Saltar para o conteúdo

Timbiras (Maranhão)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Timbiras
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Timbiras
Bandeira
Brasão de armas de Timbiras
Brasão de armas
Hino
Gentílico timbirense
Localização
Localização de Timbiras no Maranhão
Localização de Timbiras no Maranhão
Localização de Timbiras no Maranhão
Timbiras está localizado em: Brasil
Timbiras
Localização de Timbiras no Brasil
Mapa
Mapa de Timbiras
Coordenadas 4° 15′ 18″ S, 43° 56′ 27″ O
País Brasil
Unidade federativa Maranhão
Municípios limítrofes Codó, Coroatá, Vargem Grande e Chapadinha
Distância até a capital 316 km
História
Fundação 5 de abril de 1920 (104 anos)
Administração
Prefeito(a) Antônio Borba Lima (Patriota, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [1] 1 486,584 km²
População total (IBGE/2019[2]) 29 124 hab.
Densidade 19,6 hab./km²
Clima Clima tropical com estação seca (Aw)
Altitude 35 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2007[3]) 0,537 baixo
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 55 328,887 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 2 058,06
Sítio http://timbiras.ma.gov.br (Prefeitura)

Timbiras é um município brasileiro do estado do Maranhão.

Timbiras tem uma área de 1.486,584 km² e uma população de 28.124 habitantes, segundo o último Censo IBGE/2019.

Localização

[editar | editar código-fonte]

Localiza-se na mesorregião do Leste Maranhense, mais especificamente na microrregião de Codó, a 316 quilômetros da capital São Luís, à margem direita do rio Itapecuru. Sua sede está a 4°15’18”LS e 43°56’27”LW e a uma altitude média de 49 metros acima do nível do mar. O município é atravessado pela Estrada de Ferro São Luís-Teresina, concedida atualmente para o transporte de cargas.[5]

Divisão Política

[editar | editar código-fonte]

A zona urbana do município apresenta sua maior parte à margem direita do Itapecuru, ficando a trizidela, que constitui principalmente o bairro São Sebastião, do lado esquerdo.

A zona rural compreende mais de cem povoados, sendo os principais: Flores, Lagoa Preta, Axixá, Campestre, Sete, Chapéu, Centrinho, Lagoa Grande, Mata Fome, Bacaba, Poço do Boi, São José, etc.

O relevo é de baixas altitudes, destacando-se alguns morros típicos da região do Vale do Rio Itapecuru. As formas mais significativas do relevo são os morros, chapadas e serras.

Os principais morros são: morro do Capitão (220 metros de altitude), situado no bairro São Sebastião; morro Conduru (215 metros de altitude), localizado a 13 quilômetros da sede, em 1947, passou a ter mais um nome, morro Quebrado; morro da Bela Vista (120 metros de altitude), mede aproximadamente 630 metros de comprimento e nele se localizam a estação de tratamento de água da CAEMA e a torre de retransmissão de sinal de televisão.

A serra mais importante é a da Cangalha, na parte setentrional do município. A chapada de destaque é a do Socó.

A rede hidrográfica é constituída por rios, riachos, igarapés e lagoas.

Além do rio Itapecuru podemos destacar os rios Pirapemas, que corta o município de sudeste para noroeste, na divisa com o município de Chapadinha; Guará, que também fica na fronteira com Chapadinha, rio Guanaré, na fronteira entre Timbiras e Vargem Grande e rio Curimatá, que é um afluente do Pirapemas.

Os riachos mais importantes são: Carro Quebrado, Pimenta e Rabo do Gato.

Os principais igarapés são:

  • Bom Boi, que nasce no povoado Bom-Fim, no município de Codó e desemboca no rio Itapecuru na altura do povoado Deserto. Na época da criação do município de Timbiras, foi designado como ponto de limite com o vizinho município de Codó.
  • São Bernardo, com uma extensão de cinco quilômetros, nasce no lugarejo Centrinho dos Lopes e desemboca no rio Itapecuru já zona urbana, limitando o bairro Anjo da Guarda com o centro da cidade.
  • Santarém é o mais importante de todos, nasce num brejo de juçaras e buritis na localidade Finca-Pés, e também desemboca no Itapecuru já na zona urbana, definindo o bairro Santarém.
A curva do rio e a avenida com a ponte formam o arco e a flecha dos índios timbiras.

É o principal rio que banha o município. A população depende dele quase que absolutamente, pois toda a água potável distribuída na cidade é proveniente desse rio.

