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Eleições estaduais no Piauí em 2014

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
2010 Brasil 2018
Eleições estaduais no  Piauí em 2014
5 de outubro de 2014
(Decisão em primeiro turno)
Candidato Wellington Dias Moraes Souza Filho
Partido PT PMDB
Natural de Oeiras, PI Parnaíba, PI
Vice Margarete Coelho Sílvio Mendes
Votos 1.053.342 555.201
Porcentagem 63,08% 33,25%
Candidato mais votado por município no 1º turno (224):
  Wellington Dias (214)
  Zé Filho (10)

Titular
Moraes Souza Filho
PMDB

Eleito
Wellington Dias
PT

As eleições estaduais no Piauí em 2014 ocorreram em 5 de outubro como parte das eleições em 26 estados e no Distrito Federal. Foram eleitos o governador Wellington Dias, a vice-governadora Margarete Coelho, o senador Elmano Férrer, 10 deputados federais e 30 deputados estaduais.[1] Como o primeiro colocado recebeu mais da metade do votos válidos, a eleição foi decidida em primeiro turno. Pela Constituição,[2] o novo governador terá um mandato de quatro anos a se iniciar em 1º de janeiro de 2015.

Após vencer as eleições para governador com Wellington Dias em 2002 e 2006 o PT consolidou a posição de partido governista no Piauí não apenas por suas realizações, mas também pelo alinhamento com o Governo Lula que dirigiu o país no mesmo período. Impossibilitado de lançar um candidato de suas fileiras, o partido apoiou em 2010 o nome de Wilson Martins, médico filiado ao PSB que chegou ao Palácio de Karnak após a renúncia do titular que disputaria com êxito um mandato de senador e com a vitória de Wilson Martins o petismo assegurou sua participação num novo período governamental[3] tendo ainda o suporte do Governo Dilma Rousseff.

O mando petista foi construído pelas vitórias de Wellington Dias sobre Hugo Napoleão e Mão Santa e pelo suporte do PMDB ao governo do PT enquanto as lideranças de oposição se alinhavam em torno do PSDB, que desde 1992 é o vencedor das eleições municipais em Teresina.[4] Tal cenário foi mantido até 2013 quando o PSB rompeu os vínculos com o Governo Federal e lançou a candidatura presidencial de Eduardo Campos e em virtude dessa realidade o PT foi lançado à oposição no cenário estadual e passou a combater tanto Wilson Martins quanto Moraes Souza Filho (Zé Filho), que assumiu o governo em abril de 2014 após a renúncia do titular e se consolidou como candidato do PMDB ao substituir o deputado federal Marcelo Castro.[5]

Derrotado na eleição para prefeito de Teresina em 2012, Wellington Dias reconstruiu seu grupo político ao aliar-se ao senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP e genro do ex-governador Lucídio Portela, oferecendo à deputada estadual Margarete Coelho a candidatura a vice-governadora e também atraiu o PTB que elegeu Elmano Ferrer como substituto do senador João Vicente Claudino. Apurados os votos esta chapa foi vencedora e deu a Wellington Dias a inédita condição de vencer três eleições diretas para o Palácio de Karnak tornando-se o primeiro piauiense a romper a barreira do milhão de votos e ainda estabeleceu um novo recorde percentual na disputa pelo governo do estado.[1][nota 1]

No referente à eleição para senador o triunfo de Elmano Ferrer fez de Wilson Martins o primeiro ex-governador a ser derrotado na disputa senatorial no mesmo ano da renúncia ao Executivo desde Chagas Rodrigues em 1962, embora a legislação da época tenha permitido sua eleição para deputado federal no mesmo pleito.[4] Sobre o novo senador, ele nasceu em Lavras da Mangabeira e formou-se engenheiro agrônomo na Universidade Federal do Ceará e advogado pela Universidade Federal do Piauí. Secretário de Planejamento no governo Freitas Neto, foi eleito vice-prefeito de Teresina via PTB na chapa de Sílvio Mendes em 2004 e reeleito em 2008 sendo efetivado prefeito em 2010 quando o titular renunciou a fim de disputar o governo do estado. Derrotado por Firmino Filho ao buscar a reeleição na eleição municipal de 2012, Elmano Ferrer substituirá o senador João Vicente Claudino.[6][1][7]

