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Variante Alfa do SARS-CoV-2

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
B.1.1.7
Variante da SARS-CoV-2 vírus responsável pela COVID-19 e sua pandemia
Nome científico B.1.1.7
Apelido "Variante Alfa"
Primeira detecção em  Reino Unido
Variante de Preocupação (VOC)? Sim
Variante de Interesse (VOI)? Sim
Resistencia á vacinação Sem comprovação

B.1.1.7,[1] também conhecida como VUI – 202012/01,[nota 1] ou ainda variante Alfa, é uma variante do SARS-CoV-2, o vírus causador da COVID-19.[3] A variante foi detectada pela primeira vez no Reino Unido em outubro de 2020 a partir de uma amostra tirada no mês anterior, e rapidamente começou a se espalhar em meados de dezembro. Esteve correlacionada com um aumento significativo na taxa de infecção por COVID-19 na Inglaterra.[4][5] durante o final de 2020 e início de 2021.[6]

Mutações da SARS-CoV-2 são comuns: mais de quatro mil mutações foram detectadas apenas na glicoproteína spike.[7] O foco nas mutações decorre de uma forma comum para rastrear a propagação do vírus. Além de mostrar, por exemplo, que o SARS-CoV-2 chegou ao Reino Unido após mais de mil incidentes separados, também mostra que uma variante com a mutação G614 substituiu completamente o D614 anterior.[8]

A variante B.1.1.7 é definida por dezessete mutações,[7] incluindo várias na glicoproteína spike: deleção 69-70, deleção 144, N501Y, A570D, D614G, P681H, T716I, S982A, D1118H[9]. Uma das mutações mais importantes é a N501Y—uma mudança de asparagina (N) para tirosina (Y) na posição de aminoácido 501. Isso se deve à sua posição dentro do domínio de ligação ao receptor da glicoproteína spike (RBD), que se liga ao ACE2 humano e murino.[10] Mutações no RBD podem tornar o vírus mais infeccioso[7]. No caso da N501Y, a afinidade entre o SARS-CoV-2 e o receptor ACE2 aumentou devido à uma diminuição na distância entre a região T500 no RBD do vírus e a região D355 no ACE2 humano. Está diminuição leva a uma maior afinidade entre as duas moléculas, uma vez que a ligação entre elas é dominada por interações eletrostáticas.[11]

O B.1.1.7 foi detectado em outubro de 2020 pelo Consórcio COVID-19 Genomics UK (COG-UK) a partir de uma amostra retirada em setembro do mesmo ano.[12]

Notas

  1. Sigla de Variante sob investigação em dezembro de 2020[2]

Referências

  1. «Covid-19: variante encontrada no Reino Unido chegou a outros países». Veja. 21 de dezembro de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  2. «PHE investigating a novel strain of COVID-19». Governo do Reino Unido. 14 de dezembro de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  3. James Gallagher (21 de dezembro de 2020). «O que se sabe sobre a nova variante do coronavírus que levou a novo lockdown na Inglaterra». BBC. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  4. «Covid: Nations impose UK travel bans over new variant». BBC. 20 de dezembro de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  5. Amy Woodyatt, Lindsay Isaac, Luke McGee e Arnaud Siad (21 de dezembro de 2020). «Boris Johnson backtracks on relaxing Christmas rules after scientists warn new Covid-19 variant is spreading faster». CNN. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  6. Davies, Nicholas G.; Abbott, Sam; Barnard, Rosanna C.; Jarvis, Christopher I.; Kucharski, Adam J.; Munday, James D.; Pearson, Carl A. B.; Russell, Timothy W.; Tully, Damien C. (9 de abril de 2021). «Estimated transmissibility and impact of SARS-CoV-2 lineage B.1.1.7 in England». Science (em inglês) (6538): eabg3055. ISSN 0036-8075. PMC PMC8128288Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 33658326. doi:10.1126/science.abg3055. Consultado em 27 de maio de 2022 
  7. a b c Jacqui Wise (16 de dezembro de 2020). «Covid-19: New coronavirus variant is identified in UK». BMJ (em inglês). 371. ISSN 1756-1833. doi:10.1136/bmj.m4857 
  8. Nathan D. Grubaugh, William P. Hanage e Angela L. Rasmussen (20 de agosto de 2020). «Tracking Changes in SARS-CoV-2 Spike: Evidence that D614G Increases Infectivity of the COVID-19 Virus». Cell. 182 (4): 812–827.e19. doi:10.1016/j.cell.2020.06.043 – via ScienceDirect 
  9. Rambaut, Andrew (dezembro de 2020). «Preliminary genomic characterisation of an emergent SARS-CoV-2 lineage in the UK defined by a novel set of spike mutations». virological. Consultado em 27 de maio de 2022 
  10. Andrew Rambaut, Nick Loman, Oliver Pybus, Wendy Barclay, Jeff Barrett, Alesandro Carabelli, Tom Connor, Tom Peacock, David L Robertson e Erik Volz (16 de dezembro de 2020). «Preliminary genomic characterisation of an emergent SARS-CoV-2 lineage in the UK defined by a novel set of spike mutations». Virological. COVID-19 Genomics Consortium UK (em inglês) 
  11. Ali, Fedaa; Kasry, Amal; Amin, Muhamed (1 de junho de 2021). «The new SARS-CoV-2 strain shows a stronger binding affinity to ACE2 due to N501Y mutant». Medicine in Drug Discovery (em inglês). 100086 páginas. ISSN 2590-0986. PMC PMC7923861Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 33681755. doi:10.1016/j.medidd.2021.100086. Consultado em 27 de maio de 2022 
  12. «New Covid variant spreading to other parts of UK, public health leader warns». Romsey Advertiser. 20 de dezembro de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2020