Às suas margens desenvolve-se uma agricultura de subsistência conhecida pelo termo vazante. Essa técnica vem sendo questionada pelos riscos de degradação da mata ciliar.

O rio é ainda fonte de lazer principalmente no verão quando se instalam as barracas na sua margem direita, próximo a ponte que liga o bairro São Sebastião à sede do município. Nesse período aumenta a frequência de banhistas, vindos das cidades vizinhas, Codó e Coroatá, mas também pelos timbirenses que estudam ou trabalham fora e que retornam para passar suas férias.

O clima predominante é o tropical, caracterizado por um período chuvoso de dezembro a maio, com níveis pluviométricos mais acentuados entre janeiro e abril. De julho a novembro o município passa por um período de estiagem. A temperatura média é de 27 graus Celsius.

Na região predomina a floresta tropical de transição, sendo a maior parte da área do município coberta pelas matas de cocais, com incidência quase absoluta da palmeira de babaçu e cerca de 20% coberta de mata nativa ainda virgem ou pouco degradada.

Os Primeiros Habitantes

[editar | editar código-fonte]

Darcy Ribeiro em expedições realizadas entre 1949 e 1954, atestou a existência dos Urubu-Kaapor, do tronco Tupi, no noroeste do Maranhão e sudeste do Pará. Os estudos incluíram ainda os timbiras, guajajaras, tembés, guarás, canelas. Os estudos de Darcy Ribeiro se deram ao longo dos rios Gurupi e Pindaré. Quanto à região dos Cocais não parecem ter permanecido aqui muito tempo, mas pelo menos por essa região passaram temporariamente, em fuga dos massacres sofridos na época.

Urubu, o Primeiro Nome

[editar | editar código-fonte]

O município, ao longo de sua História recebeu vários nomes: Urubu, Porto dos Urubus, Monte Alegre e finalmente Timbiras.

Urubu era uma povoação à margem direita do rio Itapecuru, pertencente ao município de Codó, onde antigamente havia uma aldeia de índios. Segundo consta, o nome se justificava pela grande presença dessa ave no local, mais especificamente no povoado Sardinha, a dois quilômetros de onde hoje é a sede. No entanto, parece ser mais lógico crer que o nome deriva da presença da tribo de índios do mesmo nome, os urubus.

O local passou a ser ponto de referência para os viajantes que por ali passavam navegando pelo Itapecuru, motivo pelo qual recebeu o nome de "Porto dos Urubus". Depois de alguns anos chegaram à região as primeiras famílias descendentes de portugueses e italianos, chefiados pelo senhor Têta de Araújo, que conservaram o nome Urubu para a localidade.

Ali se estabeleceu a freguesia de Santa Rita dos Urubus, através da Lei Provincial nº 13, art. 1º, § 2°, de 8 de maio de 1835. Mas segundo o historiador Ribeiro do Amaral, a Comarca e a Vila de Santa Rita dos Urubus foram criadas na mesma data, em 1836.

As terras onde hoje se localiza a sede do município eram habitadas por índios timbiras. Os moradores de Porto dos Urubus se mudaram para este local por causa das enchentes do Itapecuru que inundavam constantemente o povoado original. Porto dos Urubus, que apesar de tudo facilitava a penetração para o interior, continuou tendo a sua importância e passou a ser chamado por seu primeiro nome, o do povoado extinto, Sardinha.

Em 1836, foi criada a sede da Comarca de Urubu e dois anos depois, por influência do ex-regente do Império Bráulio Muniz, foi transferida a sede da Comarca para a vila de Codó. A transferência foi determinada pela Lei Provincial nº 68, de 21 de julho de 1838. Com essa ação a comarca foi elevada à categoria de vila. Mas com a mudança da sede da comarca, a vila entrou em decadência.

Em 1900 chegaram à região e aí fixaram residência alguns frades capuchinhos e franciscanos, que trocaram a denominação do local para Monte Alegre, em 1920, dizendo não haver mais nenhuma razão para a adoção do nome Urubu, que achavam pejorativo.

Desmembramento e Redução da Vila

[editar | editar código-fonte]

O território passou oficialmente à condição de Vila Monte Alegre quando foi desmembrado do município de Codó e de reduzida parte do município de Coroatá através do Decreto-Lei estadual nº 921 de 5 de abril de 1928, por determinação do então Interventor do Maranhão, Urbano Santos da Costa Araújo.

