Mingau
Mingau ou papa (mais comum papas em Portugal ou ainda papinha no Brasil) é um alimento de consistência cremosa, feito usualmente de água ou leite, onde se cozinha um cereal (como a aveia) ou farinhas variadas (de trigo, amido de milho, farinha de milho, arroz ou outra); por vezes, adoçado com açúcar. É, tipicamente, o primeiro alimento dado às crianças, quando é necessário algo mais que o leite.
Historicamente, o mingau (do tupi minga'u) é um alimento típico das culturas indígenas do Brasil. Ao longo de toda a História do Brasil, o pirão figurou como um tipo popular de mingau. O pirão é uma papa salgada feita de farinha de mandioca.[1][2]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]"Mingau" vem do tupi minga'u[3], que etimologicamente significa "o que alguém empapa", ou "empapado". A palavra deriva da junção de emi (partícula de objeto) e ka'u (empapar)[4]. No litoral brasileiro do século XIV, o mingau era um prato central nas cerimônias antropofágicas indígenas. Neste contexto, era uma caldo espesso de mandioca temperado com vísceras dos prisioneiros sacrificados pelo povo tupinambá.[5][6]
Referências
- ↑ Miguel, Marcelo Calderari; Simoncini, João Batista Villas Boas; Barroso, Bruno Lobão; Miguel, Maximiliano Calderari (18 de junho de 2018). «Mingau: uma culinária revisitada». Fragmentos de Cultura (2). 111 páginas. ISSN 1983-7828. doi:10.18224/frag.v28i2.6057. Consultado em 22 de fevereiro de 2023
- ↑ Câmara Cascudo, Luis da (2016). Mingau e Pirão. História da Alimentação no Brasil. [S.l.]: Global Ed. ISBN 978-8526015838
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 136
- ↑ NAVARRO, E. A. Método Moderno de Tupi Antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos. Terceira edição revista e aperfeiçoada. São Paulo: Global, 2005. p.253
- ↑ Raminelli, Ronald (2004). Del Priore, Mary, ed. Eva tupinambá. História das mulheres no Brasil. Mary Del Priore, Carla Beozzo Bassanezi 7. ed ed. [São Paulo, Brazil]: Editora Contexto. OCLC 60662975
- ↑ NAVARRO, E. A. Método Moderno de Tupi Antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos. Terceira edição revista e aperfeiçoada. São Paulo: Global, 2005. p.255