Geografia tradicional
25 de novembro de 2022 pode conter pesquisa inédita. |
A geografia tradicional é uma corrente da geografia que abrange desde as formulações do geógrafo Friedrich Ratzel até meados do século XX. O elemento de identidade mais importante dos geógrafos dessa tendência era a concepção de que a geografia consiste numa ciência de síntese ou ciência de contato entre as disciplinas que estudam a natureza e as da sociedade. Para realizar esse propósito integrador, os autores dessa corrente recorreram a um arsenal bastante eclético de ideias provenientes do positivismo, das “filosofias evolucionistas”, do romantismo e do netismo,[1] dando origem a três formas principais de pesquisa geográfica, que são:
O determinismo ambiental
[editar | editar código-fonte]- a escola possibilista
- a concepção de geografia como ciência da diferenciação de áreas
Nas duas primeiras propostas, o tema em destaque são as relações homem/natureza, enquanto a terceira, representada principalmente por Alfred Hettner e Richard Hartshorne, define as formas de integração entre elementos heterogêneos na crosta terrestre e sua variação espacial como objeto da geografia. Esta última subcorrente se destaca também por buscar conferir rigor conceitual e metodológico à geografia, de acordo com a ótica racionalista que foi se impondo nos meios científicos na primeira metade do século XX.[2] A geografia tradicional preocupava-se apenas com a natureza as velhas teorias veiculando sempre a ideia de expansão territorial como forma de poder, sem se preocupar com o lado social. Era de denominação da burguesia. Os geógrafos críticos tinham um conteúdo político a seguir, uma ideologia que era transformar a geografia tradicional, a rever seus conceitos em relação homem-natureza.
A geografia tradicional cedeu lugar a outras correntes quando se abandonou a ideia de que a contribuição original da geografia ao conhecimento científico estaria em ser uma ciência de síntese. Na segunda metade do século XX, com efeito, esse projeto foi substituído por outros, que, mesmo sem abandonarem totalmente o estudo das relações sociedade/natureza, passaram a se ocupar de novos objetos e a estudá-los com base em referenciais epistemológicos até então pouco valorizados pelos geógrafos. Na década de 1950, a geografia tradicional foi fortemente contestada pela geografia quantitativa, que se baseou no neopositivismo para redefinir o objeto e os métodos da geografia. Nas décadas de 1960 e, sobretudo, 1970, as concepções tradicionais foram contestadas também pela geografia humanista e pela geocrítica.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Paulo César da Costa Gomes. Geografia e modernidade. 4. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003
- ↑ Luis Lopes Diniz Filho. Fundamentos epistemológicos da geografia. Curitiba: Editora IBPEX, 2009 (Coleção Metodologia do Ensino de História e Geografia, 6)