Saltar para o conteúdo

Roots (álbum de Sepultura)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Roots
Roots (álbum de Sepultura)
Álbum de estúdio de Sepultura
Lançamento 20 de fevereiro de 1996
Gravação Outubro - dezembro de 1995 no Indigo Ranch em Malibu, Califórnia
Gênero(s)
Duração 72:09
Gravadora(s) Roadrunner Records
Produção Ross Robinson
Cronologia de Sepultura
Chaos A.D.
(1993)
Against
(1998)

Roots é o sexto álbum de estúdio da banda brasileira de heavy metal Sepultura, lançado em 1996. Continuando o caminho delineado em Chaos A.D., Roots apresenta extensas influências de música brasileira, sendo sua principal característica o uso de percussão tribal.[1][2] O álbum também apresenta influências do então nascente gênero nu metal, com o uso proeminente de guitarras em afinação baixa[1] e riffs rítmicos e sincopados, ao contrário das influências industriais apresentadas em Chaos A.D..

Músicos diversos colaboraram na produção de Roots, incluindo Carlinhos Brown, Mike Patton do Faith No More, David Silveria e Jonathan Davis do Korn, além de DJ Lethal do Limp Bizkit. Algumas músicas foram gravadas numa tribo Xavante e contaram com o auxílio dos indígenas nas vocalizações. Roots é o último disco do grupo a contar com o vocalista e guitarrista original Max Cavalera.

Roots foi lançado para aclamação da crítica especializada, sendo considerado o 57° maior disco da música brasileira pela edição brasileira da revista Rolling Stone.[3] Além disso, tornou-se o disco mais vendido do Sepultura com mais de 500 000 cópias vendidas apenas nos Estados Unidos[4] e referência para bandas do gênero nu metal.[5][6][7] Em 2016, quando completou vinte anos, havia vendido mais de 2 milhões de cópias no total.[1]

Contexto e visita aos xavantes

[editar | editar código-fonte]

“Foi um choque cultural para os dois lados. Mas foi tudo muito tranquilo, bom para todas as partes, porque todos deram o coração e se empenharam para fazer daquela uma boa experiência. Eles nos falaram que tinham esse sonho, de gravar com os índios e queriam uma música que fosse bonita e forte. Mostramos nossas músicas de cura. Mostramos uma, que ouviram várias vezes e não gostaram. Na segunda, sentiram que podia fazer um arranjo, colocar um ritmo legal e foi assim que gravamos.[1]

— Cipassé, lider xavante à época da visita da banda

No disco anterior do Sepultura, Chaos A.D., a banda já experimentava com elementos de música indígena, mais precisamente na faixa "Kaiowas". A ideia de trabalhar com um povo indígena cresceu na banda, e ganhou força após o vocalista e guitarrista Max Cavalera assistir o filme Brincando nos Campos do Senhor (particularmente a cena em que o personagem de Tom Berenger salta de paraquedas em uma aldeia).[1]

Depois de convencer a gravadora Roadrunner Records a apoiar o projeto, Max conversou com a jornalista Angela Pappiani, do Núcleo de Cultura Indígena. A ideia era trabalhar com os caiapós, mas após Max ser avisado de que eles não eram muito pacíficos, a banda escolheu os xavantes, após ouvirem uma música deles num festival em Nova Iorque. Todo o processo entre abordar a gravadora e realizar a visita de fato levou quase um ano.[1]

Angela apresentou o som do Sepultura ao povo, que aceitou então recebê-los. Acompanhada pelo produtor Ross Robinson, a banda embarcou para Goiânia, de onde seguiu para a região de Camarana, no Mato Grosso em novembro de 1995. A visita durou três dias e os integrantes imergiram na cultura local, tendo seus corpos pintados, comendo a comida dos indígenas e tomando banho de rio.[1]

A visita resultou na gravação da faixa "Itsári" (que, assim como o título do álbum, significa "raízes"[1]). A performance dos indígenas foi capturada com um gravador de oito canais alimentado com bateria de caminhões, uma vez que não havia energia elétrica no local.[1]

Segundo Angela e o líder da tribo, Cipassé, Roots ajudou a dar projeção ao povo, que passou a ser reconhecido pelo seu nome específico e não apenas como "índios". Angela afirma que a busca por informações e produtos artísticos dos xavantes cresceu após a colaboração deles com a banda.[1]

Todas as letras escritas por Max Cavalera, exceto onde anotado. Todas as músicas compostas por Sepultura (banda), exceto onde anotado.

