Preconceito linguístico
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Entende-se como preconceito linguístico ou glotofobia[1] o julgamento depreciativo contra determinadas variedades linguísticas. Segundo a linguista Marta Scherre, o "julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e, consequentemente, humilhante da fala do outro ou da própria fala" geralmente atinge as variedades associadas a grupos de menor prestígio social.[2]
O preconceito linguístico tem como consequências, a acentuação dos demais preconceitos a ele relacionados, como o preconceito cultural, o racismo, a homofobia etc. Ao ser constrangido, devido ao fato de sua fala não estar de acordo com a norma culta da língua, o falante pode apresentar características como medo e inferioridade.
Variação linguística e preconceito
[editar | editar código-fonte]Existem quatro modalidades que explicam as variantes linguísticas:
- Variação histórica (palavras e expressões que caíram em desuso com o passar do tempo);
- Variação geográfica (diferenças de vocabulário, pronúncia de sons e construções sintáticas em regiões falantes do mesmo idioma);
- Variação social (o desempenho linguístico do falante provém do meio em que vive, sua classe social, faixa etária, sexo e grau de escolaridade);
- Variação estilística (cada indivíduo possui uma forma e estilo de falar próprio, adequando-o de acordo com a situação em que se encontra)
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Norma culta
- Variação linguística
- Dialeto
- Sociolinguística
- Linguicídio
- Hipótese de Sapir-Whorf
- Etnocentrismo
Referências
- ↑ Ribeiro, Jocenilson (6 de dezembro de 2021). «Da xenofobia à glotofobia: a estrangeiridade como um problema discursivo». Revista da ABRALIN: 331–356. ISSN 0102-7158. doi:10.25189/rabralin.v20i3.1991. Consultado em 28 de dezembro de 2022
- ↑ «O preconceito linguístico deveria ser crime» por Marta Scherre. Galileu,.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- BAGNO, Marcos (2001). Preconceito lingüístico: o que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola. ISBN 8515018896
- CAMERON, Deborah (1995). Verbal Hygiene (em inglês). Londres/Nova Iorque: Routledge. ISBN 041510355X
- POSSENTI, Sírio (1997). Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas: Mercado de Letras. p. 96. ISBN 8585725249
- Nildo Viana (18 de abril de 2004). «Educação e Preconceito Lingüístico». Porto. A Página da Educação,. 13 (133): 42
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Entrevista com o linguista José Luiz Fiorin, linguista e professor da USP, sobre variação linguística e preconceito linguístico.
- Gramática e Política[ligação inativa], por Sírio Possenti, linguista e professor na UNICAMP. Novos Estudos Cebrap, ed. n° 7, novembro de 1983.
- Preconceito linguístico, por Sírio Possenti. Revista Ciência Hoje, 23 de dezembro de 2011.
- Nada na língua é por acaso por Marcos Bagno. Artigo originalmente publicado na revista Presença Pedagógica em setembro de 2006.
- Preconceito Lingüístico e não lingüístico, por Fábio Della Paschoa Rodrigues.
- (pt) Você conhece a discriminação linguística?, video