Susan Sontag
Susan Sontag | |
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foto de Susan Sontag em 1979 | |
Nascimento | 16 de janeiro de 1933 Nova Iorque, Estados Unidos |
Morte | 28 de dezembro de 2004 (71 anos) |
Nacionalidade | Norte-americana |
Cônjuge | Philip Rieff (1950-1958, 1 filho: David Rieff)
Annie Leibovitz (1989-2004) |
Ocupação | Escritor, crítica de arte e ativista |
Prémios | National Book Critics Circle Award (1977) National Book Award - Ficção (2000) Prémio Jerusalém (2001) Prémio Princesa das Astúrias (2003) |
Magnum opus | Ensaios sobre fotografia |
Susan Sontag (Nova Iorque,16 de janeiro de 1933 - 28 de dezembro de 2004) foi uma premiada escritora, ensaísta, cineasta, filósofa, professora, crítica de arte e ativista dos Estados Unidos. Escreveu extensivamente sobre fotografia, cultura e mídia e atuou nas causas anti-guerra, em prol dos direitos humanos e campanhas sobre a AIDS. Além de posicionada ideologicamente no campo da esquerda, Sontag era bissexual. Seus ensaios normalmente repercutiam bastante e ela foi descrita como "uma das críticas mais influentes de sua geração".[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Graduou-se na Universidade de Harvard. Escreveu, sobretudo, ensaios, mas também publicou romances. Sua primeira grande obra foi o ensaio Notes on 'Camp', em 1964. Suas obras mais conhecidas são Contra a interpretação (1966), A vontade radical (1968), Sobre a Fotografia (1977), A doença como metáfora (1978), bem como as obras de ficção The Way We Live Now (1986), The Volcano Lover (1992) e In America (1999), pelo qual recebeu em 2000 um dos mais importantes prémios do seu país, o National Book Award.
Teve intensa participação em periódicos, publicando artigos em revistas como The New Yorker e The New York Review of Books e no jornal The New York Times.
Também é conhecida por seu ativismo, tendo viajado para áreas de conflito, incluindo a Guerra do Vietnã e o Cerco de Sarajevo. Escreveu extensivamente sobre fotografia, cultura e mídia, AIDS e doenças, direitos humanos. Foi descrita como "uma das críticas mais influentes de sua geração".[2]
Em um de seus últimos artigos, publicado em maio de 2004 no jornal The New York Times, Sontag afirmou que "a história recordará a Guerra do Iraque pelas fotografias e vídeos das torturas cometidas pelos soldados americanos na prisão de Abu Ghraib".
Faleceu aos 71 anos de idade de síndrome mielodisplásica seguida de uma leucemia mielóide aguda em 28 de dezembro de 2004.
Percurso
[editar | editar código-fonte]Sontag nasceu com o nome Susan Rosenblatt na cidade de Nova Iorque, filha do judeu norte-americano Jack Rosenblatt e sua esposa, Mildred Jacobsen, ambos judeus de ascendência lituana[3] e polonesa. Seu pai administrava um negócio de comércio de peles na China, onde morreu de tuberculose em 1939, quando Susan tinha cinco anos.[4] Sete anos depois, a mãe de Sontag casou-se com o capitão do Exército dos EUA, Nathan Sontag. Susan e sua irmã, Judith, aderiram ao sobrenome do padrasto, embora ele não as tenha adotado formalmente.[5] Sontag não teve uma educação religiosa e disse que não entrou em uma sinagoga até meados dos 20 anos.[6]
Sontag morou em Long Island, Nova York, depois em Tucson, Arizona, e mais tarde em San Fernando Valley, no sul da Califórnia, onde se formou na North Hollywood High School aos 15 anos. Ela começou seus estudos de graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley, mas transferiu-se para a Universidade de Chicago. Em Chicago, se dedicou aos estudos de filosofia, história antiga e literatura. Ela se formou Bacharel em Artes aos 18 anos e foi eleita para Phi Beta Kappa. Enquanto estava em Chicago, se tornou amiga do então colega estudante Mike Nichols. Em 1951, seu trabalho foi publicado pela primeira vez na edição de inverno da Chicago Review.[7]
Apesar de ter se tornado consciente da sua atração por mulheres no início da adolescência, casou-se aos 17 com Philip Rieff em Chicago após um namoro de dez dias. O casamento duraria oito anos, durante os quais ela trabalhou no ensaio Freud: The Mind of the Moralist que seria atribuído unicamente a Philip Rieff como acordo no divórcio que ocorreu entre ambos em 1958.[8] O casal teve um filho, David Rieff, que seria mais tarde editor da obra da mãe Farrar, Straus and Giroux, e escritor ele próprio.[9]
