acusado de matar filho mora na mesma casa em que assassinou a mãe a facadas». Consultado em 9 de dezembro de 2019