Innocenti
Innocenti | |
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Atividade | Indústria automobilística |
Fundação | 1920 |
Fundador(es) | Ferdinando Innocenti |
Encerramento | 1996; 28 anos atrás |
Sede | Milão, Itália |
Produtos | Scooters, Automóveis |
Empresa-mãe | British Leyland (1972-1976) |
Innocenti (Pronúncia italiana: [innoˈtʃɛnti]) foi uma indústria italiana, originalmente fundada por Ferdinando Innocenti em 1920. A empresa produziu Lambretas e automóveis, muitos destes da British Leyland. A empresa foi descontinuada em 1996, 6 anos após a compra pela Fiat.
História
[editar | editar código-fonte]Após a Segunda Guerra Mundial, a companhia ficou famosa por suas Lambretas, como a LI125, LI150, TV175, TV200, SX125, SX150, SX200, GP125, GP150 e GP200.
De 1961 a 1976, a Innocenti fabricou sob licença da British Motor Corporation (Mais tarde British Leyland Motor Corporation) o Mini, com motores de 848 cc, 998 cc e 1.275 cc, seguido por outros modelos, incluindo o Regent (Austin Allegro), com motores de até 1.485 cc. Esta fase da empresa é comumente chamada de Leyland Innocenti. O Innocenti Spyder (1961-70) era uma versão do Austin-Healey MKII Sprite, desenhado pela Ghia. O carro era produzido pela OSI, próxima a Milão. Em 1972, a BMC adquiriu o controle da companhia.
Em 1972, os terrenos, imóveis e equipamentos da empresa foram comprados pela British Leyland em um acordo de aproximadamente £3 milhões.[1] A BL tinha altas expectativas para a sua subsidiária recentemente adquirida quando, segundo o que eles reportaram à imprensa britânica, as vendas da Innocenti na Itália estavam atrás apenas da Fiat e a frente da Volkswagen e da Renault:[1] havia expectativas de aumentar a produção anual de 56.452 em 1971 para 100.000. Entretanto, o pico da produção sob a BLMC foi de 62.834 em 1972, apesar de as exportações terem crescido de apenas 1 carro em 1971 para mais de 17.000 em 1974. [2] Demonstrando suas ambições, a empresa britânica colocou como o diretor-gerente um dos seus executivos sêniores britânicos mais jovens, o ex-controlador financeiro Geoffrey Robinson.[1] Três anos depois, a BLMC ficou sem dinheiro e foi nacionalizada pelo governo britânico.
Em fevereiro de 1975, a companhia passou para Alejandro de Tomaso e foi reorganizada pelo Grupo De Tomaso sob o nome de Nuova Innocenti. Benelli possuia ações e a British Leyland manteve 5% com a De Tomaso possuindo 44% com auxílio de um plano de resgate da GEPI, uma agência pública italiana que fornecia investimentos para corporações com dificuldades financeiras.[3] A administração era de total responsabilidade da De Tomaso, mas, e também depois em 1976, a GEPI e a De Tomaso combinaram seus 95% da Innocenti (além de toda a Maserati) em uma nova holding. [4]
Porém, com a perda do Mini, o Austin I5 e o Regent, as vendas estavam em queda livre. A produção foi reduzida quase que pela metade em 1975 e caiu para aproximadamente um quinto dos níveis de 1974 em 1976. Após essa crise, o novo Mini, estilizado pela Bertone começou a vender melhor e a produção subiu para estáveis 40.000 ao ano no final dos anos 70.[2] Os primeiros modelos tinham uma carroceria de 5 lugares desenhada pela Bertone e estavam disponíveis com os motores Leyland de 998 cc e 1.275 cc.
As exportações, que eram compostas majoritariamente pelas concessionárias locais da British Leyland, começaram a diminuir no início da década de 1980 porque a BL não queria competição interna do Innocenti Mini. As vendas à França (o maior mercado exportador da Innocenti) pararam em 1980, e as vendas alemãs em 1982. [5] Na mesma época, o acordo com os motores Leyland acabou e a produção logo despencou para pouco mais de 20.000. Tendo perdido o seu fornecimento de motores assim como toda a sua rede de concessionárias de exportação, a Innocenti encontrou-se sem um produto e meios de vendê-lo.
