Gilberto Amado
Gilberto Amado | |
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Nome completo | Gilberto de Lima Azevedo Sousa Ferreira Amado de Faria |
Nascimento | 7 de maio de 1887 Estância, Sergipe |
Morte | 27 de agosto de 1969 (82 anos) Rio de Janeiro, Guanabara |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | Escritor, catedrático, diplomata |
Principais interesses | Memorialismo, política, sociologia |
Gilberto de Lima Azevedo Sousa Ferreira Amado de Faria OSE (Estância, 7 de maio de 1887 — Rio de Janeiro, 27 de agosto de 1969) foi um advogado, diplomata, jurisconsulto, escritor, jornalista e político brasileiro.
Foi membro da Academia Brasileira de Letras, eleito em 1963. Vem de uma família de escritores, na qual se incluem seus irmãos Genolino, Gildásio, e Gilson, além de seus primos, os irmãos James e Jorge Amado. Era também cunhado do jornalista pernambucano Tomé Gibson, sendo casado com Alice do Rego Barros Gibson. Era pai de Véra Gibson-Amado, mais conhecida como Véra Clouzot, atriz do cinema francês.
Fez os estudos primários em Itaporanga, também no interior de Sergipe. Depois estudou Farmácia na Bahia e diplomou-se pela Faculdade de Direito do Recife.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Após conclusão do bacharelado (Faculdade de Direito do Recife) em 1909, se tornou catedrático de Direito Penal (1911-1930). Foram seus contemporâneos nos bancos acadêmicos José Américo de Almeida, que se formou na turma de 1908, e Pontes de Miranda, que se formou na turma de 1911. Em 1910 transferiu-se para o Rio de Janeiro, iniciando a sua colaboração na imprensa, no Jornal do Commercio com um estudo sobre Luís Delfino. Passou depois a ocupar uma coluna semanal, em O País. Em 1912 realizou sua primeira viagem à Europa assunto de um de seus livros de memórias e em 1913, como era então a moda, pronunciou, no salão nobre do Jornal do Commercio, a convite da Sociedade dos Homens de Letras, uma conferência em que fez o elogio do espírito contemplativo A Chave de Salomão, que no ano seguinte, juntamente com outros escritos, seria publicada em livro.
A 7 de Junho de 1923 foi feito Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada de Portugal.[1]
Política
[editar | editar código-fonte]Em 1915 foi eleito deputado federal por Sergipe. Sua atuação na Câmara se fez sentir, sobretudo, através de discursos que se tornaram famosos, como o que pronunciou na sessão de 11 de Dezembro de 1916 sobre As Instituições Políticas e o Meio Social do Brasil, obra de (1924). Nos últimos anos da República Velha, exerceu mandato no Senado, até encerrar-se a sua carreira política, com a Revolução de 1930. Em 1931 chamou a atenção do país, e especialmente dos revolucionários de 30, vitoriosos mas indecisos, para problemas de direito político, como os sistemas representativos, a representação proporcional, o sufrágio universal. Depois de um curso de conferências sobre esses temas, publicou Eleição e representação (1932), de viva atualidade ainda hoje. Por essa época, voltou ao magistério superior, na Faculdade de Direito do Distrito Federal, iniciando um novo e fecundo período em sua vida, de estudos e trabalhos.
Diplomacia
[editar | editar código-fonte]Em 1934 deu início ao que foi, desde então, a sua atividade permanente: a diplomacia. Trabalhou como consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores (1934), em substituição a Clóvis Beviláqua. Exerceu também as funções de embaixador em Santiago (1936), Helsinque (1938-1939), Roma (1939-1942) e Berna (1942-1943). Desempenhou vários outros cargos diplomáticos, entre os quais os de representante brasileiro na VII Conferência Internacional Americana (Montevidéu, 1923), na Conferência Pan-americana de Buenos Aires (1935) e em várias sessões ordinárias e extraordinárias da Assembleia Geral da ONU, a partir de 1947. A partir de 1948 foi membro (e muitas vezes presidente) da Comissão do Direito Internacional da ONU.
O assassinato de Aníbal Teófilo
[editar | editar código-fonte]No dia 19 de junho de 1915, no Rio de Janeiro, no final da cerimônia de inauguração da Sociedade Brasileira dos Homens de Letras (criada por Olavo Bilac e sediada no prédio do Jornal do Commercio), os conferencistas Gilberto Amado e o poeta Aníbal Teófilo (1873-1915), autor do livro Rimas (1911), se desentenderam por causa das críticas jornalísticas de Gilberto a amigos escritores de Aníbal. Gilberto sacou um revólver e matou o poeta no salão nobre do Jornal do Commercio, no Rio. O julgamento do júri foi presidido pelo juiz Manuel da Costa Ribeiro, que também presidiu o júri que julgou Dilermando de Assis, que matara Euclides da Cunha e o júri que julgou e condenou Manso de Paiva, que assassinou o senador Pinheiro Machado no hall do Hotel dos Estrangeiros, na Praça José de Alencar, no Rio de Janeiro. Gilberto foi absolvido na justiça, mas jamais o foi pela opinião pública, enquanto durou a memória do acontecido.
Obras
[editar | editar código-fonte]Seu legado avulta-se pela profundidade de seu pensamento, vibração de sua personalidade, domínio do seu instrumento verbal e a gama de assuntos de que se ocupou.
Estudos filosófico-literários e político-sociais:
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Referências
- ↑ «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Gilberto Amado". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 26 de março de 2016
- Grandes Personagens da História Universal. Abril Cultural, 1978, fascículos semanais, nº7.
- «Gilberto Amado». 13 de setembro de 2007. Consultado em 25 de Julho de 2008
- «Gilberto de Lima Azevedo Sousa Ferreira Amado de Faria». Consultado em 25 de Julho de 2008
- Gil Francisco (15 de março de 2004). «O Romancista Gilberto Amado». Informe Sergipe. Consultado em 25 de Julho de 2008
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Perfil no sítio oficial da Academia Brasileira de Letras»
- Biografia - Página do Senado Federal do Brasil
Precedido por Ribeiro Couto |
ABL - quinto acadêmico da cadeira 26 1963 — 1969 |
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