Este ano a presença da mulher na política estadual alcançou um novo patamar após a eleição de Margarete Coelho como vice-governadora e também no aumento da presença feminina na bancada piauiense no Congresso Nacional com a efetivação da senadora Regina Sousa e a eleição de duas deputadas federais, embora a "bancada do batom" na Assembleia Legislativa tenha sofrido uma redução de sete para quatro integrantes.[1]

Resultado da eleição para governador

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Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Wellington Dias
PT
Margarete Coelho
PP
13
A vitória com a força do povo
(PT, PP, PTB, PR, PRP, PROS, PHS, SD)
1.053.342
63,08%
Moraes Souza Filho
PMDB
Sílvio Mendes
PSDB
15
Piauí no coração
(PMDB, PSDB, PSB, PSD, DEM, PPS, PDT, PCdoB, PV, PRB, PSL, PTN, PSDC, PMN, PTC, PTdoB, PEN)
555.201
33,25%
Mão Santa
PSC
Nilfrânio Nascimento
PSC
20
PSC
(sem coligação)
25.877
1,55%
Maklandel Aquino
PSOL
Romualdo Brasil
PCB
50
O poder popular na construção do socialismo
(PSOL, PCB)
22.480
1,35%
Daniel Solon
PSTU
Solimar Silva
PSTU
16
PSTU
(sem coligação)
6.452
0,39%
Neto Sambaíba
PPL
Rejane Palácio
PPL
54
PPL
(sem coligação)
4.217
0,25%
Lourdes Melo
PCO
Cloves José
PCO
29
PCO
(sem coligação)
2.180
0,13%
  Eleito

Resultado da eleição para senador

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O candidato Aldir Nunes (PCB) teve indeferido o seu registro.[1]

Candidatos a senador da República
Candidatos a suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
Elmano Ferrer
PTB
José Amauri
PROS
Alzenir Porto
PTB
141
A vitória com a força do povo
(PT, PP, PTB, PR, PRP, PROS, PHS, SD)
981.219
62,29%
Wilson Martins
PSB
Edvaldo Marques
PSB
Urbano Eulálio
PSDB
400
Piauí no coração
(PMDB, PSDB, PSB, PSD, DEM, PPS, PDT, PCdoB, PV, PRB, PSL, PTN, PSDC, PMN, PTC, PTdoB, PEN)
562.615
35,72%
Gustavo Henrique
PSC
Ismaías Mesquita
PSC
Hartemes Silva
PSC
200
PSC
(sem coligação)
19.286
1,22%
Geraldo Carvalho
PSTU
Petrônio de Paula
PSTU
Gervásio Santos
PSTU
160
PSTU
(sem coligação)
8.274
0,53%
Claudionor Oliveira
PPL
Lisete Napoleão
PPL
Sansei Maurício
PPL
544
PPL
(sem coligação)
3.840
0,24%
  Eleito

Deputados federais eleitos

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São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[8][9]

Número Deputados federais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
1311 Rejane Dias[nota 2] PT 134.157 7,74% São João do Piauí  Piauí
4040 Átila Lira PSB 129.276 7,46% Piripiri  Piauí
1111 Iracema Portela PP 121.121 6,99% Teresina  Piauí
1515 Marcelo Castro[nota 3] PMDB 111.132 6,41% São Raimundo Nonato  Piauí
5555 Júlio César PSD 99.750 5,75% Guadalupe  Piauí
1313 Assis Carvalho PT 94.093 5,43% Oeiras  Piauí
4041 Rodrigo Martins PSB 92.349 5,33% Teresina  Piauí
4036 Heráclito Fortes PSB 90.898 5,24% Teresina  Piauí
1410 Paes Landim PTB 82.549 4,76% São João do Piauí  Piauí
1490 Fábio Abreu[nota 2] PTB 80.839 4,66% Fortaleza  Ceará

