Saltar para o conteúdo

Artur Silveira de Motta

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Barão de Jaceguai
Artur Silveira de Motta
Artur Silveira da Mota (desenho de Angelo Agostini, publicado em A Vida Fluminense, 1868).
Nascimento 26 de maio de 1843
São Paulo, na província de São Paulo
Morte 6 de junho de 1914 (71 anos)
Rio de Janeiro,Distrito Federal
Nacionalidade  Brasileiro
Ocupação Almirante e historiador

Artur Silveira de Motta, Barão de Jaceguai (São Paulo, 26 de maio de 1843Rio de Janeiro, 6 de junho de 1914), foi um almirante, nobre e escritor brasileiro. Lutou na Guerra do Paraguai. Foi um imortal da Academia Brasileira de Letras.

Filho do conselheiro José Inácio Silveira da Motta, aos quinze anos de idade ingressou na Escola Naval do Rio de Janeiro (1858), como aspirante, concluindo o curso em 1860. Seu pai, após acidente marítimo, cogita em transferi-lo para o Exército, mas Jaceguai se opõe, seguindo a carreira na Marinha e realizando diversas viagens de instrução, nas quais foi promovido para segundo e primeiro-tenente.

Na corveta Beberibe, seguiu para o rio da Prata, onde participou da Campanha Oriental e no dia 20 de fevereiro de 1865 segue para a frente de batalha na Guerra do Paraguai, servindo como ajudante-de-ordens do Almirante Tamandaré, que comandava as forças navais brasileiras. No comando do couraçado Barroso, participa das batalhas de Curupaiti e Humaitá, nesta última havendo realizado a transposição perigosa do rio sob o canhoneio paraguaio. Por serviços de guerra e atos de bravura, foi promovido a capitão de mar e guerra com apenas 26 anos, feito único na Marinha do Brasil.

Artur Silveira da Mota, barão de Jaceguai.

Finda a guerra, Artur Jaceguai passou por diversas missões diplomáticas no exterior, além de haver desempenhado inúmeras funções na Marinha. Em 1882, recebeu o título de Barão de Jaceguai e foi promovido a chefe de esquadra.

Eduardo Callado e Arthur Silveira da Mota assinaram em 1880, ambos em Tien-tsin, um Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre o Brasil e a China. Tal Tratado não obteve a aprovação do Governo Imperial brasileiro, que desejava obter algumas modificações no texto. Em 3 de outubro de 1881 foi assinado na mesma cidade um novo Tratado, desta vez assinado somente por Callado, já que Arthur Silveira da Motta havia se retirado da China a esta altura.[1]

O Tratado de Amizade, Comércio e Navegação (1881) marcou o estabelecimento de relações diplomáticas entre o Império do Brasil e o Império da China. Em 1883, o primeiro consulado-geral do Brasil foi aberto em Xangai. “Em 1881, os dois países assinaram um tratado de amizade e de livre-comércio e navegação. O principal conteúdo do tratado era: (1) proclamação do estabelecimento oficial de relações diplomáticas entre os dois países (...). Em 1883, foi aberto o consulado brasileiro em Xangai.” (SHENG, Shu. A história da China Popular no século XX”, pp. 189- 190).

Passando para a reserva em 1887, passa a laborar como diretor da Biblioteca da Marinha, Museu e Arquivo e ainda como redator da Revista Marítima Brasileira. Em 1900, foi nomeado diretor da Escola Naval. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro.

Estudioso da marinha, suas obras foram todas de cunho militar:

  • Organização Naval, reunião de artigos (1896);
  • O Dever do Momento. Carta a Joaquim Nabuco (1897);
  • Quatro Séculos de Atividade Marítima Portugal e Brasil (1900);
  • Ensaio Histórico sobre a Gênese e Desenvolvimento da Marinha Brasileira (1903);
  • De Aspirante a Almirante, memórias, 5 vols. (1906, 1909, 1910, 1913 e 1917);
  • Reminiscências da Guerra do Paraguai (1935).

Academia Brasileira de Letras

[editar | editar código-fonte]

Foi o segundo ocupante da cadeira que tem, por patrono, Casimiro de Abreu. Eleito em 28 de setembro de 1907, foi empossado em 9 de novembro do mesmo ano, recebido por Afonso Arinos. Como peculiaridade, seu discurso de posse marcou-se por não haver procedido ao elogio do seu antecessor, sob o pretexto de "não haver conhecido o homem nem a sua obra" – fato este atribuído, mais tarde, pelo seu próprio sucessor, José Maria Goulart de Andrade, ao fato de Teixeira de Melo haver-lhe omitido o nome numa obra referente à Batalha de Humaitá.

Referências

  1. «Relação Brasil-China». Fundação Alexandre Gusmão. Arquivado do original em 8 de março de 2019 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Teixeira de Melo
(fundador)
ABL - segundo acadêmico da cadeira 6
1907 — 1914
Sucedido por
José Maria Goulart de Andrade