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Irvingiaceae

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaIrvingiaceae
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
(sem classif.) fabídeas
Ordem: Malpighiales
Família: Irvingiaceae
Exell & Mendonça[1]
Géneros
Inflorescência de Irvingia smithii.
Frutos de Irvingia smithii.
Ilustrção mostrando Klainedoxa gabonensis.
Massa oleosa feita com sementes trituradas de Irvingia gabonensis para preservação (pão de dika).
Sementes torradas de Irvingia gabonensis.
Inflorescência de Irvingia smithii.

Irvingiaceae é uma família de plantas com flor, pertencente à ordem Malpighiales, que agrupa 3 géneros e 13 espécies[2] com distribuição natural nas regiões tropicais da África e Sudeste Asiático.

As espécies da família Irvingiaceae são árvores perenifólias que nalguns casos atingem grande porte e formam parte importante da canópia das florestas onde ocorrem.

As folhas são de filotaxia alternada, simples e coreáceas. As estípulas são grandes ou muito longas.

As flors são pequenas, pentâmeras, com disco, cálice e coroa claramente reconhecíveis. Geralmente estão presentes 10 estames livres, embora mais raramente possam ser apenas 9 estames. Os dois ou cinco carpelos estão fundidos. O fruto é uma drupa ou uma noz alada

Distribuição

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A família Irvingiaceae tem distribuição natural nas florestas tropicais húmidas da Região Paleotropical, com espécies que ocorrem nas regiões de clima tropical da África Ocidental e Central, Madagáscar, e Sueste Asiático (da Indochina à Malésia).

Os frutos e sementes de algumas espécies do género Irvingia, com destaque para Irvingia barteri, são usadas como alimento e para a produção de óleo vegetal. Algumas espécies são produtoras de madeiras úteis, aproveitadas por abate de árvores silvestres.

Os frutos de Irvingia são comidos frescos nas suas regiões de ocorrência, razão pela qual são por vezes designados por manga africana.[3] A polpa do fruto pode também ser processada em geleias, compotas, sumos e, por vezes, fermentada para produzir um vinho sucedâneo.[4] A polpa também tem sido utilizada para produzir um corante negro utilizado em tinturaria, permitindo escurecer tecidos.[4]

O revestimento da semente (o epicarpo rijo que a recobre) tem que ser aberto para chegar ao endosperma. As sementes, conhecidas em muitas regiões por dika, são consumidas cruas ou torradas. Quando esmagados produzem uma massa gordurosa, conhecida por manteiga de dika, que pode ser moldada em blocos parecidos com chocolate.[5]

As sementes podem ser prensadas para produzir um óleo, que é sólido à temperatura ambiente, que se comporta como uma margarina e é usado para cozinhar. O óleo pode também ser processado para produzir sabão ou cosméticos.[5] O bagaço resultante da prensagem pode ser usado para alimentação de gado ou como espessante para sopas. As sementes podem ser esmagadas ou trituradas e usadas como agente espessante e aromatizante em sopas e guisados.[3] As sementes trituradas podem ser transformados num bolo, chamado pão de dika, para preservação.[3][6]

A madeira é dura pelo que pode ser usada para construção pesada, incluindo construção naval (pavimentos de convés) e travessas de caminho-de-ferro.[3] As ramagens são usadas como lenha.[5]

As árvores são usadas em sistemas agroflorestais para sombrear outras culturas, especialmente cacau e café. São também usadas para reduzir a erosão. As cidades começaram a usá-las para sombrear ruas, como constituinte de cinturas de abrigo ou para embelezamento.

Milhares de toneladas de sementes de dika são comercializadas em cada ano, principalmente na África.

Filogenia e sistemática

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Família composta por 3 géneros e aproximadamente 13 espécies que segundo a classificação morfológica clássica do sistema de Cronquist pertencia a família Simaroubaceae da ordem Sapindales.

