The Wild Robot

The Wild Robot

Robô selvagem mergulha no paradigma da barreira linguística e tece uma rede narrativa que se reconhece ao transcender o próprio código em concordância com a sensibilidade duplicada.

Uma sensibilidade desenvolvida pela desestruturação do arquétipo da maternidade que trará uma percepção global, profunda e universal da linguagem enquanto faculdade mental, condição de existência, sobrevivência e adaptação.

A junção de figuras completamente diferentes que precisam juntos, despertar o espírito de coletividade. Para isso, cada criatura precisará ir além das convenções morais de existência. Ou melhor, cada criatura precisará saber qual chefe deverá obedecer: o cérebro ou o coração. É uma reflexão encantadora sobre laços, vínculos e o mais temido: o amor.

A animação é simbólica e lúdica. Temos um robô e uma raposa, que juntos criarão um filhote de ganso. O mais divertido da relação entre eles, é perceber cada personagem sendo útil conforme sua particularidade.

 Poderia o agridoce extinto predatório da raposa nos assustar, poderia a metálica ação do robô nos remeter a estranheza, e poderia o ganso desengonçado ser mais um recurso pastelão. Por outro lado, a beleza de robô selvagem está justamente nas transformações de cada particularidade em uma: a natureza. 

A natureza gentil do afeto, cuidado e também da dor. Essa que nos confere pertencimento e identidade. Uma narrativa muito pautada na teórica socioconstrutivista. Os minutos iniciais do longa é sobre esse meio que interfere e lapida. A natureza adormecida que vai acordar. E nem sempre dela tudo virá. Porque tudo depende de cada particularidade.

O robô começa a criar raizes em sua armadura, mais distante da razão, a raposa personifica a ambivalência da consciência humana e o ganso, que vive entre céu e terra, o comunicador.

É esse tropo narrativo que confere forma e emoção a robô selvagem. Um filme que esmiúça seu sistema semântico antes de chegar ao produto final.

Estupidamente emocionante, dinâmico, divertido e intenso.

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