Pedro Reinel
Pedro Reinel | |
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Nascimento | século XV |
Morte | 1542 |
Cidadania | Reino de Portugal |
Ocupação | cartógrafo |
Pedro Reinel (ca. 1462 - ca. 1542) foi um cartógrafo português, autor da mais antiga carta de marear portuguesa assinada (c. 1485). Trata-se de um portulano representando a Europa Ocidental e parte de África, que reflecte as explorações efectuadas pelo navegador Diogo Cão em 1482-1484, ao longo da costa africana.
Atlas Miller e portulanos
[editar | editar código-fonte]Com o seu filho, Jorge Reinel, e o cartógrafo Lopo Homem, participou na elaboração do atlas conhecido por Atlas de Lopo Homem-Reineis ou Atlas de Miller, de 1519.
Ele e o seu filho foram considerados dos melhores cartógrafos do seu tempo, a ponto de o imperador Carlos V os desejar a trabalhar para si. O rei João III de Portugal outorgou-lhe, assim como a seus filhos, uma pensão anual de 15 000 reais.
As cartas e atlas destes cartógrafos encontram-se espalhados pelo mundo, desde a Biblioteca Nacional de França e os Archives Départementales de la Gironde, até à Biblioteca de Munique e à British Library.
"Pedro Reinel a fez"
[editar | editar código-fonte]A sua carta de marear de 1504 (com a inscrição "Pedro Reinel a fez") é a mais antiga da história da humanidade conhecida a ter uma escala de latitudes e a primeira a representar uma Rosa dos Ventos com uma Flor-de-lis.
"Pedro Reinel me fez"
[editar | editar código-fonte]O portulano datado de 1485 (a bandeira moura em Granada, torna evidente ser anterior a 1492) foi descoberto nos Archives Départementales de la Gironde em 1960, e tem a inscrição "Pedro Reinel me fez" .
Mostra a costa africana até às descobertas de Diogo Cão. Esta é a interpretação comum, já que é fora do comum o contorno da parte africana ter sido cortado, e prosseguido acima, dentro de África. Curiosamente, rodando a carta, pode notar-se que esta escolha de representação torna-a ali praticamente idêntica à costa mexicana, que também incidentalmente, se situa à mesma latitude.
Neste sentido, de uma ligação entre a exploração africana e a correspondência com exploração à mesma latitude no continente americano, Luisa Isabel Álvarez de Toledo, Duquesa de Medina Sidónia, escreveu o livro "America versus Africa: La Fuerza del Paradigma", onde sustentou essa tese com bastante documentação.[1]
Referências
- ↑ Luisa Isabel Alvarez de Toledo, «America versus Africa: La Fuerza del Paradigma». pt.scribd.com, 2000. ISBN 9788460711353
Ver também
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