Gadanha
A gadanha ou gadanho (no Brasil, também podendo ser denominado alfanje[1]) é uma ferramenta utilizada na agricultura para ceifar cereais ou para o corte de erva. Consiste de uma lâmina na extremidade de um cabo de madeira ou metálico de aproximadamente 170 cm, com uma pega perpendicular no extremo oposto e outra pega no meio para fornecer controle sobre a posição da lâmina. A lâmina tem aproximadamente 70 cm, com formato curvilíneo e fica perpendicular ao cabo principal, no outro extremo deste.[2] O manuseio da gadanha consiste de segurar os dois cabos menores de forma a deixar a lâmina paralela ao chão. Assim, o agricultor desloca-se oscilando a gadanha de um lado para o outro, ceifando cereais ou erva com facilidade. Entretanto, a gadanha requer muita experiência e cuidado para ser manuseada.[3]
História
[editar | editar código-fonte]A gadanha surgiu na Europa entre os séculos XII e XIII, sendo utilizada inicialmente para o corte de erva. Existem dois modelos, um melhor para o feno e outro melhor para o cereal, por não agredir tanto, cortar mais rente ao solo e preservar melhor as espigas. Em relação à foice, usada antes, rende quatro vezes mais e causa menos perda na colheita.
Só foi realmente introduzida em Portugal no começo do século XIX, por iniciativa da Academia de Ciências de Lisboa.[4]
Nos tempos atuais, foi substituída pelas ceifadoras mecânicas, mas ainda é indispensável em alguns países subdesenvolvidos ou em terrenos montanhosos.
Simbolismo
[editar | editar código-fonte]Por existirem muitas metáforas comparando a vida humana com o ciclo de plantio, a colheita do grão representaria a morte, sendo o alfange seu instrumento, simbolicamente empunhado por uma figura paramentada com túnica e capuz negros, representa a morte na Terra, vindo ceifar vidas humanas. É também um símbolo muito utilizado na heráldica.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Dicionário Online - Dicionário Caldas Aulete - Significado de alfanje». aulete.com.br. Consultado em 12 de dezembro de 2020
- ↑ Rodrigo de Moraes Soares (1870). O Archivo rural, Volume 13. [S.l.]: Typographia Universal. 347 páginas. GB
- ↑ Academia das Ciências (Lisboa) (1815). Memórias economicas da Academia Real das Sciencias de Lisboa, Volume 5. [S.l.]: da Academia. 24 páginas. GB
- ↑ Joaquim Pedro Fragoso de Siqueira (1821). Memoria sobre a necessidade, utilidade, e meios de introduzir em Portugal as gadanhas alemãs para a ceifa do trigo, centeio e cevada. [S.l.]: da Academia. GB