Uê
Uê | |
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Nome | Ernaldo Pinto de Medeiros |
Data de nascimento | 12 de fevereiro de 1969 |
Data de morte | 11 de setembro de 2002 (33 anos) |
Local de morte | Rio de Janeiro |
Causa da morte | assassinato |
Nacionalidade(s) | brasileira |
Apelido(s) | Uê |
Crime(s) | tráfico de drogas, formação de quadrilha e homicídio |
Situação | morto |
País | Brasil |
Ernaldo Pinto de Medeiros, vulgo Uê (?, 12 de fevereiro de 1969 – Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2002), foi um criminoso brasileiro e o maior traficante de drogas do Brasil da década de 1990. Ele e Celsinho da Vila Vintém fundaram a organização criminosa Amigos dos Amigos (ADA).[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Uê adquiriu personalidade criminosa desde sua tenra idade e a sua iniciação ao tráfico de drogas deveu-se em parte a seu pai. Ele guardava as armas dos criminosos do morro e por isso era estimado entre os bandidos. Uê ajudava como olheiro do tráfico, fugindo das aulas para esse intento, e posteriormente abandonou a escola para trabalhar na contenção sem conhecimento de seu pai, junto ao seu irmão.
Quando seu pai morreu e o bandido, amigo de seu pai, foi preso, o comando foi passado às suas mãos devido à sua valentia nos confrontos com a polícia. Quando o amigo traficante saiu da prisão, Uê fez um churrasco para comemorar sua volta, mas era uma cilada, já que não queria devolver a liderança do morro. Assassinou durante a suposta comemoração o bandido e seus fiéis, e reafirmou a sua posição de líder do morro.
Uê fazia parte da organização criminosa Comando Vermelho (CV), da qual foi expulso por tramar a morte do então líder Orlando Jogador, para lhe tomar o poder. Fundou então a facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), que passou a disputar com o Comando Vermelho o domínio do tráfico de drogas nas favelas cariocas.
Uê dominava o tráfico de drogas nas comunidades Morro do Adeus, Juramento, Primavera, Para Pedro e Complexo do Caju. Foi o primeiro traficante carioca a ter conexões diretas com traficantes do Paraguai, quando passou a ser o maior distribuidor de drogas e armas no estado do Rio de Janeiro até o final dos anos 1990.
O narcotraficante Uê foi preso no dia 5 de março de 1996, às 10 horas da manhã, em um hotel de luxo na cidade de Fortaleza, no Ceará, por policiais da extinta METROPOL VI da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, sob o comando do detetive de polícia José Carlos Guimarães, que chefiava a equipe de policias formada pelos detetives: Fernando Rodriguez, Hilton Menezes, João Coco, Marina Maggessi, Marcia Caputi, Amaury Fonseca, Carlos Ferreira, Rogério Barranco e Mauricio Garcia.
Uê chegou a possuir três aviões na fronteira do Brasil com a Bolívia, conforme relatado pela deputada Marina Maggessi, que coordenou por muitos anos a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) no Rio de Janeiro. Também, possuía vários negócios, principalmente imobiliários, na cidade de Novo Hamburgo, no estado do Rio Grande do Sul - salas e apartamentos colocados em uma identidade falsa da sua esposa, Mônica Constantino da Costa.[2]
Morte
[editar | editar código-fonte]Em 11 de setembro de 2002, já preso, Uê foi assassinado e teve o corpo carbonizado, aos 33 anos de idade, durante uma rebelião na penitenciária de Bangu 1, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A rebelião foi comandada pela organização criminosa Comando Vermelho (CV), liderada pelos traficantes Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP. Ele foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier, que fica no bairro do Caju, no município do Rio de Janeiro.[3][4][5][6][7]
Em 14 de maio de 2015, Fernandinho Beira-Mar foi condenado pela justiça a 30 anos de prisão pela morte de Uê e mais 90 anos pelos assassinatos de Carlos Alberto da Costa (Robertinho do Adeus), Elpídio Rodrigues Sabino (Pidi) e Wanderlei Soares (Orelha).[8][9]
Morte do filho
[editar | editar código-fonte]Em 20 de fevereiro de 2019, o filho de Uê, Ediego Constantino Medeiros, foi assassinado com vários tiros em Senador Camará, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele foi morto próximo à favela Cavalo de Aço, onde trabalhava com depósito de gelo. Ediego tinha 33 anos de idade.[10][11]
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- (em português) Sepultura do traficante Uê vira atração em cemitério no Rio na Folha Online
- (em português) Especial - 2004 - Tráfico no Rio na Folha Online
- (em português) Violência no CorreioWeb
Referências
- ↑ «Folha Online - Especial - Tráfico no Rio». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 23 de março de 2025
- ↑ ABC, Diário do Grande (29 de janeiro de 2000). «CPI do Narcotráfico deve investigar traficante carioca». Diário do Grande ABC. Consultado em 24 de junho de 2017
- ↑ Moreira, Gabriela (14 de dezembro de 2008). «Rico, Uê morre carbonizado dentro de presídio». Extra. Consultado em 24 de junho de 2017
- ↑ «Filho de Uê é morto em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio». G1. 26 de fevereiro de 2019. Consultado em 23 de março de 2025
- ↑ «Folha Online - Especial - Tráfico no Rio». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 23 de março de 2025
- ↑ Hora, Jornal Meia (26 de fevereiro de 2019). «Filho do traficante Uê é assassinado em Senador Camará». MH - Geral. Consultado em 23 de março de 2025
- ↑ «Tumulto marca missa em homenagem ao traficante Uê | Diario de Cuiabá». web.archive.org. 23 de março de 2025. Consultado em 23 de março de 2025
- ↑ Rio, Marcelo Elizardo e Daniel SilveiraDo G1 (14 de maio de 2015). «Condenado outras vezes, Beira-Mar pega mais 120 anos de prisão». Rio de Janeiro. Consultado em 23 de março de 2025
- ↑ «Filho de Uê é morto em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio». G1. 26 de fevereiro de 2019. Consultado em 23 de março de 2025
- ↑ «Filho de Uê é morto em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio». G1. 26 de fevereiro de 2019. Consultado em 23 de março de 2025
- ↑ Hora, Jornal Meia (26 de fevereiro de 2019). «Filho do traficante Uê é assassinado em Senador Camará». MH - Geral. Consultado em 23 de março de 2025
- Nascidos em 1969
- Mortos em 2002
- Traficantes de drogas do Rio de Janeiro
- Sepultados no cemitério do Caju
- 2002 no Rio de Janeiro
- Crimes no estado do Rio de Janeiro
- Mortes por armas de fogo no Brasil
- Pessoas assassinadas no Brasil em 2002
- Brasileiros assassinados
- Mortes por carbonização
- Pessoas assassinadas em presídios
- Pessoas relacionadas ao Comando Vermelho