Primeira Decadência da Vila

[editar | editar código-fonte]

Em 22 de abril de 1831, através do Decreto-Lei nº 75, Urbano Santos, ainda na condição de Interventor do Maranhão, alegando que o município criado não possuía rendimento à altura exigida para permanecer autônomo, voltou a submetê-lo à subordinação de Codó.

Autonomia do Povoado Monte Alegre

[editar | editar código-fonte]

A partir de 1918 com o aumento da população, o desenvolvimento do comércio e o crescimento da produção agrícola, sentiu-se a necessidade da autonomia do povoado.

O processo de emancipação teve início através do Projeto nº 40, do Congresso do estado do Maranhão, publicado no Diário Oficial nº 70, de 27 de março de 1920. A Lei nº 921, de 5 de abril de 1920, sancionada por Urbano Santos, já na condição de Presidente do estado do Maranhão, elevou à categoria de vila a povoação Monte Alegre e à de município a zona ocupada pelo 6º Distrito Policial de Codó. A lei definiu ainda os limites do novo município.

Monte Alegre e a União dos Partidos Políticos

[editar | editar código-fonte]

Quando Monte Alegre foi impedido de ser município, de acordo com o decreto acima citado, existiam na localidade dois partidos políticos: o Magalhenista, do governo, e o Republicano, de oposição. Os magalhenistas eram liderados pelo Coronel Benedito Brandão Melo e Alvim, enquanto os republicanos tinham como líder o Sr. Francisco Jocker Ribeiro. Pelo interesse comum, os dois se uniram para juntos aos poderes públicos lutarem pela restauração da autonomia do município, o que acabaram conseguindo quando da promulgação do Decreto-Lei nº 144, de 27 de julho de 1931.

Segunda Decadência de Monte Alegre

[editar | editar código-fonte]

Com a restauração do município, foi nomeado interventor municipal o Sr. Benedito Brandão de Melo e Alvim, que pouco governou, sendo exonerado do cargo em 1933. Em 16 de julho daquele ano o Decreto-Lei nº 539 suprimiu de novo a qualidade de município de Monte Alegre. Veio então nova luta política pela autonomia, que enfim obteve êxito através da Lei nº 837, de 3 de julho de 1935.

Timbiras, o Novo Nome do Município

[editar | editar código-fonte]

Com as mudanças da situação política da localidade, a luta pela criação do município de Monte Alegre logrou mais uma vitória: a elevação à categoria de cidade através do Decreto-Lei nº 45, de 29 de março de 1938.

Acreditava-se que a localidade fora habitada inicialmente pela tribo dos timbiras, ou que, na menor das hipóteses, essa tribo acampara algum tempo no local. Essa lembrança inspirou a ideia de mudar-se mais uma vez e em definitivo o nome do município. O Decreto-Lei nº 820, de 30 de dezembro de 1943 determinou que Timbiras fosse a partir de então o nome do município.

A palavra Timbira, segundo Curt Nimuendaju, o etnólogo pioneiro no estudo desses povos, diz que se for de origem tupi, a palavra pode significar "os amarrados" (tin = amarrar, pi'ra = passivo), uma referência às inúmeras fitas de palha ou faixas trançadas em algodão que usam sobre o corpo: na testa, no pescoço, nos braços, nos pulsos, abaixo dos joelhos, nos tornozelos. Os índios Kaapor discriminavam os Timbira chamando-os pejorativamente de “comedores de cobra". Segundo o Dicionário Tupi-Guarani o topónimo Timbira significa: o amarrado; o escravo.

Administradores Municipais

[editar | editar código-fonte]