Um estudo de filogenética molecular, realizado em 2012, usou dados resultantes da análise de um número alargado de genes e por essa via obteve uma árvore filogenética com maior resolução que a disponível nos estudos anteriormente realizados.[7] Nesse estudo foram analisados 82 genes de plastídeos de 58 espécies (a problemática família Rafflesiaceae não foi incluída), usando partições identificadas a posteriori pela aplicação de um modelo de mistura com recurso a inferência bayesiana. Esse estudo identificou 12 clados adicionais e 3 clados basais de maior significância.[7][8] A posição da família Irvingiaceae no contexto da ordem Malpighiales é a que consta do seguinte cladograma:

Oxalidales (grupo externo)

Malpighiales
euphorbioides

Peraceae

  

Rafflesiaceae

  

Euphorbiaceae

phyllanthoides

Picrodendraceae

Phyllanthaceae

linoides

Linaceae

Ixonanthaceae

clado parietal 
salicoides

Salicaceae

Scyphostegiaceae

Samydaceae

Lacistemataceae

Passifloraceae

Turneraceae

Malesherbiaceae

Violaceae

Goupiaceae

Achariaceae

Humiriaceae

clusioides

Hypericaceae

Podostemaceae

Calophyllaceae

Clusiaceae

Bonnetiaceae

ochnoides

Ochnaceae

Quiinaceae

Medusagynaceae

Rhizophoraceae

Erythroxylaceae

Ctenolophonaceae

Pandaceae

Irvingiaceae

chrysobalanoides

Chrysobalanaceae

Euphroniaceae

Dichapetalaceae

Trigoniaceae

Balanopaceae

malpighioides

Malpighiaceae

Elatinaceae

Centroplacaceae

Caryocaraceae

putranjivoides

Putranjivaceae

Lophopyxidaceae

A família Irvingiaceae é o grupo irmão da família Pandaceae, com a qual partilha algumas características morfológicas.

A família foi proposta por Arthur Wallis Exell e Francisco de Ascensão Mendonça e publicada em Conspectus Florae Angolensis 1: 279, 395. 1951,[9] sendo que o género tipo é Irvingia. O nome deste género, e por consequência da família, é uma homenagem ao médico naval escocês Edward George Irving.[10][11]

Na sua presente circunscrição taxonómica, a família Irvingiaceae contém 3 géneros[12] com cerca de 13 espécies:[13]

A família inclui os seguintes géneros:

O género Desbordesia, anteriormente aceite, foi incluído em Irvingia.

  1. Angiosperm Phylogeny Group (2009). «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III». Botanical Journal of the Linnean Society. 161 (2): 105–121. doi:10.1111/j.1095-8339.2009.00996.x. Consultado em 26 de junho de 2013. Arquivado do original em 25 de maio de 2017 
  2. Christenhusz, M. J. M.; Byng, J. W. (2016). «The number of known plants species in the world and its annual increase». Magnolia Press. Phytotaxa. 261 (3): 201–217. doi:10.11646/phytotaxa.261.3.1 
  3. a b c d «Irvingia gabonensis». AgroForestryTree Database. World Agroforestry Centre 
  4. a b «Irvingia gabonensis». Ecocrop. Food and Agriculture Organization. 1993–2007 
  5. a b c Tchoundjeu Z, Atangana, AR (2007). «Irvingia gabonensis (Aubry-Lecomte ex O'Rorke) Baill.». Plant Resources of Tropical Africa (PROTA); van der Vossen HAM, Mkamilo GS (Editors); Wageningen, Netherlands. Consultado em 30 de junho de 2016. Arquivado do original em 24 de setembro de 2015 
  6. Lost Crops of Africa. 2, Vegetables. Washington DC: National Academies Press. 2006. pp. 119–135. ISBN 0-309-10333-9 
  7. a b Xi, Z.; Ruhfel, B. R.; Schaefer, H.; Amorim, A. M.; Sugumaran, M.; Wurdack, K. J.; Endress, P. K.; Matthews, M. L.; Stevens, P. F.; Mathews, S.; Davis, C. C. (2012). «Phylogenomics and a posteriori data partitioning resolve the Cretaceous angiosperm radiation Malpighiales». Proceedings of the National Academy of Sciences. 109 (43). 17519 páginas. PMC 3491498Acessível livremente. PMID 23045684. doi:10.1073/pnas.1205818109 
  8. Catalogue of Organisms: Malpighiales: A Glorious Mess of Flowering Plants
  9. «Irvingiaceae». Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. Consultado em 20 de junho de 2015 
  10. D. Gledhill. The Names of Plants. Cambridge University Press, 2008.
  11. Lotte Burkhardt: Verzeichnis eponymischer Pflanzennamen. Erweiterte Edition. Botanic Garden and Botanical Museum Berlin, Freie Universität Berlin Berlin 2018. [1]
  12. «Irvingiaceae». Agricultural Research Service (ARS), United States Department of Agriculture (USDA). Germplasm Resources Information Network (GRIN) 
  13. a b c d e f g h i j k l m n Rafaël Govaerts (editor): Irvingiaceae no World Checklist of Selected Plant Families do Board of Trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew.

Ligações externas

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