Pellegrinisaurus
Pellegrinisaurus | |
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Diagrama mostrando elementos conhecidos do holótipo | |
Classificação científica | |
Domínio: | Eukaryota |
Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Clado: | Dinosauria |
Clado: | Saurischia |
Clado: | †Sauropodomorpha |
Clado: | †Sauropoda |
Clado: | †Macronaria |
Clado: | †Titanosauria |
Clado: | †Lithostrotia |
Família: | †Saltasauridae |
Subfamília: | †Opisthocoelicaudiinae |
Gênero: | †Pellegrinisaurus Salgado, 1996 |
Espécie-tipo | |
†Pellegrinisaurus powelli Salgado, 1996
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Pellegrinisaurus (que significa Lagarto de Pelligrini) é um gênero de dinossauro saurópode titanossauro que viveu na América do Sul durante o período Cretáceo Superior. O holótipo foi encontrado na Formação Allen, Argentina.
Descoberta
[editar | editar código-fonte]O holótipo atribuído, MPCA 1500, foi descoberto em 1975 por Roberto Abel. Foi recuperado do membro inferior da Formação Allen na localidade do Lago Pellegrini, Argentina, datando do Cretáceo Superior, Campaniano ao Maastrichtiano Inferior, mas não foi formalmente descrito até 1996 por Leonardo Salgado. O material fóssil incluia um fêmur direito incompleto, vinte e seis vértebras caudais e quatro dorsais. Inicialmente, os restos recuperados foram referidos ao Epachthosaurus, mas posteriormente essa hipótese foi abandonada porque o MPCA 1500 não compartilhava características derivadas com o holótipo do gênero em questão. Sakgado propôs o nome genérico Pellegrinisaurus em referência ao Lago Pellegrini, onde o espécime foi encontrado. O descritor específico powelli é em homenagem ao paleontólogo argentino Jaime E. Powell.[1]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Pellegrinisaurus era um titanossauro muito grande. Com base no material fóssil, estimou-se que ele mediria entre 20 a 25 metros de comprimento com uma massa corporal de cerca de 50 toneladas.[1][2]
Classificação
[editar | editar código-fonte]Pellegrinisaurus era um titanossauro lithostrotiano, intimamente relacionado ao gênero norte-americano Alamosaurus,[3][4][5] formando um clado que também pode incluir Dreadnoughtus,[4] Nullotitan,[5] Baurutitan,[4][5] e o possível sinônimo de Baurutitan[6] Trigonosaurus.[5] O clado contendo Alamosaurus e Pellegrinisaurus foi encontrado de várias maneiras como intimamente relacionado a, mas fora de Saltasauridae,[3][5] ou como um membro de Saltasauridae, dentro de Opisthocoelicaudiinae.[4] Alamosaurus e Pellegrinisaurus também foram considerados possíveis membros de Saltasaurinae[7] como Salgado propôs originalmente para Pellegrinisaurus quando o nomeou.[1]
Abaixo segue uma análise filogenética Pellegrinisaurus em Lithostrotia, conforme Cerda et al. 2021[5]
Lithostrotia |
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Paleoambiente
[editar | editar código-fonte]Restos de Pellegrinisaurus foram descobertos na Formação Allen no lago Pellegrino, Província de Río Negro. A formação é analisada e reconstituída como um ambiente costeiro úmido que gradualmente passou de uma planície de inundação de água doce para estuários pantanosos e depois lagoas rasas conforme o nível do mar subia. Um conjunto diversificado de vida aquática habitava a área, incluindo vários peixes, sapos e tartarugas. Intervalos mais recentes da formação incluem até mesmo alguns répteis marinhos, como vários plesiossauros, incluindo elasmossaurídeos e policotilídeos.[8] A vida vegetal inclui palmeiras e coníferas da família Podocarpeaceae ("pinheiros-ameixa"), que formaram densas florestas e pântanos.[9]
Pellegrinisaurus compartilhou seu ambiente como outros titanossauríanos como Aeolosaurus, Laplatasaurus e Rocasaurus, o hadrossaurídeo duvidoso Willinakaqe,[10] terópodes como o abelissaurídeo Quilmesaurus,[11] o dromaeossaurídeo unenlagiíneo Austroraptor,[12] um pássaro orniturano basal (Limenavis),[13] e um pássaro cimolopterígeo (Lamarqueavis).[14] A presença de carcarodontossaurídeos também foi apontada, embora membros desta família já estariam extintos na época que a datação da formação indica.[9] Restos indeterminados de nodossaurídeos também foram encontrados nesta formação.[15]
