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Línguas torres-banks

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Torres-banks
Falado(a) em: Vanuatu
Região: Torba
Total de falantes: ~10.000
Família: Austronésia
 Malaio-Polinésia
  Oceânica
   Oceânica Meridional
    Vanuatu
     Vanuatu Setentrional
      Torres-banks
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---

As línguas Torres–Banks formam uma cadeia de línguas oceânicas meridionais faladas nas Ilhas Torres e Ilhas Banks, ao norte de Vanuatu.

Em 2011, foram reconhecidas 17 línguas faladas por 9.400 pessoas em 50 vilas, incluindo 16 línguas vivas (3 das quais estão em extinção) e uma língua extinta.[1]

As 17 línguas classificadas são:[1]:181

Língua Número de falantes ISO 639-3 código Ilha(s) falada(s)
Hiw 280 [hiw] Hiw
Lo-Toga 580 [lht] Tegua, Lo, Toga
Lehali 200 [tql] Uréparapara
Löyöp 240 [urr] Uréparapara
Volow extinta [mlv] Mota Lava
Mwotlap 2100 [mlv] Mota Lava
Lemerig 2 (em extinção) [lrz] Vanua Lava
Vera'a 500 [vra] Vanua Lava
Vurës 2000 [msn] Vanua Lava
Mwesen 10 (em extinção) [msn] Vanua Lava
Mota 750 [mtt] Mota
Nume 700 [tgs] Gaua
Dorig 300 [wwo] Gaua
Koro 250 [krf] Gaua
Olrat 3 (em extinção) [olr] Gaua
Lakon 800 [lkn] Gaua
Mwerlap 1100 [mrm] Mere Lava

Estudos comparativos

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Diversos estudos sobre as línguas Torres–Banks abordam aspectos variados de sua estrutura e evolução. Um estudo investigou o desenvolvimento histórico dos sistemas vocálicos, revelando como essas línguas possuem uma rica variedade de vogais que evoluíram de formas complexas. Outro estudo focou na evolução dos sistemas de artigos de substantivos, demonstrando como as línguas Torres–Banks têm sistemas de artigos que variam em complexidade e uso.[2]

A gramaticalização de pronomes pessoais leves em marcadores para o aspecto aoristo foi analisada, mostrando que várias línguas da família Torres–Banks transformaram pronomes pessoais em marcadores aspectuais que indicam ações completadas ou pontuais.[3] Também se examinou o isomorfismo estrutural e a diversidade lexical nessas línguas, revelando que, embora compartilhem algumas características estruturais comuns, há uma significativa variação lexical que reflete a diversidade cultural e histórica das comunidades que falam essas línguas.[4]

Além disso, houve pesquisas sobre a reconstrução etimológica de termos espirituais, que exploraram como conceitos religiosos e espirituais são expressos e evoluíram nas línguas Torres–Banks, oferecendo proposta acerca das práticas culturais e das mudanças na cosmovisão das comunidades. O desenvolvimento histórico dos sistemas de direcionais espaciais geocêntricos foi estudado, revelando como essas línguas utilizam referências espaciais para descrever localização e movimento em relação ao ambiente.[5][6] A morfologia histórica dos pronomes pessoais também foi investigada, mostrando as mudanças morfológicas e funcionais que esses pronomes sofreram ao longo do tempo.[7]

Estrutura genealógica da relação Torres–Banks

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A estrutura interna da relação Torres–Banks foi avaliada com base no método comparativo, e apresentada no contexto da glotometria histórica.[8][9] Em seguida, os subgrupos mais apoiados nessa abordagem (em ordem decrescente de proximidade genealógica):[10]

  • Mwotlap – Volow
  • Hiw – Lo-Toga
  • Vurës – Mwesen
  • Lemerig – Vera'a
  • Koro – Olrat – Lakon
  • Dorig – Koro – Olrat – Lakon
  • Olrat – Lakon
  • Lehali – Löyöp – Mwotlap – Volow
  • 15 línguas Banks juntas (Lehali – Löyöp – Mwotlap – Volow – Lemerig – Vera'a – Vurës – Mwesen – Mota – Nume – Dorig – Koro – Olrat – Lakon – Mwerlap)

É possível que o ancestral comum estrito de qualquer dois membros da relação Torres–Banks seja o Proto-Oceânico em si.[1]:188 Evidências disso são encontradas na preservação de consoantes finais em Lakon (por meio de uma vogal paragógica agora perdida), consoantes que foram perdidas na maioria das outras línguas.[11][1]:200

Língua Proto

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Ver artigo principal: Língua proto-torres-banks

O ancestral comum de todas as línguas Torres-Banks é chamado Proto-Torres–Banks, visto como uma cadeia de dialetos mutuamente inteligíveis dentro das ilhas Torres e Banks.[1]:190

  1. a b c d e François (2011).
  2. Francois, Alexandre (dezembro de 2005). «Unraveling the History of the Vowels of Seventeen Northern Vanuatu Languages». Oceanic Linguistics (em inglês) (2): 443–504. ISSN 1527-9421. doi:10.1353/ol.2005.0034. Consultado em 4 de agosto de 2024 
  3. François, Alexandre (2007). «23. Noun articles in Torres and Banks languages». Amsterdam: John Benjamins Publishing Company: 313–326. Consultado em 4 de agosto de 2024 
  4. Adelaar, Karl Alexander; Pawley, Andrew; Blust, Robert, eds. (2009). Austronesian historical linguistics and culture history: a festschrift for Robert Blust. Col: Pacific Linguistics. Canberra: Pacific Linguistics, Research School of Pacific and Asian Studies, Australian National University 
  5. François, Alexandre (22 de janeiro de 2012). «The dynamics of linguistic diversity: egalitarian multilingualism and power imbalance among northern Vanuatu languages». International Journal of the Sociology of Language (214). ISSN 1613-3668. doi:10.1515/ijsl-2012-0022. Consultado em 4 de agosto de 2024 
  6. Mailhammer, Robert, ed. (2013). Lexical and structural etymology: beyond word histories ; [symposium at the Kioloa campus of the Australian National University in April 2010, the First Kioloa Symposium on Etymology]. Col: Studies in language change. Boston Berlin: Walter de Gruyter 
  7. François, Alexandre (2016). «The historical morphology of personal pronouns in northern Vanuatu». Faits de Langues (1): 25–60. ISSN 1244-5460. doi:10.1163/19589514-047-01-900000003. Consultado em 4 de agosto de 2024 
  8. Bowern, Claire; Evans, Bethwyn, eds. (2015). The Routledge handbook of historical linguistics. Col: Routledge handbooks in linguistics. New York: Routledge 
  9. François, Alexandre (dezembro de 2017). Léonard, Jean-Léo, ed. «Méthode comparative et chaînages linguistiques : Pour un modèle diffusionniste en généalogie des langues». Peeters. Mémoires de la Société de Linguistique de Paris: 43–82. Consultado em 4 de agosto de 2024 
  10. Kikusawa, Ritsuko; Lawrence A., Reid (2018). [Kalyan, Siva; François, Alexandre (2018), «Freeing the Comparative Method from the tree model: A framework for Historical Glottometry» (PDF), in: Kikusawa, Ritsuko; Reid, Laurie, Let's talk about trees: Tackling Problems in Representing Phylogenic Relationships among Languages, Senri Ethnological Studies, 98, Ōsaka: National Museum of Ethnology, pp. 59–89  Let's Talk About Trees: Genetic Relationships of Languages and their Phylogenic Representation] Verifique valor |url= (ajuda) (PDF). Osaca: National Museum of Ethnology 
  11. François (2005: 479-481).
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