Em 1952 e 1953, Sontag seria professora de inglês na Universidade de Connecticut. Também frequentou a Universidade de Harvard para a pós-graduação, inicialmente estudando literatura com Perry Miller e Harry Levin, antes de entrar na filosofia e teologia com Paul Tillich, Jacob Taubes, Raphael Demos e Morton White.[10] Depois de completar Mestrado em filosofia, Sontag iniciou sua pesquisa de doutorado em metafísica, ética, filosofia grega e filosofia continental, e teologia na mesma instituição.[11]
O filósofo Herbert Marcuse viveu com Sontag e Rieff durante um ano enquanto escrevia Eros and Civilization.[12]
Premiada com uma bolsa de estudos da American Association of University Women's para o ano acadêmico de 1957-1958 no St Anne's College, na Universidade de Oxford, teve aulas com Iris Murdoch, Stuart Hampshire, A. J. Ayer e H. L. A. Hart, enquanto também participava dos seminários B. Phil de J. L. Austin e das palestras de Isaiah Berlin. Apesar da bolsa, se transfere para a Universidade de Paris (a Sorbonne).[13] Em Paris, Sontag encontrou artistas e acadêmicos expatriados, incluindo Allan Bloom, Jean Wahl, Alfred Chester, Harriet Sohmers e María Irene Fornés.
Ela se mudou para Nova York em 1959 para viver com Fornés pelos próximos sete anos, recuperando a custódia de seu filho[14] e lecionando em universidades enquanto sua reputação literária crescia.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]Ficção
[editar | editar código-fonte]Ano | Título original | Título no Brasil | Título em Portugal |
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1963 | The Benefactor | ||
1967 | Death Kit | ||
1977 | I, etcetera (contos) | ||
1991 | The Way We Live Now | Assim vivemos agora[15] | – |
1992 | The Volcano Lover | O amante do vulcão[16] | O amante do vulcão |
1999 | In America | Na América[16] | Na América |
2017 | Stories | Histórias |
Não ficção
[editar | editar código-fonte]Ensaios
[editar | editar código-fonte]Ano | Título original | Título no Brasil | Título em Portugal |
---|---|---|---|
1966 | Against Interpretation | Contra a interpretação[17] | |
1969 | Styles of Radical Will | A vontade radical[18] | |
1980 | Under the Sign of Saturn | Sob o signo de Saturno[17] | |
2001 | Where the Stress Falls | Questão de ênfase |
Monografias
[editar | editar código-fonte]Ano | Título original | Título no Brasil | Título em Portugal |
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1977 | On Photography | Ensaios sobre a fotografia (Arbor, edição original)[17] Sobre fotografia (Companhia das Letras, reedição) |
Ensaios sobre fotografia |
1978 | Illness as Metaphor | A doença como metáfora (Graal, edição original)[17] Doença como metáfora (Companhia das Letras, reedição)[nota 1] |
A doença como metáfora[nota 1] |
1988 | AIDS and Its Metaphors | AIDS e suas metáforas[nota 1] | A Sida e as suas metáforas[nota 1] |
2003 | Regarding the Pain of Others | Diante da dor dos outros[19] | Olhando o sofrimento dos outros |
2007 | At the Same Time: Essays & Speeches | Ao mesmo tempo | Ao mesmo tempo |
Outros
[editar | editar código-fonte]Ano | Título original | Título no Brasil | Título em Portugal |
---|---|---|---|
2008 | Reborn: Journals and Notebooks 1947–1963 | Diários (1947–63) | Renascer: diários e apontamentos 1947–1963 |
2012 | As Consciousness Is Harnessed to Flesh: Journals and Notebooks, 1964–1980 |
Notas
Referências
- ↑ «Susan Sontag». The New York Review of Books (em inglês). Consultado em 1 de outubro de 2021
- ↑ «Susan Sontag». The New York Review of Books (em inglês). Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ Welle (www.dw.com), Deutsche. «Susan Sontag Receives German Peace Prize, Criticizes U.S. | DW | 13.10.2003». DW.COM (em inglês). Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ «Finding fact from fiction». the Guardian (em inglês). 27 de maio de 2000. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ «Susan Sontag». Jewish Women's Archive (em inglês). Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ «Susan Sontag». Wikipedia (em inglês). 28 de dezembro de 2020. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ Sontag, Susan (1951). «Review of The Plenipotentiaries». Chicago Review (1): 49–50. ISSN 0009-3696. doi:10.2307/25292888. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ Ver Susan Sontag, Reborn: Journals and Notebooks 1947-1963, ed. D. Rieff, Farrar, Straus and Giroux, 2008, p.144.
