Saltar para o conteúdo

Dicotomia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Se procura pela noção em economia, consulte Dicotomia clássica; para os estudos de Saussure, veja Dicotomias saussurianas.

Uma dicotomia é uma partição de um todo (ou um conjunto) em duas partes (subconjuntos). Em outras palavras, esse par de partes deve ser

Essa partição também é frequentemente chamada de bipartição.

As duas partes assim formadas são complementos. Em lógica, as partições são opostas se existir uma proposição tal que ela se mantenha sobre uma e não sobre a outra.

Tratar variável contínua s ou multi variável categórica s como variável binária s é chamado dicotomização. O erro de discretização inerente à dicotomização é temporariamente ignorado para fins de modelagem.

Para ponderar conceitos dicotómicos é referida uma teorias. Nesse âmbito a teoria do Devir de Heráclito é uma importante filosofia pré-socrática. Heráclito de Éfeso, que viveu no século VI a.C., acreditava que a natureza está em constante mudança e transformação. Ele é famoso por suas afirmações de que “tudo flui” e "nada é permanente, exceto a mudança". Existe também o conceito de Devir que se refere ao processo contínuo de vir-a-ser, onde tudo está em constante transformação. Heráclito usava a metáfora do rio para ilustrar essa ideia, dizendo que "não se pode entrar duas vezes no mesmo rio"[1], pois a água está sempre em movimento e, portanto, o rio nunca é o mesmo. Isso significa que tanto o rio quanto nós mesmos estamos em constante mudança. Heráclito também acreditava que essa mudança constante é impulsionada por forças contrárias e que a contradição é o princípio de todas as coisas. Ele via o mundo como um equilíbrio dinâmico de opostos, onde a disputa entre esses opostos é o que gera a harmonia e a transformação contínua.

Uso e exemplos

[editar | editar código-fonte]
  • O texto acima se aplica diretamente quando o termo é usado em matemática, filosofia, literatura ou linguística. Por exemplo, se existe um conceito A e é dividido em partes B e não-B, as partes formam uma dicotomia: elas são mutuamente exclusivas, pois nenhuma parte de B está contida em não-B e vice-versa, e eles são conjuntamente exaustivos, pois cobrem todo o A e juntos novamente dão A.
  • Teoria dos conjuntos, uma relação dicotômica R é tal que aRb, bRa, mas não ambas.[2]

O termo dicotomia é do idioma grego em grego: διχοτομία dichotomía "dividido em dois" de δίχα dícha "em dois, separado" e τομή tomḗ ' '"um corte, incisão".

Referências

  1. Loeb, James. «Testimonia, Part 2: Doctrine». Harvard University Press 
  2. Komjath, Peter; Totik, Vilmos (2006). Problems and Theorems in Classical Set Theory. [S.l.]: Springer Science & Business Media. p. 497. ISBN 978-0-387-30293-5 
  • CHAVES, José dos Reis. A reencarnação segundo a bíblia e a ciência. São Paulo, Martin Claret, 1998.
  • MEDEIROS, Simone Doglio. Apostila de filosofia. 2000.
  • TELES, Antônio Xavier. Introdução ao estudo de filosofia. São Paulo, Ática 8a ed, 1972.