Deputados estaduais eleitos

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Haviam 30 cadeiras na Assembleia Legislativa do Piauí, número vigente desde 1986 sendo relacionadas as legendas às quais pertenciam no momento da eleição.[1]

Número Deputados estaduais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
40111 Wilson Brandão PSB 63.400 3,57% Rio de Janeiro  Rio de Janeiro
15101 Severo Eulálio PMDB 48.374 2,73% Teresina  Piauí
15110 Zé Santana[nota 4] PMDB 46.955 2,65% Paraibano  Maranhão
15111 Themístocles Filho PMDB 44.462 2,51% Teresina  Piauí
15130 Juliana Moraes Souza PMDB 43.579 2,46% Teresina  Piauí
40123 Rubem Martins PSB 41.884 2,36% Santa Cruz do Piauí  Piauí
12369 Flávio Nogueira Júnior[nota 5] PDT 39.152 2,21% Teresina  Piauí
14454 Hélio Isaías da Silva[nota 6] PTB 37.764 2,13% Teresina  Piauí
55789 Georgiano Neto PSD 37.204 2,10% Teresina  Piauí
12345 Robert Rios PDT 36.903 2,08% Teresina  Piauí
45555 Marden Menezes PSDB 35.809 2,02% Teresina  Piauí
14114 Fernando Monteiro PTB 35.558 2,00% Teresina  Piauí
40555 Gustavo Neiva PSB 35.388 2,00% Teresina  Piauí
55555 José Pessoa Leal PSD 34.664 1,95% Água Branca  Piauí
13123 Francisco Lima[nota 6] PT 34.639 1,95% Matias Olímpio  Piauí
45123 Luciano Nunes[nota 7] PSDB 33.770 1,90% Teresina  Piauí
15199 Pablo Santos[nota 4] PMDB 33.665 1,90% Picos  Piauí
14123 Janaína Marques[nota 6] PTB 31.830 1,79% Teresina  Piauí
11111 Júlio Arcoverde PP 31.055 1,75% Teresina  Piauí
55132 Edson Ferreira PSD 30.606 1,73% São Raimundo Nonato  Piauí
13111 Fábio Novo[nota 8] PT 28.684 1,62% Bom Jesus  Piauí
15555 João Madison Nogueira PMDB 26.722 1,51% Corrente  Piauí
45145 Firmino Paulo PSDB 26.623 1,50% Teresina  Piauí
14789 Liziê Coelho PTB 26.552 1,50% Paulistana  Piauí
10123 Gessivaldo Isaías[nota 9] PRB 25.626 1,44% Teresina  Piauí
14000 Nerinho[nota 6] PTB 24.382 1,37% Picos  Piauí
22222 Fábio Xavier[nota 6] PR 24.163 1,36% São Luís  Maranhão
13678 Flora Izabel PT 23.733 1,34% Teresina  Piauí
36789 Evaldo Gomes PTC 21.059 1,19% Teresina  Piauí
36123 Hélio Oliveira PTC 12.997 0,73% Canto do Buriti  Piauí

Estatísticas parlamentares

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Na eleição para deputado federal as duas coligações mais votadas conseguiram cinco vagas cada enquanto na eleição para deputado estadual o placar foi de vinte a dez para os apoiadores do governador Moraes Souza Filho sobre os de Wellington Dias.[1]