Referências
- ↑ a b c Salgado, L. (1996). «Pellegrinisaurus powelli nov. gen. et sp. (Sauropoda, Titanosauridae) from the Upper Cretaceous of Lago Pellegrini, Northwestern Patagonia, Argentina». Ameghiniana. 33 (4): 355–365. ISSN 1851-8044
- ↑ Paul, Gregory S. (2016). The Princeton Field Guide to Dinosaurs 2nd edition. Oxford: Princeton University Press. 235 páginas. ISBN 9780691167664
- ↑ a b Upchurch, Paul; Barrett, Paul M.; Dodson, Peter (2004). «Sauropoda». In: Weishampel, David B.; Dodson, Peter; Osmólska, Halszka. The Dinosauria 2 ed. Berkeley: University of California Press. pp. 259–322. ISBN 0-520-24209-2
- ↑ a b c d Sallam, H.; Gorscak, E.; O'Connor, P.; El-Dawoudi, I.; El-Sayed, S.; Saber, S. (26 de junho de 2017). «New Egyptian sauropod reveals Late Cretaceous dinosaur dispersal between Europe and Africa». Nature. 2 (3): 445–451. PMID 29379183. doi:10.1038/s41559-017-0455-5
- ↑ a b c d e f Cerda I, Zurriaguz VL, Carballido JL, González R, Salgado L (2021). «Osteology, paleohistology and phylogenetic relationships of Pellegrinisaurus powelli (Dinosauria: Sauropoda) from the Upper Cretaceous of Argentinean Patagonia». Cretaceous Research. 128. 104957 páginas. Bibcode:2021CrRes.12804957C. doi:10.1016/j.cretres.2021.104957
- ↑ Silva Junior, Julian C. G.; Martinelli, Agustín G.; Marinho, Thiago S.; da Silva, João Ismael; Langer, Max C. (15 de novembro de 2022). «New specimens of Baurutitan britoi and a taxonomic reassessment of the titanosaur dinosaur fauna (Sauropoda) from the Serra da Galga Formation (Late Cretaceous) of Brazil». PeerJ. 10: –14333. ISSN 2167-8359. PMC 9673870. PMID 36405026. doi:10.7717/peerj.14333
- ↑ Carballido, José L.; Otero, Alejandro; Mannion, Philip D.; Salgado, Leonardo; Pérez Moreno, Agustín (2022). «Titanosauria: A Critical Reappraisal of Its Systematics and the Relevance of the South American Record». In: Otero, Alejandro; Carballido, José L.; Pol, Diego. South American Sauropodomorph Dinosaurs. [S.l.]: Springer International Publishing. pp. 269–298. ISBN 978-3-030-95958-6
- ↑ O'gorman, José Patricio; Salgado, Leonardo; Gasparini, Zulma (2011). «Plesiosaurios de la Formación Allen (Campaniano-Maastrichtiano) en el Área del Salitral de Santa Rosa (Provincia de Río Negro, Argentina)». Ameghiniana. 48 (1): 129–135. doi:10.5710/AMGH.v48i1(308)
- ↑ a b Martinelli, Agustín; Forasiepi, Analía (2004). «Late Cretaceous vertebrates from bajo de Santa Rosa (Allen Formation), Río Negro province, Argentina, with the description of a new sauropod dinosaur (Titanosauridae)». Revista del Museo Argentino de Ciencias Naturales. Nueva Serie. 6 (2): 257–305. ISSN 1853-0400. doi:10.22179/revmacn.6.88
- ↑ Rubén D. Juárez Valieri, José A. Haro, Lucas E. Fiorelli and Jorge O. Calvo (2010). «A new hadrosauroid (Dinosauria: Ornithopoda) from the Allen Formation (Late Cretaceous) of Patagonia, Argentina» (PDF). Revista del Museo Argentino de Ciencias Naturales. New Series. 11 (2): 217–231
- ↑ Coria, R.A. (2001). «A new theropod from the Late Cretaceous of Patagonia». In: Tanke, Darren H.; Carpenter, Kenneth. Mesozoic Vertebrate Life. Col: Life of the Past. [S.l.]: Indiana University Press. pp. 3–9. ISBN 978-0-253-33907-2
- ↑ Novas, Fernando E.; Pol, Diego; Canale, Juan I.; Porfiri, Juan D.; Calvo, Jorge O. (22 de março de 2009). «A bizarre Cretaceous theropod dinosaur from Patagonia and the evolution of Gondwanan dromaeosaurids». Proceedings of the Royal Society of London B: Biological Sciences (em inglês). 276 (1659): 1101–1107. ISSN 0962-8452. PMC 2679073. PMID 19129109. doi:10.1098/rspb.2008.1554
- ↑ Clarke, Julia A.; Chiappe, Luis M. (27 de fevereiro de 2001). «A new carinate bird from the late Cretaceous of Patagonia (Argentina)» (PDF). American Museum Novitates (em inglês) (3323): 1–23. doi:10.1206/0003-0082(2001)323<0001:ANCBFT>2.0.CO;2. hdl:2246/2940
- ↑ Agnolin, Federico L. (29 de maio de 2010). «Un coracoides de ave del Cretácico Superior de Patagonia, Argentina». Studia Geologica Salmanticensia (em inglês). 46 (2): 99–119. ISSN 0211-8327
- ↑ Salgado, Leonardo; Coria, Rodolfo A. (Janeiro de 1996). «First evidence of an ankylosaur (Dinosauria, Ornithischia) in South America». Ameghiniana. 33 (4): 367–371