- ↑ RUSH, FRED (maio de 2010). «Notes on Sontag by lopate, phillip Reborn: Journals and Notebooks 1947-1963 by sontag, susan». The Journal of Aesthetics and Art Criticism (2): 183–186. ISSN 0021-8529. doi:10.1111/j.1540-6245.2010.01403_5.x. Consultado em 8 de novembro de 2020
- ↑ Horowitz, Daniel (15 de março de 2012). Consuming Pleasures. [S.l.]: University of Pennsylvania Press
- ↑ «Subject Matter | Educational Content Exploration». www.gale.com (em inglês). Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ See C. Rollyson and L. Paddock, Susan Sontag: The Making of an Icon', W. W. Norton, 2000, p.38'.
- ↑ Fuson, John H. (dezembro de 1999). «Protecting the Press from Privacy». University of Pennsylvania Law Review (2). 629 páginas. ISSN 0041-9907. doi:10.2307/3312800. Consultado em 8 de novembro de 2020
- ↑ Ching, Barbara (abril de 2015). «Sontag, Susan (16 January 1933–28 December 2004)». Oxford University Press. American National Biography Online. ISBN 978-0-19-860669-7. Consultado em 8 de novembro de 2020
- ↑ Stycer, Maurício (24 de novembro de 1995). caderno "Ilustrada". «Sontag ensina a superar o medo da Aids». São Paulo. Folha de S. Paulo. 75 (24341): 5/11. ISSN 1414-5723. Consultado em 8 de abril de 2015. Arquivado do original em 12 de abril de 2015
- ↑ a b Moura, Rodrigo (6 de outubro de 2001). caderno "Ilustrada". «Na ribalta da América». São Paulo. Folha de S. Paulo. 81 (26484): E1. ISSN 1414-5723. Consultado em 8 de abril de 2015
- ↑ a b c d caderno "Livros". «Sontag encontra a vergonha na casa de Mann». São Paulo. Folha de S. Paulo. 68 (21759): H4. 29 de outubro de 1988. ISSN 1414-5723. Consultado em 8 de abril de 2015. Arquivado do original em 12 de abril de 2015
- ↑ Kehl, Maria Rita (11 de outubro de 2009). caderno "Mais!". «Linda, leve e solta». São Paulo. Folha de S. Paulo. 89 (29411). 7 páginas. ISSN 1414-5723. Consultado em 8 de abril de 2015
- ↑ Moura, Flávio (24 de agosto de 2003). caderno "Ilustrada". «Susan Sontag vê a dor». São Paulo. Folha de S. Paulo. 83 (27171): E4. ISSN 1414-5723. Consultado em 8 de abril de 2015. Arquivado do original em 12 de abril de 2015
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Nascidos em 1933
- Mortos em 2004
- Mulheres
- Doutores honoris causa da Universidade de Tübingen
- Escritores dos Estados Unidos
- Escritores LGBT dos Estados Unidos
- Estudiosos de Machado de Assis
- Ativistas dos direitos LGBT dos Estados Unidos
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