Notas

  1. Tomando por base as eleições realizadas após o Estado Novo, Alberto Silva chegou ao governo por via indireta em 1970 e foi eleito em 1986. Anos mais tarde, Mão Santa foi o primeiro governador a ser eleito e reeleito em 1994 e 1998, respectivamente. Quanto a Hugo Napoleão este foi eleito em 1982 e regressou ao poder após a cassação de Mão Santa pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2001.
  2. a b Wellington Dias escolheu o deputado federal Fábio Abreu para a Secretaria de Segurança e Rejane Dias para a Secretaria de Educação enquanto o segundo suplente, Merlong Solano, ficou na Secretaria de Governo. Foram convocados então os suplentes Silas Freire e José Maia Filho.
  3. Afastou-se em favor do suplente, Flávio Nogueira, após ser nomeado para comandar o Ministério da Saúde pela presidente Dilma Rousseff.
  4. a b Em 6 março de 2007 Wellington Dias oficializou o retorno do PMDB ao governo estadual nomeando Zé Santana secretário de Assistência Social e Cidadania; no dia 30 Pablo Santos assumiu a presidência da Fundação Estatal Piauiense de Serviços Hospitalares (FEPISERH), resultando nas convocações de Ismar Marques e Mauro Tapety.
  5. Assumiu como secretário do Turismo em 16 de outubro de 2015 e assim garantiu o retorno de Belê Medeiros, afastada quando Luciano Nunes reassumiu o mandato que cabia ao mesmo.
  6. a b c d e Em 6 de março de 2015, Wellington Dias nomeou cinco deputados estaduais da coligação "A Vitória com a Força do Povo" para compor a sua equipe: Fábio Xavier (secretário das Cidades) Francisco Lima (secretário de Desenvolvimento Rural), Hélio Isaías (secretário da Defesa Civil), Janaína Marques (secretária de Infraestrutura) e Nerinho (secretário de Desenvolvimento Econômico). Em razão disso convocaram: Ziza Carvalho, Aluísio Martins, Cícero Magalhães, Henrique Rebelo e Joel Rodrigues da Silva. Outras mofificações ocorreram em 13 de abril de 2015 quando Ziza Carvalho (substituído por Francis Lopes) e Henrique Rebelo (substituído por João de Deus Sousa) foram nomeados, respectivamente, secretário de Meio Ambiente e secretário de Assistência Social e Cidadania. Além disso, a eleição de Joel Rodrigues da Silva para prefeito de Floriano em 2016 permitiu a convocação de Antônio Uchôa, porém como este era o suplente menos votado, deixou a Assembleia Legislativa quando Henrique Rebelo foi exonerado da secretaria que comandava.
  7. Presidente da Fundação Municipal de Saúde de Teresina (entre 23 de fevereiro e 22 de setembro de 2015) por escolha do prefeito Firmino Filho, deu lugar a Antônio Félix. Primeiro suplente de sua coligação, Antônio Félix exerceu o mandato até 29 de junho de 2017 quando Themístocles Filho o nomeou presidente da Fundação Humberto Reis (Fundalegis), ligada à Assembleia Legislativa do Piauí, ocasionando a convocação de Benedito Sá Filho.
  8. Nomeado secretário de Cultura em 29 de junho de 2015, permitiu a convocação de José Hamilton Furtado Castelo Branco.
  9. Mesmo integrante da coligação "Piauí no Coração III" (que apoiou Moraes Souza Filho), Gessivaldo Isaías foi nomeado secretário do Trabalho em 6 de março de 2015. A essa altura o primeiro suplente, Antônio Félix, já estava no exercício do mandato e assim Belê Medeiros foi convocada.

Referências

  1. a b c d e f g BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais – 2014». Consultado em 6 de outubro de 2014 
  2. BRASIL. Presidência da República. «Constituição de 1988». Consultado em 15 de junho de 2014 
  3. «Wilson Martins é reeleito governador do Piauí (UOL eleições 2010)». Consultado em 28 de setembro de 2014 
  4. a b «Banco de dados do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí». Consultado em 28 de setembro de 2014 
  5. «Zé Filho empossa secretários e diretores da nova gestão no Piauí (g1piaui.com)». Consultado em 28 de setembro de 2014 
  6. SANTOS, José Lopes dos. Política e Outros Temas. v. II. Teresina: Gráfica Mendes, 1991.
  7. BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Elmano Ferrer». Consultado em 29 de junho de 2017 
  8. «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 6 de outubro de 2014. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013 
  9. BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 6 de outubro de 2014