1920 - 1921: Coronel Idelfonso Moreira dos Santos

1921 - 1922: Olympio Palhano

1922 - 1924: Manoel Burgos da Cruz

1924 - 1927: Paulo Soares

1927 - 1930: Pedro Mesquita

1930 - 1931: Coronel Miguel Ewerton Mesquita

1931 - 1932: Capitão Manoel Machado

1932 - 1933: Major Benedito Brandão de Melo e Alvim

1933 - 1934: Coronel Manoel Machado

1934 - 1935: Custódio Bogéa

1935 - 1935: Coronel Benedito Brandão de Melo e Alvim

1935 - 1936: José Martins Carneiro

1936 - 1936: Ariosvaldo Guimarães Gayoso

1936 - 1936: Valdemar Labre de Lemos

1936 - 1936: Antenor Bogéa

1936 - 1937: Raimundo Rodrigues de Mota Andrade

1937 - 1942: Catulo Bogéa de Melo e Alvim

1942 - 1943: Manoel Sousa Ribeiro

1944 - 1945: Abimael Esser Bezerra Ribeiro

1945 - 1946: Ricardo Pereira Nunes

1946 - 1946: Antônio Isaías Pereira

1947 - 1951: Antôno Rivas Ribeiro

1952 - 1953: Juiz Pedro Paulo Cavalcante

1954 - 1955: Lauro Pereira da Silva

1955 - 1955: Silvestre Freitas de Arruda

1955 - 1956: Lauro Pereira da Silva

1956 - 1956: Antônio Isaías Pereira

1956 - 1956: Raimundo Martins Carneiro

1957 - 1957: Antônio Rivas Ribeiro

1957 - 1960: Catulo Bogéa de Melo e Alvim

1961 - 1965: Lauro Pereira da Silva

1966 - 1969: Victoriano Abdalla

1970 - 1972: Robson de Jesus França

1973 - 1976: Victoriano Abdalla

1977 - 1982: José Maria Frazão de Melo e Alvim

1983 - 1988: Victoriano Abdalla

1989 - 1992: Francisco das Chagas Rodrigues

1993 - 1996: Francisco de Sousa Araújo (Chico do Foto)

1997 - 2000: Robson Antônio de Melo Alvim França

2001 - 2002: Robson Antônio de Melo Alvim França

2002 - 2002: Wilson Gonçalves Vieira (interino)

2002 - 2004: Robson Antonio de Melo Alvin França

2005 - 2008: Dirce Maria Coelho Xavier

2009 - 2012: Raimundo Nonato da Silva Pessoa

2012 - 2012: Eduardo Luz e Silva Neto (Vice)*

2013 - 2016: Carlos Fabrízio Sousa Araújo

2017-2020: Antonio Borba Lima

2021-2024: Antonio Borba Lima

  • No período de 5 a 10 de Dezembro de 2012, Eduardo Luz e Raimundo Nonato Pessoa alternaram-se à frente da Prefeitura Municipal por determinação da justiça.

Manifestações Culturais

[editar | editar código-fonte]

Em Timbiras temos representantes das religiões catolicismo, protestantismo e cultos afros, como umbanda.

Na sede fica a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, padroeira do município e a Capela de Santa Rita de Cássia. Os templos evangélicos mais tradicionais pertencem à Igreja Congregação Cristã no Brasil, Assembleia de Deus, Igreja Batista, Igreja Adventista, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Mundial do Poder de Deus e Igreja Internacional da Graça de Deus. A igreja evangélica mais antiga da cidade é a Assembleia de Deus que fica localizada na Avenida Barreto Vinhas, Centro de Timbiras. A referida Igreja possui uma média de 600 membros distribuídos num total de 07 Congregações (Bairro Forquilha, Multirão, Horta, Anjo da guarda, Alto Fogoso, São Sebastião e Caixa Dágua).

A Igreja da Matriz, principal templo católico de Timbiras, localizado no centro da cidade.

O calendário religioso católico, adotado pela maioria da população, compreende:

  • 22 de maio: Festejos de Santa Rita de Cássia. Justifica-se a festa pelo fato de ter sido essa a santa de devoção da senhora Raimunda Frazão de Melo e Alvim, responsável pela construção da capela de mesmo nome.
  • 31 de agosto: Festejos de São Raimundo Nonato. Festa muito popular que a cada ano aglomera mais adeptos. Realizam caminhadas em honra ao santo. A culminância é a caminhada da Fazenda Glória até a igreja matriz, onde é celebrada a missa.
  • 22 de outubro: Festa de Nossa Senhora dos Remédios. Inclui novenas, terços, procissões e quermesse.

Referências

  1. IBGE (2018). «Área territorial» 
  2. «População estimada 2019». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 
  3. «IDHM Timbiras». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE). 2007 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  5. «Timbiras -- Estações Ferroviárias do Estado do Maranhão». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  • MARANHÃO, Secretaria de Estado da Educação. Secretaria Municipal de Educação. Prefeitura Municipal de Timbiras. Timbiras - A Vida e o Progresso Simbolizam um Ideal. São Luís, 1992.

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
Ícone de esboço Este artigo sobre municípios do estado do Maranhão é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.