Contudo, a japonesa Daihatsu estava precisando uma parceira na Europa. Além de fornecer o conjunto mecânico, a Daihatsu deu à Innocenti acesso à sua florescente rede de concessionárias, entrando primeiramente nos mercados da França, Bélgica e Suíça. Já a Daihatsu ganhou acesso ao mercado italiano, e meios de entrar em outros mercados que possuiam fortes barreiras para carros japoneses. O fato de a Innocenti, assim como a Daihatsu, ser uma empresa focada em carros pequenos apenas fez a união mais fácil.[6] Isso era tão verdade que, a partir do ano-modelo 1983, o Innocenti foi completamente reprojetado, agora usando o motor de 993 cc de três cilindros do Daihatsu Charade e uma suspensão inteiramente nova. A aparência, no entanto, não mudou, mesmo sendo, essencialmente, um novo carro.[6] A De Tomaso desenvolveu uma versão Turbinada do motor que foi usada tanto por modelos Innocenti quanto Daihatsu.[7]
Além de fabricar seus próprios veículos, a De Tomaso, também utilizou as fábricas da Innocenti para produzir as carrocerias e a montagem final do Maserati Biturbo,[7] Quattroporte e do Chrysler TC by Maserati. Com a produção em queda, e os preços dos produtos similares da Fiat aumentando, a Innocenti tentou manter-se relevante adicionando mais equipamentos em seus veículos.[8] A Innocenti continuou produzindo seus próprios veículos até o começo de 1993. Desde 1990, quando foi adquirida pela Fiat, a Innocenti também vendeu o Yugo Koral e os modelos brasileiros Fiat Elba e Uno Mille no mercado italiano.[9] A marca foi descontinuada quando a venda destes modelos rebatizados terminaram em 1996.[10]
Relançamento em 2018
[editar | editar código-fonte]A Lambretta foi relançada novamente na exposição de motos de MIlão EICMA, em novembro de 2017.[11] Depois da compra da marca Lambretta pela Innocenti SA, agora um consórcio suíço, um novo modelo de motoneta, o V-special, foi lançado, disponível com motores de 50cc, 125cc e 200cc, e projetado para atender aos padrões Euro 4. A moto foi projetada na Áustria pela empresa austríaca Kiska, mas é produzida na Ásia. Houve exportações para a Austrália, Filipinas, Europa, Estados Unidos e Reino Unido.[12] A companhia planeja reintroduzir modelos clássicos no futuro.[13][14] A Lambretta está desenvolvendo plantas de produção na Índia, em conjunto com a Lohia Auto de Noida e o Grupo Bird de Nova Deli. Há planos de lançar uma motoneta elétrica em 2020.[15]
Referências
- ↑ a b c Garnier, Peter, ed. (11 de maio de 1972). «Worldwide news and comment: Innocenti under BL wing». Autocar (em inglês). 136 (3969): 3
- ↑ a b Mazzocchi, Gianni, ed. (Março de 1979). «Il bilancio è migliore di quanto dicano le cifre ufficiali» [Os Resultados São Melhores do Que os Números Oficiais Dizem]. Quattroruote (em italiano). 24 (280): 125
- ↑ Norbye, Jan P (1980), De Tomaso Pantera: '351' V8 Pantera, L, GTS, Gr3, GT4, ISBN 978-0-85045-382-9, Londres, Reino Unido: Osprey Publishing, p. 123
- ↑ Norbye, p. 124
- ↑ Heitz, Rudolf, ed. (1983). Auto Katalog 1984 (em alemão). 27. Stuttgart: Vereinigte Motor-Verlage GmbH & Co. KG. pp. 245, 247
- ↑ a b De Leener, Philippe (10 de março de 1983). «Le début d'une association fructueuse?» [O começo de uma relação frutífera?]. Bruxelas, Bélgica: Editions Auto-Magazine. Le Moniteur de l'Automobile (em francês). 34 (764): 18
- ↑ a b Heitz, Rudolf, ed. (1 de agosto de 1985). Auto Katalog 1986 (em alemão). 29. [S.l.]: Vereinigte Motor-Verlage GmbH & Co. KG. p. 104. 81530/85001
- ↑ Heitz, Rudolf, ed. (1987). Auto Katalog 1988 (em alemão). 31. [S.l.]: Vereinigte Motor-Verlage GmbH & Co. KG. p. 125
- ↑ Büschi, Hans-Ulrich, ed. (5 de março de 1992). Automobil Revue 1992 (em alemão e francês). 87. [S.l.]: Hallwag AG. p. 316. ISBN 978-3-444-00539-8
- ↑ «Innocenti». Austin-rover.co.uk. Consultado em 27 de setembro de 2010. Arquivado do original em 1 de outubro de 2010
- ↑ "Ropali brings Lambretta" Business Mirror, 28 de junho de 2018
- ↑ «Lambretta - The Legend is Back! | Ace Scooters & Motorcycles» (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2023
- ↑ News, Motorcycle (30 de maio de 2018). «Lambretta Scooters return to Australia». MCNews (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2023
- ↑ Hinchliffe, Mark (17 de julho de 2018). «Lambretta announces scooter prices». webBikeWorld (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2023
- ↑ D'Souza, Erwick Flynn; Gopinath, G.; Khan, Shadaab (2014). «Auto Balancing Bike». IEEE. doi:10.1109/tiiec.2014.014. Consultado em 22 de fevereiro de 2023