N.º TítuloLetrasMúsica Duração
1. "Roots Bloody Roots"     3:32
2. "Attitude"  Dana Wells  4:15
3. "Cut-Throat"     2:44
4. "Ratamahatta" (com Carlinhos Brown, David Silveria)Sepultura, Carlinhos BrownSepultura, Carlinhos Brown 4:30
5. "Breed Apart"  Andreas Kisser, Max Cavalera  4:01
6. "Straighthate"     5:21
7. "Spit"     2:45
8. "Lookaway" (com Jonathan Davis, Mike Patton, DJ Lethal)Jonathan DavisSepultura, DJ Lethal 5:26
9. "Dusted"  Andreas Kisser  4:03
10. "Born Stubborn"     4:07
11. "Jasco"  (instrumental)Andreas Kisser 1:57
12. "Itsári" (com a tribo xavante)(instrumental)Tribo Xavante, Sepultura 4:48
13. "Ambush"     4:39
14. "Endangered Species"     5:19
15. "Dictatorshit"     1:26
16. "Canyon Jam" (faixa escondida)(instrumental)  13:16
Bônus na edição brasileira
N.º Título Duração
17. "Procreation (of the Wicked)" (cover do Celtic Frost) 3:39
18. "Symptom of the Universe" (cover do Black Sabbath) 4:16
Duração total:
79:58

Músicas promocionais de 25 anos

[editar | editar código-fonte]
  1. "Procreation (Of the Wicked)" (cover do Celtic Frost) – 3:39
  2. "Mine" (com Mike Patton) – 6:25
  3. "War" (cover do Bob Marley) – 6:40
  4. "Lookaway" (Mixagem de Master Vibe) – 5:36
  5. "Mine" (Mixagem de Andy Wallace) – 7:58
  6. "Dusted" (Demo) – 4:27
  7. "Roots Bloody Roots" (Demo) – 3:32
  8. "R.D.P." (Demo) – 1:15
  9. "Untitled" (Demo) – 4:14
  10. "Attitude" (Ao Vivo no Ozzfest) – 5:37
  11. "Roots Bloody Roots" (Mixagem 1 de Megawatt) – 4:01
  12. "Roots Bloody Roots" (Mixagem 2 de Megawatt) – 4:08
Críticas profissionais
Avaliações da crítica
Fonte Avaliação
allmusic 4.5 de 5 estrelas.[8]
Rolling Stone 3 de 5 estrelas.[9]
Sound Of Metal 9 de 10 estrelas.[10]
The Metal Observer 8.5 de 10 estrelas.[11]
Yahoo! Music (favorável)[12]
Esta tabela precisa de ser acompanhada por texto em prosa. Consulte o guia.


Em sua revisão do álbum publicada ao comentar Dia Mundial do Rock 2022, Regis Tadeu disse que os temas das letras de todas as músicas do disco "continuam assombrosamente atuais".[13]

Participações

[editar | editar código-fonte]

Ficha técnica

[editar | editar código-fonte]

Desempenho nas paradas

[editar | editar código-fonte]

Certificações

[editar | editar código-fonte]

Álbum - Certificações por vendas de gravação musical

Ano País Certificação Número Cópias Vendidas
1997 Austrália Ouro 35,000+[30]
1997 Canadá Ouro 50,000+[31]
1997 França Ouro 100,000+[32]
1998 Áustria Ouro 10,000+[33]
2001 Reino Unido Ouro 100,000+[34]
2005 Estados Unidos Ouro 500,000+[35]
? Países Baixos Ouro 30,000+[36]

