Conservadorismo socialista
Socialismo conservador, conservadorismo socialista ou socialismo burguês referem-se à defesa de uma monarquia com "consciência social".
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História
[editar | editar código-fonte]Um dos primeiros auto-proclamado proponente do "socialismo conservador" foi o político austríaco Klemens von Metternich já em 1847. Os monarquistas começaram a usar o "socialista" como uma antítese do "laissez-faire burguês" indicando confiança em uma "consciência social". "em oposição ao individualismo puro. Metternich dizia que os objetivos de um socialismo tão conservador eram "pacíficos, harmonizadores de classe, cosmopolitas, tradicionais".[1] O "socialismo monárquico" promoveu o paternalismo social retratando o monarca como tendo o dever "paternal" de proteger seu povo dos efeitos das forças econômicas livres.[1] O "socialismo conservador" de Metternich via o liberalismo como formas de ditadura de classe média sobre as massas e o nacionalismo como emancipador no caso de Guilherme I.[1]
Johann Karl Rodbertus, um latifundiário conservador monarquista e advogado que brevemente serviu como ministro da educação na Prússia em 1848, promoveu uma forma de socialismo de estado liderada por uma monarquia iluminada que apoiava a regulação estatal da economia.[2]
No seu Príncipios do Comunismo, Frederico Engels descreve-os como "socialistas em título", que somente procuram remover os males inerentes à sociedade capitalista, enquanto fundamentalmente mantêm as estruturas sociais existentes, as quais acrescentam instituições sociais, como sistemas de segurança social, e declaradamente grandiosas reformas sociais.[3] Entre os comunistas, opiniões variam sobre se o estereótipo do socialista burguês está a procurar proteger ou justificar o estado de coisas. Argumentam que, ao invés de abolir as classes sociais, os socialistas burgueses pretendem elevar todos à classe burguesa, para permitir a todos a possibilidade de acumular capital sem uma classe laboral. No seu Manifesto Comunista, Marx e Engels usam filantropos, monges ("fanáticos da temperança") e reformistas do regime como exemplos deste tipo de socialismo, que declaram opor os seus próprios objectivos políticos. Marx referencia a obra Miséria da Filosofia de Pierre-Joseph Proudhon como sendo de cariz burgo-socialista, declarando: "O socialista burguês quer todas as vantagens das condições sociais modernas sem as lutas e perigos necessariamente resultantes destas condições". As duas figuras pontífices do comunismo consideram-nos como trabalhando para os inimigos dos comunistas ao preservar as estruturas da sociedade que os comunistas procuram demolir, e assim Engels declara a necessidade da revolução socialista derrubar todos os burgueses, incluindo os que advogam por versões conservadoras do socialismo.[4]
Socialismo de direita
[editar | editar código-fonte]Socialismo de direita[5][6] é usado como um termo pejorativo por alguns movimentos e políticos conservadores de livre mercado e libertários de direita para descrever variantes intervencionistas do conservadorismo, pois eles as veem apoiando o paternalismo e a solidariedade social em oposição ao comercialismo, individualismo e à economia laissez-faire.[7][8] Eles argumentam que o conservadorismo paternalista apoia a hierarquia social promovida pelo Estado e permite que certas pessoas e grupos tenham um status mais alto em tal hierarquia que é conservadora.[9]
Embora distinto, o socialismo de direita também é usado mais comumente para se referir a formas social-democratas moderadas de socialismo quando contrastado com o marxismo-leninismo e outras alternativas de esquerda mais radicais. Durante o período pós-guerra no Japão, o Partido Socialista do Japão dividiu-se em dois partidos socialistas diferentes, geralmente distinguidos no Partido Socialista Esquerdista do Japão e o Partido Socialista Direitista do Japão. Este último recebeu mais de 10 por cento dos votos nas eleições gerais de 1952 e 1953 e era um partido social-democrata moderado de centro-esquerda.[10][11]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c Viereck, Peter. Conservative thinkers: from John Adams to Winston Churchill. New Brunswick, New Jersey, US: Transaction Publishers, 2006
- ↑ Marshall S. Shatz. Jan Waclaw Machajski: A Radical Critic of the Russian Intelligentsia and Socialism. Pittsburgh, Pennsylvania, US: University of Pittsburgh Press, 1989, p. 86.
- ↑ Engels, Frederick (1847). Os Príncipios do Comunismo. [S.l.: s.n.]
- ↑ Marx, Karl; Engels, Friedrich (1848). O Manifesto Comunista. "Capítulo III. Literatura socialista e communista". "2. Socialismo Conservador ou Burguês".
- ↑ Rothbard, Murray (2010). Left, Right, and the Prospects for Liberty. Auburn, Alabama: Mises Institute. p. 19.
- ↑ Huerta de Soto, Jesús (2010). Socialism, economic calculation and entrepreneurship. Col: New thinking in political economy (em inglês). Institute of Economic Affairs (Great Britain). Cheltenham, Glos, UK ; Northampton, MA: Edward Elgar. p. 80. OCLC 587153943
- ↑ Viereck, Peter (2006). Conservative thinkers: from John Adams to Winston Churchill (em inglês). New Brunswick, N.J: Transaction Publishers. p. 74. OCLC 61247314
- ↑ Huerta de Soto 2010, pp. 79–80.
- ↑ Huerta de Soto 2010, p. 79.
- ↑ Ware, Alan (1996). Political Parties and Party Systems. Oxford University Press. p. 395.
- ↑ Moask, Carl (2007). Japanese Economic Development: Markets, Norms, Structures. Taylor & Francis. p. 239.