Mitsubishi F-2
Mitsubishi F-2 | |
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Mitsubishi F-2 | |
Descrição | |
Tipo / Missão | Caça |
País de origem | ![]() |
Fabricante | Mitsubishi |
Período de produção | 1995–2011 |
Quantidade produzida | 98 (inlcuindo 4 protótipos) |
Custo unitário | USD 127 milhões |
Introduzido em | 2000 |
Mitsubishi F-2 é uma aeronave de múltiplas funções, derivada do General Dynamics F-16 Fighting Falcon. Ela foi fabricada pela Mitsubishi Heavy Industries, em conjunto com a Lockheed Martins para servir as Forças de Autodefesa do Japão (JASDF) onde substituiria as antigas Mitsubishi F-1 japonesas. Durante a produção do vetor, houve uma divisão de trabalho de 60/40% entre os Estados Unidos e o Japão.
A produção da aeronave foi iniciada em 1995, sendo que o seu primeiro voo ocorreu em 7 de Outubro do mesmo ano. Sua produção progrediu em 1996, mas devido aos atrasos no programa, a primeira F-2 só veio a entrar em serviço no ano de 2002. Assim, somando-se com esta primeira, as 76 aeronaves começaram a se tornar operacionais entre 2000 e 2008. Logo, até a atualidade, foram produzidas um total de 98 aeronaves.
A F-2 representou um grande avanço em sua época por ter sido a primeira aeronave de combate a ser equipada com um radar de varredura eletrônica ativa (AESA). Neste caso, ela foi equipada com o radar J/APG-1 AESA no mesmo ano de sua produção, em 1995. Junto com tal radar, a aeronave foi habilitada a levar armamentos que incluem tanto mísseis ar - ar como mísseis ar - superfície, além de vários tipos de bombas. Em tese, ele possui uma capacidade de armas maior do que a F-16 devido a sua área alar também maior. Além do armamento externo, o F-2 possui um canhão interno de 20mm, o JM61A1 instalado na raiz da asa esquerda.
A F-2 recebeu o apelido de ´´Viper Zero´´ que foi uma combinação do apelido inicial que fora dado para a F-16, embora esta última tenha ficado conhecido como Fighting Falcon. Já o Zero foi uma alusão a antiga aeronave Mitsubishi A6M Zero que fora utilizada pela Marinha Imperial Japonesa na época da Segunda Guerra Mundial.[1]
Origem do programa FS-X
[editar | editar código-fonte]Em Julho de 1982 (Shōwa 57), o Conselho de Segurança Nacional Japonês, aprovou o programa ´´Estimativa de Médio Prazo de Negócios para 1981´´. E pela primeira vez, também aprovou o programa chamado Next Support Fighters que fora apelidado de FS-X. Isto ocorreu porque a Força Aérea de Auto Defesa do Japão (JASDF) e seus contratantes, resolveram desenvolver um vetor nacional (produzido no próprio Japão) para substituir as suas já antigas lutadoras Mitsubishi F-1[2].
Todavia, a história que levou ao nascimento do programa, se iniciou muito antes de sua aprovação. O nascimento do corpo Support Fighter começou com a reorganização das F-86Fs que eram compostas por excedentes devido ao desenvolvimento do F-104J/DJ. O Japão tinha adquirido um total de 480 aeronaves F-86F sendo que, 180 delas foram doadas e outras 300 foram produzidas sobre licença no próprio país. Este número era tão grande que 45 das aeronaves tiveram de ser devolvidas e seria necessário um corpo para lidar com tal problema. Durante o auge de 1965, haviam 19 Esquadrões que incluíam aeronaves como F-86F, F-86D, F-104J/DJ. Destes, 10 esquadrões eram formado apenas por F-86Fs.