Referências

  1. a b c d e f g h i j Dehò, Maurício (19 de março de 2016). «Há 20 anos, visita a índios e choque cultural criavam clássico do Sepultura». UOL. Grupo Folha. Consultado em 3 de novembro de 2020 
  2. «SEPULTURA's 'Roots' Is One Of 'Ten Greatest Covers In Roadrunner History'» (em inglês). Blabbermouth.net. 23 de março de 2010. Consultado em 1 de março de 2018 
  3. «Rolling Stone - Os 100 maiores discos da música brasileira». rollingstone.uol.com.br. Consultado em 21 de novembro de 2021. Cópia arquivada em 18 de fevereiro de 2017 
  4. «MAX CAVALERA On SEPULTURA's 'Roots': 'It Changed The Rules On How You Make Records'» (em inglês). Blabbermouth.net. 2 de setembro de 2017. Consultado em 1 de março de 2018 
  5. SEPULTURA - Roots Roadrunner Records
  6. Begrand, Adrien. «Sepultura: Roorback». Popmatters. Consultado em 28 de outubro de 2012 
  7. «Sepultura is coming». Philstar. Consultado em 28 de outubro de 2012. Arquivado do original em 31 de janeiro de 2013 
  8. Avaliação no allmusic
  9. Avaliação na Rolling Stone
  10. Avaliação no Sound Of Metal
  11. Avaliação no The Metal Observer
  12. Avaliação no Yahoo! Music
  13. Sepultura - Roots - Mostrando o Que É Rock no Dia do Rock (vídeo). Brasil: Regis Tadeu (YouTube). 13 de julho de 2022. Em cena em 9:29. Consultado em 17 de julho de 2022 
  14. «Sepultura Chart History (Billboard 200)» (em inglês). Billboard.
  15. «Sepultura – Roots» (em inglês). Swisscharts.com. Hung Medien.
  16. Longplay-Chartverfolgung at Musicline (em alemão). Musicline.de. Media Control.
  17. «Sepultura - Roots» (em alemão). Austriancharts.at. Hung Medien.
  18. «Sepultura – Roots» (em holandês). Dutchcharts.nl. Hung Medien.
  19. «Sepultura – Roots» (em holandês). Ultratop.be. Hung Medien.
  20. «Sepultura – Roots» (em francês). Ultratop.be. Hung Medien.
  21. «Sepultura – Roots» (em inglês). Swedishcharts.com. Hung Medien.
  22. «Sepultura – Roots» (em inglês). Finnishcharts.com. Hung Medien.
  23. «Sepultura – Roots» (em norueguês) Norwegiancharts.com. Hung Medien.
  24. «Sepultura – Roots» Australian-charts.com. Hung Medien.
  25. «Sepultura – Roots» (em inglês). Charts.nz. Hung Medien.
  26. Sepultura | Artist | Official Charts (em inglês). UK Albums Chart.
  27. [1]
  28. [2]
  29. [3]
  30. «ARIA Charts - Accreditations - 1997 Albums». Australian Recording Industry Association. Consultado em 23 de maio de 2008 
  31. «Search Certification Database». Canadian Recording Industry Association (CRIA). Consultado em 27 de abril de 2008 
  32. «Les certifications Albums - Année 1997». Musique sur Disque en France (SNEP). Consultado em 27 de abril de 2008. Arquivado do original em 17 de dezembro de 2007 
  33. «Gold und Platin Datenbank». IFPI Austria, Verband der Österreichischen Musik Wirstchaft. Consultado em 27 de abril de 2008. Arquivado do original em 28 de setembro de 2007 
  34. «Certified awards». THE BPI. Consultado em 27 de abril de 2008. Cópia arquivada em 9 de abril de 2008 
  35. «GOLD AND PLATINUM - Searchable Database». RIAA. Consultado em 27 de abril de 2008 
  36. «Goud/Platina Muziek». nvpi. Consultado em 27 de abril de 2008. Arquivado do original em 21 de fevereiro de 2009