Para melhorar esta situação, estes esquadrões começaram a receber uma designação como uma unidade de acordo com suas funções. Tal designação abrangeu cada uma das unidades aéreas do norte do Japão, os Corpos do Distrito Aéreo de Chubu e os Corpos do Distrito Aéreo do Oeste do País. Contudo, nenhum destes esquadrões de F-86F havia sido reorganizado como esquadrões de combate de apoio ou suporte uma vez que, os mesmos estivessem sendo usados para tal. A principal função destas aeronaves era o combate aéreo e mesmo que fossem designadas como suporte,continuariam realizando medidas contra invasão do espaço aéreo.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/27/F-2_Japan_Self-Defense_Forces_Fighter_001.jpg/220px-F-2_Japan_Self-Defense_Forces_Fighter_001.jpg)
Este desígnio das unidades foi aprovada pelo Gabinete do Japão em 1976 (Shōwa 51) sendo que três das unidades de caça foram determinadas como sendo de apoio e suporte como planejado no esboço do Programa de Defesa. Tal programa visava em definir as capacidades de defesa do Japão em tempos normais. Embora tivesse sido determinado, no referido esboço, a necessidade de 10 esquadrões de caças interceptadores junto com 250 aeronaves atuantes nos mesmos, o Programa de Defesa percebeu que seria necessário a presença de unidades de ataque. E isto os levou a reservarem apenas 3 destes esquadrões para tal fim. Logo, a ação de se criar 10 esquadrões de apoio acabou levando também a necessidade de aeronaves que além de serem interceptadoras, também fossem capazes de fazerem ataques ao solo.
E para piorar a situação, a vida útil da Mitsubishi F-1 era de 3.500 horas de voo o que levou a conclusão de que um dos esquadrões formados por esta aeronave não poderia ser mantido até 1990. E isto levou ainda mais a necessidade de uma nova substituta para mesma. Contudo,, este era um tempo muito curto e não seria suficiente para a produção de um novo vetor FS-X que fosse nacional.
O estudo do desenvolvimento da F-1 havia sido iniciado em 1978. Mas foi apenas em Dezembro de 1984 (Shōwa 59), que fora feita mais uma revisão das mesmas, onde foi relatado de que a vida útil da aeronave poderia ser estendida ate 4.050 horas de voo através do exame da resistência de suas cédulas. Devido ao efeito da crise do petróleo e algumas adversidades a mais, o tempo de voo destas aeronaves acabou se tornando menor do que o esperado sendo que o período de comissionamento foi estendido do cronograma original até 1997[3]. Assim era esperado que a aeronave pudesse atuar até dez anos após a sua implantação[2].
E foi imediatamente após a conclusão da revisão da F-1, que a Agência de Defesa Japonesa começou a analisar a próxima aeronave de caça doméstica. Para que isto fosse possível, o Japão iniciou um estudo de viabilidade no ano de 1985[2]. Os requisitos da aeronave era que a mesma deveria possuir uma estabilidade relaxada (como o CCV), um sistema de projeto auxiliado por computador e avançados equipamentos e sistemas de controle de armas e incêndio.
Desenvolvimento
[editar | editar código-fonte]As intenções iniciais do Japão foram em desenvolver uma aeronave doméstica baseada em seu sucesso anterior na produção do lutador F-15J sob licença da McDonnell Douglas(5). Os contratantes de defesa japoneses argumentaram de que eles precisariam construir uma nova aeronave desde o início para poderem desenvolver a habilidade de seus engenheiros e, por sua vez, desenvolverem a indústria de aeronaves japonesa[4].
À medida que o programa começou a tomar forma em 1985, muitos oficiais dos Estados Unidos levantaram suas preocupações a cerca de que o mesmo poderia resultar em uma aeronave inferior, o que enfraqueceria as relações de defesa entre os dois países. Logo, os oficiais do Pentágono, defenderam um desenvolvimento cooperativo ou uma co-produção de uma aeronave baseada na plataforma do F-16 ou do F/A-18. Isto porque eles acreditavam de que o Japão não concordaria em comprar tais aeronaves americanas[5].
Operadores
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Roblin, Sbastien (21 de Agosto de 2018). «Fact: A Tsunami Devastated Japan's Souped-Up F-16s». The National Interest. Consultado em 30 de Janeiro de 2021
- ↑ a b c Kaga, Hitoshi (julho de 2011). 「平成のゼロ戦」F2、その開発の軌跡と現状」『航空ファン』. Japão: Koku Fan, Bunrindo. p. páginas 50-57
- ↑ Matsumiya, Ren, Kanda, Kuniichi, Yasue, Masahiro, Kageyama,, Masami. «「XF-2の開発」». The Japan Society for Aeronautics and Astronautics: https://www.jstage.jst.go.jp/article/jjsass1969/46/536/46_536_476/_article/-char/ja/
- ↑ Yates, Ronald E. (11 de outubro de 2017). «U.S., Japan Wrestle Over Who Will Build Jet». Chicago Tribune. Chicago Tribune. Consultado em 13 de dezembro de 2022
- ↑ Spar, Debora (1991). «Co-Developing the FSX Fighter: The Domestic Calculus of International Co-Operation». International Journal. International Journal. 2 (47): 265–292. Consultado em 13 de dezembro de 2022